quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Igreja: Mãe e Educadora

Igreja: Mãe e Educadora

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :


2030 . – É em Igreja, em comunhão com todos os baptizados, que o cristão realiza a sua vocação. Da Igreja recebe a Palavra de Deus, que contém o ensinamento da “Lei de Cristo”(Gal.6,2); da Igreja recebe a graça dos Sacramentos que o sustentam no “caminho”; da Igreja recebe o exemplo de santidade : reconhece-lhe a figura e a fonte na santíssima Virgem Maria; distingue-a no testemunho autênctico dos que a vivem; descobre-a na tradição espiritual e na longa história dos santos que o precederam e que a Liturgia celebra no ritmo do Santoral.

Etimologicamente, esta palavra Igreja tem a sua origem no termo judaico QAHAL que significa uma Assembleia ou um Ajuntamento, e foi usado no Antigo Testamento para significar a Assembleia do Povo Escolhido por Deus.

O grego traduziu por Ekklesia daí passou para o latim como Ecclesia e chegou até nós como Igreja.

A palavra grega Ekklesia, no grego clássico significava a Assembleia dos cidadãos de uma cidade no sentido legislativo e deliberativo.

Esta Assembleia incluía apenas os cidadãos que gozavam de plenos direitos, e assim, ficava identificada a dignidade dos membros e a legalidade da Assembleia.

Não tinha ainda um significado religioso.

No Novo Testamento já engloba os dois sentidos : a Assembleia religiosa de Deus e a Assembleia local.

Ekklesia foi o termo aplicado pela primeira vez à Igreja de Jerusalém que era uma comunidade local.

Era ao mesmo tempo a Assembleia ou comunidade dos que acreditavam em Jesus Cristo, e era a legítima comunidade sucessora da Assembleia Israelita de Javé.

As relações entre a Igreja de Jerusalém e o Judaísmo não se tornaram agudas senão desde que os gentios foram admitidos como membros e formaram várias comunidades noutras cidades, das quais, a mais importante foi Antioquia.

Então foi necessário que a Igreja se identificasse como uma comunidade distinta do Judaísmo, na qual o Gentios podiam ser admitidos sem se tornarem judeus e sem as obrigações das leis judaicas.

Esta questão foi discutida no primeiro concílio de Jerusalém de que nos fala o capítulo XV dos Actos dos Apóstolos.

O êxito de Paulo entre os pagãos, tornou a pôr em carne viva o problema fundamental da Igreja Apostólica : devem os pagãos observar a lei mosaica, isto é, as prescrições do Pentateuco (especialmente Levítico e Deuteronómio) ?

Os cristãos de facção hebraica, que predominavam em Jerusalém, afirmavam que sim; os helenistas, sobretudo de Antioquia, diziam que não.

Mais tarde Paulo responderia :

- “Mas nem o próprio Tito que estava comigo, sendo gentio, foi obrigado a circuncidar-se”. (Gal.2,3).(cf. Ef.2,11-22).

O Evangelho de S. Mateus diz-nos que Jesus falou em fundar uma Igreja, a Sua Igreja :

- “Também Eu te digo: Tu es Pedro e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja e as portas do Inferno nada poderão contra ela”.(Mt.l6,18).

Portanto a Igreja é a Assembleia daqueles que Deus chamou para serem o Seu Povo e fazerem a Sua vontade.

São aqueles que acreditam que Jesus é o verdadeiro Messias, o Filho de Deus e que foi posto por Deus no meio do Seu Povo como modelo de vida.

A Igreja foi fundada e fortificada para difundir a Boa Nova de Jesus até ao fim do mundo.

No Novo Testamento é usada a palavra Igreja com dois sentidos :

* Como Igreja Universal, de todos os que acreditam em Jesus Cristo, em toda a parte e em todos os tempos.

* Como Igreja específica de uma determinada região, tal como Igreja de Roma, de Corinto, etc.

Todavia, estes grupos não são Igrejas independentes, mas membros da Igreja Universal.

Assim o entende para os tempos de hoje, o Catecismo da Igreja Católica, citando o Concílio Vaticano II :

832. - "A Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis que, unidas aos seus pastores recebem também elas, no Novo Testamento, o nome de Igrejas(...). Nelas, os fiéis são reunidos pela pregação do Evangelho de Cristo, e é celebrado o mistério da Ceia do Senhor (...). Nestas comunidades, muitas vezes pequenas e pobres ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se constitui a Igreja una, santa, católica e apostólica". (LG.26).

Tendo professado a nossa fé no Espírito Santo, nós continuamos a professar também a nossa fé na Igreja de que o Espírito Santo é a alma e a fonte da sua vida comunitária.

Num certo sentido a Igreja começou com a origem da raça humana.

Deus quer salvar o povo, não apenas como indivíduos, mas também como membros de uma sociedade.

Consequentemente a Igreja corresponde, no nível da graça, à nossa existência social no nível da natureza.

A prefiguração da Igreja recua até aos tempos em que Deus chamou Abraão para ser o pai de todos os crentes.

Mas na presente economia da vida da fé a Igreja começou com a Encarnação do Filho de Deus.

Aqui nós podemos encontrar três fases do estabelecimento da Igreja no mundo :

* Cristo começou por formar o Seu Corpo Místico, que é a Igreja, quando, pela Sua pregação durante a Sua vida pública, deu a conhecer a Sua doutrina ao Mundo.

* Cristo completou a Igreja quando morreu na cruz.

* Cristo proclamou a Igreja quando enviou o Espírito Santo prometido sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes.

Assim quando dizemos que a Igreja nasceu no Calvário, devemos entender que Cristo, pela Sua morte mereceu as graças que o mundo pecador necessitava para ficar completamente reconciliado com um Deus ofendido.

Todavia, isso foi apenas o princípio.

Verdadeiramente, Cristo ganhou para nós todas as graças de que nós necessitávamos para sermos santificados e salvos.

Mas estas graças, desde então e para sempre, deveriam ser comunicadas a todo o mundo...

E é através da Igreja, que começou a sua existência em Sexta-Feira Santa, que o Salvador está a comunicar e a canalizar a Sua graça para toda a família humana.

Fundando a Sua Igreja, Cristo assegurou que ela havia de cumprir a sua missão até ao fim do mundo, prometendo :

- “Eu estarei sempre convosco até ao fim do mundo”. (Mt.28,20).

Logo no princípio da Idade Apostólica, os chefes da Igreja começaram a organizar-se para saberem quem é que pertencia à Igreja, e assentar ideias sobre o que deviam acreditar.

Por isso apareceram dissidências entre os primeiros chefes e houve oposições vindas do exterior.

Começou desde logo a formar-se o Magistério da Igreja que assenta na Sucessão Apostólica.

Todo o Concílio Vaticano II foi um esforço de actualização da Igreja, nas suas múltiplas actividades e na defesa e esclarecimento das verdades em que devemos crer, mas debruçou-se especialmente numa Constituição Dogmática sobre a Santa Igreja - Lumen Gentium, e numa Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Actual - Gaudium et Spes.

Nesta Constituição Pastoral, podemos ler sobre a Natureza da Igreja :

- As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristeza e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história.

E a mesma Constituição Pastoral continua ainda :

- Po isso, o Concílio Vaticano II, tendo investigado mais profundamente o mistério da Igreja, não hesita agora em dirigir a sua palavra, não já apenas aos filhos da Igreja e a quantos invocam o nome de Cristo, mas a todos os homens. Deseja expor-lhes o seu modo de conceber a presença e a actividade da Igreja no mundo de hoje.

Cristo fundou a Sua Igreja para a continuação do cumprimento do plano da História da Salvação.
Fonte: Exsurge Domini

A Santidade Cristã

A Santidade Cristã

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :


2012 . – “Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam (...) Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho, para que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E aqueles que predestinou, também os chamou; e aqueles que chamou, também os justificou; e aqueles que justificou, também os glorificou”(Rom.8,28-30).

SANTIDADE

No seu significado próprio, a Santidade é a dedicação ou entrega a Deus e a participação na auto-comunicação da vida de Deus e nas acções salvíficas, isto é, no serviço de Deus.

Santidade é a auto-dedicação livre a Deus, de uma pessoa ou de uma comunidade.

Santidade, tal como foi exemplificada no jovem rico, envolve a separação ou abandono do mundo.

Esta dedicação a Deus inclui uma transformação moral, o serviço de Deus e a união com Ele, fazendo da vida da pessoa um acto de culto.

No Antigo Testamento Deus intitula-Se a Si mesmo de Santo :

- "Fala a toda a assembleia dos filhos de Israel e diz-lhes : sede santos, porque Eu sou santo. Eu o Senhor vosso Deus”.(Lv. 19/2).

No Novo Testamento fala-se da Santidade de Jesus :

- “Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino. (Act.3/14).

E S. Pedro diz dos Cristãos :

- Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido...(1 Pe.2/9).

Deus quer o bem de todos e todos os cristãos são chamados à santidade, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica :

2013. - "Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade" (LG40). Todos são chamados à santidade. "Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt.5/48).

Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as for­ças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo.

Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do Po­vo de Deus, como patentemente se manifesta na História da Igre­ja, com a vida de tantos santos. (LG 40).

Como título de honra, é usado só pelo Santo Padre a quem chamamos "Sua Santidade".

Com a marca da Igreja, além de Una, Católica e Apostólica ela é também Santa, como é confessado no Credo dos Apóstolos e no de Niceia.

A Santidade da Igreja provém da sua constituição como comunhão dos fiéis seus membros sob a direcção do próprio Cristo-Cabeça.

Na sua essência teológica a Igreja é a comunhão vital de Cristo e dos Seus membros, constituídos como Povo de Deus.

As formas institucionais da Igreja estão orientadas para a santidade.

A sua finalidade é procurar a santificação dos seus membros.

Na perspectiva católica a Igreja compreende todos os que são chamados à santidade e não apenas os que estão predestinados a ela.

A missão do Espírito Santo é a de santificar a Igreja com todos os seus membros, para que obtenham uma Vida de Santidade.

SANTIDADE DE VIDA

É a doutrina teológica segundo a qual a vida humana possui uma certa qualidade que a coloca mais perto de Deus e que a torna inviolável a qualquer ataque mortal directo enquanto inocente, como vítima de uma agressão deliberada e formal.

Esta doutrina foi primeiramente proposta por Pio XI em Casti connubii, provavelmente em resposta à terrível chacina da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-18), da Revolução Russa e Guerra Civil, e da decisão da Conferência de Lambeth de 1930 da Igreja Anglicana de aprovar a tolerância moral da contracepção.

Albert Schweitzer e outros Teólogos Protestantes daquela era afirmavam que se devia reverência a todo e qualquer ser vivo, mas Pio XI restringiu a noção de santidade de vida apenas à vida humana.

A santidade é propriamente atribuída à vida humana porque ela foi criada à Imagem de Deus e tem um destino a ser recriada pela graça à semelhança de Deus.

A santidade pode ser atribuída à vida humana porque só ela tem um fim último de directa participação na vida divina das três Pessoas da SS. Trindade.

