terça-feira, 3 de janeiro de 2012

XIX Domingo do Tempo Comum

XIX Domingo do Tempo Comum
Por ANE Internacional
08 de agosto de 2010
Semana de 8 a 14 de agosto de 2010.
O combate espiritual: a oração

1.-A Palavra de Deus
1a Leitura: Sabedoria 18,6-9: Aquilo com que puniste nossos adversários serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti.
Salmo: Salmo 32: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
2a Leitura: Carta aos Hebreus 11,1-2. 8-12: Esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor.
Evangelho: Lucas 12,32-48: Ficai preparados!

Proclamação do Santo Evangelho segundo São Lucas (Lc 12,32-48)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.
Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar.
Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”.
Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?”
E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa, para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a vontade do Senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!


2.- Referências para refletir:

A passagem do Evangelho que lemos hoje é ao mesmo tempo emotiva e racional: apela ao coração e ao cérebro; é portador de esperança, mas não deixa de ser uma séria advertência para cada um de nós...

Começa emotivamente e com um sopro de esperança, porque o Senhor nos diz que não devemos temer, e que somos membros de seu “pequeno rebanho”, e ainda que o fato de que seu rebanho seja “pequeno” possa racionalmente nos produzir certa inquietação (pensando que são poucos porque não é fácil cumprir os requisitos), a esperança se anima quando Ele nos diz que “foi do agrado do Pai dar a vós o Reino”.

O contexto dentro do qual Jesus transmite estes ensinamentos é o mesmo do Evangelho de sete dias atrás. De fato, entre o fragmento que líamos na semana passada e o que acabamos de reler agora, há somente um texto de apenas dez versículos, nos quais Jesus insiste com a multidão sua “mensagem de desapego”, falando-lhes sobre a importância vital de não dar tanta proeminência, tanta relevância ao dinheiro e às coisas materiais, para que possamos viver nossas vidas como Deus quer...

“Não andeis preocupados com a vossa vida, pelo que haveis de comer; nem com o vosso corpo, pelo que haveis de vestir...” disse-lhes o Senhor, e mais adiante volta a insistir: “Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações. Porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso.

Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo”.

Desta passagem vem, justamente, aquela canção tão bela que diz: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça... / E tudo o mais vos será acrescentado, Aleluia! Aleluia!” Lembram-se dela?

É que, em teoria, sabemos muito bem o que temos que fazer, cantamos e até podemos nos dar ao luxo de falar e discursar sobre o assunto, a ponto de que qualquer um que nos ouça, poderia ficar impressionado... mas na hora de tomar as decisões e agir, parece que nos vence o apego às coisas, seja no desejo febril de tê-las, seja na preocupação em cuidar delas, ou no desespero em conservá-las...

Não em vão Jesus diz duas vezes naquela passagem “não vos preocupeis”, porque as coisas materiais, sua posse ou seu domínio, sua busca ou sua “utilização”, com demasiada frequência se tornam um motivo de verdadeiro tormento para os seres humanos: Rompe amizades, prejudica a saúde, desintegra famílias, mas sobretudo, AFASTA AS PESSOAS DE DEUS.

Hoje o Senhor nos aconselha: “Vendei vossos bens e dai esmola”, e isto não deixa, não pode deixar de nos surpreender. Qualquer um que esteja em seu juízo perfeito poderia legitimamente pensar: “É uma insensatez desprender-se de tudo e doar tudo!” Mas Jesus dizia que “insensato” era na verdade aquele personagem do Evangelho da semana passada, que estava somente calculando o que faria com suas posses e prevendo apenas como investiria seu dinheiro, quando a morte não tardaria a encontrá-lo... A pergunta que resta então é: Será que Deus quer que sejamos todos pobres...?

A resposta a esta pergunta não é fácil. Como já dissemos antes: não é que o Senhor queira que sejamos todos indigentes, desprovidos de tudo e esmoleres, mas Ele quer que sejamos “pobres em espírito” e isso quer dizer, simplesmente, que não tenhamos nenhum apego ao material; que se temos algo (pouco ou muito) sejamos capazes de compartilhar TUDO com os outros; e se não temos nada, que não vivamos amargurados, queixando-nos de nossa “má sorte” no plano econômico, ou invejando os que têm mais dinheiro.

“Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe” – diz o Senhor; – “ali o ladrão não chega nem a traça corrói”. E finalmente sentencia: “Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

Há poucos dias, o Senhor nos permitiu partilhar com um grupo de irmãos que chegaram a Mérida, Yucatán, provenientes de diferentes Estados da República Mexicana, para assistir a uma oficina de formação sobre o trabalho que se deve realizar no Ministério de Apoio à Igreja...

(Diga-se de passagem: que não se inquietem os irmãos que, servindo ao Senhor nesse Ministério, não puderam vir. Estamos documentando todos os procedimentos, a formação necessária e os passos adequados para trabalhar da melhor maneira em todos e cada um dos Ministérios de Serviço de nosso Apostolado... Oportunamente divulgaremos essa informação por meio de pequenos manuais que serão distribuídos através da Estrutura Orgânica e Funcional do ANE, em todos os países).

Mas voltando ao tema que nos ocupa, o certo é que em uma das palestras daquela oficina, surgiu o tema do fruto espiritual que dão as obras de misericórdia corporal a quem as pratica, e comentávamos com os irmãos que o sufrágio obtido pelas esmolas, por exemplo, age quase “para sempre”, enquanto siga dando frutos benéficos o bem material doado.

Ou seja: se uma pessoa decide doar tudo o que tem, digamos assim... ao seu Apostolado; e com esse dinheiro e essas propriedades, o Apostolado decide montar uma casa de retiros, um restaurante para pobres, e um centro de catequese para jovens (para citar alguns exemplos do que se poderia fazer com as doações), enquanto essas doações continuarem fazendo o bem, a esmola dada continuará produzindo fruto espiritual para quem a deu; isto é, continuará ganhando indulgências para comutar os pecados da pessoa que as doou, no caso em que ela já tiver morrido, e se o faz em vida, naturalmente, o Senhor lhe dará mais oportunidades de viver e morrer na graça...

Não é essa uma informação interessante, para nós que devemos promover uma “Cruzada de Misericórdia” no mundo? Algo semelhante acontece com as obras de misericórdia espiritual que se faz. Algum dia voltaremos a falar deste assunto, não em uma catequese mas pessoalmente, quando tivermos a oportunidade de ir visitando as diversas comunidades.

“...onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, diz Jesus neste Evangelho, e isso deve nos levar a pensar onde está realmente nosso “tesouro”... Será que meu tesouro é verdadeiramente Deus? Será talvez uma criatura, em vez do Criador? Será talvez meu cônjuge, ou talvez meus filhos?... Serão minhas posses ou meus prazeres?... Será o dinheiro, ou a busca do reconhecimento dos outros?... O que é, verdadeiramente, aquilo que me move a cada dia a fazer o que faço? E o que é tudo o que faço? Como estou administrando meus bens, meu tempo, meus afetos...?

Através da Parábola narrada por Jesus no Evangelho que relemos agora, e da explicação que depois faz a Pedro, recordamos que teremos que prestar contas sobre a administração de tudo o que o Senhor nos empresta, a cada dia, em termos de bens, talentos, capacidades, tempo, pessoas que põe sob nosso cuidado ou ao nosso lado, para colaborar com eles e para que colaborem conosco, etc., etc.

Se vamos tomando consciência da gravidade deste assunto (porque isto é realmente grave), reconheceremos que o mais “sensato” é nos encomendarmos com insistência a Deus para que Ele seja nossa Luz e Guia permanente; para que nos ajude a descobrir em cada circunstância Sua Vontade, e nos dê a Força e o alento para poder cumpri-la com amor e entrega; para que nos ensine a ser judiciosos e sensatos em tudo o que fazemos; para que estejamos sempre preparados para recebê-lo, para nos encontrarmos com Ele, para prestar contas a Ele...

Não é, portanto, casual, que a Congregação para o Clero, da Santa Sé, recomende o estudo dos Cânones do Catecismo que nos falam sobre oração (como concordantes com a Liturgia da Palavra do 19º domingo, que hoje comemoramos).

