La Civiltà Cattolica ano XXVIII, serie X, vol. I (fasc. 639, 20 genn. 1877), Florença 1877 pag. 257-272.
R.P. Raffaele Ballerini d.C.d.G.
I.
Entre
os discursos públicos que o Santo Padre Pio IX fez no final do ano
passado, o mundo cristão acolheu com os mais notáveis sinais de
aplausos, como singularmente oportuno, aquele que ele dirigiu ao sagrado
Colégio Cardinalício, agradecendo-lhes os respeitosos bons votos
recebidos na vigília de Natal. Neste, de fato, após o esplêndido
exemplos de virtudes que o Sagrado Colégio dá, durante as angústias da
perseguição, na qual, há muito tempo aflige a Igreja, chegou a pensar em
seus inimigos internos que contribuem para esta aflição e sobre eles
diz: «São poucos mas podem realmente chamar-se sediciosos, e juntamente
com os externos são todos seduzidos e animados pelo espírito de orgulho e
da soberba; e seja um como o outro, gritam e repetem em diversos tons: Non serviam».
[Ier.II 20 Não servirei. Ed] Acrescentou que estes inimigos internos
«agridem a Igreja com a voz e a caneta, imprimindo grandes ou pequenas
publicações , mas todas com intenção de diminuir a autoridade da Igreja.
Algumas vezes são publicações anônimas, e surgem da escuridão de algum
salão... Escrevem e falam por conta própria, não tendo a missão: Ex semetipsis loquuntur, como dizia o próprio Jesus Cristo aos fariseus. [Ver. Ioann. VII, 18. Mons. Antonio Martini comenta: «Vers. 18. Quem fala de sua própria iniciativa, ec.
Qualquer pessoa, sem ter sido mandada por Deus, se coloca a instruir
pessoas, não o faz certamente, se não para adquirir glória ou outras
vantagens humanas. Ao contrario, quem no seu ministério,esquecendo
completamente de si mesmo, não procura outra coisa que a glória de Deus,
este é certamente digno de fé, e é incapaz de trair os seus ouvintes.»
Ed.] E de consequência andam às cegas, nubes sine aqua, [DIU.
I, 12: "Nuvens sem água". Monsenhor Martini diz:: «Nuvens que prometem
aparentemente águas abundantes de doutrina, mas são estéreis e inférteis
e fáceis de ser transportadas pelo vento da sua leveza.» Ed] pregando
erros em grande quantidade. Falam, mas não podem dizer junto com o
Divino Mestre: Mea doctrina non est mea, sed eius qui misit me Patris». [Ioann. VII, 16: «A minha doutrina não é minha, mas Dele (o Pai) que me mandou» Ed.] Portanto, no seu nome e da Igreja lamenta a traição deste tipo de inimigo com a recordação das terríveis palavras: Filios enutrivi et exaltavi, ipsi autem spreverunt me [1].
[Is. I, 2.: «Eu nutri e exaltei meus filhos e estes me disprezaram.» O
discurso do Santo Padre ao Sagrado Colégio Cardinalicio e ao patriciado
romano de 24 dezembro 1876 foi publicado pelo Osservatore Romano n° 295 e pela Civiltà Cattolica serie X vol. I, Florença 1877 pag. 226-228. Ed.]
Este
discurso recentemente divulgado, deu aos católicos uma boa impressão; e
isso se manifestou nos seus diários, que deixaram transparecer uma
certa curiosidade de conhecer determinadamente as indeterminadas alusões
que este continha. Mas além disso, para quem vive fora de Roma, era
difícil, muitos entenderam que não tinham que levantar o véu, com o qual
o Santo Padre tinha discretamente coberto suas alusões: e isso muito
mais do que a realização de um desejo, não era um ponto necessário, para
compreender a importância e a oportunidade da palavra pontifícia. Que
já a muito tempo, aqueles que, com o olho diligente, seguem o que
acontece no campo católico, vinham observando e deplorando o astuto
funcionamento, execrado pelo Santo Padre, para trazer o maior número de
fiéis possível para a prática do Non serviam, que é a tentativa do campo inimigo. Pouco conta que os tentadores se chamem Fulano, Ciclano ou Beltrano,
que sejam homens ou que sejam mulheres, que mostrem uma intenção ou
outra, que vistam um hábito ou outro, escrevam livros grandes ou
pequenos: o problema é que a obra de sedução e sedição procedia, não sem
dano aos humildes e escândalo aos menos cautos. Não se tratava de
pessoas, mas de princípios; e pressionava muito que a maldade e a
estupidez dos seminadores da erva daninha fosse, por quem tem
autoridade, reveladas aos católicos. E isto fez o Papa, no discurso
mencionado acima.
Agora
cabe a cada um de nós tirar o fruto que compensa. Que consiste,
basicamente na verdadeira obediência ao Papa e à Igreja, que é a
antítese perfeita do Non serviam, que gritam os adversários. E
eles gritam com aparência de uma certa razoabilidade, assim, acreditamos
um bom investimento duas sinceras palavras, que desfaçam o
mal-entendido ou o engano.
