A cruz incólume de Joplin e uma reflexão sobre o futuro do Brasil
Sobre a cidade de Joplin, no Estado de Missouri ‒ EUA, soprou o mais devastador tornado da história na noite de 22 de maio.
A base do tornado tinha uma largura de quase um quilômetro e avançou seis quilômetros, ceifando pelo menos 132 vidas.
Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas enquanto escrevemos. Quase todos os edifícios em seu caminho ficaram em total ruína.
Compreende-se que o desastre natural tenha sido qualificado de apocalíptico. Os fortes ventos arrancaram árvores e os levantaram pelo ar junto com carros como se fossem folhas secas e os jogaram caoticamente com fúria incontível.
A cidade devastada
O governador do Estado, Jeremiah Johnson, descreveu a região atingida como “zona de guerra”. O presidente do país foi até o local para levar consolo à cidade devastada.
Nada ficou em pé.
Nada?
A igreja católica de Nossa Senhora ‒ St. Mary's Church ‒ ficou bem no meio do caminho do tornado homicida.
A despretensiosa igreja construída em 1938, a escolinha primária, a casa paroquial, o salão paroquial em construção: tudo foi impediosamente arrasado pela fúria da espiral de morte, segundo descreveu o jornal “National Catholic Register”.
O pároco, Pe. Justin Monaghan, no início da tragédia encontrou um refúgio improvisado na casa paroquial. O prédio caiu encima dele. Porém, nada sofreu, tendo ficado preso durante horas até que os paroquianos conseguiram encontrá-lo e cavar entre as ruínas de onde o tiraram são e salvo.
Cruzeiro da igreja de Nossa Senhora, Joplin
Também o Santíssimo Sacramento foi resgatado ileso dos escombros da igreja de Nossa Senhora.
O que sobrou do templo católico?
Uma Cruz, só uma Cruz.
O grande cruzeiro em aço da entrada da igreja.
Na paisagem desolada ele continua estendendo seus braços salvadores sobre a imensa ruína da cidade.
“Vê-lo erguido nos lembra que nossa missão está toda baseada nele”, escreveu o “Eastern Oklahoma Catholic”, publicação da Diocese de Tulsa, Oklahoma.
Encorajados pelo simbolismo da Cruz que se mantém em pé em meio ao caos e à devastação, os católicos se organizaram ativamente com a certeza que o lado material da destruição material vai ser revertido.
O tornado não perdoou nada.
Karen Drake, professora da primeira série na escola primária católica da igreja de Santa Maria, em pé junto as ruínas da paróquia disse: “nossa cruz ainda está de pé. Acho que isso diz muito”.
Verdadeiramente, diz muito. Muitíssimo.
Não é só a cidadinha de Joplin que sofre vendavais devastadores. É a situação do mundo todo, mutatis mutandi.
São as famílias, as instituições fundamentais, o laicato católico, o clero, a própria Santa Igreja Católica, nossa Mãe imensamente amada...
O mundo sente que algo anda mal e muito profundamente mal.
É o pecado. O pecado individual sem dúvida, mas mais do que tudo o pecado coletivo.
O pecado cometido pela sociedade considerada em seu conjunto, em seus costumes e em suas leis.
Baste pensar na recente equiparação pelo STF do “casamento homossexual” com o matrimônio fundado no Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, ou com a promoção do homossexualismo entre as crianças em idade escolar com o famigerado “kit anti-homofobia”.
Em meio a essas tragédias continua em vigor no Brasil o Programa Nacional de Direitos Humanos ‒ PNDH-3 que postula o banimento dos símbolos religiosos dos locais públicos.
O que será de nossa amada Pátria se os símbolos protetores de Jesus Cristo, Nossa Senhora e os Santos forem enxotados dela?
Que grau de recusa a Deus representaria, por exemplo, banir o Cristo Redentor que do alto do Corcovado abençoa a nação brasileira?
Do ponto de vista da ciência, razões naturais explicam a resistência do Cruzeiro de Joplin ao tornado: ele é de aço e aparenta estar solidamente implantado.
Entretanto, sinais de preservação de símbolos religiosos católicos em meio a tragédias históricas como a do Cruzeiro de Joplin se multiplicam em nossos dias. O Cruzeiro da catedral de Port-au-Prince capital do Haiti; a imagenzinha de Nossa Senhora das Graças no Vale do Cuiabá, na região serrana do Rio de Janeiro, durante as arrasadoras enxurradas em fevereiro deste ano são os mais recentes exemplos.
E estes sinais convidam a uma reflexão prudente mais muito séria do ponto de vista da fé sobre o papel dos símbolos católicos em locais públicos e o futuro do Brasil.
Fonte: Ciência Confirma a Igreja
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