segunda-feira, 23 de junho de 2014

Infância e Juventude de São Tomás de Aquino [1225-1245]


Roccasecca

Data de nascimento: Segundo Jean-Pierre Torrel calcula-se aproximadamente o nascimento de Tomás a partir da data de sua morte. Seu primeiro biógrafo nos informa que ele teria morrido na manhã de 7 de março de 1274, antes de completar 49 anos de idade. O mesmo autor acrescenta em seguida: "Terminando o 49° ano de sua vida, ele começou no 50º o jubileu da glória eterna". Situar-se-ia, pois seu nascimento em 1225. Bernardo Gui, que escreveu alguns anos depois, também assegura que Tomás falecera ao completar 49 anos, quando iniciava seu 50° ano. Em texto pouco anterior, Ptolomeu de Luca faz eco à incerteza: "Faleceu com a idade de 50 anos, mas alguns dizem 48”. Parece haver um acordo, hoje em dia, em torno de 1224/1225, mas outras fontes secundárias não permitem descartar 1226 ou 1227.
Lugar de nascimento: Quanto ao lugar de nascimento de Tomás, se outrora suscitou algumas dificuldades - diversas localidades disputando tal honra -, hoje os historiadores concordam em se referir ao castelo familiar de Roccasecca, na Itália meridional. Então situado no condado de Aquino e no reino das Duas Sicílias, encontra-se nos confins do Lácio e da Campânia, aproximadamente a meio caminho de Roma a Nápoles, a igual distância de Frosinone (ao Norte) e de Cassino (ao Sul), um pouco a leste da estrada do interior (antiga via Latina), que conduz de Roma a Nápoles. Essa situação geográfica está longe de ser insignificante; esteve até na origem de uma dificuldade política real: o domínio da família De Aquino se encontrava no limite dos Estados do papa e do imperador, que disputavam entre outras coisas o poder sobre a abadia de Monte Cassino, bem próxima dali. Tal situação local condenava a família de Tomás a oscilar entre o papa e o imperador, tendo se ressentido duramente do embate.
A Família de Tomás: De origem lombarda, a família aparece na história desde 887, e o castelo de Roccasecca lhe pertence desde o final do século X. Um primeiro ramo da família terá a posse do condado de Aquino até 1137; é dela que Tomás recebe seu patronímico, e não da cidade de Aquino, que não foi seu lugar de nascimento. Um segundo ramo mais tarde se fez herdeiro do condado de Acerra, cujo titular, em 1221, era Tomás I de Aquino, com poderes de vice-rei sobre a parte sul da península itálica. Landolfo, pai de Tomás, não pertencia ao ramo mais poderoso da família, e trazia simplesmente o título de miles. Partidário do imperador Frederico II a partir de 1210, foi Nomeado por ele "justiceiro" da "Terra de Trabalho", sua região, em 1220; com esse título, punha-se sob o jugo do conde de Acerra.
O Pai de Tomás: Não obstante os trabalhos dos especialistas, estamos longe de um perfeito esclarecimento no tocante ao pai de Tomás e à sua família. Para uns, Landolfo teria nascido por volta de 1160/1170, e teria se casado duas vezes; para outros, o mesmo nome recobriria duas personagens diferentes. As indicações das fontes não são unívocas e prestam-se a diversas interpretações, em especial quando se trata de determinar o número de irmãos de nosso santo. Weisheipl, retomando hipótese de Mandonnet, dá por certo que Landolfo se casou duas vezes e teve, com sua primeira mulher - da qual, de resto, nada se sabe -, três filhos: Tiago, Filipe e Adenolfo. Walz Novarina atribuem essa mesma opinião a Scandone, que porém nada disse a respeito e considera esses três nomes os dos irmãos uterinos de Tomás. Já Pelster sugere ver nesses três nomes os dos filhos de Tomás I, conde de Acerra; seriam pois primos mais ou menos distantes de Tomás. Sem condições de decidir definitivamente a respeito, esta última opinião nos parece verossímil.