A natureza espiritual da pessoa humana é derivada indirecta e remotamente da Natureza Divina, e isto dá uma superioridade à pessoa humana sobre todos os outros seres vivos e justifica a sua santidade.

Apenas os seres humanos estão destinados, através da graça, à participação na vida divina da Trindade, que a coloca numa posição diferente de todos os outros seres vivos.

Porque a pessoa humana está mais em intimidade com Deus do que qualquer outro ser vivo na terra, um ataque deliberado contra um inocente humano torna-se num ataque contra Deus..

Tal como um assalto a uma bandeira nacional é um assalto a uma nação, igualmente um ataque deliberado contra uma pessoa inocente, que é a Imagem de Deus, é um ataque remoto contra Deus.

O dever de todas as pessoas de evitarem tais acções, torna imoral a morte deliberada de um inocente, seja por que maneira for.
Fonte: Exsurge Domini

Vida Moral e Magistério da Igreja

Vida Moral e Magistério da Igreja

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :


2033 . – O Magistério dos pastores da Igreja, em matéria moral, exerce-se ordinariamente na catequese e na pregação, com a ajuda das obras dos teólogos e autores espirituais. Assim se transmitiu, de geração em geração, sob a égide e a vigilância dos pastores, o “depósito” da moral cristã, formado por um conjunto característico de regras, mandamentos e virtudes procedentes da fé em Cristo e vivificado pela caridade. Esta catequese tomou por base, tradicionalmente, ao lado do Credo e do Pai Nosso, o Decálogo, que enuncia os princípios da vida moral válidos para todos os homens.

O Papa é o sucessor de Pedro e a Igreja de Roma é a mesma Igreja que foi fundada sobre a mesma Pedra.


A missão de ensinar da Igreja.

A responsabilidade de ensinar a doutrina e de julgar da sua ortodoxia, pertence à autoridade oficial de ensinar da Igreja.

Esta autoridade está personalizada no Papa, o sucessor de Pedro, como cabeça da Igreja, e nos Bispos em conjunto com o Papa, tal como foi inicialmente confiado a Pedro e ao colégio dos Apóstolos sob a sua chefia.

Estes são oficialmente os Mestres do ensino da Igreja.

Outros têm relações auxiliares com o Magistério :

* Os Teólogos, no estudo e clarificação das doutrinas.

* Os Mestres e Professores - Sacerdotes, Religiosos ou Leigos - que cooperam com o Papa e com os Bispos na difusão dos conhecimentos da verdade religiosa.

* Os Fiéis que, pelo seu sentido de fé e pelo seu testemunho pessoal contribuem para o desenvolvimento da doutrina e para o seu estabelecimento e importância na vida da Igreja e do Mundo.

Para salvaguardar a verdadeira substância da fé em Jesus Cristo, e evitar que cada um se deixe perder, foi estabelecido por Cristo o Magistério da Igreja.

Assim o define o Catecismo da Igreja Católica :

85. - "O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contido na Tradição, foi confiado ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo (DV 10), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.

O Magistério captura o íntimo coração e essência da Igreja, que consiste em proclamar a Boa Nova de Jesus em toda a sua profundidade.

A Igreja usa os ensinamentos de Cristo e as doutrinas ensinadas pelos Apóstolos, para os comunicar aos fiéis com a assistência do Espírito Santo e abrange todos os campos de acção em que deve agir.

86. - "Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado."(DV 10) .

O Novo Testamento dá testemunho disto ao formar o colégio apostólico.

A Comunidade dos Apóstolos, enquanto ensina como um corpo unificado sob a direcção de Pedro, atesta a verdade de Cristo e fala com toda a autoridade d'Ele.

Foi aos Apóstolos que a autoridade do ensino do Reino foi confiada em plenitude, e eles foram as mais próximas testemunhas do que Jesus fez e ensinou.

No fim da era apostólica foi criado o episcopado monárquico sob a autoridade dos Apóstolos, como seus sucessores, como os árbitros finais da fé e da doutrina.

Os limites do Magistério da Igreja acentuaram-se positiva e gradualmente nos Concílios de Trento (1545-1563) e Vaticano I (1869-1870), e nas controvérsias com os Galicanos, Episcopalianos e Conciliaristas.

O Magistério da Igreja existe para proteger o ensinamento autêntico de Cristo até ao fim dos tempos.

O Magistério da Igreja proclama os autênticos ensinamentos de Cristo, infalivelmente, irrefutavelmente, e sem erro :

* Quando ensina universalmente e sem contradição.

* Quando a falta de ensinamento destas doutrinas se poderia considerar como uma negligência.

* Quando o ensino diz respeito a qualquer assunto de fé ou moral.

* Quando este ensino é feito com toda a autoridade.

Num Magistério Extraordinário o Romano Pontífice e os Concílios Ecuménicos, cujas decisões são confirmadas pelo Papa, têm poder para proclamar certas matérias de fé e moral necessárias para a salvação, como verdades infalíveis.

Tais ensinamentos devem ser proclamados com toda a autoridade e solenidade tanto pelo Concílio Ecuménico como pelo Romano Pontífice, e devem ser aceites consistente e universalmente por toda a Igreja.

Devem ser ensinamentos que nunca admitiram dúvidas.

A doutrina da Infalibilidade do Magistério não significa que tudo quanto a Igreja ensina seja proclamado infalivelmente, mas que a sua proclamação é a de Jesus Cristo e para aqueles a quem Ele quer ensinar.

Pela sua autoridade de ensinar, o Magistério conduz verdadeiramente a Cristo, à santidade e à salvação, uma vez que a plenitude da santidade e os dons do Espírito Santo se encontram na Igreja Católica em virtude da assistência que o Espírito Santo dá ao Magistério.

Portanto o Magistério da Igreja tem o dever de ensinar.

O Catecismo da Igreja Católica, seguindo a Escritura, o Concílio e o Direito Canónico, diz :

2032. - A Igreja "coluna e fundamento da verdade"(l Tim.3,15), "recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de anunciar a verdade da salvação"(LG 17). "À Igreja compete anunciar sempre e em toda a parte os princípios morais, mesmo de ordem social, bem como emitir juízo acerca de quaisquer realidades humanas, na medida em que exigem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas".(DC,cân.747/2).

O Magistério da Igreja assenta, portanto, na verdade e autenticidade da Sucessão Apostólica, para o cumprimento do plano da História da Salvação.

Todos os fiéis devem aceitar com humildade, confiança e reverência, todo o ensinamento do Magistério da Igreja, como garantia de veracidade da doutrina e caminho que leva ao Reino de Deus.
Fonte: Exsurge Domini

A Lei Moral

A Lei Moral

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1950 . – A lei moral é obra da Sabedoria divina. Podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de proceder que o levam à bem-aventurança prometida e proíbe os caminhos do mal, que desviam de Deus e do seu amor. É, ao mesmo tempo, firme nos seus preceitos e amável nas suas promessas..

Por esta definição do Catecismo, nós compreendemos, antes de mais, que a Lei, como Lei, é um Regra; como Moral encerra uma acção ou um procedimento; como Norma exige uma autoridade competente; a sua Finalidade é o bem comum. (cf.CIC 1951).

É muito vasto, portanto, o campo da Lei Moral, e assenta basicamente na Sabedoria divina, que nos foi comunicada através da Revelação.

Revelação

O Concílio Vaticano II publicou uma Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina - Dei Verbum, que começa por falar da Revelação em si mesma :

- Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria revelar-Se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da Sua vontade, (cf.Ef. 1/9), segundo o qual, os homens, por meio de Cristo, o Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo, e se tornam participantes da natureza divina, (cf. Ef.2/18; 2 Pé. 1/4).

Em virtude desta revelação, Deus invisível (cf.Col.1/15; l Tim.1/17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cf.Ex.33/11; Jo. 15/14-15 )e convive com eles (cf.Bar.3/38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta "economia" da revelação realiza-se por meio de acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido.

Porém a verdade profunda, tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação.(DV 2).

Deus...desde o princípio, manifestou-se a Si mesmo aos nossos primeiros pais.

E após a sua queda, Deus prometeu-lhes a redenção, como esperança de salvação quando disse à serpente :

- “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar”. (Gen.3/15).

E a partir daquele momento, Deus tomou incessantemente cuidado da raça humana, no sentido de lhe garantir a salvação :

- “Àqueles que com perseverança no bem procuram a glória, a honra e a incorrupção, dar-lhes-á a vida eterna”. (Rom.2/7).

No devido tempo chamou Abraão para fazer dele o pai dum grande povo :

- “Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos”. (Gen. 12/2).

Depois dos patriarcas, instruiu o seu povo por meio de Moisés e dos profetas, para que O reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai previdente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador prometido; assim preparou Deus através dos tempos o caminho do Evangelho. (cf. DV 3).

Depois Deus enviou seu Filho, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus, o qual, por palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, completou totalmente e confirmou a divina revelação, isto é, o plano de Deus para a nossa salvação.

Cristo fundou a sua Igreja, confiando aos seus Apóstolos a missão de transmitir a divina revelação, mandou que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos.

Os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito e a que lutem pela fé recebida duma vez para sempre.

A tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo.

As afirmações dos Santos Padres testemunham a presença vivificadora da Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante.

A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si, porque derivam da mesma fonte divina e fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.

Constituem um só depósito da sagrada palavra de Deus, confiado à Igreja.

O encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo.

Assim, por Jesus Cristo, Deus veio ao encontro do homem e o Magistério da Igreja tem a responsabilidade de estabelecer o que é a Lei Moral e de legislar, por meio dos seus preceitos. no sentido de classificar o que ela tem de relacão com a Lei Natural e a Lei Divina, um assunto mais recentemente tratado e desenvolvido pela Constituição Dogmárica do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina - Dei Verbum.

E a partir daqui fica-nos aberto o caminho para a Lei Evangélica
Fonte: Exsurge Domini

Nazaré

Nazaré


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)

Nazaré foi fundada 2000 anos antes do Nascimento de Jesus. Hoje Nazaré é dominada pela Igreja da Anunciação, ao centro.

Nazaré é o nome da vila ou cidade onde Jesus passou a maior parte do tempo da sua vida oculta.

Não é citada no Livro do Antigo Testamento.

Para Lucas, em Nazaré era a casa de Maria e de José, onde se deu o facto da Anunciação :

- “Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David, e o nome da virgem era Maria”. (Lc. 1,26).

Foi de Nazaré que José e Maria partiram para Belém para se recensearem :

- “Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, a fim de se recensear com Maria, sua mulher, que se encontrava grávida”.. (Lc. 2,4).

E a Nazaré regressaram depois de cumprir a lei :

- “Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré”. (Lc. 2,39).

Quando voltou do Egipto, foi viver para Nazaré :

- “Advertido em sonhos, retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré; assim se cumpriu o que foi anunciado pelos profetas : "Ele será chamado Nazareno". (Mt.2,22-23).

Depois de Jesus ter ido a Jerusalém, aos doze anos, onde se perdeu e os seus pais o encontraram no Templo, voltaram todos para Nazaré :

- “Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso”. (Lc.2,51).

