sábado, 15 de outubro de 2011

Saboreie e veja(e ouça e toque)o Evangelho

Saboreie e veja(e ouça e toque)o Evangelho


Por Scott Han

Para entender as partes da Missa

Algumas pessoas de coração romântico gostam de pensar que o culto primitivo era puramente expontâneo e improvisado. Gostam de imaginar os primeiros fiéis tão cheios de entusiasmo que o louvor e a ação de graças simplesmente transbordavam em profunda oração quando a Igreja se reunia para partir o pão .Afinal de contas, quem precisa de Missal a fim de exclamar "eu te amo"?

Outrora Scott acreditava nisso. Entretanto, o estudo das Escrituras e da Tradição o levaram a ver o bom senso da ordem no culto.

Enquanto Scott ainda era protestante, aos poucos foi sendo atraído à liturgia e procurou"formar uma liturgia a partir das palavras das Escrituras". Scott não sabia que isso já tinha sido feito. Já com São Paulo, vemos a preocupação da Igreja com a exatidão ritual e o cerimonial litúrgico. Scott crê haver boa razão para isso.

Scott pede para que algum romântico tenha paciência enquanto ele diz que "ordem e rotina" não são necessariamente más. De fato, são indispensáveis para uma vida boa, piedosa e serena. Sem horários e rotinas, pouco realizaríamos em nosso dia de trabalho. Sem frases pré determinadas, o que seriam nossos relacionamentos humanos?

Scott diz que nunca encontrou pais que se cansassem de ouvir os filhos repetirem antiga expressão:"Obrigado". Nunca encontrou esposos que se enjoassem de ouvir:"Eu te amo". A fidelidade a nossas rotinas é um meio de demonstrar amor. Não trabalhamos por trabalhar, ou agradecemos ou damos afeto quando estamos inclinados a fazê-lo por fazê-lo. Amores verdadeiros são amores que vivemos com constância se revela na rotina.

A Liturgia forma hábitos

As rotinas não são apenas boa teoria, funcionam na prática. A ordem deixa a vida mais tranquila, mais eficiente e mais eficaz. De fato quanto mais rotinas criamos, mais eficientes nos tornamos. As rotinas nos libertam da necessidade de cogitar a todo momento em pequenos detalhes; as rotinas deixam os bons hábitos tomar conta e libertam a mente e o coração a seguirem para frente e para o alto.

Os ritos da liturgia cristã são as frases pré determinadas que, através do tempo, se manifestaram: o obrigado dos filhos de Deus; o eu te amo da esposa de Cristo, a Igreja. A liturgia é o hábito que nos faz altamente eficientes, não apenas na "vida espiritual", mas na vida em geral, pois a vida deve ser vivida em um mundo que Deus criou e redimiu. A liturgia cativa a pessoa toda: corpo, alma e espírito.

Scott lembra a primeira vez que participou de uma liturgia católica, as Vésperas em um seminário bizantino. Sua formação e seu treinamento calvinistas não o prepararam para a experiência - o incenso e os ícones, as prostrações e as reverências, o canto e os sinos. Todos os seus sentidos foram absorvidos. Depois um seminarista pergunta a Scott: "O que achou?" Scott só consegue dizer:"Agora sei porque Deus me deu um corpo: Para adorar o Senhor com seu povo na liturgia".

Os católicos não apenas ouvem o Evangelho. Na liturgia, nós a ouvimos, vemos, cheiramos e saboreamos.

A divisão de um bom momento

Talvez a frase em que ouvimos mais claramente o chamado à Missa seja a que ressoa na maior parte das liturgias do mundo todo, em toda a história da Igreja:" Corações ao alto!" Aonde vão nossos corações? para o céu, pois a Missa é o céu na terra. Contudo antes de perceber isso claramente (e eis um segredo:antes de entendermos o livro do apocalíse), temos de entender as partes da Missa.

Neste capítulo, vamos caminhar passo a passo pela liturgia, para ver como "funciona" cada elemento - de onde vem e para que serve. Embora só tenhamos espaço para tratar de alguns dos principais detalhes, eles devem bastar para nos ajudar a contemplar a Missa e a descobrir sua lógica interior pois, se não entendermos as partes e o todo, a Missa poderá se tornar rotina tediosa, sem participação sincera; e esse é o tipo de rotina que dá má fama à rotina.

