terça-feira, 3 de janeiro de 2012

V Domingo da Quaresma

V Domingo da Quaresma
Por ANE Internacional
21 de março de 2010

Semana de 21 a 27 de março de 2010
«Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.»

1.- A Palavra de Deus:
1ª Leitura: Isaías 43,16-21: Eis que eu farei coisas novas, e darei de beber a meu povo
Salmo 125: Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
2ª Leitura: Filipenses 3, 8-14: Por causa de Cristo eu perdi tudo, tornando-me semelhante a ele na sua morte.
Evangelho: João 8, 1-11: Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.

Proclamação do Santo Evangelho segundo São João (Jo 8, 1-11)
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.
Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”
Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozi-nho, com a mulher que estava lá, no meio do povo.
Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles?” Ninguém te condenou?”
Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!


2.- Referências para refletir:

Na semana passada relíamos a Parábola do Filho Pródigo, contada por Jesus como resposta à atitude dos fariseus e mestres da Lei, que o criticavam por “acolher os pecadores e comer com eles”...

Hoje São João nos relata sobre aquela mulher a quem também os mestres da Lei e os fariseus queriam apedrejar, por tê-la encontrado cometendo adultério.

Com efeito, segundo a Lei de Moisés, a mulher devia morrer apedrejada, pois o texto dizia: “Se se encontrar um homem dormindo com uma mulher casada, todos os dois deverão morrer: o homem que dormiu com a mulher, e esta da mesma forma. Assim, tirarás o mal do meio de ti.” (Dt 22,22). Também o Livro do Levítico diz: “Se um homem cometer adultério com uma mulher casada, com a mulher de seu próximo, o homem e a mulher adúltera serão punidos de morte.” (Lv 20,10)

Mas o Evangelho nos diz claramente que a intenção dos judeus não era de resolver um dilema ou “fazer justiça”, pois para isso iriam diretamente ao Sinédrio. Seu objetivo era de “experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar.” Esta era uma das estratégias típicas deles, e a vemos em diversas passagens do Evangelho, como quando lhe perguntam se era ou não lícito curar no sábado (Mt 12,10), ou quando lhe questionaram se era legítimo que um homem se divorciasse de sua mulher por qualquer motivo (Mt 19,3), etc.

Nesta ocasião, o plano era macabro e “quase” infalível: se Jesus se opusesse publicamente à lapidação daquela mulher, poderiam acusá-lo diante do Sinédrio por se manifestar contra a Lei de Moisés e contra Deus. Se, pelo contrário, se manifestasse a favor da lapidação, perderia completamente a autoridade e o reconhecimento que havia adquirido diante do povo, porque seus ensinamentos falavam especialmente da misericórdia e do perdão.

Obviamente, os tentadores jamais contaram com o terceiro caminho, pelo qual o Senhor optou magis-tralmente ao lhes dizer mais ou menos isto: “julguem vocês, se se sentem dignos de fazê-lo...”

Disse-lhes textualmente: «Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.» Com esta resposta, breve e contundente, convida-lhes novamente a olhar para si mesmos, antes de reclamar o castigo para aquela mulher e executar a sentença de morte.

Os judeus sabem muito bem que todo homem é pecador e, por esse motivo, os fariseus e os mestres da Lei não podiam pretender ser santos diante do povo, ou estarem à margem do pecado. Por isso preferem deixar as coisas como estavam e retirar-se daquele lugar com o rabo entre as pernas.

Como sempre, o Evangelho traz também um ensinamento para nós, que pelo que vemos até este momento, é muito semelhante ao do domingo anterior, a propósito dos mesmos personagens e do irmão mais velho da parábola em questão... A mensagem é clara: “Não fiquem olhando a palha nos olhos dos outros...”

Mas a mensagem é semelhante também em outro aspecto: na nova oportunidade que é dada à mulher adúltera (o mesmo que ao filho pródigo) de iniciar uma vida plena, diferente, livre...

Cegamos ao quinto domingo da Quaresma, que é o último antes do Domingo de Ramos, com o qual se iniciará a Semana Santa. Neste momento poderia nos vir a tentação de pensar que o que não fizemos até agora, durante esta Quaresma, para nossa conversão e nossa santificação pessoal, já não poderemos fazer mais; mas insistimos: essa seria uma tentação...

Habitualmente o demônio quer nos desanimar com este truque, isto é: fazendo-nos pensar que não temos a possibilidade de nos santificar. Mas hoje vemos claramente no Evangelho que todos os pecados, por mais graves que sejam, podem ser perdoados; e, sendo assim, sempre teremos a oportunidade de começar de novo.

Mas é necessário ter muito em conta o que Jesus diz à mulher ao liberá-la: “Podes ir, e de agora em diante não peques mais”... Não lhe diz simplesmente que Ele não a condenava, mas que devia se esforçar para não voltar a pecar.

Dizia Santo Agostinho: “O Senhor é bom, o Senhor é lento para a cólera, o Senhor é misericordioso, mas o Senhor é justo e o Senhor é a mesma verdade (Sl 85,15). Ele te concede um tempo para corrigir-te, enquanto tu preferes aproveitar-te desta demora em lugar de te converteres. Foste mau ontem, sê bom hoje. Passaste o dia fazendo o mal, amanhã muda de conduta! Este é o sentido das palavras que Jesus dirige a esta mulher: ‘Eu tampouco te condenarei, mas, livre do passado, tem cuidado no futuro. Eu tampouco te condenarei, apaguei tua culpa. Observa o que mando para receber o que prometo!’”.