Foi de Nazaré que Jesus partiu quando foi ter com João Baptista para ser baptizado :

- “Por aqueles dias Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João, no Jordão”. (Mc. 11,9).

Depois de ser baptizado por João, voltou a Nazaré e daí partiu para dar início à sua pregação :

- “Tendo ouvido dizer que João fora preso, retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade situada à beira mar...” (Mt.4,13).

Os três sinópticos referem-se à rejeição da pregação de Jesus em Nazaré (Mt.13,54-58; Mc.6,1-6; Lc.4,16-30), o que prova que Jesus vivia em Nazaré onde era a casa de seus pais e dos seus familiares, e onde José tinha a sua oficina de carpinteiro.

Nazaré não tinha boa reputação, por não ter recebido bem a pregação de Jesus que disse que ninguém era profeta na sua terra.

Foi em Nazaré, onde Jesus vivia, que Ele, num sábado, segundo o seu costume, se levantou para ler, e leu o livro do profeta Isaías em que estava escrito :

- “O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque me ungiu, para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, o recobrar da vista, a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano de graça do Senhor”.(Is.61,1: Lc4,18-19).

Depois disto, Jesus disse :

- “Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir”.(Lc.4,21).

A identificação de Nazaré com a moderna en-Nasira não se pode pôr seriamente em dúvida.

A população de 10.000 habitantes é, evidentemente, muito maior do que era nos tempos de Jesus.

Cresceu sobretudo, devido ao interesse dos turistas por ser a terra de residência de Jesus.

A cidade moderna ocupa todo o espaço da cidade antiga e há uma certa dificuldade em identificar o cimo do monte de que fala S. Lucas :

- “Levaram-n'O ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada... (Lc.4,29).

Todavia, recentes explorações descobriram uma formação rochosa, abaixo da superfície, que deve ter sido coberta em ocupações anteriores, que pode estar dentro da descrição de S. Lucas.

Depois da morte de Jesus, Nazaré tornou-se então predominantemente uma cidade de Judeus, tal como Belém se tornou uma cidade de Cristãos.

Em 614 os Judeus de Nazaré juntaram-se aos Persas no ataque contra os Cristãos com um poderoso contingente.

Até há pouco tempo sempre se pensou que em Nazaré não havia Cristãos nos primeiros séculos.

Presumiu-se que não houve nenhuma Igreja cristã até ao tempo em que Constantino Magno encarregou José de Tiberias de aí construir uma Igreja.

Recentes escavações, todavia, mostraram que não é verdade.

Em Março de 1960, quando uns operários levantavam um pavimento de mosaico para o preservarem, no lado Sul de um convento Bizantino que já tinha sido também descoberto, encontraram colunas trabalhadas que deviam pertencer ao tempo pré-Bizantino.

Numa, havia um grafite com a invocação de XE MARIA, expressão grega de Ave Maria.

Hoje acredita-se que os Cristãos de Nazaré dos primeiros séculos eram poucos mas tinham uma Igreja do tipo das sinagogas.

O único membro dessa comunidade que se conhece é Conon, que foi martirizado nos meados do século III.

Durante a perseguição de Décio, Conon teria dito aos seus juizes da Frigia :

- "Eu sou de Nazaré, da família do Senhor a quem sirvo como fizeram os meus antepassados".

Sucessivamente foram construídas Igrejas no lugar tradicional da Anunciação, por Bizantinos, Cruzados e Franciscanos.

Foram preservados os lugares tradicionais da Ave Maria e o local tradicional da Anunciação, bem como o lugar da Oficina de S. José sobre uma casa que se considera como tendo sido a casa onde vivia a Sagrada Família, o lugar do Poço de Maria e a primitiva sinagoga.

O próprio Jesus muitas vezes se intitula ou é conhecido por Jesus de Nazaré :

- “Este também estava com Jesus de Nazaré”.(Mt.26,71).

- “Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré?” (Mc.1,24). (cf.Lc.4,34).

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Foi em Nazaré que Jesus viveu até ao começo da Sua Vida Pública e lá pregou também na Sinagoga.

Esta cidade comemora a vida da família de Jesus com santuários que incluem :

* A Igreja de S. José construída no lugar onde se julga que era a sua oficina de carpinteiro.

* A Igreja da Anunciação.

Nazaré foi destruída pelo Sultão do Egipto no século XIII, mas os santuários começaram a ser reconstruídos séculos mais tarde, sob o patrocínio dos Franciscanos.

Presentemente o lugar da Anunciação está assinalado com uma gruta na moderna Igreja da Anunciação, cujas obras terminaram em 1966.
Fonte: Exsurge Domini

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Neápolis

Neápolis

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)

Neápolis era o maior porto da Macedónia .

Ruínas arqueológicas do período do Novo Testamento foram encontradas ao norte de Acaia, na região da Macedónia, no porto da cidade de Neápolis, onde S. Paulo fez a sua primeira entrada na Europa, a partir da Ásia :

- “Embarcámos em Tróade e fomos directamente a Samotrácia ; no dia seguinte, fomos a Neápolis, e, de lá a Filipos, cidade de primeira categoria deste distrito da Macedónia, e colónia”.(Act.16,11-12).

Há poucas coisas da cidade deste tempo, excepto algumas ruínas do porto e, na cercania do museu, a não ser alguns marcos milenários que permanecem atrás da Via Egnatia, a auto-estrada que passa por Neápolis, por onde passou Paulo a caminho de Filipos.

Paulo recorda a conversão de uma mulher de Tiatira, chamada Lídia, que era negociante de púrpura, que era temente a Deus e que depois convidou Paulo para ir a sua casa :

- “Depois de ter sido baptizada, bem como os de sua casa, fez este pedido : Se me consideras fiel ao Senhor, vinde ficar a minha casa”.(Act.16,15).

Presentemente Neápolis tem uma população de 31.830 habitantes, segundo o censo de 2001, numa área de 1.168 Km² .
Fonte: Exsurge Domini

Pafos

Pafos


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)

Era uma cidade da costa Ocidental da ilha de Chipre, que tinha um excelente porto, e que Paulo visitou ma sua Primeira Viagem apostólica.

Paulo e Barnabé deixaram Salamis e foram, através de toda a ilha até à cidade de Pafos.

Era lá a residência do procônsul Sérgio Paulo e lá se deu a disputa de Paulo com o mago Élimas ou Barjesus.

- “Percorreram toda a ilha até Pafos e encontraram lá um mago, falso profeta judeu chamado Barjesus que estava ao serviço do procônsul Sérgio Paulo, homem ponderado”. (Act, 13,6).

- “Este mandou chamar Barnabé e Saulo, desejoso de ouvir a palavra de Deus. Mas o mago Élimas, - que assim se traduz o seu nome - opôs-se-lhe, procurando desviar o procônsul da fé”. (Act. 13,7-8).

- “Então Saulo - "Também chamado Paulo" - cheio do Espírito Santo, fitou nele os olhos e disse-lhe : "Ó criatura cheia de todas as astúcias e de toda a iniquidade, filho do diabo, inimigo de toda a justiça, quando é que cessarás de perverter os rectos caminhos do Senhor...”(Act.13,9-10).

A partir de agora, Saulo deixa o nome Judeu (Saulo) para tomar o nome romano correspondente (também chamado Paulo).

É o seu lema de fazer-se tudo para todos a fim de a todos ganhar para Cristo.

Depois disto o mago ficou cego e o procônsul ficou vivamente impressionado com a doutrina do Senhor.

- “Vendo, então o que se tinha passado, o procônsul abraçou a fé, vivamente impressionado com a doutrina do Senhor”.(Act.13,12).

Sérgio Paulo era um procônsul Romano em Chipre que convidou Paulo e Barnabé a falar na sua presença.

Quando Paulo, Barnabé e Marcos visitaram Chipre no ano 46, na primeira viagem missionária de Paulo, encontraram-se com um falso profeta e mago, que fazia parte da casa do procônsul romano.

Quando Sérgio Paulo convidou Paulo e Barnabé a apresentar-lhe "a Palavra de Deus", Élimas Barjesus tentou impedi-los de apresentar o evangelho cristão ao seu Mestre.


Paulo esconjurou-o e ele ficou temporariamente cego, o que impressionou o governador e o fez desejar ouvir o evangelho proclamado por Paulo

- “E percorreram toda a ilha de Pafos e encontraram lá um mago, falso profeta, judeu, chamado Barjesus, que estava ao serviço do procônsul Sérgio Paulo, homem ponderado”. (Act. 13,6-7).

Não é improvável que, neste período do Governo Romano tenha havido problemas com o Cristianismo e, um alto oficial podia aceitar facilmente essa doutrina nova e ser iniciado nos seus mistérios.

A família de Paulo Sérgio, tinhas muitas propriedades na área da Pisidia de Antíoco e, a decisão de Paulo por passar por lá, acentuou-se porque Sérgio Paulo mostrou desejo de que Paulo falasse com a sua família.

Um tal Sérgio Paulo é mencionado por Plínio o ancião em alguns manuscritos de Chipre, da Ásia Menor e de Roma.

É possível que se trate da mesma pessoa.

Paulo falou, esconjurou o mago e, por fim, Sérgio Paulo abraçou a fé :

A partir daqui, Paulo e os companheiros dirigiram-se para Perga e Panfília.
Fonte: Exsurge Domini

Pátara

Pátara


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Patara (Lycian=Pttara), mais tarde renomeada Arsinoe, foi uma florescente cidade marítima e comercial na costa Sudoeste de Lycia, no Mediterrâneo, cerca da costa da Turquia, junto à moderna e pequena cidade de Gelemis, na província de Antalia. Foi o berço de S. Nicolau, que viveu a maior parte da sua vida na cidade de Myra.

História


Possuindo um porto natural, diz-se que Pátara foi fundada por Patarus, um filho de Apolo. Está situada a 60 estádios da foz do rio Xanthos

Pátara foi notável na antiguidade pelo seu templo e oráculo de Apolo. Este deus pagão é muitas vezes nomeado com o sobrenome de Patareus. Heródoto diz que o oráculo de Apolo era apresentado por uma sacerdotiza apenas durante um certo período do ano e, através de Servius nós sabemos que este período era o sexto mês do Inverno. Parece que é certo que Pátara recebeu os Dorian, negociantes de Creta ; e o culto a Apolo era certamente de Dorian. Escritores antigos mencionavam Pátara como uma das principais cidades da Lycia, que era o primeiro porto marítimo e a cidade mais importante da Liga Lyciana, tendo 3 votos, com o máximo.

A cidade, com o resto da Lycia, rendeu-se a Alexandre Magno em 333 a.C. Durante as guerras de Diadochi, foi ocupada em troca, por Antigono e Demétrio, antes de cair em poder de Ptolomeu. Strabo infoma-nos que Ptolomeu Filadelfo do Egipto, que alargou a cidade, deu-lhe o nome de Arsinoe, (Arsinoe II do Egipto), sua esposa e irmã, mas ela continuou a ser chamada pelo seu nome antigo de Pátara. Antíoco III capturou Pátara em 196 a.C.. Os Rodianos ocuparam a cidade, e como um aliado romano, a cidade com o resto da Lycia foi libertada em 167 a.C. Em 88 a.C. a cidade foi cercada por Mitríades IV, rei do Ponto e foi capturada por Brutus e Cássius, durante a sua campanha conta Marco António e Augusto. Foram feitos suplementares ataques que foram infligidos na vizinha Xanthos. Pátara foi formalmente anexada pelo Império Romano em 43 da nossa era e ligada a Panfília.