II.
Estes sediciosos, como o Santo Padre os qualificou, são também ditos por ele inimigos, porque levantam a bandeira oposta a àquela da Igreja, mas internos;
mas internos, porque protestam de não querer declarar-se abertamente
nem como heréticos e nem como cismáticos, e muito menos sair do aprisco
de Jesus Cristo. Eles têm vários nomes, com o qual eles enfeitam o
título de católicos, e se trocam entre eles com uma caridade que
edifica. De si mesmos, então, fazem humildemente supor as coisas mais
magníficas: estes são arcas da ciência, intelectos superlativos, que
iluminam as mentes e também esclarecedores do mais alto grau. Doutrinas e
virtudes são de casa. Este é o sinal manifestado daquele espirito de
orgulho e soberba, do qual o Pontífice disse serem animados. Existem até
mesmo alguns que convencidos de possuir uma espécie de mandato de Deus,
para dirigir o Papa no governo da Igreja, e até mesmo para salvar o
Papado e a Igreja do naufrágio. A verdade é que eles, animados pelo
espirito de soberba, são desequilibrados, e talvez mais dignos de pena
que de reprovação.
Costumam chamar-se com o nome genérico de católicos liberais, que parece suficientemente apropriado, pelo que os caracteriza em um mesmo item, o qual é presente em todas suas variações de escolas e graduações comuns: isto é, a desobediência ao Papa.
Ignoramos que outros os tenham descrito melhor, do que aquilo que fez o
ilustre barão d’Ones Reggio, no seu discurso ao Congresso católico de
Florença. « Estes católicos liberais, são
aqueles os quais dizem que obedecem ao Sumo Pontífice, que doutor
infalível define doutrinas da fé e da moral, mas podem não obedecer em
todas outras matérias, nas quais ele decide. Por aquilo no qual obedecem são católicos, por aquilo no qual não obedecem são liberais. São um e são o outro, belamente junto e harmonizados, impecáveis pelos ditames de fé, impecáveis pelos ditames da razão. [2]».
Na
qual descrição se encontram reunidas as raízes, por assim dizer, de
todos sofismas e pretextos que estes alegam, para dar aparência de
honestidade à desobediência deles, o Non serviam que gritam ao Papa e à Igreja.
III.
Alguns
mais teologizantes dos que os outros, pretendem de pesar com a balança
do ourives os direitos do Papa, enquanto mestre da Igreja, de ser
obedecido pelos fiéis, e a consequente obrigação que estes têm em
professar-lhe obediência. E depois, o que deduzem? Que a obrigação
verdadeira e estreita desta obediência, por eles chamada necessitas fidei, abrange unicamente à definição ex cathedra, com todos e cada requisito indicados pelo cânone do Concilio Vaticano, mas não o resto, que é objeto da assim chamada por eles pietas fidei. Rigorosamente , portanto, não se pretende-se dos católicos nada além do que a necessitas fidei; embora seja elogiada também a pratica da pietas fidei. Estranha confusão de fórmulas e de conceitos, que parecem deliberadamente projetadas para confundir as cabeças da multidão!
Aqui precisa destinguir. Se por necessidade
de fé se entende aquela que é necessária para ser um católico, e não
cair formalmente em heresia, se concede que esta, como tal, não envolve
nada além do que as verdades dogmáticas, definidas como tais pelos
Concílios, ou pelo Papa ensinadas ex cathedra. Mas, se se entende aquela que é necessária para salvar a alma, ad salutem, se nega que não envolva também outras verdades, ainda que não sejam definidas dogmas de fé. Enquanto nos católicos a necessitas,
ou seja, a obrigação de obediência ao Papa e à Igreja, não se limita
somente àqueles casos nos quais a desobediência leva ao cisma e à
heresia, mas ainda aqueles nos quais leva ao pecado grave. O corpo da
doutrina católica tem muitas verdades, as quais aquele que se rebela não
pode dizer-se herege, mas não pode nem sequer justificar-se da culpa
mortal. E por isso, em cada curso mais elementar de teologia se explica a
diferença entre verdade puramente dogmática e as verdades não
propriamente tais, mas todavia de fé, ou pertencentes à fé.
Agora, que católico seria aquele, que teria a audácia de afirmar que a estas verdades seriam devidas, não a obediência de necessidade, mas àquela de piedade, quase
como se aderir com o intelecto, o crer e professa-las, fosse um ato
supérfluo de devoção e não dever de consciência? Os Romanos Pontífices
condenaram um grande número proposições teológicas e filosóficas, as
quais contradição não é certamente sempre dogma de fé ou de moral, e nem
condenando-as seguiram sempre todas as fórmulas, expressas no cânon
vaticano da infalibilidade pontifícia. No entanto, seria católico e
seria saudável quem afirmasse: Todas essas condenações são matérias não
da necessidade , mas da piedade da fé: portanto sera um bem se eu aceito como verdade, mas não será mal se eu rejeito como falsas?
