domingo, 1 de abril de 2012

A Via Sacra não é coisa do passado…

A Via Sacra não é coisa do passado…
Leigos e religiosos rezam a via sacra diante de uma cruz em Moçambique A Via Sacra não é uma coisa que pertence ao passado e a um determinado ponto da terra. A cruz do Senhor abraça o mundo; a sua "Via-Crucis" atravessa os continentes e os tempos. Na Via-Sacra não podemos ser apenas espectadores. Também nós estamos incluídos, por isso devemos procurar o nosso lugar: onde estamos? Na "Via Crucis" não existe a possibilidade de ser neutro. Pilatos, o intelectual céptico, procurou ser neutro, ficar de fora; mas, precisamente assim, tomou posição contra a justiça, para não pôr em risco a sua carreira. Devemos procurar o nosso lugar No espelho da cruz vemos todos os sofrimentos da humanidade de hoje. Na cruz de Cristo vemos o sofrimento das crianças abandonadas, abusadas; as ameaças contra a família; a divisão do mundo na soberba dos ricos que não vêem Lázaro diante de suas portas e a miséria de tantos que sofrem fome e sede. Mas vemos também "estações" de consolação. Vemos a Mãe, cuja bondade permanece fiel até à morte, e além da morte. Vemos a mulher corajosa que está diante do Senhor e não tem medo de mostrar a solidariedade com este Sofredor. Vemos Simão, o Cireneu, um africano, que carrega com Jesus a cruz. Vemos, por fim, através destas "estações" de consolação, que, assim como os sofrimentos não terminam, também as consolações não terminam. Vemos como, no "caminho da cruz", Paulo encontrou o zelo da sua fé e acendeu a luz do amor. Vemos como Santo Agostinho encontrou o seu caminho: assim São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, São Maximiliano Kolbe, Madre Teresa de Calcutá. E também nós somos convidados a encontrar a nossa posição, a encontrar, com estes grandes, corajosos santos, o caminho de Jesus e para Jesus: o caminho da bondade, da verdade; a coragem do amor. Peçamos ao Senhor que nos ajude a sermos "contagiados" pela sua misericórdia. Rezemos à Santa Mãe de Jesus, a Mãe da Misericórdia, para que nós também possamos ser homens e mulheres de misericórdia e, desta forma, contribuir para a salvação do mundo; para a salvação das criaturas; para sermos homens e mulheres de Deus. (Conferir Discurso Bento XVI após a Via-Sacra, na Sexta-Feira Santa, 14 de abril de 2006) Que estes luminosos ensinamentos de SS. o Papa Bento XVI sobre a Via-Sacra sirvão de molde para estimular a todos aqueles que, no tempo litúrgico da Quaresma levam adiante esta prática tão piedosa e sempre estimulada pela Igreja ao longo dos séculos. A 15ª estação é rezada dentro da Capela, após período de confissões Assim, já há alguns anos os Religiosos e Religiosas de Maputo se reúnem para percorrerem juntos as estações da Via-Sacra. A mesma tem se realizado na Casa das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, no Bairro de Malhangalene. Neste ano de 2012, a data fixada pela CIR-CONFEREMO -organismo que congrega todos os religiosos e religiosas em Moçambique - foi o dia 18 de março passado. Mais de duas centenas de pessoas - religiosos e religiosas, acompanhados de aspirantes e noviços de dezenas de Congregações que se dedicam à vida missionária aqui na África - participaram piedosamente desta já tradicional Via-Sacra. Após a 14ª estação houve uma pausa para confissões. Os sacerdotes se dispuseram em diversos locais do parque da Casa e por longo tempo se dispuseram solicitamente para o sacramento da reconciliação. Em seguida rezou-se a 15ª estação dentro da Capela e, com a bênção final, todos retornaram às suas Casas, fortalecidos pela oração. Por Arão O. Mazive. Fonte: Gaudium Press

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