Mãe de Tomás: É certo, entretanto, que Landolfo esposou em data indeterminada Senhora Teodora, que pertencia ao ramo Rossi da família napolitana dos Caracciolo, 12 e teve com ela pelo menos nove; crianças: quatro meninos e cinco meninas. Aimon, o filho mais velho, assim nomeado sem dúvida em homenagem a seu avô, participou de uma expedição à Terra Santa a mando de Frederico II, mas foi feito prisioneiro por um vassalo do rei de Chipre, Hugo I. Resgatado por intervenção de Gregório IX em 1233, permaneceu fiel ao partido do papa por toda a vida. Renaud, o segundo, inicialmente partidário de Frederico II, passou para o lado do papa quando Inocêndo IV, em 1245, depôs o imperador. Mas este último mandou executá-lo em 1246 por ter conspirado contra ele. A família então o considerava um mártir pela causa da Igreja. Ao que parece, Tomás também pensava assim, pois foi ele que teve em sonho uma visão de sua irmã Marotta, então recentemente falecida, que lhe teria informado do destino póstumo de dois de seus irmãos: Renaud se encontrava no paraíso, enquanto Landolfo estaria no purgatório, o que aliás é tudo que sabemos dele.
Irmãs de Tomás: Em contrapartida, são bem conhecidas as cinco irmãs de Tomás. Marotta, a mais velha, tomou-se superiora do convento Santa Maria de Cápua, e morreu por volta de 1259. A segunda, Teodora, tomou-se esposa de Rogério, conde de São Severino; em sua casa é que Tomás irá repousar algum tempo por ocasião de sua última doença; seu filho, Tomás, que mais tarde trabalhou pela canonização do tio, morreu vestindo o hábito dominicano. A terceira filha, Maria, desposou o mais velho dos São Severino, Guilherme; de sua filha, Catarina de Morra, Tocco obteve muitos detalhes a respeito da família de Tomás, sendo que Catarina, por sua vez, recebeu-os de sua avó, Teodora. A quarta, Adelásia, desposou Rogério de Áquila, do qual Tomás será o executor testamentário, em 1272. Ignora-se o nome da quinta irmã; morreu cedo, atingida pela cólera, enquanto o pequeno Tomás, que dormia ao lado de sua ama, foi poupado.
Oblato em Cassino: Como caçula, Tomás, segundo o costume da época, foi destinado à Igreja. A proximidade de Monte Cassino não permitia alternativa; Landolfo ofereceu seu filho como oblato no mosteiro vizinho, com a provável segunda intenção de que um dia se tomasse abade. A abadia se encontrava então em período de decadência, e constituía-se em presa disputada pelo papa e pelo imperador. No entanto, o tratado de São Germano, assinado entre eles em 23 de julho de 1230, inaugurava um período de relativa paz, e é então, entre essa data e 3 de maio de 1231, que se pode situar o ingresso de Tomás no mosteiro, sob a direção do abade Landolfo Sinibaldi. Essa última data é a de um documento pelo qual Landolfo, pai de Tomás, faz à abadia a generosa doação de 20 onças de ouro "para a remissão de seus pecados". Não é certo, mas é pelo menos verossímil, que essa doação constituísse a esmola a acompanhar a oblatura dos filhos de nobres, a que se refere São Bento em sua Regra (cap. 59). Tomás devia ter então entre 5 e 6 anos e, como o próprio Bento, foi acompanhado ao mosteiro por sua ama. Recebeu evidentemente, rudimentos de letras e uma iniciação à vida religiosa beneditina, cujos traços podem ser encontrados em suas obras. A partir de 1236, porém, a calma de que gozava o mosteiro foi novamente perturbada, e Landolfo, aconselhado pelo novo abade, Etienne de Corbario, teve de pôr seu filho a salvo de agitações facilmente previsíveis. Após refletir, os pais enviaram o adolescente a Nápoles, para ali desenvolver estudos mais aprofundados.