Repetimos que opor a piedade à necessidade da fé, sem límpidas declarações, que estabelecem a natureza e os limites de uma e da outra, e sem incluir explicitamente na necessidade também
aquelas verdades, as quais, embora não sejam dogmas definidos, são
porém verdades pertencentes à fé, é um modo de nós criarmos emaranhados ,
perigosos para a alma dos católicos menos instruídos, e fácil de se
transformar em instrumentos de falácia e engano. De dupla serventia para o católico é a obediência necessária: uma
de preservá-lo da heresia, a outra do pecado. Quem nega o Papa e a
Igreja, primeiro além do pecado mortal de heresia, incorre, se o ato é
externo, ao anátema que o separa da Igreja: quem nega a segunda, embora
não incorra ao anátema, peca ainda este, mais ou menos diretamente
contra a fé e perde a graça de Deus. A pietas fidei poderá
envolver a perfeição ambas, mas certamente não tem relação com a
substância daquela obediência, a qual transgressão implica grave ofensa à
fé, e portanto, pecado mortal.
O mesmo se diga do uso ambíguo que se faz ao texto atribuido a S.Agostinho: In certis fides, in dubiis libertas, in omnibus caritas; que parece dizer que nas coisas certas são anexas somente as verdades dogmáticas, e nas duvidosas todas as outras. Isto seria um erro muito prejudicial e intolerável na Igreja de Cristo. Podemos chamar duvidosas, e de consequência livres,
somente aquelas doutrinas em torno as quais não consta com certeza o
sentido da Igreja. E sobre estas, de fato se propagam as frequentes
disputas dos teólogos católicos. [3]. [ Recomendamos ardentemente a leitura desta nota. Ed.]
IV.
Outros,
simulam um desejo escrupuloso de manter o dever de obediência ao Papa,
dentro dos termos mais precisos, nos quais pelo Concílio Vaticano foi
posto. Estes, de boca cheia ensinam, que o Pontífice, enquanto é mestre,
não tem o direito de ser obedecido pelos católicos, se não somente
acerca da doutrina de fé e dos costumes: e que para matérias políticas,
sendo ao seu magistério subtraídas, são portanto livres cada um e
independentes do Papa e da Igreja. In cauda venenum. O tóxico
do sofisma é na anfibologia da consequência. As matérias políticas são
subtraídas ao magistério do Papa? Adágio. Todas não, somente algumas.
Aquelas não ligadas com a fé e com a moral, é verdade: aquelas que com a
fé e com a moral têm um vínculo, uma relação, é falso. Portanto é falso
a afirmação, em modo geral, que aos católicos as matérias políticas são
livres, e que são por si independentes do juízo da Igreja e de seu
Chefe.
Não
seria o Papa mestre das doutrinas de competência específica relativas à
sociedade civil com a eclesiástica? Não seria ele, por seu ofício, o
juiz dos princípios morais, dos quais necessariamente tem de ser formada
a política? Por acaso não cabe a ele apontar os erros e reprovar a
iniquidade, que a política faz passar muitas vezes por ouro fino, por
verdade e justiça? E se os católicos querem ser e parecer católicos, por
acaso não teriam o dever de submeter-se, também neste caso, ao Papa e
de aceitar a sua sentença?
Este
artifício dialético, para subtrair teologicamente ao magistério do Papa
uma quantidade de matérias importantíssimas à saúde do cristianismo,
infelizmente é comum aos católicos liberais, que, por suas
ambições e interesses tem a tendência de separar o máximo possível (com
exceção, porém de certas conveniências) o Estado da Igreja, ou a moral
da política. E que este seja o vício capital do sistema deles, o S.
Padre Pio IX, muitas vezes deixou a entender e reclamou, e ultimamente
ainda no seu Breve de 18 setembro 1876 ao Bispo das Trois-Rivières no
Canadá, onde em termos expressos podemos ler: «Devemos louvar o zelo,
com o qual vós tem se esforçado de preservar o povo contra as astutas
ciladas do liberalismo que se diz católico, tão perigoso, enquanto, com
aparência de piedade , induzem ao erro muitos homens honestos, e
enquanto afastando-os da sã doutrina, especialmente nas questões, que a
primeira vista, parecem interessar o poder civil e não o eclesiástico,
estes enfraquecem a fé, quebram a unidade, dividem as forças católicas, e
fornecem uma ajuda eficaz aos inimigos da Igreja, os quais ensinam os
mesmos erros, embora com maior amplitude e imprudência, e conduzem
inexoravelmente os espíritos a ter em comum com eles desenhos perversos.
[4]».
Estas
palavras de autoridade do Papa vem a demonstrar a futilidade de um
outro artifício mais cruel, que os adversários fazem uso: é desacreditar
o dever de obediência dos católicos ao Papa, injuriando os apoiadores,
como se estes exagerassem, falsificassem as condições e portanto
pervertem a sã doutrina da Igreja.