Pátara é mencionada na Bíblia como o lugar onde Paulo de Tarso mudou de barco :

-“ Depois de nos separarmos deles, embarcámos e, navegando directamente, chegámos a Cós, no dia seguinte a Rodes, e de lá a Pátara”. (Act.21,1).

A cidade foi evangelizada muito cedo, por alguns bispos como :

Metódio, provavelmente bispo de Olimpus. Eudemo, que esteve presente co concílio de Niceia (325). Eutico, que esteve presente co concílio de Seleucia (359). Eudemo,que esteve presente no concílio de Constantinopla (381). Cirino, que esteve presente no concílio de Calcedónia (451). Licinio, que esteve presente no sínodo de Constantinopla (536). Teódulo, que esteve presente no concílio de Fócio (879).

Ruinas



Os muros da cidade encerram uma área considerada muito extensa, com um castelo que comandava o porto, e algumas torres que protegiam os muros.


Haviam templos com altares e pedestais e bastantes elementos de antigas esculturas muito mutiladas.

Fora dos muros havia uma multidão de sarcófagos com inscrições, mas os que estavam abertos estavam vazios.

O teatro foi construído no tempo de António Pio com um diâmetro de cerca de 88 metros e com 30 séries de assentos.

Também há umas ruínas de águas termais, que teriam sido construídas por Vespasiano.

O lugar tem sido escavado em dois meses de verão em cada ano por uma equipa de arqueólogos turcos..As escavações revelaram algumas construções em boas condições.
Fonte: Exsurge Domini

Patmos

Patmos

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Patmos, uma ilha na Grécia.

Patmos é uma pequena ilha da Grécia a 55 km da costa SO da Turquia, no mar Egeu. É uma das ilhas do Dodecaneso, e possui uma área total de 34,6 km² e uma população de 2700 habitantes (2002).

Constitui uma municipalidade grega com capital em Hora (ou Chora), às vezes erroneamente chamada Patmos. Skala é o único porto.

A ilha é dividida em duas partes quase iguais, uma do norte e outra do sul, unidas por um estreito istmo. A vegetação é limitada, e o relevo, formado de montes relativamente baixos, cujo pico mais alto é o Profitis Ilias (269 m).

História

O porto de Skala, na ilha de Patmos

Conhecida por ser o local para onde o apóstolo João foi exilado — conforme consta na introdução do livro bíblico de Apocalipse —, Patmos foi usada como um lugar de banimento durante os tempos romanos. Segundo uma tradição preservada por Ireneu, Eusébio, Jerônimo e outros, o exílio de João aconteceu em 95 d.C., no ano décimo quarto do reinado de Domiciano. A tradição local ainda aponta a caverna onde João teria recebido a revelação para escrever o livro[1].

Desde 1522, a ilha foi diversas vezes controlada pelos turcos, sendo capturada pelos italianos em 1912. Em 1948 passou definitivamente ao controle grego.

As relíquias arqueológicas na Ásia Menor, relativas ao Novo Testamento centram-se primariamente à vida dos Apóstolos João e Paulo.

João recebeu a sua revelação na ilha de Patmos, de 12 x 7 quilómteros e a 100 quilómetros de Skala, um pequeno e moderno porto e um dos mais notáveis ancoradores do Mar Egeu.

A moderna cidade de Patmos está situada em volta do mosteiro de Ayos Elias do século XI, 244 metros de altitude e que domina a parte sudeste a ilha.

A Tradição considera que joão recebeu a sua revelação numa gruta nas trazeiras do mosteiro.

A natureza do exílio de João para a ilha de Patmos, não foi revelada. A primitiva Igreja atribui a sua presença nesta ilha à perseguição da Igreja que condenou João ao exílio.

O género Apocalíptico, é típico dos períodos de crise e de perseguição. Supõe-se, portanto, um desses períodos da Igreja Apostólica. O autor apresenta-se a si mesmo como João e escreve em Patmos, onde se encontra desterrado :

- “Eu,João, que também sou vosso irmão e companheiro na aflição, na realeza e na paciência em Jesus Cristo, estava na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo”.(Apc.1,9).

A tradição eclesiástica identifica este João com o Apóstolo do mesmo nome. Assim, tudo leva a concluir que se está sob a perseguição de Diocleciano, por volta do ano 95.

Violenta tempestade sacudia então a cristandade da Ásia Menor. O Apóstolo João, como pastor zeloso, esceve então o Apocalipse, para encorajar os cristãos à perseverança consolando-os com a certeza de que Jesus está com os Seus, os maus serão punidos, os bons premiados e que a Vitória dos cristãos está para breve.
Fonte: Exsurge Domini

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Perga

Perga


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Perga, era a capital da então região da Panfília, que é a moderna Província de Antalia, no Sudoeste Mediterrâneo, na costa da Turquia.

Hoje é um grande lugar de antigas ruínas a 15 quilómetros a Leste de Antalia, onde há uma acrópole datada da Era do Bronze.

Historia
No século XII a. C. tinha havido uma grande onda de emigração de gregos do norte da Anatólia (moderna turquia) para a costa do Mediterrâneo.

Muitos fixaram-se imediatamente na área Sudeste da moderna Antália, que ficou a ser conhecida como Panfília (que significa terra das tribos)

Quatro grandes cidades se formaram nesta região : Perga, Silion, Aspendos e Side.

Perga foi fundada cerca do ano 1000 a. C. e ocupa 20 km da ilha.

Foi fortalecida , por medidas defensivas para evitar os piratas terroristas do Mediterrâneo.

Em 546 a. C. os Persas atacaram as forças locais e ganharam o controlo da região

Duzentos anos mais tarde, em 333 a. C. o exército de Alexandre Magno chegaram a Perga, durante a sua campanha para conquistar a Pérsia.

Os habitantes de Perga enviaram emissários para conduzirem o exército para dentro da cidade.

Alexandre foi seguido pelo império do Seleucidas, cujo mais célebre ancião que lá vivia, o matemático Apolónio, (292 b.C – 190 b.C.) ali viveu e trabalhou.

Apolónio era um discípulo de Arquimedes e escreveu uma série de oito livros para descrever a família das curvas, conhecidas como secções cónicas, compreendendo o cículo, a elipse, a parábola e a hipérbole.

O domínio romano começou em188 a. C. e a maior parte das ruínas existentes datam desse período.

Depois do colapso do Império Romano, Perga permaneceu desabitada até ao tempo de Seljuk, antes de ser gradualmente abandonada.

Ruínas

Perga é actualmente um lugar arqueológico e a maior atracção turística.

A antiga Perga, uma das principiais cidades da Panfília, estava situada entre os rios Catarrhactes e Cesrus, 60 estádios de distância da foz deste último rio, um lugar que na moderna Turquia, se chama Murtana, um tributário de Cestrus, e vilaiet de Koniah no Ottoman.

As suas ruínas incluem um teatro, a palaestra, o templo de Artemis e duas igrejas.

O mais famoso templo de Artemis está fora dos muros da cidade.

Dois guias contam a história de que Perga foi o berço da cerveja, alegadamente descoberta por acaso, mas recentes encontros da Faraónica cerveja, antecederam largamente a cidade.

História Eclesiástica
Outras figuras históricas notáveis que visitaram Perga duas vezes são S. Paulo e seu companheiro S Barnabé, como nos contam os Actos dos Apóstolos, durante a sua 1ª Viagem Apostólica, onde pregaram a Palavra de Deus, antes de sairem de Atália , a 15 quilómetros de Antioquia :

- “A seguir, atravessaram a Pisídia, chegaram a Panfília e depois de anunciarem a palavra em Perga, desceram a Atália”.(Act.14,24-25).

Perga permanece uma Sé titula da Igreja Católica Romana na antiga província da Panfília.

Foi rem Perga que João Marcos deixou S. Paulo e voltou para Jerusalém.
Fonte: Exsurge Domini

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Qumran - Copistas

Qumran - Copistas

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado na margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó, a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém na costa do Mar Morto, em Israel.

Situado na fissura do Mar Morto entre dois barrancos profundos, em uma área onde actividades tectônicas são frequentes e a precipitação média anual é muito baixa.

O meio ambiente actual é árduo e difícil para o cultivo; mas foi precisamente o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu significativamente para a preservação de estruturas e de materiais arqueológicos encontrados na região.

Nessa região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não há precipitações. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações é seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando em um cheiro de enxofre.

Qumran tornou-se célebre em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos que ficaram conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto.

Em 1947, os primeiros manuscritos foram encontrados em uma caverna às margens do Mar Morto por um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas. A notícia do achado espalhou-se rapidamente após a venda e aquisição dos primeiros manuscritos. De imediato a comunidade científica interessou-se pelo achado.

A “École Biblique et Archéologique Française de Jerusalém” desenvolveu pesquisas em Qumran e arredores desde o final da década de 40 até 1956. O chefe da equipe, no período de 1951 a 1956 foi o frei francês Roland Guérin de Vaux (1899-1971).

Aproximadamente 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã.

COMUNIDADE DE QUMRAN

Era um grupo ascético de judeus, provavelmente membros da seita dos Essenos, que viveu junto ao Mar Morto, no Wadi Qumran, entre 150 a.C. e 70 da nossa era.

Nas Grutas de Qumran, junto ao Mar Morto, foram encontrados os Rolos que tinham sido copiados pela Comunidade de Qumran.

As informações que há sobre esta Comunidade, têm como fontes:

a) - Os Rolos do Mar Morto.

b) - A evidência arqueológica nas ruínas do seu mosteiro.

c) - Referências sobre os Essenos nos escritos de Plínio o Ancião e do judeu Filo.

Os membros desta Comunidade, que se consideravam como os antepassados dos Israelitas, reuniam-se duas vezes por dia para as orações do Saltério, ao nascer e ao pôr do Sol.

Praticavam alguns ritos próprios, especialmente dois básicos :

* Lavagens purificatórias que simbolizavam o arrependimento dos pecados.

* Refeição do pão e do vinho presidida por um sacerdote.

Esta Comunidade era composta por sacerdotes e leigos e os seus membros eram casados ou celibatários.

Os bens materiais eram postos em comum e o seu género de vida era rigorosamente ascético; e por causa do seu exagerado rigor, eram olhados pelos judeus como fanáticos.

Desde a descoberta dos Rolos do Mar Morto, tem havido muita especulação sobre a possível relação entre a Comunidade de Qumran e a primitiva Igreja.

Houve, por exemplo, quem sugerisse que João Baptista vivia em Qumran ou que, pelo menos, conhecia a Comunidade.

E desta especulação nasceu a ideia de que João Baptista conhecesse e praticasse o rito purificatório do Baptismo.

