Para o Pontífice, o domingo livre não é apenas para os crentes, mas para toda a sociedade
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco realiza mais uma visita
pastoral, desta vez, a Campobasso e Isérinia, duas dioceses do
Centro-Sul da Itália, 200 km ao sul de Roma. O helicóptero em que
viajava chegou neste sábado, 5 por volta de 8h30 (horário italiano) ao
heliporto da Universidade de Molise. Primeiro momento desta visita, foi
um encontro com o mundo do trabalho, na Aula Magna desta Universidade de
Campobasso.

Papa
participa de encontro com o mundo do trabalho e da indústria na Sala
Magna da Universidade de Estudos de Molise. FOTO: Reprodução/CTV
Em suas palavras, o Papa destacou,
primeiramente, o significado deste encontro numa Universidade. Para o
Pontífice, “exprime a importância da investigação e da formação, também
para dar resposta às complexas questões que a atual crise econômica
coloca, tanto no plano local, como a nível nacional e internacional”.
Segundo o Santo Padre, um bom percurso
formativo não oferece soluções fáceis, mas ajuda a ter um olhar mais
aberto e criativo para valorizar melhor os recursos do território.
Francisco também reafirmou a necessidade
de “proteger” a terra, um dos maiores desafios do tempo atual, para o
Papa. “Convertermo-nos a um desenvolvimento que saiba respeitar a
natureza criada”, pediu.
Comentando a intervenção de uma operária,
mãe de família, o Papa agradeceu o seu testemunho e o apelo por esta
lançado a favor do trabalho e da família.
“Trata-se de procurar conciliar os tempos
do trabalho com os tempos da família. É um ponto crítico, um ponto que
nos permite discernir, avaliar a qualidade humana do sistema econômico
em que nos encontramos”.
Neste contexto, Francisco também colocou a
questão do trabalho dominical, que, segundo ele, não diz respeito
apenas aos crentes, mas a todos, como escolha ética.
“A pergunta é: a que queremos dar
prioridade? O domingo livre do trabalho – exceto para os serviços
necessários – está a afirmar que a prioridade não é o elemento
econômico, mas o humano, o gratuito, as relações não comerciais, mas sim
familiares, amigáveis; para os crentes, também a relação com Deus e com
a comunidade. Chegou porventura o momento de nos perguntarmos se
trabalhar ao domingo é uma verdadeira liberdade”, considerou o
Pontífice.
O Papa concluiu propondo aos
trabalhadores e empresários presentes um “pacto do trabalho” para
responder ao “drama do desemprego e congregando as forças de modo
construtivo”. Uma estratégia com as autoridades nacionais, tirando
partido das normas nacionais e europeias.
Como habitual nas suas viagens, o Papa
Francisco almoçará com pobres, assistidos pela Cáritas, na ‘Casa dos
Anjos’, ainda na cidade de Campobasso.
À tarde, o Papa faz nova viagem de
helicóptero, rumo a Castelpetroso, cerca de 30 quilômetros a leste de
Campobasso, onde o Papa Francisco vai se encontrar com os jovens das
dioceses de Abruzzo e do Molise. O programa inclui, às 16h00, uma viagem
de carro até Isérnia, onde meia hora depois o Papa discursará para os
detidos da prisão local.
Os dois últimos encontros desta viagem
papal têm lugar na Catedral de Isérnia: um encontro com doentes e com as
autoridades locais, dando, assim, início ao Ano Jubilar Celestiniano,
no oitavo centenário do nascimento de São Celestino V, Pietro Angeleri
de Morrone (1209-1296), monge que fundou a Ordem dos Celestinos e passou
à história por renunciar voluntariamente ao papado após 5 meses de
pontificado.
Papa Francisco retorna ao Vaticano ainda na noite deste sábado, 5.
Retirado de Canção Nova.
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