15 de setembro
Nossa Senhora das Dores
Havia duas festas das Dores de Maria. Uma que foi instituída em Colônia, durante o século XV, por um piedoso arcebispo, Tierri de Meurs, a fim de reparar os ultrajes praticados pelos Hussitas contra as imagens da Santíssima Virgem, era celebrada na sexta-feira da semana da Paixão, semana imediatamente anterior à Semana Santa. Mais tarde, o Papa Bento XIII decretou que ela fosse inscrita no catálogo das festas litúrgicas, para todo o mundo católico, sob o título de Festa das Sete Dores.
Porém, esta festa vem de mais longe. Conta uma antiga tradição que na terrível manhã de Sexta-Feira Santa, Maria, apartada do seu divino Filho por causa do tumulto da cidade, O voltara a encontrar na encosta do Calvário, coberto de sangue e pó, coroada a fronte de espinhos e acabrunhado ao peso da cruz, lúgubre instrumento do seu suplício. Ao vê-Lo em tão lastimoso estado, o coração da Virgem partiu-se de dor; desfaleceu como Jesus no Jardim das Oliveiras e caiu por terra sob o peso dum espasmo doloroso e terrível, do qual se libertou para ir ao calvário dizer generosamente, como o Salvador: Levantai-vos e vamo-nos daqui - Surgite. eamus hinc!
Este fato da vida de Nossa Senhora foi honrado por uma festa, conhecida com diversos nomes: Nossa Senhora da Piedade, A Compaixão de Nossa Senhora e, depois, sobretudo com o decreto de Bento XIII, Nossa Senhora das Dores. Esta última designação deriva do fato de nesta solenidade se comemorar, não só a aflição particular a que nos vimos referindo, mas também todos os tormentos de Maria, os quais se englobam em sete principais, a saber:
1 - A profecia de Simeão.
2 - A perseguição de Herodes e a fugida da Sagrada Família, para o Egito.
3 - A perda do Menino Jesus no Templo de Jerusalém.
4 - O encontro desta Mãe admirável com o seu Filho, carregado com a cruz, no caminho para o Calvário.
5 - A crucifixão de Nosso Senhor.
6 - Jesus descido da cruz e colocado no regaço de sua Mãe.
7 - A sepultura de Jesus, ficando sua Mãe em triste solidão.
Fundou-se uma Ordem religiosa, a dos Servos de Maria que teve por fim primacial honrar as Dores desta divina Mãe. Os sete fundadores tomaram sobre si este encargo, honrando cada um uma dor em especial; e para tomar mais sensível a sua devoção, representaram a Virgem na atitude de dor, tendo o coração trespassado por sete espadas.
A segunda festa da compaixão ou das Dores de Maria tem origem mais recente. Instituiu-a Pio VII, em 1814; fixou-a no terceiro domingo de Setembro. Atualmente, celebra-se a 15 de Setembro.
Estabeleceu esta festa em memória das dores imensas em que estivera submersa a sua alma, quando, numa perseguição sem exemplo nos anais eclesiásticos, fora arrancado de Roma, sua capital, pelo poderoso Imperador Napoleão, internado em Fontainebleau e separado de algum modo da Igreja que já não podia governar livremente.
Se a autorização eclesiástica excita os nossos espíritos e corações a venerar as Dores de Nossa Senhora, é que esta devoção é gratíssima a Maria, segura nas suas bases e fecunda nos seus frutos de salvação. Com efeito, segundo um célebre panegirista das glórias de Maria, Marchêre, Nosso Senhor prometera à Santíssima Virgem, segundo uma revelação feita por S. João Evangelista, para aqueles que desejarem compartilhar as Dores de sua Mãe: uma contrição perfeita dos seus pecados antes de morrer, uma proteção especial na hora precisa do trespasse, a assistência particular da Rainha dos Céus nos seus derradeiros instantes. Santa Brigida conta, nas suas revelações, que numa visão, havida em Santa Maria Maior, em Roma, lhe foi mostrado quão grande apreço o céu ligava à meditação das Dores de Maria.