Primeiro, devemos entender que a missa de divide realmente eu duas: a "liturgia da Palavra" e a "liturgia Eucarística". Essas metades dividem-se ainda em rituais específicos.

Na Igreja latina, a liturgia da Palavra inclui: a entrada, os ritos iniciais, o ato penitencial e as leituras das Escrituras. A liturgia eucarística divide-se em quatro partes: o ofertório, a oração eucarística, o rito da comunhão e os ritos finais. Embora os atos sejam muitos, a missa "é uma só oferenda", isto é, o Sacrifício de Jesus Cristo, que renova nossa aliança com Deus Pai.

Os propósitos da Cruz

É provável que entre os cristãos primitivos, o Sinal-da-Cruz fosse a expressão de fé mais universal. Aparece com frequência nos documentos do período. Na maioria dos lugares, o costume era apenas traçar a Cruz sobre a fronte.

Alguns autores -(como São Jerônimo e santo Agostinho) -, descrevem os cristãos traçando sobre a fronte, em seguida sobre os lábios e depois sobre o coração, exatamente como fazem os católicos ocidentais modernos antes da leitura do Evangelho.

Grandes santos também atestam o poder extraordinário do sinal. No sec.III, são Cipriano de Cartago escreveu que "no...sinal-da-cruz está toda virtude e todo poder...Neste sinal-da-cruz está a salvação para todos os marcados na fronte"(ref. aliás de Ap.7,3 e 14,1).

Um século mais tarde, santo Atanásio declarou que "pelo sinal-da-cruz toda mágica cessa e toda feitiçaria não dá resultado". Satanás é impotente diante da Cruz de Jesus Cristo.

O Sinal-da-Cruz é o gesto mais profundo que fazemos. É o mistério do Evangelho em um momento. É a fé cristã resumida em um único gesto. Quando nos persignamos, renovamos a aliança que se iniciou com nosso batismo.Com nossas palavras, proclamamos a fé trinitária na qual fomos batizados - "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

Com a mão proclamamos nossa redenção pela Cruz de Jesus Cristo. O maior pecado da história da humanidade - a cruxifixão do Filho de Deus - tornou-se o maior ato de amor misericordioso e de poder divino. A cruz é o meio pelo qual somos salvos, pelo qual entramos em comunhão com a natureza divina.(veja 2Pd 1,4).

Trindade, Encarnação e Redenção - o Credo todo passa como um raio naquele breve momento.

No Oriente, o gesto é ainda mais fecundo, pois os cristãos traçam o sinal juntando os tres primeiros dedos (polegar, indicador e médio), separados dos outros dois (anular e mínimo):os tres dedos juntos representam a unidade da Trindade, os dois dedos juntos representam a união das duas naturezas de Cristo, a humana e a divina.

Não é apenas um ato de culto. É também um lembrete de quem somos nós."Pai, Filho e Espírito Santo" reflete um relacionamento familiar, a vida interior e a comunhão eterna de Deus. A nossa é a única religião com um Deus que é uma família. O próprio Deus é uma "família eterna", mas por causa de nosso Batismo, ele é nossa família também.

O Batismo é um sacramento que vem da palavra latina para juramento (sacramentum) e por esse juramento estamos ligados à família de Deus. Ao fazer o Sinal da Cruz, iniciamos a Missa com um lembrete de que somos filhos de Deus. Também renovamos o juramento solene do Batismo. Fazer o sinal-da-cruz, então, é como jurar sobre a Bíblia num tribunal.

Prometemos que viemos à Missa para dar testemunho. Assim, não somos espectadores do culto, mas participantes ativos, testemunhas e juramos dizer a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade.

Fonte: O Banquete do Cordeiro e É Razoável Crer?

Credo - Décimo Artigo

Credo - Décimo Artigo


Creio na Comunhão dos Santos e na Remissão dos Pecados.