Sim:
nós escritores de revistas católicas mais devotos ao Papa e aos Bispos e
mais estudiosos de defender, sob sua supervisão, segundo as nossas
forças, a integridade da fé, corrompemos o dogma da
infalibilidade pontifícia, porque afirmamos e afirmaremos, que ao
Vigário de Cristo é devida a obediência, não somente quando define
dogmas, mas sim quando em outras maneiras expõe a doutrina católica, e
porque afirmamos e afirmaremos que objeto
do seu supremo e infalível magistério são também todas matérias
políticas, as quais são relacionadas com a fé e com os costumes. Por
isso somos acusados de querer dominar a regra da fé, com intenção de
ofuscar, de estragar, de torturar. Mas aquilo que afirmamos é invenção
nossa ou por acaso não é ensinamento de todos teólogos, e antes e
depois a definição do Concilio Vaticano? E se é assim, quem pode nos
reprovar? E a acusação de corromper a fé, que nos foi dada, não
resulta em uma calúnia, desonrosa a quem a faz e não a quem recebe? Mas
vamos além, não podemos nos perder combatendo contra o nevoeiro, nubes sine aqua, como o próprio Santo Padre descreveu ser os cérebros orgulhosos dessas pessoas.
V.
Estes,
que tanto afiam as mentes para mitigar a exigência de submissão ao
Papa, naquilo em torno ao qual possui autoridade de magistério
infalível, não é de admirar que manipulem , para mitigar naquilo, em
torno o qual ele não pussui igualmente infalibilidade e autoridade. — “O
Papa é falível, fora do seu magistério: portanto, nas matérias que não
pertencem a este seu magistério, podemos não obedecer e permanecer
católicos sinceros”. Este é o grito de guerra deles, contra quem tenta
convencê-los a aceitar humildemente as prescrições do Papa.
Desculpa
mais insensata do que esta não podiam alegar. Jesus Cristo não
constituiu o romano pontífice seu Vigário somente para que ensine, mas também para que guie a sua Igreja: e a preeminência
de Pedro não consiste só no poder supremo que ele tem de ensinar, no
que é prioridade do magistério, mas também de governar, no que é a
prioridade da jurisdição [5]. E este é o dogma essencial de fé católica , e quem não professa cai portanto em heresia juntamente com o cisma.
Duplo, portanto é o oficio divinamente conferido ao papa por Cristo, no
ministério comissionado por ele de apascentar o seu rebanho, quer dizer
ofício de mestre e oficio de governante, é claro que todos fiéis são
ainda vinculados à dupla obrigação de submeter-se a ele, seja no que se
refere a um oficio como no que diz respeito ao outro.
É
verdade: o carisma ou dom da infalibilidade não foi concedido por Deus
ao Papa, exceto no exercício do oficio de mestre da Igreja: e então? Então,
porque o Papa não tem esse dom em seu governo eclesiástico, e pode em
determinadas coisas, de fato, não relacionadas porém com a geral
disciplina da Igreja e não relacionadas com a fé e com os costumes,
errar, é admissível desobedecê-lo? Mas se a razão da obediência
nas ordens sagradas, civis e domésticas fosse, não mais a posse
legítima, e sim o exercício infalível da autoridade, o que seria da
ordem humana no mundo? Os pais não são infalíveis, então, os filhinhos
poderiam legalmente desprezar os comandos. Os governantes políticos não
são infalíveis, portanto os cidadãos e os súditos poderiam legalmente
violar as leis. Os sacerdotes e os Bispos não são infalíveis, portanto
os cristãos, ao regimento espiritual à eles sujeito, poderiam
legitimamente não levar em conta alguma as ordens dadas por eles. A
rebelião e a anarquia seriam perpetuadas e justificadas em todos os
sentidos.
O absurdo dos corolários
mostra as suposições dos quais derivam. O dever de sujeição aos poderes
por Deus estabelecidos não tem raiz nas prerrogativas mais ou menos
distintas dos quais estes podem ser dotados, mas na sua natureza
intrínseca de emanação da autoridade de Deus, de seus representantes,
dos delegados por Ele a recolher dos súditos aquele tributo de
obediência, que Ele tem o direito absoluto de exigir, ou imediatamente
por Ele ou por meio de outros: e até que
estes poderes não se distorçam, pervertendo a ordem desejada por Deus e
prescrevendo outras por Deus proibidas, estes tem o direito àquela
obediência que os súditos devem à Deus, do qual fazem vez. Esta é
a teoria racional e cristã de poder, promulgada nas Escrituras divinas e
mantidas constantemente intactas pela Igreja. «Cada homem deve
sujeitar-se a seu superior, porque todo poder vem de Deus, e quem
resiste a Deus se autocondena. Aqueles que são revestidos de poder são
ministros de Deus, e a estes ministros devemos obedecer, não somente
para evitar a sua ira, mas também por consciência. [6]».
Além do mais, o Apóstolo, em nome de Deus, intimava os fiéis, que em
todo poder reconhecessem Jesus Cristo, e seus servos ao seu patrão,
ainda que gentis, obedecessem como a Cristo. [7].
Ali foi originada no cristianismo aquela nobre obediência, que não é
dobrar a vontade do homem a outro homem, somente porque é este ou aquele
homem, mas unicamente porque representa Jesus Cristo, e movidos não
pelo temor servil, mas pela consciência e pelo amor, e se levanta até o
trono de Cristo-Deus, o homem, que por Ele a outro homem se sujeita.