Contribuiu muito para aumentar a devoção a Nossa Senhora das Dores, na América Latina, o que sucedeu no Colégio de S. Gabriel, dirigido pelos Jesuítas, na cidade de Quito, capital do Equador.
Na parede do refeitório dos alunos internos estava afixada uma estampa de papel com a figura de Nossa Senhora das Dores, que tem sobre o peito o coração transpassado por sete espadas; na mão esquerda segura os três cravos da crucifixão; com a direita aperta contra o peito a coroa de espinhos. O rosto é muito expressivo e manifesta dor profunda; duas lágrimas deslizam pelas faces; dos olhos irradia uma inefável doçura com uma aparência de tristeza, bondade e carinho. Parece que fala das suas grandes dores e profundas amarguras.
A 20 de Abril de 1906, às oito horas da noite, os alunos internos, em número de uns trinta, o seu Prefeito, o Padre Roesch, e o Irmão Alberdi, contemplam este prodígio, que dura um quarto de hora. O quadro ilumina-se e a Senhora abre e fecha os olhos, repetidas vezes.
Eis o testemunho do sacerdote acima mencionado:
«Em frente da imagem, rodeado pelos rapazes, cravei nela os meus olhos, sem pestanejar, e notei que a Virgem Santíssima fechava as pálpebras lentamente. Não acreditando no que sucedia afastei-me do lugar... Voltei de novo ao posto que ocupava anteriormente: senti então como que um frio que me gelava o corpo. Sem poder duvidar, vi que a estampa fechava e abria efetivamente os olhos. Quando isto sucedia, todos os alunos que presenciavam o fato, exclamavam a uma só voz: "Agora fecha; agora abre; agora é o esquerdo..." O fato repetiu-se várias vezes e durou 15 minutos».
Por ordem do Arcebispo de Quito, foi feito um Inquérito Canônico, sendo concordes os testemunhos de todos quantos contemplaram este prodígio.
Fonte: Portal Católico
Beato Paulo Manna
O Beato Paulo Manna nasceu em Avelino (Itália), no dia 16 de Janeiro de 1872. Depois de ter frequentado a escola primária em Nápoles e o ensino secundário em Avelino, continuou os seus estudos em Roma. Enquanto frequentava a Universidade Gregoriana estudando filosofia, seguiu o chamamento do Senhor, e em Setembro de 1891, entrou no Seminário do «Instituto para as Missões Estrangeiras», em Milão, e aí fez o curso de teologia. Foi ordenado sacerdote no dia 19 de Maio de 1894, na Catedral de Milão.
Em 27 de Setembro de 1895, partiu para a Missão de Tungou, na Birmânia Oriental, onde trabalhou em três períodos durante uma década até que, em 1907, voltou definitivamente para a Itália, em conseqüência de uma grave enfermidade.
De 1909 em diante, por mais de quarenta anos, dedicou-se com todas as suas forças, mediante os seus escritos e toda a sua atividade, à difusão do ideal missionário no meio do povo e do clero. Para «resolver do modo mais radical possível o problema da cooperação dos católicos no aposto lado» fundou, em 1916, a União Missionária do Clero, elevada ao título de «Pontifícia» em 1956. Esta Instituição encontra-se hoje presente em todo o mundo católico e inclui nas suas fileiras, seminaristas, religiosos, religiosas, leigos e leigas.
Diretor de «As Missões Católicas» em 1909, em 1914 fundou «Propaganda Missionária», folheto popular de vastíssima difusão e, em 1919, «Itália Missionária», dedicada à juventude.
A pedido da Sagrada Congregação «De Propaganda Fide», em ordem a um maior desenvolvimento missionário no Sul da Itália, o padre Paulo Manna abriu em Ducenta (Caserta) o Seminário Meridional «Sagrado Coração», para as Missões Estrangeiras, projeto que ele acalentava há muito tempo.
