domingo, 18 de setembro de 2011

Santos do Dia

18 de setembro

São José Copertino



No dia 17 de junho de 1603, nasceu, no reino de Nápoles, na aldeia de Copertino, um menino de nome José. Era o filho mais novo da família Desa, cujo pai, um pobre carpinteiro, mal conseguia sustentar a família. Ele veio ao mundo num pequeno estábulo, onde permaneceu nos primeiros meses de vida, porque o pai, endividado, teve de vender o pouco que possuíam.

Já naquela época os desníveis sociais geravam miséria, insegurança e sofrimento, impedindo que filhos de famílias pobres estudassem e desenvolvessem sua cultura e inteligência. Mas, apesar de iletrado, o menino foi criado no rigor dos ensinamentos de Cristo, pois sua família era muito religiosa. Assim foi a infância de José. Os únicos talentos por ele manifestados foram de ordem espiritual: o da oração e o da caridade para com os mais necessitados, que sofriam as agruras da miséria, como ele.

Quando completou dezessete anos, estava determinado a tornar-se frade. Mas até os capuchinhos que o haviam aceitado como irmão leigo fizeram-no devolver o hábito, por causa da sua grande confusão mental. Isso causou a José um sofrimento muito grande. Mas não desistiu. Finalmente, foi aceito no Convento de Grotella, pelos Frades Menores, que o acolheram e lhe deram uma tarefa simples: cuidar de uma mula.

Mesmo renegado, estava determinado a ser sacerdote. Foi então que as graças divinas começaram a intervir na sua vida. Apesar da dificuldade que tinha em estudar, milagrosamente saía-se muito bem nas provas para tornar-se sacerdote. Desde então, começaram a aparecer sinais de predileção divina e fenômenos que atestavam sua santidade interior, presenciados pela comunidade de fiéis e irmãos da Ordem. Eram manifestações extraordinárias, como, por exemplo, curas totalmente milagrosas de doentes de todos os tipos de enfermidades. Ainda: em êxtases de oração, caminhava pela igreja sem colocar os pés no chão e, sem tomar nenhum cuidado com o corpo, exalava um fino e delicado odor. Por tudo isso, já era venerado em vida como santo.

Outro fato relevante na vida de José de Copertino é que, apesar de quase não ter nenhum estudo teológico, tinha o dom da ciência e era consultado por teólogos a respeito de questões delicadas. Espantosamente, tinha sempre respostas sábias e claras. Com isso, José conquistou a glória máxima e, mesmo sendo considerado o frade mais ignorante de toda a Ordem franciscana, sua fama de bom cristão, seu comportamento peculiar e seus milagres chegoaram a Roma. O papa Urbano VIII convocou-o e recebeu-o com as honras de que era merecedor. Talvez esse tenha sido um dos dias mais felizes na vida de José de Copertino.

Em 1628, foi ordenado sacerdote. José de Copertino mergulhou tão profundamente nas coisas de Deus que acabou se tornando um conselheiro de padres, bispos, cardeais, chefes de Estado e religiosos em geral. Todos o procuravam. E ele os atendia com paciência, humildade e sabedoria, indicando-lhes a luz de que necessitavam.
José de Copertino morreu aos sessenta anos de idade, no dia 18 de setembro de 1663, no Convento de Osímo, Itália. O local, que se tornara um ponto de peregrinação com ele ainda vivo, tornou-se, imediatamente, um santuário a ele dedicado. Festejado liturgicamente no dia de sua morte, este singular frade franciscano é considerado pelos estudiosos como "o santo mais simpático da hagiografia católica".

Os freqüentes êxtases espirituais, que lhe permitiam "voar" literalmente pela igreja, fizeram de são José de Copertino o padroeiro dos aviadores e pára-quedistas. Também, devido à sua determinação diante das numerosas dificuldades encontradas nos estudos e exames de seleção, é considerado o santo padroeiro dos estudantes que se encontram nessa condição, anualmente.

Fonte: Paulinas

Beato João Masías

Este bem-aventurado servo de Deus, irmão da Ordem Dominicana, nasceu na vila extrema de Ribera, na Espanha, em Fevereiro de 1585. Os pais faleceram, deixando-o órfão e sem qualquer amparo, quando apenas contava quatro anos; mas já lhe tinham ensinado as principais orações. Apesar da sua tenra idade, entrou em combinação com um lavrador para lhe guardar uma vara de porcos. Um dia, estando entregue a esta humilde ocupação, apareceu-lhe o evangelista S. João, que desde esse momento o ficou a proteger. Nessa altura, o perturbado menino teve o primeiro êxtase e, transportado fora de si, mereceu contemplar a cidade celestial. O amparo de S. João acompanhou-o durante a vida inteira, apartando-o de todo o mal e resguardando-lhe a pureza de qualquer ato que a pusesse em risco. Deste modo, o Beato, ao morrer, pôde gloriar-se de morrer virgem como outro S. Domingos.

Passados anos, deixou de guardar porcos, encontrando o sustento com o trabalho manual. Procurava sempre a solenidade, como o ambiente mais a propósito para o sossego do Espírito.

Depois foi para Sevilha e empregou-se em casa dum negociante, em companhia do qual se transladou para o Novo Mundo. Por não saber ler, o patrão despediu-o em Cartagena das Índias; daí empreendeu Masías viagem por terra até ao Peru.