Esta é a obediência que podemos chamar e é a prática do amor à Jesus,
amor em ato, o precioso laço que une a terra ao céu, um vinculo de
união, nó abençoado de paz entre os homens, nos Estados, nas
comunidades, nas familias: Haec est illa obedientia, quae concordiam
conservat in angelis, tranquillitatem generat in civibus, sine qua
Respublica stare non potest, sine qua familia aliqua regi non potest [8].
[«Haec est illa obedientia quae concordiam conservat in Angelis, pacem
nutrit in monachis, tranquillitatem generat in civibus. Haec est illa
obedientia, sine qua respublica stare non potest, sine qua familia
aliqua regi non potest. — Tal é a obediência que mantem a concórdia
entre os anjos, que nutre a paz entre os monges e produz a tranquilidade
entre os concidadãos, obediência sem a qual, um Estado não pode
sustentar-se e sem a qual nenhuma família pode ser governada.» Ad fratres in eremo Sermo VII, S. August. Opera omnia (Migne) t. VI col. 1248-1249, Paris1861. Ed.]
Posto
isso, que valor tem, moralmente e teologicamente, a bela razão dos
adversários, os quais pensam de legitimar a sua desobediência ao Papa
nas coisas viáveis, porque nestas o Papa não goza de infalibilidade
assegurada por Deus nos ensinamentos? O bom senso natural é suficiente
para julgar. É ilícito, segundo são Paulo, a desobediência de um servo
cristão a um patrão gentil, será lícito aquela de um fiel católico ao
Vigário de Cristo? Se nada valesse, a razão dos católicos liberais faria
tremer os alicerces de cada ordem humana e cristã.
«Pode
errar, observou com sabedoria o Barão d'Ondes, no discurso acima
mencionado, pode errar o Sumo Pontífice, mas passa esta lacuna essencial
entre o Sumo Pontífice e os outros: que ele pode cometer erros no
governo da Igreja, mas nunca erros que ofendam a fé e a moral, porque no
ensinamento da fé e da moral é infalível, mas os outros podem cometer
erros, e não raramente acostumados contra ambas aquelas: onde os
erros do Sumo Pontífice não causam dano algum ao que mais importa para a
saúde das almas, e também para o bem substancial da vida terrena, e
podem atingir somente objetivos secundários. Esta sim é verdadeira, grande e inevitável garantia, que o governo do Sumo Pontífice dá ao universo e ao mundo! [9]»
Mas
não há necessidade de discutir ainda mais e espalhar sofismas, que
chama atenção dos menos especialistas na matéria. Tanto é que a solução
para isso não se procura na lógica, mas na moral, proveniente do defeito
e não do bom discurso, mas da boa vontade. E por isso o Sumo Pontífice
demonstrou muito bem a origem, dizendo destes sediciosos «movidos e animados pelo espirito do orgulho e da soberba.» A desobediencia é filha primogenita da vanglória [10].Os católicos que se arrogam o direito de desobedecer o Papa, para poder serem liberais, não cederão nunca à dialética, se antes não cedem à humildade.
VI.
Por graça de Deus, estes inimigos internos
(e nos advertiu o Santo padre) são poucos. Muitos já passaram
notoriamente para o campo dos inimigos externos, e outros que parecem
vacilar na borda da fossa, estão ali em torno mais por falta de
imaginação que por maldade de coração.Na Itália, em particular, aqueles
que não se envergonham do título de católicos, estão na maioria com o
Papa, afeiçoadíssimos ao Papa e muito bem dispostos a obedecer em tudo o Papa. Esta é a verdade.
No
mais, convém à eles estar em guarda de si mesmo e das armadilhas sutis,
as quais o seus retos e bom ânimo são quotidianamente expostos. Vivemos
no século satânico por excelência, uma vez que se caracteriza por ser o século da revolução universal, e é o único século, no qual foi louvado Satanás, porque rebelde
a Deus. A desobediência, que é revolução, toma todas as formas
possíveis, para que não vejamos transformada em dogma político, mas
vejamos erguida à ídolo, no qual desejam forçar-nos todos a oferecer
sacrifício. O católico do nosso tempo, precisa de fé viva e forte, para
manter-se como se deve diante de Deus, diante da Igreja, diante do
mundo. A fé tem de formar nele o critério prático e levantar o peito,
contra o turbilhão de erros e os terrores que o cercam. O nosso século,
esta acima dos outros séculos, é anti-cristão, porque acima de tudo, a
autoridade é inimiga. Observe como são reduzidas as autoridades civis, o
poder dos Estados nos nossos dias! É considerada como jurídica e
inviolável a liberdade de fazer oposição a todos poderes, e de julgá-los
independentemente . Acima de cada autoridade, pretende-se que esteja a assim chamada opinião pública,
a qual, quando é alguma coisa, não é nada mais do que o julgamento
coletivo de muitos cidadãos, cada qual responsável por um, embora tenha
peso. Esta é a autoridade soberana do nosso tempo. E onde nasce o
desprezo de todas autoridades, se não sempre de si mesma, certamente em
quem foi investido e exercita publicamente os oficios. Infelizmente o
desânimo no qual esta caiu, faz com que algumas vezes, em alguns países,
na roda do leme do Estado estejam pessoas que deveriam estar remando
nos banheiros, com o selo de condenado colados na testa. Mas, em suma o
fato é este: o maior dos infortúnios de hoje é que, no conceito comum,
autoridade social já não goza mais nem do caráter , nem da força, nem da
reverência que desta não deveria nunca se separar.