Em 1924 foi eleito Superior Geral do Instituto para as Missões Estrangeiras de Milão, que em 1926, pela união com o Seminário Missionário de Roma, por vontade de Pio XI, se tomou o Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (P.I.M.E.).
Por mandato da Assembléia Geral do P.I.M.E. (1934), em 1936 participou em primeira linha na fundação das Missionárias da Imaculada.
De 1937 a 1941, a Sagrada Congregação «De Propaganda Fide» nomeou-o diretor do Secretariado Internacional da União Missionária do Clero.
Quando em 1943 foi ereta a Província Meridional do P.I.M.E., o Padre Paulo Manna tomou-se o seu primeiro Superior, transferindo-se assim para Ducenta, onde fundou «Venha o teu Reino», publicação missionária para as famílias.
O padre Paulo Manna escreveu vários opúsculos e livros famosos, que deixaram uma marca duradoura, como «Mas os operários são poucos», «Os irmãos separados e nós», «As nossas igrejas e a propagação do Evangelho» e «Virtudes Apostólicas». Formulou propostas inovadoras acerca dos métodos missionários, dentro de um grande pioneirismo. Destas obras permanece, sobretudo, o exemplo de uma vida inteiramente animada por uma grande paixão missionária, que nenhuma provação ou doença, por mais que o tenha feito sofrer, jamais fez diminuir. G. B. Tragella, seu primeiro biógrafo, definiu-o justamente como «uma alma de fogo». O seu lema, que o acompanhou até o fim, era este: «Toda a Igreja, para o mundo inteiro!».
O padre Paulo Manna faleceu em Nápoles, no dia 15 de Setembro de 1952. Os seus restos mortais repousam em Ducenta, no «seu Seminário», que em 13 de Dezembro de 1990 foi visitado pelo Papa João Paulo II
Iniciados em Nápóles, em 1971, os procedimentos para a Causa de Beatificação, concluíram-se em Roma, no dia 24 de Abril de 2001, com o decreto pontifício sobre o milagre atribuído ao Beato e a 4 de Novembro deste mesmo ano foi beatificado por João Paulo II, na Praça de S. Pedro. Nessa ocasião declarou o Sumo Pontífice: «Dera toda a sua existência pela causa missionária. Em todas as páginas dos seus escritos ressalta muito viva a pessoa de Jesus, centro da vida e da razão da sua missão».
Fonte: Portal Católico
Beato Rolando
Andando à caça com falcões, na floresta de Bogorne, a marquesa Antônia Pallavicini encontrou estendido sobre a folhagem um velho que mais parecia um cadáver. Era um eremita, chamado Rolando de Médicis, que, só e abandonado, esperava pacientemente a morte. Personagem misteriosa, tinha chegado a essa região vinte e seis anos antes, vindo não se sabe donde e envergando um hábito negro. Quando este acabou por se desfazer em farrapos, substituiu-o por uma pele de cabra. No Verão, alimentava-se de ervas e frutas; no Inverno, mendigava apenas o suficiente para não morrer de fome. Quase nunca proferia palavra e muitas vezes o viram, durante cinco ou seis horas, imóvel e apoiando-se só num pé, com os braços estendidos para o céu e os olhos fixos no Sol.
A marquesa renunciou à caça por esse dia e ofereceu-se ao moribundo para o levar para o seu castelo de Borgone, mas ele fez um gesto de recusa. Ela fez-lhe ver que ao menos não devia morrer sem confissão, e acrescentou que lhe facultaria o seu próprio diretor espiritual, Padre Domingos, religioso carmelita, professor de Sagrada Escritura. Rolando deu então a entender que na noite seguinte iria à igreja vizinha receber os últimos sacramentos. Arrastou-se, de fato, até lá e o Padre Domingos interrogou-o durante duas horas.