Isto é também providencial para nós como Apostolado, porque já vamos nos preparando para iniciar um tempo forte de oração e jejum, que começará no mês de setembro, de acordo com una iniciativa e um programa que estão preparando conosco alguns dos irmãos do Conselho Nacional do ANE-México.
Já iremos coordenando com as autoridades nacionais e locais do Apostolado, em todos os lugares em que temos presença, a maneira de implementar esta “Campanha de Oração e Jejum”, mas pelo momento, prestemos por favor muita atenção ao que o Catecismo nos ensinará hoje sobre o tema da oração. Que o Senhor nos dê seu Espírito de Amor, de Vigilância e de Oração.



3.- Perguntas para orientar a reflexão: (Ler pausadamente cada item e fazer um instante de silêncio após cada questão, para permitir a reflexão dos irmãos)

a) O quão preparado eu diria que estou hoje, para que neste momento o Senhor chegasse para me pedir contas?
b) Tenho realmente tido alguma melhora importante em minha maneira de ser, nestes últimos tempos? E, se não, a que se deve isso?



4.- Comentários dos irmãos:
Após uns momentos de silêncio, concede-se a palavra aos irmãos para que expressem suas opiniões, reflexões e comentários. Como sempre, será buscada a participação de todos.



5.- Concordâncias do Evangelho com o Catecismo da Igreja Católica

Cânones: 2725 a 2745

(por favor, ler pausadamente cada parágrafo, fazendo uma pausa depois da leitura de cada um dos cânones. Sugere-se que se alternem dois ou três leitores, para evitar a monotonia, mas sem que isto produza distração entre os membros da “casinha”. Organizar-se antes de começar, e depois prestar bastante atenção)

2730 Positivamente, o combate contra nosso “eu” possessivo e dominador é a vigilância, a sobriedade do coração. Quando Jesus insiste na vigilância, ela está sempre relacionada com Ele, com sua vinda, com o último dia e com cada dia: “hoje”. O Esposo vem no meio da noite; a luz que não deve ser extinta é a da fé: “Meu coração diz a teu respeito: ‘Procurai a sua face”‘ (Sl 27,8).

2742 “Orai sem cessar” (1 Ts 5,17), “sempre e por tudo dando graças a Deus Pai, em nome de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Ef 5,20), “com orações e súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito e, para isso, vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6,18).

“Não nos foi prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto, para nós, é lei rezar sem cessar.” Esse ardor incansável só pode provir do amor. Contra nossa pesada lentidão e preguiça, o combate da oração é o do amor humilde, confiante e perseverante. Esse amor abre nossos corações para três evidências de fé, luminosas e vivificantes:

2743 Orar é sempre possível: o tempo do cristão é o de Cristo ressuscitado que “esta conosco todos os dias” (Mt 28,20), apesar de todas as tempestades. Nosso tempo está nas mãos de Deus:

É possível até no mercado ou num passeio solitário fazer uma oração freqüente e fervorosa. Sentados em vossa loja, comprando ou vendendo, ou mesmo cozinhando. (São João Crisóstomo, ecl. 2).

2744 Orar é uma necessidade vital. A prova contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado (cf. Gal 5,16-25). Como o Espírito Santo pode ser “nossa Vida”, se nosso coração está longe dele?

Nada se compara em valor à oração; ela toma possível o que é impossível, fácil o que é difícil. E impossível que caia em pecado o homem que reza. (São João Crisóstomo).

Quem reza certamente se salva; quem não reza certamente se condena. (Santo Afonso Maria de Ligório).

2745 Oração e vida cristãs são inseparáveis, pois se trata do mesmo amor e da mesma renúncia que procede do amor. Trata-se da mesma conformidade filial e amorosa ao plano de amor do Pai; da mesma união transformadora no Espírito Santo, a qual nos conforma sempre mais a Cristo Jesus; trata-se do mesmo amor por todos os homens, aquele amor com que Jesus nos amou. “Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vos dará. Isto vos mando: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,16-17).