Estudos em Nápoles: Tomás deixou o mosteiro provavelmente na primavera de 1239. Tinha então 14 ou 15 anos, e poderia ter prestado juramento na ordo monasticus, mas nenhum documento menciona tal ato. O que não significa que Tomás não tenha sido monge. Segundo a explicação nuançada de Leccisotti, e por maior que seja a imprecisão jurídica da época, a oblatura tinha valor de um verdadeiro voto, mas condicional e temporário, comparável a nosso voto simples de hoje. Pelo fato de ser também não-pessoal, exigia ratificação do próprio sujeito, em idade adequada, pois ele permanecia livre para efetivar o compromisso assumido por seus pais ou assumir outro.
Tal singularidade explica tanto que o necrológio de Cassino possa mencionar Tomás nestes termos: "primo Casinensis monachus factus", como que esse vínculo tenha sido interrompido sem outra forma de processo no dia em que Tomás ingressou na ordem dos pregadores. O fato de o abade ter "aconselhado" a Landolfo enviar seu filho a Nápoles para ali realizar seus estudos mostra aliás, claramente, que ele não podia ter enviado por conta própria, o que por certo poderia fazer se Tomás já tivesse feito os votos. Mas é muito provável que, em sua chegada a Nápoles, Tomás tenha habitado pelo menos durante algum tempo o mosteiro de São Demétrio, quartel-general dos cassinianos naquela cidade. Ainda mais porque seus pais, provavelmente, ainda não haviam renunciado a seus projetos para ele.
Tomás pôde então se inscrever no jovem studium generale de Nápoles, no outono de 1239. Fundado em 1224 por Frederico II com o intuito de formar homens para o serviço imperial, destinava-se também a se contrapor à Universidade de Bolonha, e os súditos do imperador não eram autorizados a estudar em outro lugar. Ao chegar, Tomás devia começar pelo estudo das artes e da filosofia, passagem obrigatória antes de abordar a teologia.
O meio intelectual: Desde 1225, o conhecimento de Averróis é atestado por um mestre de artes anônimo, e, pouco depois, por Guilherme de Auxerre ou por Roberto Grosseteste, que o à ta diversas vezes em sua obra científica. Pôde, portanto, Tomás familiarizar-se desde cedo com a filosofia natural de Aristóteles e sua meta física numa época em que seu estudo ainda era oficialmente proibido em Paris. Oficialmente apenas, pois a repetição das proibições mostra que não eram respeitadas; assim como o de Averróis, o estudo de, Aristóteles ali já florescia desde 1230. Tocco nos transmitiu o nome de dois prováveis mestres de Tomás: Mestre Martino, que lhe teria ensinado a Gramática e a Lógica, e Mestre Pedro da Irlanda, responsável pelo ensino dasnaturalia. Por muito tempo, só se soube os nomes deles, mas identificaram-se posteriormente certos escritos do segundo, e ele surge um pouco mais tarde na história: por volta de 1250, num grupo de letrados, judeus e cristãos, que se dedicam ao estudo de Maimônides; entre 1258 e 1266, quando decide uma questão disputada em presença do rei Manfredo. Afirmou-se com freqüenta que os escritos de Pedro da Irlanda dão mostras de uma grande admiração por Averróis, e que Tomás teria adquirido desse mestre seu gosto pelo comentário literal de Aristóteles. Na verdade, bem reduzida é a pane do comentário literal Pedro, enquanto a primeira afirmação é totalmente infundada. Desde as primeiras linhas de seu comentário sobre o Peri hermeneias, ele se mostra ciente do erro “averroísta”, e o denuncia claramente como sofística. Como essa interpretação de Averróis só se difunde a partir de 1252, há poucas chances de que se trate de fato do curso seguido pelo jovem Tomás entre 1240 e 1244. Mas, uma vez que são apontadas diversas coincidências, das quais algumas bastante notáveis, entre seu texto e o de Pedro, podemos perguntar se Tomás não teria tido em mãos algum relato do curso deste último – a menos que utilize suas próprias notas de um curso de Pedro anterior à de - núncia de Averróis. Devemos concluir, em todo caso, que nada se sabe de exato sobre esses anos de estudo em Nápoles.
