Catolicismo e Ordem DeMolay – mais um esclarecimento
17/01/2012 por Everth Queiroz Oliveira
Nossa discussão com membros da Ordem DeMolay continua. Recebemos agora as indagações de um demolay de Minas Gerais mesmo, que se apresenta como Roberto Nery. Os seus questionamentos se referem à postagem Ordem DeMolay e maçonaria – perigos aos cristãos, de fevereiro de 2009.
“Everth, o que você sabe sobre a Ordem DeMolay para a acusar daquela forma? Você, por acaso, tem informações concretas sobre a ordem, por acaso já teve a oportunidade de ir a uma reunião aberta?”
“Infelizmente, sem saber até do que se fala, você comenta e difama uma ordem que só ajudou a sociedade, ao contrario de algumas igrejas católicas (não todas) que forçam as pessoas a darem dizimo, dizendo que se a pessoa não doar tudo que tem a igreja e se dedicar integralmente a mesma, irá para o inferno.”
Não, nunca fui a uma reunião aberta da Ordem DeMolay. E não tenho sequer a pretensão de participar. Quanto ao que sei sobre a Ordem, sei o suficiente para rejeitar a filosofia que cerca tanto esta associação quanto a própria Maçonaria, cujos membros são tidos como “tios” por parte dos demolays.
Você me acusa de difamar “uma ordem que só ajudou a sociedade”… O que se encontra aqui não são difamações, mas sim esclarecimentos. Quando, neste espaço, escrevi que os princípios defendidos pela Maçonaria são simplesmente inconciliáveis com a doutrina católica, fiz apenas um alerta àqueles que são membros da Igreja, a fim de que estejam conscientes de que “permanece (…) imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas”. O documento está no site da Santa Sé para qualquer homem de boa vontade ler.
Quanto à ideia de que “algumas igrejas católicas (…) forçam as pessoas a darem dízimo”, é preciso que fique bem claro que a) existe uma boa diferença entre “Igreja” e “igrejas” – Aquela é o Corpo Místico de Cristo, sendo uma realidade que transcende a própria história, enquanto estas são as comunidades dos fiéis espalhadas pelo mundo; b) as pessoas não são forçadas a darem dízimo, muito embora se saiba que é um dos cinco mandamentos da Igreja “atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as suas possibilidades”. A assembleia precisa colaborar, de alguma forma, com a manutenção da sua comunidade.
“Sou católico e demolay, com muito orgulho, e gostaria de saber o que você tem contra a Ordem DeMolay.”
Roberto Nery, como católico, tenho contra a Ordem DeMolay o fato de ela entender Deus de uma maneira diversa daquela que ensina o Magistério da Igreja. A Maçonaria – e da mesma forma as associações a ela filiadas – é adepta do indiferentismo religioso e do agnosticismo. Pra quem deseja entender melhor as razões que separam a Igreja Católica da Maçonaria, recomendo novamente a leitura do livro A Maçonaria no Brasil – Orientação para católicos, do frei Boaventura Kloppenburg, OFM. Também já fizemos inúmeras postagens sobre o assunto. Agora, vai caber a você escolher ou o catolicismo de fato – o que reconhece os princípios cristãos em sua totalidade – ou o catolicismo self-service – aquele em que você, como em um restaurante, escolhe da doutrina cristã aquela parte que mais lhe convém e ignora aquela que lhe desagrada.
E pra quem acha que o documento da Congregação para a Doutrina da Fé condenando a filiação de católicos a associações maçônicas é “velho” – considerando que a Igreja tem 2 milênios de vida, 25 anos nem fazem cócegas -, temos uma recente declaração do cardeal português Dom José Policarpo, que foi publicada recentemente no Fratres in Unum. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou, em conformidade com as leis da Igreja, que “não é compatível” ser católico e maçom, já que as associações maçônicas “rejeitam aquilo que é o essencial da fé, a aceitação da Palavra de Deus e da revelação sobrenatural”.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: Ecclesia Una
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