Aos 37 anos, em Janeiro de 1622, encontrando-se em Lima, recebeu o hábito dominicano, vindo a professar como leigo um ano depois. Ofereceu à comunidade o seu esforço corporal; por ele e pela submissa obediência, chegou ao cume da perfeição. Entregaram-lhe o serviço da portaria do Convento das Recoletas, de Santa Maria Madalena, que a Ordem Dominicana tinha em Lima.

Sem prejuízo das atenções próprias de tal cargo, dedicava à oração cada dia seis ou sete horas; e noite em que, não tivesse consagrado a tão recomendável exercício pelo menos três ou quatro horas, parecia-lhe desperdiçada. Segundo confessou, quando isto lhe sucedia, na manhã seguinte sentia insuportável vergonha ao apresentar-se diante de Deus. Para maior sacrifício, cumpria estas devoções todo o tempo de joelhos. Como resultado deste esforço, e encontrando-se debilitado e fraco devido ao seu rigoroso ascetismo, sobreveio-lhe uma chaga rebelde num joelho. Depois de os médicos terem esgotado nele todos os esforços científicos, uma noite apareceu-lhe o seu protetor S. João Evangelista, deixando-o milagrosamente limpo da chaga.

Distribuía o tempo sem deixar um instante desocupado. Desde o amanhecer afadigava-se atendendo aos pobres envergonhados, preparando-lhes de comer e servindo com grande humildade os que vinham pedir socorro à portaria. O descanso limitava-o apenas a inclinar-se de bruços, com a face apoiada nos braços, ajoelhado diante duma imagem da Rainha dos Céus, sob a invocação de Belém, colocada à cabeceira da cama. Incansável em mortificar-se, cingia permanentemente o corpo com ásperos cilícios, escondidos debaixo do hábito. ,

Homem de admirável e exemplar observância da vocação a que fora chamado, merecedor de memória e celebridade a muitos títulos, nunca se pôde notar nele qualquer coisa que desdissesse do seu estado; perfeitíssimo em todas as virtudes, amável e contemplativo, fez vida de extremada austeridade. A juízo do seu confessor, não incorreu em toda a vida em pecado mortal, nem em venial de malícia.

Foi de mediana estatura, com o rosto branco e feições delicadas, a barba espessa e negra. O retrato que dele se conhece mostra-nos semblante ascético, macerado pela penitência. Notabilizou-se pela integridade de ânimo e paciência em combates encarniçados com o espírito infernal. E ninguém lhe levou vantagem no exercício da caridade. Com freqüência, quando escasseavam as provisões para os necessitados que a ele acudiam, jejuava para ceder-lhes parte do seu próprio almoço. Por outro lado, é fama que a divina Providência multiplicava milagrosamente a comida que servia.

Segundo os autores que escreveram sobre a vida, virtudes e prodígios do Beato Masías, e atendo-nos à autobiografia que ditou na véspera da morte, Nossa Senhora de Belém, a que professava singular devoção, apresentou-se-lhe várias vezes para revelar o futuro e confortá-lo nas suas penitências. Outras testemunhas depuseram no processo de beatificação o seguinte: que, ao mesmo tempo que atendia às suas obrigações no refeitório, cozinha ou portaria, sentia raptos extáticos e era visto, em sublime arroubamento, elevar-se do solo, aureolado por vivíssimo resplendor.

Em 1645 adoeceu gravemente, e em tal altura a sua cela foi visitada, uma vez mais, por todos os que em Lima eram mais importantes; sobressaiu o vice-rei, marquês de Mancera. O Santo morreu a 17 de Setembro desse ano, com 60 anos de idade.

Vieram ao enterro do humilde leigo, o referido vice-rei, o arcebispo, todas as comunidades e corporações religiosas e civis de Lima e uma multidão que já o aclamava como digno de ser elevado aos altares. As suas relíquias, assim como os retratos, eram objeto de grandes disputas, pois era sabido que operavam prodígios. Um ano depois do falecimento, foi transladado o cadáver a outra sepultura dentro do mesmo convento em que o Beato se tinha santificado. Encontrou-se então o corpo incorrupto e a exalar singular fragrância.

São inumeráveis os prodígios que se lêem nas suas biografias. Curas sobrenaturais, aparições extraordinárias... Referiremos um sucesso notável acontecido depois da sua morte e que, segundo a tradição constante em Lima, merece total crédito.

Numa localidade perto da capital do Peru, o Beato, antes de se fazer dominicano, tinha à sua conta o gado de um senhor distinto. Naquele sítio havia várias laranjeiras, e numa delas, abrindo a casca, o devoto pastor traçou cruzes; ao pé dela rezava e dela dependurava o seu terço. Quinze anos depois de ele falecer, o proprietário do laranjal mandou cortá-lo e, precisamente no dia em que a Igreja comemora o triunfo da Santa Cruz, o encarregado do corte descobriu no interior duma das árvores duas cruzes do tamanho de um palmo. Todos se admiraram, e logo se improvisou uma fervorosa procissão, que levou as cruzes com todo o respeito para lugar sagrado.

Os portentos que durante a vida realizara o servo de Deus, a pública voz e fama das suas virtudes, e a devoção geral, afervorada mais ainda a seguir à sua morte devido aos milagres, moveram os seus irmãos dominicanos a promoverem-lhe a causa de beatificação. Depuseram várias testemunhas e todas coincidiram em ponderar a virtude santa e exemplar do caritativo religioso.

Foi beatificado pelo papa Gregório XVI em 1840. A sua festa ficou a celebrar-se com toda a solenidade na Igreja peruana.

Fonte: Portal Católico

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