Todavia, tudo isto está ainda muito longe de se poder provar ou confirmar.

Relacionados com a Comunidade Qumran estão Copistas. Escribas. Essenos. Manuscritos.

COPISTAS

Eram os homens, normalmente monges, que se dedicavam a reproduzir os manuscritos antigos ou coevos, especialmente da Sagrada Escritura, de forma a permitir a sua difusão, numa altura em que a imprensa ainda não tinha sido inventada, inviabilizando, por isso, a possibilidade de tiragens elevadas.

Os erros das cópias causaram muitas polémicas e muitos enganos de interpretação por parte de historiadores e exegetas que se dedicaram à exumação desses documentos antigos.

Contudo, esses deslizes são compreensíveis, tendo em conta a falta de preparação literária, histórica e exegética, e mesmo as condições de trabalho dos copistas, sobretudo se pensarmos que nos nossos dias, a publicação de um livro, com todos os progressos da técnica moderna e por mais revisões que se façam, sempre aparecem algumas gralhas muito incómodas.

Além disso, certos manuscritos recebiam um tratamento artístico valioso, com magníficas iluminuras a ilustrarem o conteúdo do texto, antepassadas das gravuras que viriam a acompanhar os livros impressos.

Arqueologia
A arqueologia distingue três fases de ocupações:

Junto a uma aguada fortificada do séc. VIII-VII a.C., ocorre uma ocupação essênia modesta antes de 100 a.C.; sob Alexandre Janeu, as instalações são ampliadas consideravelmente, passando a ser uma “fortaleza dos piedosos”. A estrutura comportava 200 a 300 pessoas. A colônia é abandonada após um terremoto em 31 a.C. e um incêndio.
Ocupação sob Arquelau (4 a.C. – 6 d.C.), com ampliação das fortificações e reforço da segurança. Destruição das fortificações pela Legio X (68 d.C.); antes porém a monumental biblioteca é transferida às pressas para as cavernas das imediações.
Guarnição romana (68 – 100 d.C.); base de operações dos seguidores de Bar Cochba, na II Guerra Judaica (132-135 d.C.).
Fonte: Exsurge Domini

Qumran - Essenos

Qumran - Essenos

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)



O sábio e escritor romano Plínio o Ancião (23-79) descreveu os Essenos como uma "Raça solitária" que foi "singular entre todas as outras do mundo inteiro".

Eles eram na verdade muito especiais porque viviam em regime monástico - fenómeno até então desconhecido dos Judeus (e raramente visto em qualquer parte fora da Índia).

Era uma raça semelhante à dos Fariseus, mas muito mais radical; eles eram os mais místicos, os mais rigorosos e os mais reservados de todas as seitas judaicas antigas.

Embora este grupo ou raça nunca seja nomeado no Novo Testamento, os escolares têm-nos identificado, pelas suas práticas e pelas suas crenças, com um certo paralelismo com a primitiva Cristandade.

Este nome Essenos, pode significar piedosos (ou possivelmente os curandeiros ou médicos).

Depois da guerra da independência judaica de 167-165 a.C., os Essenos formaram a sua própria seita, porque não estavam de acordo com certas práticas e políticas dos Fariseus.

Chefiados por um "Professor de rectidão" - que os historiadores nunca conseguiram identificar - eles fundaram um certo número de comunidades monásticas, do género da do mosteiro de Qumran, no deserto do lado poente do Mar Morto.

Ao tempo de Cristo, os Essenos deviam ser cerca de 4.000, espalhados por toda a Palestina em enclaves comunitários e em piedade ascética.

Embora alguns Essenos se casassem para terem descendência, a seita era especialmente uma irmandade de homens celibatários.

A sua irmandade concentrava-se no desejo e na prática de se purificarem porque eles acreditavam que a vinda do Reino de Deus estava iminente.

Eles eram implacáveis nos seus mosteiros.

O seu dia começava com o nascer do sol e não diziam uma palavra senão depois das suas orações matinais.

Depois ocupavam o seu tempo com os seus trabalhos do campo, nos fornos de cerâmicas, nos teares, ou a copiar os textos secretos nas suas salas de estudo.

Cuidadosos estudos dos livros, especialmente das Escrituras, era a sua principal actividade, pelo que a sua vida se concentrava na interpretação da Lei de Moisés.

Tal como muitos cristãos primitivos, eles procuravam a interpretação dos livros proféticos, sobretudo os que tratavam de um futuro imediato.

A perspectiva dos Essenos sobre a história como predestinada por Deus, vem através de um dos rolos do Mar Morto : «Seguramente, todos os tempos estabelecidos por Deus, virão na devida altura, tal como Ele os planeou na Sua inescrutável sabedoria».

Os Essenos eram peritos em ervas medicinais e nos poderes ocultos das pedras preciosas, uma ciência que eles diziam que tinham aprendido em livros antigos.

A sua túnica branca significava que eles acreditavam que eram os verdadeiros sacerdotes de Israel, os verdadeiros "fiéis restantes" mencionados nas primitivas profecias, que haviam de sobreviver como as testemunhas do amanhecer de uma nova era.

No seu contexto cósmico eles consideravam-se como os "Filhos da Luz" numa guerra contra os "Filhos das trevas" chefiados por Satã.

A sua vida no mosteiro era limitada ao mínimo, numa propriedade comum, com banhos rituais, uma alimentação frugal ao meio dia e ao fim do dia.

Havia um conselho de 3 sacerdotes que presidiam a 3 famílias sacerdotais, e 12 leigos que representavam as 12 tribos de Israel, governadas pela comunidade sob regras rigorosas, particularmente no Sábado.

Quando os Essenos descansavam ao sábado, depois de uma semana de trabalho, comiam alimentos frios, preparados de antemão ou abstinham-se simplesmente, para não profanarem o dia santo de Deus.

A partilha do pão era considerada com um acto santo, tal como para os primeiros cristãos, uma espécie de Eucaristia.

E havia outras instituições similares.

O trabalho do responsável era como o dos primitivos bispos da Igreja cristã.

Tal como os primeiros cristãos, eles rejeitavam o sacrifício de animais e, como eles, falavam da sua doutrina como um "Caminho".

Os novos membros da comunidade eram sujeitos a determinadas provas em três etapas e depois eram iniciados num juramento de piedade para com Deus, honestidade para com os irmãos da comunidade e sigilo a respeito dos ensinamentos da comunidade, como por exemplo a doutrina esotérica sobre o nome dos anjos.

Os iniciados eram banhados em água corrente com um ritual semelhante ao de João Baptista quando baptizava no Jordão.

Alguns escolares têm feito especulações, dizendo que João Baptista viveu numa comunidade de Essenos durante um certo período da sua vida.

Acrescentam que ele também viveu uma vida ascética, nunca casou e pregava o arrependimento e a preparação para o Reino de Deus que já estava próximo.

A comunidade dos Essenos desapareceu cerca do ano 70, quando os exércitos romanos venceram os judeus insurrectos de que eles faziam parte.

Muitas centenas dos documentos da piedosa seita dos Essenos permaneceram escondidos num grupo de grutas perto de Qumran, onde estiveram ocultos por mais de 2.000 anos.

Um dia, em 1947, um pastor árabe, quando procurava um carneiro que se tinha perdido, ao atirar uma pedra para uma cova, sentiu que ela batia em peças de cerâmica ou olaria.

Foi assim que se descobriram os primeiros Rolos do Mar Morto.
Fonte: Exsurge Domini

Qumran - Rolos do Mar Morto

Qumran - Rolos do Mar Morto

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)



Certo dia, no ano de 1947, um jovem Beduíno chamado Muhammad adh-Dhib, andava em busca de uma ovelha perdida nas encostas escarpadas, junto ao Mar Morto.

Atirou uma pedra para dentro de uma pequena gruta e pareceu-lhe ouvir o som de loiça de barro que se quebrava.

Lá como pôde entrou para ver de que se tratava e foi então que ele se encontrou perante um espectáculo deslumbrante.

Era o primeiro homem que em cerca de dois mil anos punha o pé dentro daquela gruta.

Antes dele, os que lá entraram, deixaram vários jarros de loiça que continham rolos de pele, alguns cobertos com tecido de linho.

Embora secos e quase a desfazerem-se pelos séculos, sete desses rolos estavam quase intactos.

E foi assim que a pedra de Muhammad descobriu a maior quantidade de manuscritos dos tempos modernos.

Esta descoberta, naturalmente, pôs todos os arqueólogos, Beduínos e estudiosos das Escrituras em busca de mais manuscritos naquela zona e foram encontradas mais dez grutas do mesmo género, e fizeram-se também escavações nas ruínas do mosteiro de Qumran a menos de um quilómetro de distância das grutas.

Aparentemente parecia que havia uma grande biblioteca que ali tinha sido escondida desde há séculos.

Numa só gruta a Ocidente das ruínas de Qumran, foram encontrados mais de 40.000 fragmentos de rolos.

Até agora já foram identificados 520 documentos só daquela gruta, mas a maior parte dos documentos permanece sem identificação.


No total das grutas e escavações, apareceram fragmentos de todos os Livros da Bíblia hebraica com excepção do Livro de Ester.

São manuscritos milhares de anos mais velhos do que as mais antigas cópias que até ali existiam.

Por exemplo, o manuscrito mais antigo que havia antes das descobertas do Mar Morto, era de 1.000 a. C.

Agora, os Rolos do Mar Morto permitem-nos acrescentar mais 1.000 anos.

Também foram encontradas centenas de documentos não-bíblicos, incluindo aqueles que se referem à vida monástica da comunidade de Judeus, os Essenos.

Os Essenos - seita cuja existência era de há muito conhecida pelos escritos de Josephus de Philo e de Plínio - tornou-se agora mais evidente, vista de dentro.

Os rolos têm cópias, entre outras coisas, da vida monástica, livros de regras, hinos e orações e os seus planos para a batalha final entre os "filhos da luz" e os "filhos das trevas".

Tal como os Fariseus, os Essenos, provavelmente tinham as suas raízes históricas entre os Hasideanos "os piedosos", Judeus que lutavam pelo Torah (A Lei) na revolta dos Macabeus.

Ao contrário, os Fariseus, rejeitavam completamente o sacerdócio em Jerusalém praticado pelos sumos sacerdotes Hasmoneanos.

O líder dos Essenos, um sacerdote conhecido nos Rolos apenas com esta designação "Mestre da rectidão", foi perseguido pelo "Sacerdote malvado", possivelmente Jonatão, o sumo sacerdote Hasmoneano.

O Mestre e os seus numerosos seguidores abandonaram o templo profanado e estabeleceram-se como uma comunidade de puritanos no enclave do deserto.

Os Essenos consideravam-se o verdadeiro povo de Deus, que vivia nos tempos atribulados antes dos últimos dias.

Criaram uma rigorosa Comunidade que levava cada membro a uma vida de culto que os havia de juntar aos "filhos da luz" na terra e aos anjos no Céu.

Os Essenos de Qumran eram maioritariamente homens celibatários, que renunciavam aos seus bens em favor da comunidade e viviam uma vida normal mas com certas práticas de um ritual puritano.