Um cronista contemporâneo transmitiu-nos, em pormenor, as declarações que fez o eremita deitado sobre a palha, no pavimento da igreja. Afirmou que tinha resolvido conservar absoluto silêncio e fugir da companhia dos homens para evitar o pecado e que deviam atribuir-se às consolações com que Deus o cumulava, os êxtases e as aparentes excentricidades da sua vida. Recebeu os últimos sacramentos, consentiu em tomar uma canja que a marquesa encarregou o padre Domingos de lhe dar e viveu mais quatro semanas. Por fim, apareceu-lhe S. Miguel, cercado de anjos, para o levar ao céu. Isto em 1586.
Fonte: Portal Católico
Bem-aventurado Antonio (Anton) Maria Schwartz
Anton, para nós Antonio, nasceu na humilde e cristã família Schwartz, no dia 28 de fevereiro de 1852, em Baden, Áustria, quarto de treze filhos. Seu pai era um simples operário, sem profissão definida, enquanto sua mãe cuidava da casa e dos filhos, que estudavam na escola paroquial daquela cidade.
Aos quinze anos, ficou órfão de pai, vivendo uma grave crise pessoal, que durou dois anos. Em 1869, recuperado, foi estudar na escola popular gratuita dos padres piaristas. Lá, conheceu a obra do fundador, são José Calazans, tornando-se um seu devoto extremado.
Mas três anos depois as atividades das escolas pias e da própria Ordem foram suspensas na Áustria. Para completar sua formação, ingressou no seminário diocesano, pois queria seguir a vida religiosa. Nessa época, passou por duas graves enfermidades, ambas curadas, segundo ele, por intercessão de Nossa Senhora.
Em 1875, ordenou-se sacerdote e assumiu o segundo nome. Padre Antônio Maria Schwartz foi capelão por quatro anos, depois viajou para Viena, para promover assistência espiritual aos doentes nos hospitais das Irmãs da Misericórdia de Schshaus. Além disso, começou a orientar, na religião, os operários e os jovens aprendizes em formação profissional. Tomando como base suas raízes humildes, percebeu as necessidades desses operários.
Para proporcionar-lhes apoio e orientação, fundou a "União dos Aprendizes Católicos sob a Proteção de São José Calasanz", empreendendo uma intensa atividade pastoral. Sem, contudo, abandonar a assistência que prestava aos doentes nos hospitais.
Após quatro anos, pediu ao cardeal de Viena que apoiasse essa Obra, mas o cardeal mostrou que não tinha recursos para financiá-la. Por isso padre Antônio Maria adoeceu literalmente, tanto que precisou dos cuidados das irmãs da Misericórdia. Dois anos. Esse foi o tempo necessário para o cardeal dar seu apoio e sua ajuda, permitindo que ele ficasse apenas com o apostolado junto aos operários e aprendizes.
Padre Antônio Maria recuperou o entusiasmo e, com total dedicação, em 1888, fundou o "Artesanato cristão", um jornal para os artesãos e operários, que escreveu, durante um longo tempo, sozinho. Também buscou e conseguiu os meios para construir a primeira "igreja para os operários de Viena", um templo humilde e escondido pelas casas populares. Foi nessa igreja que, para melhor assisti-los, fundou a "Congregação dos Pios Operários", adotando as Regras de são José de Calasanz, ainda hoje florescente.
Ele vivificou sua Obra com valentia cristã durante quarenta anos. O "Apóstolo Operário de Viena", que dividia opiniões, permaneceu sempre fiel a si mesmo e à Igreja de Cristo. Seus passos foram corajosos e chegou ao Parlamento, para conseguir lugares de formação profissional para os jovens e para o justo repouso dominical dos operários.
Morreu em 15 de setembro de 1929, em Viena, Áustria. O papa João Paulo II proclamou-o bem-aventurado Antônio Maria Schwartz em 1998, designando a data da morte para a homenagem litúrgica.
Fonte: Paulinas
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