Ora sem cessar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente dessa forma podemos considerar como realizável o principio de orar sem cessar. (Orígenes, or. 12).

2732 A tentação mais comum, mais oculta, é nossa falta de fé, que se exprime não tanto por uma incredulidade declarada quanto por uma opção de fato. Quando começamos a orar, mil trabalhos ou cuidados, julgados urgentes, apresentam-se como prioritários; de novo, é o momento da verdade do coração e de seu amor preferencial. Com efeito, voltamo-nos para o Senhor como o último recurso: mas de fato acreditamos nisso? As vezes tomamos o Senhor como aliado, mas o coração ainda está na presunção. Em todos os casos, nossa falta de fé revela que não estamos ainda na disposição do coração humilde: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).

2729 A dificuldade comum de nossa oração é a distração. Esta pode referir-se às palavras e ao seu sentido, na oração vocal. Pode, porém, referir-se mais profundamente àquele a quem oramos, na oração vocal (1itúrgica ou pessoal), na meditação e na oração mental. Perseguir obsessivamente as distrações seria cair em suas armadilhas, já que e suficiente o voltar ao nosso coração: uma distração nos revela aquilo a que estamos amarrados, e essa tomada de consciência humilde diante do Senhor deve despertar nosso amor preferencial por Ele, oferecendo-lhe resolutamente nosso coração, para que Ele o purifique. Aí se situa o combate: a escolha do Senhor a quem servir (cf. Mt 6,21.24).

2731 Outra dificuldade, especialmente para aqueles que querem sinceramente orar, é a aridez. Esta acontece na oração, quando o coração está desanimado, sem gosto com relação aos pensamentos, às lembranças e aos sentimentos, mesmo espirituais. E o momento da fé pura que se mantém fielmente com Jesus na agonia e no túmulo. “Se o grão de trigo que cai na terra morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24).

Se a aridez é causada pela falta de raiz, porque a Palavra caiu sobre as pedras, o combate deve ir na linha da conversão (cf. Lc 8,6.13). (Nota do Editor do ANE: Nesse caso, irmãos, terá que trabalhar com maior esforço na própria conversão: vigiando primeiro os hábitos, depois analisando, minuciosamente, os gostos e preferências, e finalmente, controlando cada uma das reações. O objetivo é um somente: fazer-se igual a Cristo.)

2733 Outra tentação, cuja porta é aberta pela presunção, é a acídia (chamada também “preguiça”). Os Padres espirituais entendem esta palavra como uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligência do coração. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,). Quanto mais alto se sobe, tanto maior a queda. O desânimo doloroso é o inverso da presunção. Quem é humilde não se surpreende com sua miséria Passa então a ter mais confiança, a perseverar na constância.

2734 A confiança filial é experimentada - e se prova - na tribulação. A dificuldade principal se refere à oração de súplica por si ou pelos outros, na intercessão. Alguns deixam até de orar porque, pensam eles, seu pedido não é ouvido. Aqui surgem duas questões: por que pensamos que nosso pedido não foi ouvido? De que maneira é atendida, ou é “eficaz”, nossa oração?

2735 Um fato deveria provocar admiração em nós. Quando louvamos a Deus ou lhe damos graças pelos benefícios em geral, pouco nos preocupamos em saber se nossa oração lhe é agradável. Em compensação, temos a pretensão de ver o resultado de nosso pedido. Qual é, pois, a imagem de Deus que nos motiva à oração? Um meio a utilizar [para conseguir o que quero] ou o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [e Supremo Bem]?

2736 Estamos acaso convencidos de que “nem sabemos o que convém pedir” (Rm 8,26)? Pedimos a Deus “os bens convenientes”? Nosso Pai sabe do que precisamos, antes de lho pedirmos, mas espera nosso pedido porque a dignidade de seus filhos está precisamente em sua liberdade. Mas é preciso rezar com seu Espírito de liberdade para poder conhecer na verdade o seu desejo (cf. Rm 8,27).

