Qumran - Copistas
Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)
Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado na margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó, a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém na costa do Mar Morto, em Israel.
Situado na fissura do Mar Morto entre dois barrancos profundos, em uma área onde actividades tectônicas são frequentes e a precipitação média anual é muito baixa.
O meio ambiente actual é árduo e difícil para o cultivo; mas foi precisamente o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu significativamente para a preservação de estruturas e de materiais arqueológicos encontrados na região.
Nessa região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não há precipitações. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações é seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando em um cheiro de enxofre.
Qumran tornou-se célebre em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos que ficaram conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto.
Em 1947, os primeiros manuscritos foram encontrados em uma caverna às margens do Mar Morto por um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas. A notícia do achado espalhou-se rapidamente após a venda e aquisição dos primeiros manuscritos. De imediato a comunidade científica interessou-se pelo achado.
A “École Biblique et Archéologique Française de Jerusalém” desenvolveu pesquisas em Qumran e arredores desde o final da década de 40 até 1956. O chefe da equipe, no período de 1951 a 1956 foi o frei francês Roland Guérin de Vaux (1899-1971).
Aproximadamente 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã.
COMUNIDADE DE QUMRAN
Era um grupo ascético de judeus, provavelmente membros da seita dos Essenos, que viveu junto ao Mar Morto, no Wadi Qumran, entre 150 a.C. e 70 da nossa era.
Nas Grutas de Qumran, junto ao Mar Morto, foram encontrados os Rolos que tinham sido copiados pela Comunidade de Qumran.
As informações que há sobre esta Comunidade, têm como fontes:
a) - Os Rolos do Mar Morto.
b) - A evidência arqueológica nas ruínas do seu mosteiro.
c) - Referências sobre os Essenos nos escritos de Plínio o Ancião e do judeu Filo.
Os membros desta Comunidade, que se consideravam como os antepassados dos Israelitas, reuniam-se duas vezes por dia para as orações do Saltério, ao nascer e ao pôr do Sol.
Praticavam alguns ritos próprios, especialmente dois básicos :
* Lavagens purificatórias que simbolizavam o arrependimento dos pecados.
* Refeição do pão e do vinho presidida por um sacerdote.
Esta Comunidade era composta por sacerdotes e leigos e os seus membros eram casados ou celibatários.
Os bens materiais eram postos em comum e o seu género de vida era rigorosamente ascético; e por causa do seu exagerado rigor, eram olhados pelos judeus como fanáticos.
Desde a descoberta dos Rolos do Mar Morto, tem havido muita especulação sobre a possível relação entre a Comunidade de Qumran e a primitiva Igreja.
Houve, por exemplo, quem sugerisse que João Baptista vivia em Qumran ou que, pelo menos, conhecia a Comunidade.
E desta especulação nasceu a ideia de que João Baptista conhecesse e praticasse o rito purificatório do Baptismo.
Todavia, tudo isto está ainda muito longe de se poder provar ou confirmar.
Relacionados com a Comunidade Qumran estão Copistas. Escribas. Essenos. Manuscritos.
COPISTAS
Eram os homens, normalmente monges, que se dedicavam a reproduzir os manuscritos antigos ou coevos, especialmente da Sagrada Escritura, de forma a permitir a sua difusão, numa altura em que a imprensa ainda não tinha sido inventada, inviabilizando, por isso, a possibilidade de tiragens elevadas.
Os erros das cópias causaram muitas polémicas e muitos enganos de interpretação por parte de historiadores e exegetas que se dedicaram à exumação desses documentos antigos.
Contudo, esses deslizes são compreensíveis, tendo em conta a falta de preparação literária, histórica e exegética, e mesmo as condições de trabalho dos copistas, sobretudo se pensarmos que nos nossos dias, a publicação de um livro, com todos os progressos da técnica moderna e por mais revisões que se façam, sempre aparecem algumas gralhas muito incómodas.
Além disso, certos manuscritos recebiam um tratamento artístico valioso, com magníficas iluminuras a ilustrarem o conteúdo do texto, antepassadas das gravuras que viriam a acompanhar os livros impressos.
Arqueologia
A arqueologia distingue três fases de ocupações:
Junto a uma aguada fortificada do séc. VIII-VII a.C., ocorre uma ocupação essênia modesta antes de 100 a.C.; sob Alexandre Janeu, as instalações são ampliadas consideravelmente, passando a ser uma “fortaleza dos piedosos”. A estrutura comportava 200 a 300 pessoas. A colônia é abandonada após um terremoto em 31 a.C. e um incêndio.
Ocupação sob Arquelau (4 a.C. – 6 d.C.), com ampliação das fortificações e reforço da segurança. Destruição das fortificações pela Legio X (68 d.C.); antes porém a monumental biblioteca é transferida às pressas para as cavernas das imediações.
Guarnição romana (68 – 100 d.C.); base de operações dos seguidores de Bar Cochba, na II Guerra Judaica (132-135 d.C.).
Fonte: Exsurge Domini
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