Por São Tomás de Aquino

Assim como no corpo natural a atividade de um membro subordina-se ao bem de todo o corpo, também no corpo espiritual acontece o mesmo, isto é, na Igreja. E porque todos os fiéis são um só corpo, o bem de um comunica-se ao outro. Diz S. Paulo: Somos todos membros uns dos outros (Rom 12,5).

Por isso entre os artigos de fé propostos pelos Apóstolos, há este referente à comunhão dos bens entre os fiéis, que se chama comunhão dos santos.

Entre os diversos membros da Igreja, o principal é Cristo, que é a cabeça. Lê-se: Deus o colocou como cabeça de toda a Igreja, que é o seu corpo (Ef 1,22).

Os bens de Cristo são comunicados a todos os cristãos, como a energia da cabeça é comunicada a todos os membros. Essa comunicação é realizada pelos Sacramentos da Igreja, nos quais opera a virtude da paixão de Cristo, de modo a conferir a graça da remissão dos pecados.

São sete esses Sacramentos da Igreja.

O primeiro é o Batismo.

Que é uma certa regeneração espiritual. Como a vida carnal não pode existir sem que o homem tenha nascido carnalmente, assim também a vida espiritual, na qual a graça não pode existir sem o nascimento espiritual

Essa geração faz-se pelo Batismo, conforme se lê: A não ser que alguém tenha renascido pela água e pelo Espírito Santo, não pode entrar no reino do céu (J o 3,5). Deve-se, além disso, saber que como o homem não nasce senão uma só vez, assim também é batizado só uma vez. Eis porque os Santos Padres acrescentaram: Confesso um só batismo.

A virtude do batismo purifica de todos os pecados, quer quanto à culpa, quer quanto à pena. Por esse motivo não se impõe, aos que saíram no batismo, nenhuma penitência, mesmo que eles antes tenham sido grandes pecadores. Morrendo eles logo após o batismo, imediatamente voam para a vida eterna.

Pela mesma razão, bem que só os sacerdotes batizem por ofício, em caso de necessidade qualquer um pode batizar, desde que siga a forma deste Sacramento, que é: Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Este Sacramento recebe a sua virtude da Paixão de Cristo, conforme nos ensina S. Paulo: Cada um de nós que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte (Rom 6,3). Como Cristo esteve morto três dias no sepulcro, para simbolizar melhor a sua morte, fazem-se três imersões na água

O Segundo Sacramento é a Confirmação.

Como para os que nascem corporalmente, são necessárias as forças para agir, assim também para os renascidos espiritualmente é necessária a força do Espírito Santo. Por isso os Apóstolos, a fim de serem fortes, receberam o Espírito Santo após a Ascensão de Cristo: Vós ficareis na cidade, até que sejais revestidos pela força do Alto (Lc 24,49). Esta força é conferida pelo Sacramento da Confirmação. Eis porque os responsáveis pelas crianças devem ter especial cuidado para que elas sejam confirmadas, já que na Confirmação é conferida uma grande graça. Quem recebeu a Confirmação, quando morrer, terá maior glória do que quem não a recebeu, justamente porque teve uma graça mais abundante.

O Terceiro Sacramento é a Eucaristia

Como na vida corporal, após ter o homem nascido e estar fortificado, ele tem necessidade dos alimentos para sustentar-se e conservar-se, assim também na vida espiritual, após ter recebido a força, lhe é necessário o alimento espiritual," que é o corpo de Cristo". Lê-se em S. João: Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós (Jo 6,54).

Por isso, todo cristão deve, pelo menos uma vez por ano, receber o corpo de Cristo, naturalmente com dignidade e pureza, porque está escrito: O que come e bebe indignamente (isto é, sabendo que tem um pecado mortal que não confessou, ou que não se decidiu dele fugir) come e bebe o seu próprio julgamento (1 Cor 11,29).

O Quarto Sacramento é a Penitência.

Acontece na vida corporal que as pessoas ficam doentes, e, se não tomaram remédio, morrem. Na vida espiritual pode-se também adoecer pelo pecado. Por este motivo, é necessário que se tome remédio para recuperar a saúde. A saúde é a graça conferida pelo Sacramento da Penitência. Lê-se: Ele perdoa todas as suas faltas, que te cura de todas as tuas doenças (SI 102,3).

