sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Há pactos entre a heresia e a ortodoxia?

Há pactos entre a heresia e a ortodoxia?
Há pouco tempo recebemos um comentário no Apostolado São Francisco Xavier de uma pessoa anônima que se identificou como “1justo1”. Pelo teor do comentário, nota-se que era um protestante. Essa pessoa não nos agrediu, talvez até tenha tido boa intenção, mas o comentário deixou brecha para fazer um texto sobre possíveis pactos entre a ortodoxia e as heresias.
Obviamente o comentário não foi aceito porque esse é um canal de formação católica. Ataques, comentários hostis ou em tom vulgar são apagados e, quando vale à pena, são refutados. Ao que parece esse comentário tinha a intenção de “converter” a equipe do apostolado ao protestantismo, mas isso não ocorrerá enquanto formos fiéis à Deus. O comentário dizia que o Senhor Jesus Cristo nos ama muito e deixava a sugestão de acesso à um programa de rádio protestante. Quanto a ouvir o programa, isso não tem o menor cabimento, pois os jargões protestantes já nos são bem conhecidos e o que vamos ouvir será uma mera repetição do que já conhecemos.
Como o ódio protestante pelo culto à Mãe de Deus é nítido, esse comentário estava postado no texto: “O Papel Singular de Maria na Economia da Salvação”. Obviamente não postaremos o link da rádio protestante para não colaborarmos com a perdição de nossos irmãos católicos. É exatamente sobre isso que o texto abaixo fala.
Alguns católicos e alguns protestantes acham ser possível a união entre as duas formas de fé. Essa concepção é fruto de um desconhecimento tremendo, uma baixíssima maturidade espiritual, pois há um abismo que separa o catolicismo do protestantismo. Nosso objetivo com esse texto não é atentar contra a índole dessas pessoas, mas sim mostrar os porquês da incompatibilidade entre o catolicismo e o protestantismo.
Primeiramente, as várias doutrinas protestantes não se entendem entre si. Não é nenhum mistério entender que se a “casa protestante” está desorganizada lá dentro, ela não pode tentar se unir com outra casa, ou do contrário só aumentaria sua própria desordem. Há pelo menos 5 tipos de protestantes tradicionais (luteranos, anglicanos, batistas, metodistas e presbiterianos), pelo menos 3 tipos de protestantes totalmente diferente do restante (mórmons, adventistas e testemunhas de Jeová) e quanto ao pentecostalismo, há quem fale que são mais de 20.000 denominações. É lógico que essas congregações não se entendem. Os batistas negam o batismo de crianças em sua doutrina, os outros protestantes tradicionais não. Os anglicanos aceitam os 7 sacramentos (que não são reconhecidos pela Igreja Católica), já os outros protestantes não têm qualquer critério para dizer “qual sacramento existe e qual não existe”. As testemunhas de Jeová e os adventistas crêem que São Miguel Arcanjo e Jesus Cristo são a mesma pessoa, mas as primeiras negam sua divindade ao passo que os últimos a aceitam. Os mórmons recusam o “dogma” protestante da Sola Scriptura, aderindo também ao “Livro Mórmon”. Os pentecostais pertencem à um emaranhado ultra-complexo de comunidades onde o único critério é a suposta “inspiração do Espírito Santo”, que nitidamente não está de acordo nas diferentes denominações. Como se pode ver facilmente, é impossível falar que existe “uma doutrina” protestante. Na verdade existem várias doutrinas sob o mesmo estandarte: o protestantismo.
A Igreja Católica, por sua vez, alicerça-se no Sagrado Magistério, na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, postos em ordem crescente de importância para o tesouro da fé. A Doutrina Católica é una e o que diferencia seus diferentes grupos e patriarcados são apenas costumes locais tais como os ritos litúrgicos, sendo que nenhum desses ritos é considerado herético. Bem diferente é o que ocorre com grupos sectários que não têm o aval do Papa para estarem na Igreja, mas que nela permanecem por causa da complacência do clero, tais como a Teologia da Libertação, abertamente anti-católica e de caráter marxista-relativista.
Muitos pensam que as diferenças de doutrina não são grandes e isso justifica buscar formações em materiais protestantes ou músicas entre cantores não católicos. Todavia, para quem tem um pouco de conhecimento de doutrina, as diferenças são tão claras que nem é necessário dizer o que é protestantismo e o que é catolicismo. Um exemplo são as músicas: as músicas protestantes focam muito em quem canta/ouve. Frequentemente referem-se à pessoas pedindo milagres em certo tom imperativo, fazem questão de frisar o amor somente à Deus (jamais amor ou admiração por santos) e pregam de certa forma uma ufania em direção à um Deus milagreiro, colocando-O em certa igualdade ao homem.
Por essas e outras fica claro que não há como fazer um pacto entre o catolicismo e o protestantismo. Não há meias distâncias, o que não significa que tudo o que há no protestantismo está errado. É óbvio que mesmo em ambientes não-católicos há sementes de verdade, mas essas sementes estão também no catolicismo. Por esse motivo nenhum católico precisa recorrer às comunidades “reformadas”, pois isso seria como que uma traição às próprias origens.
Pelo exposto acima, é nítido que deve haver respeito entre católicos e protestantes, mas jamais união em matéria de fé. A união entre essas crenças só ocorrerá quando os protestantes reconhecerem seus erros doutrinários e pedirem comunhão com a Santa Igreja fundada sob São Pedro e seus sucessores (Mt 16, 18). Portanto, aos protestantes fica o recado de que nesse blog não barganharemos a verdade e não faremos qualquer tipo de consulta à materiais não-católicos, bem como não divulgaremos esses materiais, afinal, estamos nesse apostolado para formar católicos e não para encaminhá-los aos espaços heterodoxos. Na melhor das hipóteses refutaremos o que nos foi dirigido, como esse comentário, por exemplo.

Ad majorem Dei gloriam!

Eduardo Moreira

Fonte: Apostolado São Francisco Xavier

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