Hoje,
o perigo dos católicos, mesmo os melhores, é este: que sem perceber, se
deixem levar pela corrente: e , ou se transformam em juízes da
autoridade do Papa e da Igreja, como todos fazem com as outras
autoridades, ou não se atrevem, por respeito humano, de demonstrar o seu
respeito. Por isso cremos que seja muito necessária a fé, e estimamos
que aos católicos nunca é demais repetir: sejais homens de fé! State in fide [11].
A
fé os lembrará constantemente , que a autoridade do Papa no mundo é de
um tipo diferente de todas as outras, porque sobrenaturalmente divina na
origem, no seu constitutivo, em seu exercício e no seu destino final.
Em suma, a fé tem de mostrar a eles, no Papa o doce Cristo na terra,
que santa Catarina de Siena não cansava de servir, de escutar, de
venerar. Do mesmo modo em que nenhum católico ousaria julgar Jesus
Cristo, se fosse visível no Vaticano, visivilmente dali governasse a
Igreja, como de lá governa seu Vigário, assim ninguém ouse julgar o seu
Vigário. Aquele que temerariamente o julga, o culpa ou o censura, fere
nele a eterna majestade que ele representa. E aqui está a flor daquela
fé, que nunca é demais recomendar: ver no Vaticano Jesus Cristo, e na
honorável pessoa de seu representante, aquela adorável do seu
representado. E lembre-se que Jesus Cristo não é um Rei constitucional,
que separa a sua responsabilidade daquela do seu Ministro, e
portanto, o Papa, em relação à Jesus Cristo não é um daqueles ministros
constitucionais, que podem ser jogados na lama e lapidados pelos fiéis
súditos, sem que o Rei cidadão se ofenda. Não, Jesus Cristo e seu
Vigário, em ordem de instrução e regimento da Igreja, formam um inteiro,
tanto que estritamente falando é verdade, que Jesus Cristo instrui e
rege Sua Igreja através do Papa, já que este moralmente vive no seu
Vigário, e através deste transfunde em todo o corpo social da Igreja a
vida. Então, ai daquele que toca no Papa! Ai daquele que não tem temor,
respeito, e obediência!! Cada dardo lançado contra o Papa, atinge
diretamente Jesus Cristo.
É
questão máxima importância da fé, que deveria valer normalmente para
todos os católicos, para regular bem as relações internas no coração e
as relações externas das obras e da língua com o Papa. Feita a premissa,
esta norma é muito fecunda de práticas e consequências, as quais cada
um por si mesmo pode perceber.
Mas
a principal de todas é a docilidade, e de uma docilidade filial e
disposta, também naquilo que não é estritamente obrigatório, ou com
discernimento das grandes mentes, parece menos produtivo aos interesses
da Igreja e do papado. A fé nos diz que, com Deus, o mérito de
obediência é tanto maior, quanto é menor, em quem exercita os atos, o
dever de exercita-los todos. A mesma fé em seguida nos adverte, que a
graça de conhecer e avantajar os interesses da Igreja, Deus não dá às
grandes mentes, mas ao Seu Vigário na terra: e que somente ele tem
iluminação para o efeito, porque somente ele recebeu Dele o ofício de
apascentar e governar Seu rebanho. De grandes mentes, quando humildes e
obedientes, o Senhor está acostumado a confiar o serviço não ordinário
da Igreja, mas quando são rebeldes e orgulhosos, Ele faz o que fez com
Lúcifer, o intelecto mais sublime que saiu da onipotência da Sua
criação. O governo da Igreja de Jesus Cristo não é comissionado aos
grandes gênios, mas ao Papa, e mais luz tem o Papa, para enxergar quem
se adequa ou não se adequa à Igreja e à Santa Sé que todas as grandes
mentes do mundo reunidas em uma só. O que os católicos tem que ter bem
presente no ânimo, com mais frequência, é que no fim, estes grandes
gênios, os quais pretendem dirigir o Papa, são, como bem os definiu o
Santo Padre em outro discurso mais recente, « cabeças exaltadas, que se
deixam guiar pela imaginação e por orgulho e não por reflexão [12].» E isto é precisamente o que faz rationabile obsequium nostrum [nossa obediência racional. Cfr. Rom. XII, 1. N.d.R.]
ao Pontífice, também em matéria de política eclesiástica , as quais não
são claras à prudencia humana: a certeza que o Pontífice tem de Jesus
Cristo a graça de estado, para ver claro aonde a humana
prudência enxerga escuro, e para obter o bem da Igreja com meios, que
não raramente parecem ser o melhor modo para fazer politica.