Qualquer acto de extrema desobediência, podia levar a uma expulsão permanente.

Todo o aspecto da sua vida - desde os seus hábitos brancos até às suas refeições rituais, desde a sua vida de oração até à cópia dos Rolos - era organizado no sentido de os preparar para a luta final e a nova idade que eles esperavam.

O movimento começado pelo Mestre da Rectidão, permaneceu por gerações.

A Comunidade de Qumran prosperou durante 200 anos, até ser desfeita pelos Romanos na guerra dos Judeus entre 68 e 70.

Provavelmente nessa altura, muitos dos Essenos esconderam os seus preciosos tesouros, as suas bibliotecas, em várias grutas de difícil acesso das redondezas do mosteiro, devidamente acondicionados.

E ali permaneceram séculos sem fim até à pedra do jovem Beduíno.

Portanto, a primeira e mais importante descoberta deu-se em Wadi Qumran, cujos rolos e fragmentos de manuscritos são em Hebreu, Aramaico e Grego e foram encontrados entre 1947 e 1956.

Até agora os Rolos do Mar Morto têm sido cheios de surpresas, mas não se sabe ainda que mais surpresas nos poderão dar no futuro.
Fonte: Exsurge Domini

Sardis

Sardis

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Ruinas da sinagoga e do ginásio de Sardis.

Actualmente chama-se Sart e era uma cidade da Ásia Menor a cerca de 75 quilómetros a Leste de Esmirna, no sopé do Monte Tmolus e foi a capital do Reino da Lídia.

Estava situada no Hermus Valley, o mais largo e io mais fértil rio da Ásia Menor.

O rio Pactolos, famoso pelo seu oiro, corria junto ao templo de Artemisia

Foi tomada por Cyrus em 546 a.C. tornando-se a capital administrativa da satrapia da Ásia Menor.

Ficava no terminal Oeste da estrada real para Susa, que passava dos domínios Persas para o Reino dos Selêucidas, depois para o Reino de Pérgamo e finalmente para Roma.

Foi muito danificada por um tremor de terra no ano 17.

Foram feitas escavações de 1910 a 1914, por uma expedição americana, e outras em 1958 por Harvar e Cornell.

As ruínas do período romano incluem um odeão, um estádio, um teatro, uma casa do senado, possivelmente um ginásio, um balneário e um templo a Artemísia, aqui identificada com a mãe asiática de Cibele.

No período do cristianismo é a quinta das das sete Igrejas de que fala o Apocalipse :

- “O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete Igrejas que estão na Ásia : a Éfeso, a Esmirna. a Pérgamo, a Tiatira. a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia”. (Ap. 1/11).

- “Ao anjo da Igreja que está em Sardes, escreve...” (Ap.3/1).

- “Todavia, tens alguns em Sardes que não contaminaram os seus vestidos...” (Ap.3/4)

No primeiro século tinha uma população de 120.000 pessoas.

A avenida principal da cidade foi começada por Tiberius e acabada por Claudius e ainda devia existir no tempo do Apóstolo João.

Era pavimentada com blocos de mármore e tinha uma passagem lateral para os piões.

O templo de Artemisia era uma das mais impressionantes estruturas da antiga Sardis.

Foi começado provavelmente no sécul III a.C. e viria a ser destruído pelo tremor de terra do ano 17.

Tinha 100 metros de comprido e era rodeada por colunas helenísticas de tipo iónico, e só algumas se aguentaram com o tremor de terra do ano 17 e foram usadas depois em construções romanas.
Fonte: Exsurge Domini

Samaria

Samaria

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Samaria com o rio Jordão a Leste...

A Samaria era uma das Províncias da Palestina entre a Galileia ao Norte e a Judeia ao Sul, tendo o rio Jordão a Leste.

A sua cidade principal também se chamava Samaria (cerca da presente cidade de Sebastiye), fundada por Omri, (Amri) rei de Israel no século IX a.C., que fez dela a capital do seu Reino :

- “(Amri) comprou o monte de Samaria a Somer por duzentos talentos de prata. Construiu uma cidade sobre esse monte, à qual deu o nome de Samaria, do nome de Somer, a quem pertencia o monte”. (1 Reis.16,24).

Fizeram-se escavações em 1908-1910; 1931-1935 e as ruínas do palácio de Omri e de outros palácios romanos ainda hoje lá se encontram.

Excavações no Templo Samaritano

Quando em 721 a.C. os Judeus foram deportados, os Assírios introduziram na Samaria outros povos da Babilónia e da Síria que se misturaram com os judeus ainda lá existentes.

Isto deu origem a uma população mista e a uma religião de práticas corruptas.

- “O rei da Assíria mandou vir gente da Babilónia[...] e estabeleceu-a nas cidades da Samaria, em lugar dos filhos de Israel. Apoderaram-se da Samaria e instalaram-se nas suas cidades...” (2 Reis 17,24).

- “Os povos que transferiste para as cidades da Samaria não sabem como honrar o deus da terra...” (2 Reis 17,26).

E foi assim que nasceu uma certa inimizade entre Judeus e Samaritanos de modo que a estes nem era permitido tomar parte na reconstrução do Templo depois do exílio na Babilónia, o que fez com que eles construíssem o seu próprio santuário para rivalizar com Jerusalém.

A fé dos Samaritanos baseia-se apenas no Pentateuco (Torah).

Para os Samaritanos o "Monte Gerizim era :

* - O centro do mundo.

* - O lugar escolhido explicitamente por Deus para ali se construir o Seu Templo.

* - Um lugar que já existia antes da Criação.

* - Escapou ao Dilúvio e havia de escapar ao Juízo final.

* - Lugar onde Deus criou Adão do pó da terra.

* - Lugar onde Abraão levantou o altar para o sacrifício de Isaac.

* - Lugar onde Moisés escreveu o Torah (Lei).

* - Lugar onde a "Luz do Mundo" havia de voltar para se restabelecer a Aliança de Deus com o povo, lugar da vingança e da recompensa em que os bons voltavam para o Éden e os maus para o fogo.

Em 125 a.C. Hyrcanus anexou parte da Samaria e da Idumeia.

Os povos destes territórios foram forçados a aceitar o Judaísmo, como meio de garantir a sua lealdade. (Entre estes povos estavam os antepassados do que havia de vir a ser o Herodes-o-Grande).

No ano 108 a.C. Hyrcanus deu início a uma segunda campanha na Samaria.

Siquém foi tomada, acabando-se assim a longa história do famoso lugar onde Abraão teria levantado o primeiro altar na Terra Prometida e o altar para o sacrifício de Isaac.

Depois de um ano a cidade de Samaria foi destruída.

No tempo de Jesus, os Galileus, para irem ao templo de Jerusalém teriam que atravessar a Samaria e Jesus por lá passou várias vezes de ida e volta a Jerusalém.

* - Em Betânia da Samaria, ressuscitou Lázaro... (Jo. 11,1-44).

* - Em Sicar, uma cidade da Samaria, junto ao poço de Jacob, Jesus encontrou a Samaritana com quem falou e a quem revelou a água que corre para a vida eterna..(Jo.4,l-42).

* - Como as longas caminhadas daqueles tempos tinham muitos perigos dos salteadores, Jesus contou a parábola do Bom Samaritano. (Lc. 10,25-37).

* - Foi em Betânia da Samaria que uma mulher lavou os pés a Jesus, os enxugou com os seus cabelos e os ungiu com um caro perfume que, segundo a sugestão de Judas, se poderia vender por 300 denários em favor dos pobres.(Jo.12,1-11).
Fonte: Exsurge Domini

Sidonia

Sidonia


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Era uma cidade de Fenícia situada onde é actualmente a moderna Saida a 42 quilómetros a sul de Beirute e a 38 quilómetros a Norte de Tiro.

Nos tempos antigos tinha um duplo porto de mar protegido por uma ilha e estava dividida em duas cidades, a cidade do porto da ilha e a cidade com a fortaleza principal.

A cidade moderna está situada sobre as ruínas da antiga.

Uma necrópole fenícia e as ruínas do templo de Eshmun, estão situadas na periferia da cidade.

A antiguidade de Sidónia não se conhece ao certo, mas sabe-se que já existia na primeira parte do segundo milénio a.C.

Antes da fundação da potência marítima de Creta, nesse período, Sidónia tinha já um império comercial com uma cadeia de mercados e colónias nos principais pontos da Ásia.

Durante o segundo milénio, Sidónia foi a líder de todas as cidades da Fenícia.

Em documentos antigos, quando se fala em “Sidónios” muitas vezes se quer designar todos os habitantes da costa fenícia ou todos os fenícios.

- “Viram ali um povo que vivia em segurança, pacífico e tranquilo, segundo o costume dos sidónios”.(Jz.18,7).

Depois do século XI a.C. Sidónia perdeu a sua hegemonia em favor de Tiro, possivelmente por causa da captura da cidade pelos fenícios.

No Antigo Testamento Sidónia (ou Sidon) é muitas vezes mencionada juntamente com Tiro.

No Novo Testamento também é muitas vezes mencionada :

* Jesus esteve nas proximidades de Tiro e de Sidónia :

- “Jesus partiu dali e retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia”.(Mt.15,21; Mc.7,24,31).

* Os povos da Judeia e da fenícia vieram ouvir Jesus :

- “Da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, de além Jordão e das cercanias de Tiro e de Sidónia, veio ter com Ele uma grande multidão, ao ouvir dizer o que fazia”.(Mc.3,8;Lc.6,16).

* Jesus usa Tiro e Sidónia como exemplos de profundo paganismo, mas que se teria convertido se lhe concedessem o que foi dado a Galileia :

- “Aide ti Corozaim! Ai de ti Betzaida ! Porque, se os milagres realizados entre vós , tivessem sido realizados em Tiro e em Sidónia, de há muito teriam feito penitência no saco e na cinza”.(Mt.11,21; Lc.10,13).

* Os Actos fazem referência a um desentendimento entre Herodes Agripa e os habitantes de Tiro e Sidónia; as cidades fenícias estavam incluídas no seu reino :

- “Herodes estava enfurecido com os habitantes de Tiro e de Sidónia”.(Act.12,20).

* Sidónia foi o primeiro porto onde ancorou o barco que levava Paulo quando ia para Roma :

- “No dia seguinte, fizemos escala em Sidónia, e Júlio, que tratava de Paulo com humanidade, permitiu-lhe que fosse ter com os amigos e deles recebesse os seus cuidados”.(Act.27,3).
Fonte: Exsurge Domini

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Siria

Siria


Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)


Possivelmente uma corrupção de "Assíria", era o nome geográfico de uma região na parte Ocidental da Ásia, rodeada a Norte pelos montes de Taurus, a Leste pelo Eufrates, a Sul pela Palestina e a Oeste pelo mar Mediterrâneo.

A Síria e os seus habitantes, também chamados arameus, são muito citados no Antigo Testamento desde o Génesis, como descendentes de "Aram" (Arameus - Gn. 10/22); 2 Sam.10/7,11).

Em Daniel diz-se que os caldeus falavam a língua aramaica (Dan.2/4).