São necessários três elementos na Penitência: a contrição que é a dor do pecado com o propósito de abster-se dele no futuro; a confissão íntegra, isto é, de todos os pecados, e a satisfação, que é realizada pelas boas obras.

O Quinto Sacramento é a Extrema-Unção.

Há nesta vida muitas coisas que impedem o homem de conseguir a perfeita purificação dos pecados. Como, porém, ninguém pode entrar na vida eterna senão estiver bem purificado, foi necessária a instituição de um outro Sacramento que purificasse o homem também dos pecados, o curasse das doenças e o preparasse para entrar no reino celeste. Este sacramento é a Extrema-Unção.

Quando, porém, ele não produz a saúde do corpo, é porque talvez não convenha à salvação da alma que a pessoa viva mais tempo. Lê-se, com relação a este sacramento: Está alguém doente entre nós? Chame os presbíteros da Igreja, que eles orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração com fé salvará o enfermo, e o Senhor o aliviará; e se ele tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados (Tgo 5,14-15)

Está, pois, claro que pelos cinco Sacramentos, dos quais tratamos, realiza-se a perfeição da vida cristã. Mas como é necessário que esses sacramentos sejam conferidos por determinados ministros, torna-se necessário também o Sacramento da Ordem, por cujo ministério os outros sacramentos são conferidos. Nem se deve considerar na confecção dos sacramentos a vida dos ministros, se esta alguma vez tendeu para o mal, mas a virtude de Cristo, pela qual os sacramentos tornam-se eficazes, dos quais os ministros são apenas dispensadores. Lê-se: Assim os homens nos considerem como ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (1 Cor 4,1). Este é o sexto Sacramento, a Ordem.

O Sétimo Sacramento é o Matrimônio

No qual os homens, se viverem em pureza, salvam-se, e nele podem também viver sem pecado mortal. Quando a concupiscência dos esposos não se dirige para fora dos bens do matrimônio, eles algumas vezes caem em pecados veniais, se, porém, fazem algo fora destes bens, então cometem pecado mortal.

Por estes sete sacramentos consegue-se a remissão dos pecados. Por isso encontra-se no Símbolo: na remissão dos pecados.

Foi também dado aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. Deve-se, por essa razão, acreditar que os ministros da Igreja, aos quais, foi transmitido este poder pelos Apóstolos (aos Apóstolos, o foi por Cristo), têm nela o poder de ligar e desligar, e que a Igreja tem o pleno poder de perdoar os pecados. Este poder, porém, é exercido por degraus, estendendo-se, a partir do Papa, para os outros prelados.

Devemos saber que não apenas a paixão de Cristo nos é comunicada, mas também o mérito da sua vida.

O que também de bom fizeram todos os Santos, pela caridade comunica-se aos que aqui vivem, porque todos são um, conforme se lê: Participo dos bens de todos os que O temem (SI 118,3). Por isso, quem vive na caridade participa de todo bem que se faz no mundo inteiro. Mas aqueles para os quais se faz um bem especial, participam de modo também especial. Pode, assim, uma pessoa satisfazer por outra, como acontece em muitas Congregações Religiosas que admitem novos membros para receberem benefícios dos outros membros.

Por meio dessa comunicação conseguimos dois efeitos:

O primeiro, o mérito de Cristo que se comunica a todos; depois, o bem de um que se comunica ao outro.

Os excomungados, porque estão fora da Igreja, perdem parte de todos os bens dela. Este dano lhes é maior que um dano nos bens temporais. Há um outro perigo para os excomungados: como sabemos que pelo sufrágio dos bons o diabo é impedido de nos tentar, quando alguém da Igreja é excluído, o diabo facilmente o tenta. Eis porque, na Igreja primitiva; quando alguém era excomungado, o diabo logo o atormentava corporalmente.

Fonte: É Razoável Crer?