Nem
tenham medo os católicos de cair no excesso de obediência ao Papa, que
alguns fariseus do catolicismo liberal, com simulação estudada, fingem
ter, pois faz mal «às almas»: e por isso contra os jornalistas,
promotores fervorosos desta obediência, lançam as flechas mais
envenenadas dos seus aljavas jansenistas. Nessa matéria, o excesso, não só não é temível mas nem mesmo possível. Um
excesso de obediência cristã e verdadeira, como aquela que nós falamos,
se reduziria a um excesso de amor por Jesus Cristo, isso é, a um
excesso daquela virtude que, única entre todas, não é capaz de excessos.
O pharisaei hypocritae, [O fariseu hipocrita N.d.R.] Você ainda pode participar de uma culpa assim tao bela!
VII.
É
um bem desejar que os católicos da Itália se aperfeiçoem mais ainda
nessa fé e obediência ao Papa, que tem de ser o centro comum da união de
ação religiosa junto à politica, para a salvação da pátria. Já vemos
com prazer o quanto prevaleça entre eles, e especialmente entre os mais
influentes e laboriosos, o conceito que na Santa Sé se identifica com a
causa não menos sagrada que civil da Itália. E consideramos digníssimo
de louvor os valorosos escritos do Osservatore cattolico de
Milão, os quais, com zelo igual ao saber, os defendem e ilustram. As
condições dos católicos na Itália diferem daquela dos católicos na
França, na Espanha e na Bélgica e de outros países, no fato de que
muitos de seus atos políticos, como tal, são a estes livres, porque não
contrariam direitos e razões de ordem religiosa, quando aos católicos da
Itália muitos destes atos não são livres, porque são opostos à
prescrições jurídicas da Igreja ou a proibições pontifícias, que antes
de tudo e acima de tudo devem observar. Este é o efeito particular no
qual se encontra a Península, por ter no seu ventre a Sede de são Pedro,
agora despojada pela Revolução que domina Roma e detém o Papa apertado
neste cerco hostil, sub hostili potestate constitutum. Motivo
pelo qual ao querer concordar a consciência e os deveres católicos com
aqueles de cidadãos, é necessário que os italianos tomem, nas suas
operações religiosas e civis, endereço pelo Papa.
Pode
parecer dura esta necessidade aos espíritos ambiciosos, porque
gostariam de usar a fé para superar a sua soberba mundana; dura aos
sonhadores de transformações opostas aos conselhos de Deus, dura aos
interessados aos frutos de um capital que, sendo, como aquele
conquistado por Judas, pretium sanguinis, [a preço de sangue. Matth.
XXVII, 6 Ed.] como aquele é maldito também pelo céu: mas ao invés, é
estimado pelos outros, que na tiara de Pedro vêem o simbolo histórico e
providencial da paz e da grandeza da Itália. Porém o nó que liga a
Itália ao Papado não é feito pelos homens, mas é formado evidentemente
por Deus. E até mesmo sobre este laço tem de cumprir-se , que Quod Deus coniunxit homo non separet [13]. [O homem não divida aquilo que Deus uniu.Ed.]
A nacionalidade não pode, portanto ser nunca uma razão de separar um do
outro: e já que, por tal pretexto, uma separação moral ou material
ocorra entre eles, será causa de males e danos gravíssimos até que
persevere. E a experiência atual o demonstra. O que ganhou a Italia com a
rebelião de quase 20 anos dos seus governantes com a Santa Sé? Fome,
servidão e delitos. Dos tempos dos barbaros até hoje, nos anais da
historia não constam uma miséria maior do que esta, que corroe e consome
a Itália que quiseram arrancá-la das mãos do Papa.
Os
católicos italianos, portanto, no qual queima no peito o amor não
somente pela religião, mas também pela pátria, devem alegrar-se que Deus
tão providencialmente uniu o destino político da Península com aquele
do papado, que aos direitos de um não se pode insultar sem prejudicar o
outro. Este é o único privilégio do nosso país: mas assim feito, nos
pede, em troca, o tributo de respeito particular à Santa Sé. Se para
obedecer ou referir a esta, não soframos se somos forçados a renunciar ,
na guerra politica, a uma estratégia que poderia parecer eficaz, mas
não é conforme os direitos ou querer seus. Isso prova que Deus tem
desenhos ocultos e dispõe a vitoria por outros caminhos.
Além
disso, dizemos todos os dias, que sem uma intervenção especial de Deus,
a vitória da justiça pacificadora da Itália, foge à todas previsões
humanas. Mas qual titulo mais válido, para obter esta intervenção, qual o
argumento mais sólido, para esperar de obtê-lo, que sacrificar
temporariamente a Deus nosso zelo, a nossa coragem e parte das nossas
armas, para obedecer melhor ao seu Vigário na terra?
NOTAS:
[1] V. l'Osservatore Romano de 27 decembre 1876.