A tomada de hábito dominicano: Foi também em Nápoles que Tomás travou conhecimento com os dominicanos. Um convento da ordem ali fora fundado em 1231, onde Jordão da Saxônia, sucessor de São Domingos, esteve a pregar em 1236 para os estudantes. Em 1239, restam apenas dois religiosos, autorizados a permanecer a serviço de sua Igreja pelo mesmo Frederico II que expulsara de seu reino os religiosos mendicantes. Um deles era João de São Juliano, que esteve na origem da vocação de Tomás, apoiou-o por meio de visitas durante sua detenção, e a quem Bartolomeu de Cápua presta pungente homenagem. O outro é o prior Tomás de Lentini, personagem de resto bastante conhecido, já que se tomou bispo de Belém, legado do papa e patriarca de Jerusalém, sendo porém para nós aquele que concedeu o hábito a Tomás. Este último dado, que se acredita ser atestado somente por Bernardo Gui, é na verdade a retomada da quarta redação de Tocco, e não mais permite sustentar a hipótese de Mandonnet, segundo a qual Tomás teria recebido o hábito das mãos do mestre da ordem, João, o Teutônico. O fato ocorreu provavelmente em abril de 1244, ou pouco antes, como a seqüência dos acontecimentos permite estabelecer.
O Ingresso de Tomás nos pregadores comprometia e definitivamente os planos de seus pais no que dizia respeito a seu futuro abadiado em Monte Cassino. Se ele chegou a pensar que os pais se renderiam facilmente diante do fato, não contava com sua obstinação, em especial com a de sua mãe. Os frades de Nápoles, instruídos por um desagradável precedente (seu convento fora saqueado em 1235, em seguida à tomada de hábito de um jovem nobre, que os seus queriam anular), não tiveram essa ingenuidade e se apressaram em fazê-lo deixar a cidade. Assim, quando Teodora foi a Nápoles na esperança de dissuadi-lo, chegou tarde demais, e pôs-se a persegui-lo até Roma. Também lá chegou tarde. Tomás partira novamente no séquito do Mestre geral, João, o Teutônico, que ia a Bolonha para o capítulo geral da ordem; previsto para a festa de Pentecostes, em 22 de maio de 1244. Teodora enviou um mensageiro a seus filhos que lutavam em companhia de Frederico II, na região de Acquapendente, aproximadamente a noroeste de Orvieto (ao norte de Roma, mas fora dos Estados pontifícios), para que interceptassem o irmão e o trouxessem de volta. Todas as fontes concordam quanto à indicação de Acquapendente, e sabe-se além disso que Frederico II se encontrava na região com seus homens. O fato se situa pois na primeira quinzena de maio, data de referência que permite fixar a tomada de hábito de Tomás algumas semanas antes, em abril.
O rapto de Tomás: Da pequena tropa que procedeu à captura de Tomás, duas pessoas são nomeadas: Renaud, seu próprio irmão, ainda fiel a Frederico II, e Pedro da Vigna, o todo-poderoso conselheiro do imperador. A presença de Pedro permite supor que Frederico II dera seu assentimento à operação, segundo informam as fontes. Acompanhados por uma pequena escolta, não tiveram dificuldade em se apossar do jovem religioso, do qual tentaram em vão arrancar o hábito. Tendo-o posto sobre um cavalo, conduziram-no a Montesangiovanni, um castelo da família ao norte de Roccasecca (ali poderia ter ocorrido o episódio, sobre o qual tanto se especulou da prostituta introduzida junto a ele para tentá-lo), mas aquela era apenas uma etapa, e rapidamente conduziram-no a Roccasecca. Tocco acrescenta que os dominicanos se queixaram junto a Inocêndo IV desse ato de força; o papa teria intervindo junto ao imperador, que teria feito punir os autores; temendo o escândalo, os dominicanos não ousaram processar na justiça a família De Aquino, sabendo, além do mais, que mesmo na prisão Tomás perseverava em seu propósito.
