26 de setembro
São Cosme e São Damião
Cosme e Damião eram irmãos e cristãos. Na verdade, não se sabe exatamente se eles eram gêmeos. Mas nasceram na Arábia e viveram na Ásia Menor, Oriente. Desde muito jovens, ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e diplomaram-se na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres.
Deixavam pasmos os mais céticos dos pagãos, pois não cobravam absolutamente nada por isso. A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais.
Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.
Mandou que fossem barbaramente torturados por negarem-se a aceitar os deuses pagãos. Em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade vizinha a Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde, seus corpos foram trasladados para uma igreja dedicada a eles.
Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu num dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data.
Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da missa, fechando o elenco dos mártires citados. Os santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina.
Fonte: Paulinas
São Nilo
S. Nilo, o Jovem, nasceu em Rossano (Calábria) e morreu no Túsculo (perto de Roma), em 1004 ou 1005. Alto funcionário de origem grega, convertera-se repentinamente por morte da mulher, que muito enganara. Fundou e dirigiu em Grottaferra (Túsculo) um mosteiro segundo a regra de S. Basílio, mosteiro que se conserva e povoa ainda. A um senhor libertino que julgava embaraçá-lo perguntando-lhe se Salomão tinha ido para o céu ou para o inferno, deu esta resposta que levou a converter-se quem falara: "É uma pergunta muito inteligente que fazeis; mas há outra mais urgente que pede resposta: a de saber para onde ireis vós mesmo, se continuardes a viver como porco de Epicuro, segundo fizestes até agora."
Fonte: Portal Católico.
Santo Eleazaro de Sabran e Beata Delfina
«Associarem-se (no casamento) para se ajudarem mutuamente na caridade humana e divina ou para realizarem uma espécie de respeitosa imolação duplamente meritória, nada disto é incompatível com a confiança em graças excepcionais ou em circunstâncias impostas por estados físicos ou morais. Foi assim que se chegou a canonizar vocações paradoxais e de virtude singular, como Santo Eleázaro e Santa Delfma da Provença, verdadeiramente cônjuges, mas unidos numa emulação virginal» (M. Blondel).
Estas duas flores do paraíso, puras e altivas, brotaram não no vale do Ródano mas a Este de Avinhão. Delfina de Signe, da casa de Glandevez, nasceu por 1282. Cerca de 1285, veio ao mundo Eleázaro de Sabran.
Este viveu em Marselha como aluno da abadia de S. Vítor. Admirava os mártires e desejava imitá-los.
Pela idade dos 14 anos, Delfina foi dada como noiva a Eleázaro. Começou ela por recusar energicamente, mas depois cedeu aos conselhos dum franciscano. Dois anos mais tarde, foi celebrado o casamento. Depois de quatro dias de festa, os esposos adolescentes (ele tinha 13 anos, ela 15 ou 16) foram levados a Anscuis. Vinda a noite, no segredo do quarto nupcial a noiva manifestou a Eleázaro o grande desejo de ficar virgem. Ele preferiu não se comprometer imediatamente com o voto, como ela insistia. Então ela insistiu, com os exemplos de Santa Cecília e de Santo Aleixo, na brevidade desta vida, no desprezo do mundo e na glória eterna. Caindo doente, ela disse-lhe sem rodeios que preferia a morte à consumação do casamento, mas que a perspectiva dum duplo voto de castidade a curaria sem dúvida. Eleázaro prometeu fazer-lhe a vontade. Eles pronunciaram o voto diante dum frade menor, confessor de ambos, e entraram na Ordem terceira franciscana.
De dia usavam cilício por baixo dos vestuários nobres. A noite encontravam-se para rezar e tomar a disciplina humildemente. Delfina não tocou no marido senão para lhe lavar a cabeça ou, se estava doente, para lhe tomar o pulso.
Quanto ao mais, estes místicos não viviam num sonho. Eleázaro fizera um regulamento muito concreto para a gente da casa: incluía a Missa quotidiana e uma espécie de círculo de estudo familiar, em que se ouvia sem interromper. Delfina, quando o marido estava ausente, gostava de substituir as criadas, sem chamar a atenção, nas obrigações destas. Eleázaro teve de residir durante anos no reino de Nápoles, onde herdara o condado de Ariana. A benignidade do senhor provençal venceu a turbulência dos seus vassalos italianos. Se era necessário combater, este príncipe encantador mostrava-se valente cavaleiro, talvez porque principiava por se vencer a si mesmo. Aconteceu-lhe, ao que se diz, submeter-se a uma flagelação depois dum combate: a disciplina constitui a força principal dos exércitos, pensava ele com certeza. Este devoto, bom unicamente para desfiar Pais-nossos, no dizer dos doidivanas da corte de Nápoles, brilhou um dia no torneio: enfiou um anel na lança espetada no chão, galopando no seu cavalo. Por seu lado, Delfina, que tinha vindo ter com ele, houve-se num baile com uma graça tal, como só a virtude pode dar.
Eleázaro era senhor incorruptível. Um dia em que rejeitara um copo de vinho, dizia a Deus na oração: «Senhor, deveis-me cem onças de ouro e duas peças de escarlate». Core ou empalideça quem quiser, desta piedade simples e sorridente.
Por 1317, Eleázaro, depois de algum tempo na Provença, voltou a Nápoles com Delfina, chamado pelo Rei Roberto I, o Sábio, que mandava nele como juiz supremo dos Abrusos citeriores.