[2] Discursos e propostas do barao Vito D'Ondes Reggio no segundo Congresso catolico italiano,em Florença, em setembro de 1875. Florença 1875, pags. 5-6.
[3]
De modo muito belo e erudito, em seu habitual, monsenhor Francesco
Nardi escreveu sobre este assunto, em uma carta para o diretor da Univers
de Paris: « O famoso texto atribuido a Santo Agostinho, e é como a
palavra de ordem dos católicos liberais, nao se encontra nas obras
genuinas do santo Padre.
«Além
do que, aquele texto, que acredito ser de um polemista alemão no tempo
da falsa Reforma, não expressa uma ideia justa e cuidada. Tomando no
sentido que se apresenta mais óbvio, significaria que, com exceçao dos
dogmas: in certis fides, o resto é livre: in dubiis libertas. Digo com exceção dos dogmas, porque somente os dogmas são objetos de fé (manifestamente claro que o escritor quis dizer por fé aquela teologicamente dita fé catolica). Agora, talvez , fora dos dogmas o resto é livre? Nao, nao nenhum pouco.
«
Há muitas verdades que são ensinadas pela boa doutrina tradicional da
Igreja, e que sem os dogmas, e quem mesmo não sendo dogmas, devem ser
aceitadas e devemos crer, e não somos livres de rejeitar. Negando-as,
não somos hereges, mas mestres imprudentes e maus. Eu não admito a
prática deste principio: in dubiis libertas. In dubiis, eu diria examen e iudicium, e se quiseres adicionar também um pouco de humilitas, non seria mal.
«Quanto à caritas,
voces sabem alguma coisa, e eu também não desconheço. Em geral, as
pessoas mais gananciosos desta mercadoria costumam ser aqueles que
gostariam de ter o monopólio». V. Univers 7 janeiro de 1877 e La Voce della Verità de Roma 11 de janeiro de 1877.
[4] Ver este volume. pags. 116-17.
[5] Pontificem
Romanum verum Christi Vicarium, totiusque Ecclesiae caput, et omnium
christianorum patrem ac doctorem existere; et ipsi in beato Petro
pascendi, regendi et gubernandi universalem Ecclesiam a D. N. Iesu
Christo plenam potestatem traditam esse. Assim definiu o Concilio
ecumenico de Florença, depois que outros Concilios anteriormente tinham
definido o mesmo dogma. As quais definiçoes , todas reconfirmaram o
Concilio Vaticano, ao definir que declarou também o dogma da
infalibilidade inerente ao magisterio pontificio. [«Item diffinimus,
sanctam Apostolicam Sedem, et Romanum Pontificem, in universum orbem
tenere primatum, et ipsum Pontificem Romanum successorem esse beati
Petri principis Apostolorum et verum Christi vicarium, totiusque
Ecclesiae caput et omnium Christianorum patrem ac doctorem exsistere; et
ipsi in beato Petro pascendi, regendi ac gubernandi universalem
Ecclesiam a Domino nostro Jesu Christo plenam potestatem traditam esse;
quemadmodum etiam in gestis oecumenicorum Conciliorum et in sacris
canonibus continetur. — Definitmos também que a santa Se Apostólica e o
Romano Pontifice detém o promado sobre toda a terra, que o mesmo Romano
Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro príncipe dos Apóstolos e
verdadeiro vigário de Cristo, cabeça de toda a Igreja e pai e mestre de
todos os Cristãos; e que ele, no bem aventurado pedro, foi dado pelo
nosso Senhor Jesus cristo plenos poderes de apascentar, reger e governar
a Igreja universal, como também è dito nos Concílios ecumênicos e nos
sagrados cânons.» Concilio de Florença, Sess VI (6 julho 1439). DB 694.
Ed.]
[6] Omnis
anima potestatibus sublimioribus subdita sit, non est enim potestas
nisi a Deo.... Qui resistit potestati, Dei ordinationi resistit. Qui
autem resistunt, ipsi sibi damnationem acquirunt... Dei enim minister
est... ideo subditi estote, non solum propter iram, sed etiam propter
conscientiam. Rom. XIII, 1-5.
[7] Servi,
obedite dominis carnalibus... in simplicitate cordis vestri, sicut
Christo. Non ad oculum servientes... sed ut servi Christi, facientes
voluntatem Dei ex animo, cum bona voluntate servientes, sicut Domino et
non hominibus. Ephes. VI, 5-7.
[8] S. Augustin. Prosec. [Ad fratres in eremo Sermo VII, S. August. Opera omnia (Migne) t. VI col. 1248-1249 Paris 1861 N.d.R.]
[9] Disc. cit. pags. 9-10.
[10] Inobedientia prima filia est inanis gloriae. S. Antoninus, Par. II, tit. 4, cap. 2.
[11] I Cor. XVI, 13.
[12] Ver, no Osservatore Romano de 9 janeiro de 1877, o discurso da Sua Santidade aos peregrinos italianos, no dia da Epifania deste ano.
[13] Matth. XIX, 6.
Nenhum comentário:
Postar um comentário