terça-feira, 20 de março de 2012

A viagem do Papa ao México e Cuba. Fidel Castro sim, vítimas do Padre Marcial Maciel não.

A viagem do Papa ao México e Cuba. Fidel Castro sim, vítimas do Padre Marcial Maciel não.



Cubanos rezam em preparação para a viagem do Papa.

“Fidel Castro sim, vítimas do Padre Marcial Maciel não”. Assim Giacomo Galeazzi inicia sua coluna do último sábado no La Stampa, tratando da próxima viagem do Papa Bento XVI a Cuba e México, de 23 de 28 de março.

O encontro com o líder revolucionário cubano apresentaria menos problemas à Santa Sé do que com as vítimas do Padre fundador dos Legionários de Cristo, um “falso profeta, que levava uma vida imoral e deformada”, como qualificou o próprio Bento XVI.

O episcopado do México, onde Marcial fundou e consolidou sua obra, não programou nenhum encontro entre as vítimas e o Papa, como já se tornou habitual nos países visitados pelo sucessor de Pedro mais afetados pelo escândalo de homossexualismo e pedofilia entre clérigos.

O que testemunha o embaraço criado no México por conta do assunto, depois de décadas de poder ilimitado da ordem graças a ligações com expoentes da cúria romana, como os Cardeais Sodano e Dziwisz, e com milionários como Carlos Slim e Orio Muñoz. “Os Legionários ‘esvaziaram’ a América Latina da teologia da libertação e agora apresentam a conta à hierarquia eclesiástica local”, comenta-se com tristeza em Roma.

Falando aos jornais sobre a viagem papal, o porta-voz da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, SJ, informou que pode sim haver um encontro entre o Papa e Fidel Castro, antigo aluno de colégio de jesuítas, enquanto é quase certo que não haverá nenhum contato com os dissidentes cubanos e, seguramente, no México, nenhum momento com as vítimas de Marcial Maciel.

Sobre um encontro com os dissidentes políticos, que na última semana chegaram inclusive a invadir a Catedral de Havana para reivindicar um encontro com o Papa, Lombardi esclarece: “não está no programa e não o prevejo: nem mesmo João Paulo II teve encontros do gênero”.

Já um encontro com Castro “é uma eventualidade, algo possível”. Não está na programação, mas, se Fidel assim o quiser, “o Santo Padre estará disponível”.

Com relação às vítimas de Maciel, Lombardi é taxativo: “Não está previsto, os bispos não o pediram. Nos outros países em que esses encontros aconteceram, os bispos solicitaram porque o problema era sentido na sociedade e na Igreja. Neste caso não, não está no programa e não se deve esperá-lo”.

Segundo Lombardi, o Papa “está muito bem [de saúde], como demonstra essa fatigante viagem”.

Por sua vez, os grupos criminosos de Guanajuato, no México, declararam uma “trégua” virtual para o período em que o Papa Bento XVI estiver passando pelo estado. Jornais locais afirmam que alguns dos integrantes das quadrilhas teriam sido convidados a participarem das fileiras que cuidarão da segurança do Papa, o que não foi confirmado nem pelas autoridades civis e muito menos pela Arquidiocese de León.

A programação da viagem:



A Basílica de Nossa Senhora de Guanajuato, México, onde o Papa abençoará as crianças no dia 24.

23 de março: Chegada a León, Guanajuato, México;

24 de março: Benção das crianças de Guanajuato;

25 de março: Missa no Parque Bicentenário de León;

26 de março: Cuba – Missa em Santiago;

27 de março: Em Havana, encontro com Raul Castro;

28 de março: Encerramento da viagem com Missa em Havana.
Fonte: Frates in Unum

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