Na liturgia, fiéis não são espectadores
Na liturgia, os fiéis não são espectadores, esta é uma das idéias que emergem do VIII Congresso Internacional de Liturgia que se celebrou em Roma, de 16 a 18 de maio, por iniciativa do Pontifício Instituto Litúrgico.
O congresso, sob o título «Per ritus et preces. Sacramentalidade da liturgia» refletiu sobre a participação dos fiéis na liturgia.
Inspirou-se na constituição litúrgica do Concílio Vaticano «Sacrosanctum Concilium» (SC 48), na qual se recorda que a Igreja preocupa-se vivamente por que os fiéis não assistam como meros espectadores ao mistério da fé, mas que através de ritos e orações participem da ação sagrada de maneira consciente, plena e ativa.
O reitor do Pontifício Instituto Litúrgico, o beneditino espanhol Padre. Juan Javier Flores OSB, que fez um balanço da iniciativa com Zenit, reafirmou a importância do mistério pascal e sua relação com a teologia sacramental e com a cristologia.
O congresso quis recuperar a relação entre sacramento e ação/celebração litúrgica.
Para o reitor, «o sacramento é ação porque é participação na ação de Cristo, na qual se funda a epifania salvífica».
Neste sentido, recordou o exemplo do memorial, que «não é uma recordação subjetiva que se acrescenta à ação litúrgica, mas consiste na própria ação ritual».
O Congresso reuniu especialistas como o cardeal Albert Vanhoye SJ, o professor Dom Enrico Mazza, da Universidade do Sagrado Coração de Milão, Dom Kevin Irwin, professor da Universidade Católica da América (Washington), e o Padre François Cassingena, OSB, do Instituto Superior de Liturgia de Paris, entre outros.
A metodologia do congresso, que aconteceu na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, levou em conta os fundamentos bíblicos, as contribuições dos Padres da Igreja, a antropologia cultural e a especulação teológica, explica o Padre. Flores Arcas à Zenit.
Enquanto Dom Mazza insistiu no papel de Santo Agostinho em uma gênese da “teologia sacramentaria», o professor espanhol do Dionísio Borobio, da Pontifícia Universidade de Salamanca, abordou os aspectos «cósmicos» e «antropológicos» da questão.
Um aspecto ecumênico foi tratado por Dom Michael Kunzler, da Faculdade de Teologia de Paderborn na Alemanha, que recordou a contribuição da Teologia ortodoxa na busca e definição da nação de símbolo.
Este congresso se celebra a cada três anos para analisar alguns aspectos da ciência litúrgica.
Este ano se insistiu na renovação da práxis sacramental para superar uma concepção individual da comunhão sacramental e na necessidade de uma participação frutuosa da assembléia na ação litúrgica.
Fonte: Zenit e Portal Católico
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