A grandeza Cristã da Idade Média

A grandeza Cristã da Idade Média

Por Dr. Rafael Vitola Brodbek

É preciso que as civilizações também se curvem a Jesus, Rei do Universo, que as cidades se conformem à Cidade de Deus, eis que a “compenetração da cidade terrena com a cidade celestial, só pela fé pode ser percebida; porém, é um permanente mistério da história humana.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, de 7 de dezembro de 1965, nº 40)

Nós, cristãos, somos uma legítima família através da graça que de Cristo, pela Igreja, recebemos. E como vivemos em sociedade e não isoladamente – salvo vocações específicas –, é a ela que devemos transformar. Não temos que abandonar e satanizar a cultura, mas evangelizá-la, dialogar com ela para que seja meio de propagação da verdade, da beleza, da unidade.

O Papa Paulo VI já ensinava que evangelizar significa precisamente “levar a Boa Nova a todos os ambientes da humanidade” (Sua Santidade, o Papa Paulo VI. Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, nº 18)

Nosso dever é primar por uma autêntica civilização, e, no ensino do Papa São Pio X, “a civilização do mundo é a Civilização Cristã, tanto mais verdadeira, mais duradoura, mais fecunda em frutos preciosos, quanto é mais autenticamente cristã.” (Sua Santidade, o Papa São Pio X. Encíclica Il Fermo Proposito, de 11 de junho de 1905, in “ASS”, vol. 37, p. 745)

É obrigação dos crentes, sobretudo dos leigos católicos, “penetrar de espírito cristão as mentalidades e os costumes, as leis e as estruturas da comunidade em que vivem.” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Decreto Apostolicam Actuositatem, de 18 de novembro de 1965, nº 13)

E qual é o conceito de civilização, sobre o que falávamos, senão a reunião da cultura própria de um povo, das mentalidades, dos costumes, das leis e das demais estruturas?

São estes os ambientes os quais devemos cristianizar, ou melhor, recristianizar, vez que, como veremos, antes do advento deste pensamento moderno, a cultura católica imperou em determinado momento da História – ainda que com seus defeitos e abusos, naturais no percurso da peregrinação terrestre pela qual o homem passa; lembremos que o Reino temporal deve ser reflexo do Reino celestial, porém só este último é perfeito e livre de todo pecado!

Os homens precisam de Cristo, mesmo para a reforma da sociedade.

O campo temporal não escapa da influência do Espírito Santo, de Deus que se manifesta ordinariamente pela Sua Igreja. Somos cidadãos do céu, mas vivemos na terra, e nela devemos nos santificar e construir estruturas que auxiliem os outros a fazerem o mesmo.

Inegável, insistimos, que os bens presentes e seculares, profanos, também podem e devem nos convidar a Deus, mediante a contemplação da ordem, da natureza, da beleza, da verdade, da unidade, do bem.

Vivendo numa sociedade sacralizada torna-se mais fácil atrair os homens a Cristo e, mais, realizar aquilo que é a própria vontade de Deus: atrair tudo a Si, “desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra.” (Ef 1,10)

Auxilia-nos o compêndio da doutrina católica: “O dever social dos cristãos é respeitar e despertar em cada homem o amor da verdade e do bem. Exige que levem a conhecer o culto da única religião verdadeira, que subsiste na Igreja católica e apostólica. Os cristãos são chamados a ser a luz do mundo. Assim, a Igreja manifesta a realeza de Cristo sobre toda a criação e particularmente sobre as sociedades humanas.” (Catecismo da Igreja Católica, 2105)

Que civilização é essa que devemos construir? “Não se deve inventar a Civilização, nem se deve construir nas nuvens a nova sociedade. Ela existiu e existe: é a Civilização Cristã, é a sociedade católica. Não se trata senão de a instaurar e restaurar incessantemente nas suas bases naturais e divinas, contra os ataques sempre remanescentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade: instaurar todas as coisas em Cristo.” (Sua Santidade, o Papa São Pio X. Carta Notre Charge Apostolique, de 25 de agosto de 1910)

O Reino de Deus é nos céus.