2737 “Não possuís porque não pedis. Pedis, mas não recebeis, porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres” (Tg 4,2-3). Se pedimos com um coração dividido, “adúltero” Deus não nos pode ouvir, porque deseja nosso bem, nossa vida. “Ou julgais que é em vão que a Escritura diz: Ele reclama com ciúme o espírito que pôs dentro de nós (Tg 4,5)?” Nosso Deus é “ciumento” de nós, o que é o sinal da verdade de seu amor. Entremos no desejo de seu Espírito e seremos ouvidos:

Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o que lhe pedes: pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em permanecer com Ele na oração. Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar. (Santo Agostinho, ep. 130, 8, 17).

2738 A revelação da oração na economia da salvação nos ensina que a fé se apóia na ação de Deus na história. A confiança filial é suscitada por sua ação por excelência: a Paixão e a Ressurreição de seu Filho. A oração cristã é cooperação com sua Providência, com seu plano de amor para os homens.

2739 Em S. Paulo, esta confiança é audaciosa, fundada na oração do Espírito em nós e no amor fiel do Pai, que nos deu seu Filho único. A transformação do coração que reza é a primeira resposta a nosso pedido.

2740 A oração de Jesus faz da oração cristã uma súplica eficaz. É Ele o seu modelo. Jesus reza em nos e conosco. Já que o coração do Filho não busca senão o que agrada ao Pai, como haveria (o coração dos filhos adotivos) de apegar-se mais aos dons do que ao Doador?

2741 Jesus também reza por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Todos os nossos pedidos foram recolhidos uma vez por todas em seu Grito na Cruz e ouvidos pelo Pai em sua Ressurreição, e por isso Ele não deixa de interceder por nós junto do Pai. Se nossa oração está resolutamente unida à de Jesus, na confiança e na audácia filial, obteremos tudo o que pedimos em seu nome; bem mais do que pequenos favores, receberemos o próprio Espírito Santo, que possui todos os dons.


6.- Refletindo com a Grande Cruzada

CM 93 Tudo está em Minhas mãos, mas tardas em crer nisso, então ages como dono. Ao contrário, Eu te digo que és apenas um administrador, e muito pouco fiel, porque ages nas coisas como dono absoluto, muitas vezes sem pensar que administras o que te foi dado, mesmo quando foi ganho, e com fadiga. Deverias chamar-te ladrão, mas esta palavra ofende teus ouvidos e então te chamarei de enlouquecido. Ao menos reflete no que obténs de muitas de tuas chamadas propriedades! Bem-estar de uma hora e talvez nem isso; paz, pouca; pouquíssima alegria.



7.- Comentários finais:
Concede-se novamente a palavra para fazer breve referência aos textos lidos (do Catecismo ou das mensagens) ou a qualquer outro assunto de interesse para a Casinha, o Apostolado, ou para a Igreja em geral.



8.- Virtude do mês: Prudência (Catecismo da Igreja Católica: 1806—1835—1906—1805—1787—788)

Esta semana veremos o cânon 1835, que diz textualmente o seguinte:

1835 A prudência dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo.

E a Grande Cruzada nos diz a respeito:

CS 80 Digo estas coisas hoje, em que o afã pela matéria se generalizou tanto que os valores do espírito caíram no esquecimento e no desprezo. Digo estas coisas para aprovar o santo desprezo que os cristãos têm das coisas materiais, já que por esse desprezo eles podem chegar a apreciar realmente todos os dons que Eu lhes faço, premiando a confiança que têm em Mim. E quero que tu, chefe de família, infundas no coração e na mente dos que te confiei, um particular apego à Minha Providência, da qual sempre obtendes benefícios.
Sejam prudentes vossas palavras, a fim de consolidar esses santos pensamentos ao redor de cada um de vós e a este propósito Me será grato que abandoneis a consideração (e as palavras) sobre as injustiças humanas que vos privam do que vos interessa.



9.- Propósitos semanais:

Com o Evangelho:
Confessar-me-ei e lutarei para permanecer sempre em estado de graça.

Com a virtude do mês:
Explicarei à minha família o que significa a Providência Divina, a confiança que devemos ter em Deus, e o esmero que devemos ter para fazer sempre Sua Vontade.

Apostolado da Nova Evangelização 2010

Fonte:Apostolado da Nova Evangelização

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