A actual Síria Política é a mesma da antiga com a excepção dos Montes Taurus que pertencem à Turquia.

É uma República socialista do Sudoeste da Ásia cuja capital é Damasco.

As suas comunidades cristãs ainda são as que foram fundadas pelos Apóstolos.

S. Pedro fundou a Sé de Antioquia antes de ir para Roma.

Damasco tornou-se um centro de muita influência.

Toda a área foi lugar de grandes homens e de grandes acontecimentos na primitiva história da Igreja.

Aí se desenvolveu o Monasticismo no século IV.

Aí nasceram também as heresias dos Monofisitas e dos Monotelitas.

Aos Sírios bizantinos que permanecem em comunhão com Roma deram o nome de Melquitas.

Os cristãos de várias convicções - Jacobitas, Ortodoxos e Melquitas - foram sujeitos a vários graus de opressão por parte dos Árabes a partir de 638 e dos Turcos de Ottoman, que isolaram a região e a controlaram desde 1516 até ao fim da Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945).

Há na Síria 3 Patriarcados (Antioquia dos Maronitas e Grécia dos Melquitas e dos Sírios, este residente no Líbano -); 12 Arquidioceses (l Arménia, 2 Maronitas, 5 Melquitas gregas, 4 Sírias); 3 dioceses (Arménia, Caldeia e Marotina); l vicariato apostólico (Latino); l Patriarca, 16 arcebispos; 7 bispos; 198 paróquias; 252 sacerdotes (154 diocesanos e 98 religiosos); 282.000 católicos (2.1% do total); População 12.960.000.

A Síria é citada várias vezes no Novo Testamento :

- A Sua fama estendeu-se por toda a Síria e traziam-Lhe todos os que sofriam de qualquer mal. Mt.4/24

- Este recenseamento foi o primeiro que se fez sendo Quirino governador da Síria. (Lc.2/2).

- "Os Apóstolos e anciãos, vossos irmãos, de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia, saudações !( Act. 15/23).

- Depois de se ter demorado algum tempo ainda, Paulo despediu-se dos irmãos e embarcou para a Síria... (Act. 18/18).

- Uma conspiração fomentada contra ele pelos judeus, quando ia a embarcar para a Síria, levou-o a tomar a decisão... (Act.20/3).

- Chegando à vista de Chipre, que deixámos à esquerda, seguimos em direcção à Síria e aportámos a Tiro... (Act.21/3).

- Depois fui para as regiões da Síria...( Gal. 1/21).
Fonte: Exsurge Domini

O Sonho do Faraó

O Sonho do Faraó

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


José e a sua capacidade de interpretar correctamente os sonhos, tornou-se notória, embora não fosse suficiente para que fosse libertado da prisão.

E isto prolongou-se por mais dois anos, até que o Faraó também teve um sonho que o Livro do Génesis conta assim :

- “Dois anos depois, o Faraó teve um sonho : estava de pé junto da margem do rio. E do rio saíram sete vacas belas e gordas, que se puseram a pastar a erva; depois destas saíram do rio outras sete vacas, enfezadas e magras(...) as vacas enfezadas e magras devoraram as sete vacas belas e gordas”.(Gn.41,1-4).

E o Faraó teve ainda outro sonho parecido, mas com sete espigas gradas e belas e outras sete raquíticas e ressequidas.

O Faraó mandou chamar os mágicos e sábios do Egipto, mas ninguém lhe soube explicar o significado de tais sonhos.

Foi então que o copeiro-mor se lembrou do pedido de José e, como vivia na corte do Faraó, contou-lhe o que se tinha passado com o seu sonho que José intrepretou e o Faraó mandou que o procurassem :

- “O Faraó mandou procurar José, o qual foi apressadamente tirado da prisão”. (Gn.41,14).

O Faraó contou a José os seus sonhos acrescentando que os mágicos não foram capazes de resolver nada e, sem mais José disse-lhe que as sete vacas e as sete espigas são sete anos, são um mesmo sonho e o seu significado é este :

- “Isto é o que eu disse ao Faraó : Deus revelou ao Faraó o que vai fazer : Sim, vão chegar sete anos de grande abundância a todo o território do Egipto. Mas sete anos de fome surgirão a seguir de modo que toda a abundância desaparecerá do Egipto e a fome devastará o país(...)E se o sonho do Faraó se repetiu duas vezes, é porque isto está decidido diante de Deus e porque Deus está quase a cumpri-lo”.(Gn.41,28-32).

O Faraó gostou da explicação de José e disse-lhe :

- “Visto que Deus te revelou tudo isso, não há ninguém tão inteligente e sábio como tu. Tu mesmo serás o chefe da minha casa; todo o meu povo será governado por ti e somente pela presença do trono é que serei maior que tu”.(Gn.42,39-40).

O Faraó tirou da sua mão o anel, e passou-o para a de José, mandou-o vestir com vestes de linho fino e pôs-lhe ao pescoço o colar de oiro.

O anel era o selo real para autenticar os documentos.

E tudo se cumpriu como José tinha explicado, de modo que durante os sete anos de abundância, encheram-se os celeiros do reino e, nos sete anos de fome, começaram a chegar, de toda a parte, os povos que tinham necessidades, a quem José ia vendendo o trigo armazenado, porque José era o Primeiro Ministro do Egipto.

As honras dadas a José como Primeiro Ministro, pelo Faraó, estão confirmadas nos monumentos egípcios.

Num túmulo principesco de Tell Amarna está representado um personagem de nome Dudu, o qual é proclamado pelo Faraó Amenofis IV como Primeiro Ministro, ornado com um colar e apresentado no coche do rei às homenagens do povo, para confirmar que tudo isto é tido como factos históricos.
Fonte: Exsurge Domini

A Primeira viagem dos irmãos de José

A Primeira viagem dos irmãos de José

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


Depois dos sete anos de fartura, vieram os sete anos de fome, que afectaram também as terras de Canaã, pelo que, de toda a parte as pessoas se deslocavam ao Egipto para comprarem trigo e outros cereais, aos cuidados de José.

E o Livro do Génesis conta assim a Primeira Viagem dos irmãos de José ao Egipto, Capítulo 42.

“Sabendo Jacob que havia trigo à venda no Egipto, disse aos seus filhos :

Porque olhais uns para os outros? E disse ainda : Ouvi dizer que há trigo à venda no Egipto. Ide lá comprá-lo, para nós continuarmos vivos e não morrermos..

Os irmãos de José partiram, em número de dez, para comprar trigo no Egipto.

Quanto a Benjamim, irmão de José (os únicos dois filhos de Jacob e de Raquel), Jacob não o deixou ir com os irmãos, porque dizia de si para consigo : Poderia acontecer-lhe algum mal.

E os filhos de Israel foram comprar trigo, juntamente com outros que que iam, pois também havia fome no país de Canaã.

...Quando os irmãis de José chegaram, prostraram-se diante dele com o rosto por terra.

Vendo os irmãos, José reconheceu-os; dissimulou, porém, diante deles, e falou-lhes com dureza, dizendo :

Donde vindes ?

Ao que eles responderam :

Do país de Canaã, para comprar víveres.

José reconheceu os irmãos mas eles não o reconheceram.

José recordou-se, então, dos sonhos que tivera acerca deles, e disse-lhes :

Sois espiões! É para descobrir o lado fraco do país que viestes.

Responderam-lhe :

Não, senhor, os teus sevos vieram para comprar víveres. Somos todos filhos dum mesmo pai; somos pessoas honestas; os teus servos nunca foram espiões.

Disse-lhes José :

Não é assim! Viestes reconhecer os lados fracos do território.

Responderam-lhe :

Nós, os teus servos, somos doze irmãos, nascidos dum mesmo pai e habitantes do país de Canaã; o mais novo está junto do nosso pai neste momento e o outro já não existe.

José disse-lhes :

Mantém-se o que eu disse : sois espiões. Por isso vos porei à prova: Pela vida do Faraó, não saireis daqui, enquanto o vosso irmão mais novo não tiver vindo. Mandai um de vós buscá-lo, enquanto ficais prisioneiros; verificar-se-á assim a sinceridade das vossas palavras. Doutro modo, pela vida do Faraó, sois espiões. E fechou-os na prisão durante três dias.

No terceiro dia, José disse-lhes :

Fazei isto e vivereis, porque temo o Senhor : se procedeis de boa fé, que só um de vós fique detido na prisão, enquanto ireis levar às vossas famílias com que lhes matar a fome. Depois trazei-me o vosso irmão mais novo; assim as vossas palavras serão justificadas e não morrereis.. E eles concordaram.

Disseram, então, uns aos outros : Na verdade, somos punidos por causa do nosso irmão; vimos o seu desepero quando nos implorou perdão e nós não o ouvimos. Por isso veio sobre nós esta desgraça.

Ruben respondeu-lhes nestes termos :

Não vos disse eu, então : não pequeis contra o menino ! E não me escustaes. Agora é o sangue dele que é expiado.

Ora eles não sabiam que José os compreendia, porque falavam-lhe por meio de um intérprete.

José afastou-se deles e chorou.. Depois voltou para junto dos irmãos, falou-lhes, escolheu Simeão e mandou-o encarcerar na presença deles”.
Fonte: Exsurge Domini

O Regresso a Terra Natal

O Regresso a Terra Natal

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


Tendo José ouvido o suficiente para saber alguma coisa de seu pai e de seu irmão Benjamim, Simeão ficou como resgate e seus irmão voltaram ao seu país, como nos conta a Bíblia no capítulo 42, 25-38.

“José ordenou, então, que enchessem as suas bagagens de trigo ; que pusessem o dinheiro de cada um no seu saco e que lhes dessem provisões para a viagem.

Tudo isto foi executado. Carregaram o trigo nos jumentos e partiram.

Na estalagem, ao abrir o saco para dar de comer ao jumento, um deles encontrou o dinheiro que estava na boca do saco. E disse aos seus irmãos :

Devolveram-me o dinheiro; está aqui no meu saco.

Desfaleceu-lhes o coração e olharam uns para os outros, atemorizados, dizendo :

O que é isto que Deus nos fez ?

Chegando junto de Jacob, seu pai, no país de Canaã, contaram-lhe tudo o que lhes tinha acontecido, nestes termos :

O homem que é senhor do país falou-nos com dureza; tratou-nos como espiões que vão explorar o país.

Nós dissemos-lhe : Somos pessoas honestas, nunca fomos espiões. Somos doze irmãos, filhos do mesmo pai ; um já não vive e o mais novo está agora com o nosso pai no país de Canaã.

E o homem que é senhor do país respondeu-nos :

Reconhecerei que sois sinceros se deixardes junto de mim um de vós ; tomai o que é preciso para as necessidades das vossas famílias e parti ; depois trazei-me o vosso irmão mais novo. Saberei assim que não sois espiões e que sois pessoas honestas. Entregar-vos-ei o vosso irmão e podereis circular no país, fazendo as vossas compras”.

Ao esvaziarem os seus sacos, todos eles encontraram o dinheiro dentro dele ; à vista desse dinheiro, tanto eles como o pai estemeceram. Então Jacob, seu pai, disse-lhes :

Privais-me dos meus filhos ! José desapareceu, Simeão desapareceu e quereis tirar-me Benjamim ! É sobre mim que tudo isto cai.