'Preso' em Roccasecca: Em Roccasecca, toda a família se empenhou em fazê-lo mudar de idéia; mas seria um erro imaginá-lo maltratado e relegado a uma cela. Tratava-se mais de uma designação de residência forçada que de um aprisionamento. Tomás podia ir e vir, receber visitas (reiteradamente as de João de São Juliano, em especial, que lhe trouxe um novo hábito para substituir o seu, rasgado), conversar com as irmãs (ele teria então convencido Marotta a se tomar religiosa), e Tocco relata que teria dedicado seu tempo a orar, ler toda a Bíblia (perlegit), e a estudar (didicit), desde essa época, o livro das Sentenças, propiciando a suas irmãs beneficiar-se de sua jovem ciência - signo evidente de sua futura mestria.
Atribui-se a ele, na mesma época -mas é algo menos certo (ut dicitur) -, a compilação de um resumo de lógica para iniciantes, o tractatus fallaciarum. Com efeito, foram conservados dois pequenos tratados, De fallaciis e De propositionibus modalibus, até o início do século XX considerados obras de juventude de Tomás. Hoje reconhece-se sua inautenticidade; sem querer pronunciar-se muito claramente, o Pe. H.-F. Dondaine, seu editor leonino, imprimira-os em caracteres pequenos, para significar a "posição incerta dos dois opúsculos na herança literária de Santo Tomás". Ao retomar a questão alguns anos depois, Pe. Gauthier mostra com abundância de detalhes que não deve restar dúvida alguma: como dependem de vários autores, em particular do tractactus VII de Pedro da Espanha, esses pequenos tratados são forçosamente de uma data posterior, e diversas razões militam contra sua autenticidade tomista. Dado que as Fallaciis foram incluídas nas coleções de opúsculos tomistas em Avignon por volta de 1310-1320, Gauthier sugere buscar seu autor junto aos mestres de artes do sul da França, por volta do final do século XIII.
Retorno à Nápoles: Segundo certas fontes, Tomás teria conseguido evadir-se ao cabo de algum tempo (com a cumplicidade de sua mãe), descendo pela muralha com ajuda de uma corda, como São Paulo. A verdade é sem dúvida mais prosaica. Vendo que sua resolução não podia ser vencida, sua família o reconduziu ao convento de Nápoles, após um lapso de tempo de pouco mais de um ano. Se, conforme podemos pensar, a deposição de Frederico II por Inocêncio IV (17 de julho de 1245) no Concílio de Lião foi vista como sinal de que a situação política estava prestes a mudar, a liberação de Tomás poderia ser um pouco posterior a esse fato.
A despeito dessas peripécias, o vínculo de Tomás com seu meio familiar permaneceu forte e profundo. Diversos detalhes de sua biografia permitem percebê-lo. Com a súbita transformação da situação política, e a família em dificuldades em conseqüência de sua defecção da causa imperial, Tomás soube encontrar fundos eclesiásticos para ajudar os seus, com a permissão de Clemente IV. Na seqüência, durante seus deslocamentos, hospedou-se regularmente nos castelos da família: em São Severino, onde residia sua irmã Teodora, condessa de Marsico, e em Maenza, onde habitava sua sobrinha Francesca, condessa de Ceccano. Somos informados de suas freqüentes idas à casa dessa sobrinha; deteve-se lá por ocasião de sua última doença, e dela se fez transportar para Fossanova, afirmando que, se o Senhor devia visitá-lo, seria melhor que o encontrasse em casa de religiosos do que em casa de seculares. Além disso, Tomás foi escolhido executor testamentário de Rogério de Áquila, conde de Traiecto, marido de sua irmã Adelásia, tendo-se desincumbido muito bem dessa tarefa. Não cremos que tenha ficado defasado em relação a tudo isso; Tomás foi um feudal bastante ligado a seu meio e a seu tempo, e sua linguagem lembra isso sem cessar e de maneira às vezes inesperada, como quando toma emprestado seu vocabulário e suas metáforas da cavalaria e do ofício das armas.
TORRELL, J.-P. OP Iniciação a Santo Tomás de Aquino. Sua pessoa e obra. São Paulo: Loyola, 1999, pp.1-14.
Retirado de Aquinate.

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