Achar que é na terra seria cair na utopia e injustiça comunistas, ou no milenarismo gnóstico – raiz cultural daquele, e inspirador de movimentos comunais semelhantes, como a revolta dos anabatistas alemães, dos cátaros albigenses, dos espirituais que deturparam a regra de São Francisco de Assis, dos montanistas que desdenhavam da autoridade episcopal, dos iluministas favorecedores de uma burguesia atéia etc.

Todavia, na terra, os homens refletem seu Deus, e as sociedades devem refletir o Reino. Das civilizações, deve-se procurar instaurar uma que seja cristã, católica, i.e., governada pelo espírito do Evangelho. E ela já teve uma expressão histórica concreta, mesmo com seus defeitos: foi o período medievo.

"Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda a parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.” (Sua Santidade, o Papa Leão XIII. Encíclica Immortale Dei, de 1 de novembro de 1885, in “AAS”, vol. XVIII, p. 169)O Papa João Paulo II reitera esse ensino tradicional da Santa Igreja de Cristo:

“Nós somos ainda os herdeiros de longos séculos nos quais se formou na Europa uma Civilização inspirada pelo cristianismo. (...) Na Idade Média, com certa coesão do continente inteiro, a Europa constrói uma Civilização luminosa da qual permanecem muitos testemunhos.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Discurso à CEE, em Bruxelas, 21 de maio de 1985, in “L´Osservatore Romano”, 22 de maio de 1985)

A Europa, vemos, é uma realização temporal do primado cristão sobre a matéria social.

Digamos mais, é a Europa medieval a verdadeira guardiã da divina religião, pois foi dela que partiram, intrépidos, os valorosos conquistadores da América, território dado pela Providência justamente no momento em que os ventos terríveis da Reforma Protestante varriam cantões outrora católicos – princípio de uma nova onda gnóstica que inauguraria, junto com o pagão Renascimento e com o humanismo sem Deus, o pensamento moderno, que explodiria, mais tarde, com o absolutismo, com a Revolução Francesa, com o marxismo e todas as formas de socialo-comunismo, com os nazismos e fascismos dos anos 30-40, e com os fundamentalismos e liberalismos de matriz revolucionária que caracterizariam os anos 70 e a década de 80. De uma Espanha banhada de glória pelos séculos da Reconquista cristã aos mouros islâmicos, emerge a expedição de Colombo.

Se olharmos, aliás, para o mapa, veremos que as fronteiras que delimitam a Europa com a Ásia são, geograficamente, de um artificialismo bastante visível. O território é contínuo. Não está separada a Europa da Ásia como está, por exemplo, da Oceania ou da América. Europa e Ásia formam uma só unidade no plano geográfico natural: a Eurásia.

Não são os Urais, na Rússia, que separam os europeus dos asiáticos, porém a cultura que com os primeiros se formou. A Europa é o resultado de anos de experiência de um unificado Império Romano, com as valiosas contribuições gregas, recebendo, outrossim, os costumes germânicos dos bárbaros que, unidos aos povos celtas já submetidos às legiões de César, souberam construir um mundo todo próprio.

Pela influência da religião cristã e da Igreja Católica dela depositária, todos esses elementos se mesclaram e formaram a Europa medieval – prova inequívoca da capacidade católica de abstrair, dentre as culturas, os elementos bons e maus, e valorizar os primeiros mesmo quando não diretamente cristãos.

Convertidos os bárbaros invasores, os reinos germânicos foram tomando o lugar das antigas nações celtas e províncias romanas, e aqueles, por sua vez, pela fragmentação hereditária, favoreceram o aparecimento de um modelo de harmônica e justa desigualdade, o regime feudal.

Tudo isso é básico para entendermos a vocação da Europa, tão esquecida pelos dirigentes da hodierna Comunidade Européia.