Ruben disse ao pai :

Tira a vida aos meus dois olhos se eu to não trouxer ; entrega-o nas minhas mãos e trazê-lo-ei para junto de ti.

Jacob respondeu :

O meu filho não irá convosco ; porque o seu irmão já não existe e só ele ficou. Se lhe acontece algum mal durante a viagem que ides fazer, os meus cabelos brancos desceriam ao túmulo sob o peso da dor.
Fonte: Exsurge Domini

Segunda viagem ao Egito

Segunda viagem ao Egito

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


Perante a fome que se fazia sentir, Jacob teve que enviar de novo os seus filhos ao Egipto para comprarem trigo, mas antes havia o problema de Benjamim para resolver, como nos conta a Bíblia no Capítulo 43.

“Entretanto a fome pesava sobre o país. Quado consumiram todo o trigo que tinham trazido do Egipto, o pai disse-lhes :

Voltai e comprai-nos alguns víveres. Judá respondeu-lhe :

Aquele homem falou categoricamente e disse-nos : Não torneis à minha presença sem que esteja convosco o vosso irmão. Se consentes que o nosso irmão vá connosco, então iremos comprar víveres. Mas se não o deixares, não podemos lá voltar, pois aquele homem disse-nos : Não aparecereis diante de mim se não vierdes acompanhados pelo vosso irmão.

E Israel, replicou :

Porque procedeste mal para comigo, informando esse homem de que tínheis ainda um irmão ?

Responderam-lhe : Aquele homem fez muitas perguntas, a nosso respeito e da nossa família, dizendo : Vosso pai vive ainda ? Tendes mais alguns irmãos ? E nós respondemos às suas perguntas. Podíamos prever que ele diria – fazei vir o vosso irmão ?

E Judá respondeu a Israel, seu pai :

Deixai ir o menino comigo, a fim de que possamos partir ; e assim viveremos, nós, tu, e os nossos filhos, em vez de morrermos. Sou eu que respondo por ele ; é a mim que o reclamarás ; se eu não o trouxer e não o puser diante de ti, declarar-me-ei culpado para contigo, para todo o sempre. Se não tivéssemos demorado tanto, já estávamos de volta pela segunda vez.

Israel, seu pai, disse-lhe :

Visto que é assim, está bem ! Fazei isto : metei nas vossas bagagens os melhores produtos do país e levai-os como homenagem a esse homem : um pouco de bálsamo, um pouco de mel, aromas, ládano, pistácias e amêndoas. Levai também convosco dinheiro em dobro, para restituir a soma que encontrastes na boca dos sacos, certamente por engano. Levai o vosso irmão e preparai-vos para voltar à presença desse homem. Que Deus, Todo Poderoso vos faça encontrar compaixão junto desse homem, a fim de que vos entregue o vosso irmão Benjamim. Quanto a mim se devo ser privado dos meus filhos, paciência, que eu seja privado deles.

Os homens pegaram no presente, muniram-se com o dobro do dinheiro e levaram Benjamim. Puseram-se a caminho, chegaram ao Egipto e apresentaram-se diante de José.

Logo que José viu Benjamim entre eles, disse ao seu intendente : Manda entrar esses homens em minha casa e acomoda-os ; manda matar um animal e prepara-o porque esses homens comerão comigo ao meio-dia.

O intendente obedeceu às ordens e introduziu os viajantes na casa de José, eles alarmaram-se e disseram : É por causa do dinheiro reposto nos nossos sacos, da outra vez, que nos trouxeram para aqui, para nos agredirem caindo sobre nós, para nos escravizarem e apoderarem-se dos nossos jumentos.

Aproximaram-se do homem que governava a casa de José e falaram-lhe à entrada da casa, dizendo : Perdão, senhor ! Já aqui estivemos uma vez para comprar víveres. Ora aconteceu que, ao chegarmos a uma estalagem, abrimos os nossos sacos e encontrámos o dinheiro de cada um à entrada de cada saco – o nosso próprio dinheiro. Temo-lo nas mãos e trouxemos connosco uma outra quantia para comprar víveres. Não sabemos quem tornou a pôr o nosso dinheiro nos nossos sacos.

Disse-lhes ele : Tranquilizai-vos, não vos atemorizeis. O vosso Deus, o Deus do vosso pai, é que vos fez encontar um tesouro nos vosos sacos ; o vosso dinheiro foi-me entregue. E trouxeram-lhe Simeão.

O intendente mandou-os entrar na casa de José; deram-lhe água para lavarem os pés e deram forragem aos seus animais.. Enquanto esperavam José, que devia chegar ao meio-dia, prepararam o presente, porque tinham-lhes dito que comeriam ali.

Quando José entrou em casa, levaram-lhe o presente que haviam trazido e inclinaram-se até à terra diante dele.

José informou-se da sua saúde e depois disse :

Como está o vosso pai, esse ancião do qual me falastes ? Ainda é vivo ?

Eles responderam : O teu servidor, nosso pai, está de saúde e vive ainda.

Então inclinaram-se, prostrando-se.

Levantando os olhos, José viu Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe e disse : É este o vosso irmão mais novo, do qual me falastes ?

E continuou : Que Deus te seja favorável, meu filho,!

E José apressou-se a sair, porque ficou enternecido à vista de seu irmão e tinha necessidade de chorar ; entrou no gabinete e chorou. Depois lavou o rosto e voltou a sair. Então procurando dominar-se disse : Servi a refeição.

Serviram-lhe a refeição em três mesas separadas, numa, a José, na outra aos irmãos e na terceira aos egípcios ; porque não é permitido aos egípcios comer com os hebreus, pois isto é uma abominação no Egipto.

Sentaram-se à mesa diante dele, o primogénito segundo a sua idade, e o mais novo segundo a sua ; e os homens olharam uns para os outros com assombro. José mandou-lhes dar porções da sua mesa, mas a porção de Benjamim foi cinco vezes maior do que a dos outros.

Beberam e alegraram-se todos juntos.
Fonte: Exsurge Domini

Regresso a Canaã

Regresso a Canaã

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


Podemos imaginar a emoção e a alegria com que os irmãos de José regressavam a Canaã, depois de seu irmão José se–lhes ter revelado, e também pela alegria que iriam dar a seu pai Jacob, como nos conta a Bíblia no Génesis cap,45,21-28.

“José deu-lhes carros, segundo as ordens do Faraó ; forneceu-lhes provisões para a viagem, e deu a todos, individualmente, vestidos sobresselentes : fez presentes de trezentos ciclos de prata para Benjamim e deu-lhe cinco vestidos sobresselentes.

E também enviou a seu pai dez jumentos carregados com os melhores produtos do Egipto e dez jumentas carregadas com trigo, pão e provisões de viagem para seu pai.

Despediu-se dos irmãos quando eles partiram e disse-lhes :

Não questioneis durante a viagem.

Partiram do Egipto e chegaram ao país de Canaã, à casa de seu pai Jacob.

Disseram-lhe que José ainda era vivo e que governava todo o Egipto, mas o seu coração permaneceu frio, porque não acreditava neles.

Repetiram-lhe, então, todas as palavras que José dissera, e quando viu os carros que José enviara para o levar, a vida voltou ao coração de Jacob, seu pai.

E Israel exclamou :

Basta ! Meu filho José ainda está vivo ! Ah ! Irei vê-lo antes de morrer.

José sabia bem que seus irmãos se iriam lembrar de todo um passado cheio de más recordações e, por isso lhes recomendou que não questionassem durante a viagem.

Por seu lado e desde logo, Jacob começou a fazer os seus preparativos para ir ao encontro de seu amado filho José.
Fonte: Exsurge Domini

Jacó emigra para o Egito

Jacó emigra para o Egito

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota


Tal como tinha acontecido a Abraão, a quando da promessa da Aliança, (Gn,15,1), tanbém agora, Deus falou a Jacob numa visão, quando já ia a caminho do Egipto, como nos conta a Bíblia no Capítulo 46 do Génesis :


“Israel partiu com tudo o que lhe pertencia e chegou a Barsabé, onde imolou vítimas ao Deus de seu pai Isaac. Deus falou a Israel numa visão durante a noite e disse-lhe :

Jacob ! Jacob !

E ele respondeu : Eis-me aqui !

E Deus prosseguiu :

Eu sou o Senhor, Deus de teu pai : não hesites em descer ao Egipto, porque tornar-te-ei ali uma grande nação. Eu mesmo descerei contigo ao Egipto ; e Eu mesmo far-te-ei voltar de lá ; e será José quem te fechará os olhos.

Jacob partiu de Bersabé. Os filhos de Israel fizeram subir Jacob, seu pai, assim como as suas mulheres e os seus filhos, para os carros enviados pelo Faraó para os levar.

Tomaram os seus rebanhos e os bens que havian adquirido no país de Canaã e foram para o Egipto, Jacob e toda a sua família : os seus filhos e os seus netos, as suas filhas e as suas netas e toda a sua descendência, acompanharam-no para o Egipto”.

Seguem-se os nomes de todas as pessoas que sairam de Canaã com Jacob e da família José que já viviam no Egipto. E a seguir, continua ao texto :

“E todas as pessoas da família de Jacob e descendentes dele, que entraram no Egipto, além das mulheres dos filhos de Jacob, foram ao todo sessenta e seis pessoas.

Depois os filhos de José, que nasceram no Egipto : duas pessoas.

Total dos indivíduos da casa de Jacob que se encontraram reunidos no Egipto : Setenta pessoas”.

Encontro com José.

Jacob mandara Judá adiante encontrar-se com José, para que este preparasse a sua entrada em Gessen.

Quando chegaram ali, José mandou atrelar o seu carro e foi a Gessen, ao encontro de seu pai.

Ao vê-lo, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou durante muito tempo entre os seus braços..

E Israel disse a José :

Agora posso morrer, pois vi o teu rosto e ainda vives.

José disse aos irmãos e à família de seu pai :

Vou regressar, a fim de informar o Faraó ; dir-lhe-ei : -Meus irmãos e toda a família de meu pai, que viviam no país de Canaã, vieram para junto de mim. Esses homens são pastores de rebanhos, pois possuem gado ; trouxeram o seu gado miúdo e graúdo e tudo o que possuíam.

Agora, quando o Faraó vos mandar chamar e disser : Em que vos ocupais ? Respondereis : Os teus servos dedicam-se ao gado desde a sua juventude até ao presente, assim como os nossos pais.

Desta forma, podereis viver na província de Gessen, porque os egípcios abominam todos os pastores de gado miúdo.

Portanto, a família de Jacob, que se encontrava no Egipto, era constituída por 70 membros, isto é, 67 chegados recentemente ao país do Faraó, com Jacob à frente, e mais 3 já radicados no Egipto : José e os seus dois filhos Manassés e Efraim.

José cumpre assim um acto de cortesia para com o Faraó e prepara o terreno para conseguir que sua família se estabeleça em gessen.
Fonte: Exsurge Domini