Esse rei enviou Eleázaro a Paris, como embaixador extraordinário para tratar dum casamento principesco. Foi lá que o Santo morreu, a 27 de Setembro de 1323, com trinta e oito anos. Como o rei S. Luís, atrevera-se a visitar, tratar e beijar leprosos. Quando estava longe da sua querida Delfina, propunha encontrarem-se na chaga do lado direito de Nosso Senhor. Foi asceta no mundo, advogado dos pobres e mentor para o jovem príncipe Carlos da Calábria, filho de Roberto I. Sobretudo, foi para Delfina como um Cristo visível, que a convidava a crescer na graça divina, ou como um anjo da guarda.
Delfina soube da morte de Eleázaro misteriosamente, muito antes que chegasse o fatal enviado pelo rei de França, Carlos IV, o Belo. Apressou-se ela em deixar a corte do rei Roberto em Avinhão e em regressar à sua terra da Provença. Eleázaro apareceu-lhe um ano depois da morte e repreendeu-a amavelmente do seu desgosto: «O laço rompeu-se e nós pudemos escapar», disse-lhe com alegria, citando o salmo 123,7. Delfina sorriu entre lágrimas; voltou-lhe a alegria; sonhava ser pobre, destituída de tudo. Mas uma grande senhora não se despoja num abrir e fechar de olhos; vigorava o velho direito, que toma o empobrecimento amargo e difícil. Em 1358 recebia ela ainda censos e emprestava trigo por meio do seu procurador. Teve de ir a Nápoles, a fim de aumentar a sua indigência. Ofereceram-lhe lá quartos no palácio real; mas instalou-se miseravelmente e mendiga. A criançada gritava: «Lá vai a beguina louca» (beguina tinha então na cidade sentido injurioso). Tendo morrido em 1343 o rei Roberto, «mais pregador que rei», segundo Dante, a rainha Sancha chamou para junto de si Delfina, para lhe servir de conforto espiritual. A conselho de Delfina, Sancha entrou no convento franciscano de Santa Cruz de Nápoles, onde morreu em 1345. Em seguida, viveu a sua conselheira habitualmente em Apt, na Provença, os últimos quinze anos de vida. Um conflito local ameaçou arruinar a região: Delfina, doente, interpôs-se e obteve um apaziguamento. Organizou uma caixa rural, em que ela ficou sendo secretária e fiadora; emprestava-se sem juros; o tesoureiro fazia tráfico com a santidade bem conhecida de Delfina. Esta veio a morrer a 26 de Novembro de 1360, com uns 78 anos. Foi enterrada em Apt, junto do marido, na igreja dos Menores.
Delfina é beata; Eleázaro foi canonizado em 1369 pelo seu afilhado Urbano V, na basílica do Vaticano. Santo Eleázaro tinha, bastante antes, defendido a basílica contra os Alemães. As relíquias dos dois encontram-se na catedral de Apt.
Fonte: Portal Católico.
Beato Gaspar Stanggassinger
Segundo de 16 filhos de uma afortunada família de agricultores, nasceu em Berchtesgaden (Alemanha), a 12 de Janeiro de 1871. Desde criança ambicionava ser sacerdote e missionário. Na juventude permaneceu nos mesmos propósitos com tanta firmeza que venceu as resistências do pai. Aos 16 anos fez voto de castidade perpétua. Depois dos estudos clássicos, em Outubro de 1890 entrou no seminário para cursar teologia. Mas a sua verdadeira vocação era a de homem consagrado a Deus na vida religiosa. Por isso ingressou na congregação de Santo Afonso Maria de Ligório, onde professou e recebeu as ordens sacras. João Paulo II, na homilia da beatificação, a 24 de Abril de 1988, refere-nos como decorreram os poucos anos de vida deste religioso:
«Ordenado sacerdote redentorista, não se separou dos homens, mas, na íntima companhia de Cristo, guiava-os para Deus. Na ordenação sacerdotal, toma para si o lema:
"Quero fazer-me tudo para todos, com a ajuda de Deus”. .
O Beato Padre Gaspar realizou este propósito no cumprimento fiel das suas obrigações quotidianas. Ele não busca o extraordinário, mas deseja "fazer o que o dia lhe exige".
Como educador e professor de jovens que se preparavam para o sacerdócio, estava sempre disponível aos seus alunos. E dizia: "Desejo acolher a todos de bom grado, de outro modo, a minha obra é vã. É Deus que me envia a todos". O Padre Gaspar Stanggassinger, seguindo o modelo do Senhor, tomou-se para os seus jovens cristãos o "bom pastor" que conhece as suas ovelhas e as leva consigo. O novo Beato, mediante a atividade de educador, interessou-se por todos os homens, mostrou como se há-de realizar o desenvolvimento harmônico das capacidades espirituais e morais, e isto fundamentou a sua vocação religiosa. Ele estava profundamente convicto disto: "Só o homem que ora se conhece a si mesmo". Por isso, para ele era importante que os seus alunos fizessem da fé em Deus e em Jesus Cristo a realidade central das suas vidas...
Quer pertencer totalmente a Deus e fazer a sua vontade em tudo, principalmente nas coisas mais pequenas e insignificantes. Por meio da observância dos deveres de cada dia, o Beato Padre Gaspar mostra a via que todos nós podemos percorrer: o caminho da santificação no seguimento de Cristo, através da vida quotidiana».
Fonte: Portal Católico
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