domingo, 1 de janeiro de 2012

Ascensão e Pentecostes

Dom Fernando Arêas Rifan Artigo publicado no jornal "A Folha da Manhã", Campos, no dia 08de junho de 2011, quarta-feira.


Celebramos no Domingo passado a solenidade da Ascensão do Senhor, comemorando sua subida ao Céu, quarenta dias depois da sua gloriosa Ressurreição. Alguém poderia estranhar por que comemoramos uma despedida. Exatamente porque não é propriamente uma despedida, mas o encerramento de uma fase e o começo de outra.



Jesus, o Verbo de Deus feito carne, tornou-se um de nós, para nos ensinar, como o seu exemplo, como o homem devia servir a Deus. Tornou a divindade próxima e ao alcance de nós. Em Jesus habita toda a plenitude da divindade, de modo humano (Cl 2, 9). “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2, 6-8). E assim conquistou a nossa redenção. Assim, Deus Pai, “quando estávamos mortos em conseqüência dos nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos! -, juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus” (Ef 2, 5-6).



Mas Jesus, na sua vida terrena, fundara a sua Igreja, uma sociedade visível, hierárquica, que continuaria a sua missão, o seu Reino. E, ao subir ao Céu, deixou nela todos os seus poderes: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações... tudo o que vos ensinei. Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 18-20). Transmitiu aos seus Apóstolos, que ele constituiu chefes da sua Igreja, a mesma missão que ele havia recebido do Pai: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (Jo 20, 21).



Jesus, portanto, foi e ficou! Só ele mesmo, com seu poder, poderia fazer tal prodígio! Foi para o Céu e continuou aqui entre nós através da sua Igreja.



Mas, para solidificar essa missão, para fortificar os apóstolos e seus sucessores, para continuar sua presença na Igreja, ele lhes enviou o Divino Espírito Santo, cuja vinda sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo, em companhia de Maria Santíssima, a Mãe de Jesus e também agora Mãe da Igreja, aconteceu logo depois da sua Ascensão ao Céu, no dia de Pentecostes, festa que celebraremos no Domingo próximo.



O Espírito Santo, o Espírito do Pai e do Filho, é a alma da Igreja, corpo místico de Cristo. Ele conserva a infalibilidade e a indefectibilidade da Igreja, fundada por Jesus. Ele garantirá que “as portas do inferno” jamais prevaleçam sobre a Igreja. Ele assiste a Igreja para que ela nos ensine sempre a Verdade: “Ele vos ensinará toda a verdade” (Jo 16,13). Ele completará a obra de Cristo, rumo ao Reino definitivo no Céu. Ele realiza na Igreja a promessa de Jesus: “Estarei convosco sempre, até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20).




Dom Fernando Arêas Rifan
Bisbo Titular de Cedamusa
Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Fonte: Adapostólica

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