Foi mesmo um milagre? Os pescadores garantem que sim e o atribuem a Nossa Senhora de Fátima
Entre a ciência e a Igreja há um ponto que já gerou muita polêmica. Isto é, a existência do milagre.
Em verdade não cabe à ciência se pronunciar sobre a autenticidade ou não do milagre sobrenatural, mas sim à Igreja, pela voz autorizada de seus hierarcas.
A ciência pode ir até dizer que um certo fato não tem explicação à luz dos conhecimentos científicos. Isso já o fez, por exemplo, em Lourdes, e milhares de vezes!
Por vezes, o aparelhamento científico não pode medir as circunstâncias materiais da ocorrência.
E pode existir somente o testemunho pessoal dos beneficiados do milagre.
Nestes casos cabe às autoridades eclesiásticas se pronunciarem com discernimento após ouvirem as testemunhas.
Aconteceu há poucos dias um fato destes em Portugal. Nesta época de Natal apresentamos este fato consolador, para nossos leitores formarem sua ideia.
Tiramos o texto seguinte de órgãos da imprensa portuguesa.
José Manuel Coentrão, mestre da embarcação ‘Virgem do Sameiro’, um dos protagonistas do naufrágio que emocionou todo o país e muito em particular as Caxinas, zona entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, falou ontem, pela primeira vez, sobre o sucedido, um relato pleno de emoção e coragem.
Foram 60 horas à deriva no alto mar, muita fé, muitas preces e um desespero que parecia não ter fim.
«Passa tudo pela cabeça. A família, a mulher, o filho, os amigos», recordou o pescador, de lágrimas nos olhos, ainda visivelmente consternado pelos acontecimentos ainda tão recentes e frescos na memória.
O mestre foi o primeiro a fazer soar o alarme: «Tinha mandado os homens descansar e, não sei como, apercebi-me de que havia água a entrar no barco. Foi tudo muito rápido. Enviei o primeiro very light às cinco horas da manhã, mas ninguém viu. Mais tarde atirei outro, já de dia, mas uma embarcação que passava ao longe também não se apercebeu», explicou José Manuel Coentrão, que sublinhou o recurso às preces e à fé como recurso para combater o desespero:
«Havia um terço na balsa, que é do pescador que ainda está no hospital. Rezámos muito a Nossa Senhora de Fátima. Eu rezava em voz alta e os outros oravam em silêncio. Não tenho dúvidas de que foi um milagre.» Fonte.
A Igreja do Senhor dos Navegantes foi pequena demais para acolher as cerca de duas mil pessoas que quiseram testemunhar o milagre dos caxineiros que estiveram mais de dois dias numa balsa de salvamento.
A cada palavra que D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, proferia, os olhos dos pescadores não continham as lágrimas.
José Manuel Coentrão, o mestre da embarcação ‘Virgem do Sameiro’, foi o que mais se emocionou durante a homilia. Sentado ao lado dos colegas, João Vareiro, Manuel Oliveira e Prudenciano Pereira, na primeira fila, e com as mulheres sentadas atrás, ouviu o arcebispo, de olhos postos no chão.
“Guardem sempre este acontecimento na vossa memória. Só vós sabeis o que simboliza este milagre nas vossas vidas. Sentiram em vós a salvação e a presença de Deus em hora de aflição extrema”, referiu D. Jorge Ortiga.
Muitos foram os que, acotovelados na igreja, choraram. No fim, o arcebispo dedicou aos pescadores um trecho do Evangelho de S. João.
“QUERO VOLTAR AO MAR JÁ NO PRÓXIMO ANO”
O mestre José Manuel Coentrão, de 46 anos, ainda não consegue dormir. Mas já tomou uma decisão: não vai abandonar a vida de pescador. “Sou um homem do mar. Estou a pensar que o meu regresso possa ser já para o ano. Sei que o que passei foi terrível, mas a vida tem de seguir em frente”, disse com os olhos brilhantes de esperança.
Mas para já o mestre só quer esperar que ‘Nando Cherne’ abandone o hospital (ver caixa) para ir a Fátima. “Hoje fui à balsa buscar o terço que quero oferecer à Nossa Senhora de Fátima e que nos ajudou a sobreviver, mandando o avião para nos salvar”, recordou, emocionado. E diz que sempre que fecha os olhos vê o mar e recorda atormentado os momentos de aflição que viveu na balsa de salvamento.
Desde que voltou às Caxinas, em Vila do Conde, tem passado a noite em claro a pensar em tudo o que viveu. “Penso muito no mar. Estive arrepiado durante toda a missa. Sou muito crente e acredito que isto foi mesmo um milagre”, acrescentou, sem conter as lágrimas.
(Fonte: excertos do Correio da Manhã, 5 dezembro 2011).
Retirado de Ciência COnfirma a Igreja
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