Toda a Liturgia deste domingo nos fala da renovação, porque Jesus veio “fazer novas todas as coisas”, e o fez precisamente através de seu próprio sacrifício, de sua dolorosa paixão e de sua morte espantosamente cruenta, que recordaremos dentro em pouco. Vamos, pois, preparando-nos no ânimo, junto a nossa família, para viver plenamente os mistérios centrais de nossa redenção.



3.- Perguntas para orientar a reflexão: (Ler pausadamente cada item e fazer um instante de silêncio após cada questão, para permitir a reflexão dos irmãos)

a) Quando se descobre publicamente um pecado de alguém, ajo com misericórdia, como Jesus, ou reajo com intolerância, como os fariseus?
b) Se meu pecado é descoberto, assumo a atitude de humildade da mulher infiel?
c) Se descubro o pecado ou o erro de alguém, protejo-o e o ajudo a emendar-se, ou o condeno sem mais?



4.- Comentários dos irmãos:
Após uns momentos de silêncio, concede-se a palavra aos irmãos para que expressem suas opiniões, reflexões e comentários. Como sempre, será buscada a participação de todos.



5.- Concordâncias do Evangelho com o Catecismo da Igreja Católica

Cânones: 1440-1445, 1468-1470, 1490-1498, 1465-1467

1440 O pecado é antes de tudo uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com ele. Ao mesmo tempo é um atentado à comunhão com a Igreja. Por isso, a conversão traz simultaneamente o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e da Reconciliação. (cf. LG 11)

1468 “Toda a força da Penitência reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade.” Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa “podem usufruir a paz e a tranqüilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual”. Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira “ressurreição espiritual”, uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (cf. Lc 15,32).

1490 O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro. A conversão atinge, portanto, o passado e o futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.

1491 O sacramento da Penitência é constituído de três atos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Os atos do penitente são o arrependimento, a confissão ou manifestação dos pecados ao sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.

1493 Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente sua consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a Igreja não deixa de recomen-dá-la vivamente.

1497 A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.

1465 Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida; do bom samaritano, que cura as feridas; do Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar; do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo. Em suma, o sacerdote é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.

1467 Diante da delicadeza e da grandiosidade deste ministério e do respeito que se deve às pessoas, a Igre-ja declara que todo sacerdote que ouve confissões é obrigado a guardar segredo absoluto a respeito dos pecados que seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas. Também não pode fazer uso do conhecimento da vida dos penitentes adquirido pela confissão. Este segredo, que não admite exceções, chama-se “sigilo sacramental”, porque o que o penitente manifestou ao sacerdote permanece “sigilado” pelo sacramento.


6.- Refletindo com a Grande Cruzada

CA 26 As misérias do homem são, para Mim, as melhores ocasiões para vos provar a Minha Onipotência. Se o pecador jaz prostrado por causa das suas culpas, como posso demonstrar-lhe melhor amor e poder, se ele se move a deixar o pecado? Amor, porque facilmente o perdôo. Poder, porque transformo o repugnante em belo, o mal em bem. E, deste amor, tu podes dar um bom testemunho.
Ah, quão amada Me és! Quis morrer por ti e morreria de novo para poder glorificar-te junto a Mim.



7.- Comentários finais:
Concede-se novamente a palavra para fazer breve referência aos textos lidos (do Catecismo ou das mensagens) ou a qualquer outro assunto de interesse para a Casinha, o Apostolado, ou para a Igreja em geral.



8.- Virtude do mês:
Durante este mês, praticaremos a virtude do Sacrifício (Catecismo da Igreja Católica: 2099-618-901-2100-1032)

Esta semana veremos o cânon 901, que diz textualmente o seguinte:

901 “Os leigos, em virtude de sua consagração a Cristo e da unção do Espírito Santo, recebem a vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos sempre mais abundantes. Assim, todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo as provações da vida, pacientemente suportadas, se tornam ‘hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo’ (l Pd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia. É assim que os leigos consagram a Deus o próprio mundo, prestando a Ele, em toda parte, na santidade de sua vida, um culto de adoração.” (LG 34; cf. LG 10).

E a Grande Cruzada nos diz a respeito:

CA 86 Amor e reparação são duas coisas completamente unidas. Eu amei o homem e reparei por ele!
Assim, amando o Meu Coração, o homem reparará pelas ofensas que Lhe são feitas, sacrifica-se e pelos sacrifícios e imolação obtém para as almas que ofenderam o Meu Coração, a Misericórdia e o perdão. Esta alma reparadora salva outras almas com seu amor.
Por sua vez, também estas almas, inflamadas pelo Meu amor, logo saberão inflamar, imolar-se e continuar reparando até conseguirem o reino do Meu Coração no coração dos homens. Esta é a cruzada que peço por meio da expiação e da penitência: uma cruzada do amor divino que possa, pelos vossos sacrifícios e imolações, conter a Justiça Divina.



9.- Propósitos semanais:

Com o Evangelho:
Afirmarei meu propósito de não repetir aqueles pecados dos quais me confesso com frequência, e naqueles em que volto a cair.

Com a virtude do mês:
Farei uma Hora Santa de reparação por meus pecados e os de minha família ou minha comunidade.

Apostolado da Nova Evangelização 2010

Fonte: Apostolado da Nova Evangelização

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