“A conversão dos povos ocidentais não foi um fenômeno de superfície. O gérmen da vida sobrenatural penetrou no próprio âmago da sua alma, e foi paulatinamente configurando à semelhança de Nosso Senhor Jesus Cristo o espírito outrora rude, lascivo e supersticioso das tribos bárbaras. A sociedade sobrenatural - a Igreja - a estendeu assim sobre toda a Europa a sua contextura hierárquica, e desde as brumas da Escócia até às encostas do Vesúvio foram florindo as dioceses, os mosteiros, as igrejas catedrais, conventuais ou paroquiais, e, em torno delas, os rebanhos de Cristo. (...) Nasceram por essas energias humanas vitalizadas pela graça, os reinos e as estirpes fidalgas, os costumes corteses e as leis justas, as corporações e a cavalaria, a escolástica e as universidades, o estilo gótico e o canto dos menestréis.” (OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. A grande experiência de 10 anos de luta)

Pois essa ordem sacral que refletia a realidade celeste e, guardadas as devidas proporções, manifestava, na terra o Reinado de Cristo, se foi deteriorando, pela introdução do orgulho, da vaidade humana, da tentação de Satanás que se traduziu numa nova visão do homem sem Deus – pseudo-humanismo italiano, aspectos renascentistas etc.

Quando decaiu a Alta Idade Média, as universidades católicas iniciaram a cultuar o pensamento clássico sem o tempero filtrador das lições de Santo Tomás de Aquino; junto com as artes gregas e romanas do período áureo, introduziram-se, até mesmo no Vaticano, costumes que as acompanhavam – bebedeiras, orgias, assassinatos por interesse. Desse declínio, acompanhado da releitura social de que o homem pode e deve se libertar de tudo – até de Deus! –, vai-se repetindo o lema “Cristo sim, a Igreja não” (Reforma Protestante), mais tarde mudado em “Deus sim, Cristo não” (Revolução Francesa), que finalmente culminará em “Nem Cristo, nem Deus” (Revolução Russa).

O pensamento moderno é o caos pela tentativa, radical em Nietzsche, de matar Deus e de celebrar o homem – no positivismo de Augusto Comte, “a religião da humanidade”, percebemos quão ridícula foi tal tentativa.

Toda a desordem moral, liberalismo de costumes, ecumenismos desviados, ódio ao catolicismo, críticas infundadas à Idade Média, preguiça mental, e modo de pensar notadamente protestante, romanticamente doentio e filosoficamente cripto-socialista, provém dessa estrutura que resolveu expulsar Deus e Sua Igreja da influência que exercia, sadiamente, sobre o Estado e as sociedades.

A Europa, com a filosofia defendida por seus atuais líderes políticos, ameaça romper com seu passado e fazer triunfar esse modernismo social e cultural.

“Nos nossos dias, percebe-se uma crise cultural de proporções insuspeitáveis. Certamente o substrato cultural de hoje apresenta bom número de valores positivos, muitos dos quais fruto da evangelização; mas ao mesmo tempo, eliminou valores religiosos fundamentais e introduziu concepções enganosas, que não são aceitáveis do ponto de vista cristão.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Discurso Nueva Evangelización, Promoción Humana, Cultura Cristiana. Jesucristo ayer, hoy y siempre, em Santo Domingo, a 12 de outubro de 1992, in “suppl. a L´Osservarore Romano”, nº 238, de 14 de outubro de 1992, IV, pp. 21-22)

Não se quer, com isso, pregar que a sociedade medieval foi perfeita.

Abusos houve –mesmo que tenhamos a defesa do brocardo jurídico abusum non tollit usum. Se essa sociedade terminou, somos chamados a estar atentos agora, quando o mundo moderno e o conceito de Estados-Nação estão desaparecendo.

Dialogando com a modernidade, queremos sua conversão.

E mais do que isso, vigiemos e denunciemos as explosões típicas do término de um determinado período histórico – e é exatamente o que estamos vivendo. Precisamos construir uma nova sociedade, uma nova cultura, aproveitando tudo de bom que na atual existe, mas filtrando-a com o bom senso católico.

Ao passado não se volta, tradição não é isso: é passar adiante o que há de bom.

Da Idade Média, ainda guardamos aquilo que nem mesmo é exclusivo dela, a Fé católica e apostólica e aspectos de sua influência nas comunidades humanas.

O Reino não terminou com sua máxima expressão terrena! Aliás, foi máxima até agora, pois nossa vocação é construir uma nova, em que o amor volte a reinar!

Cristo, Rei do Universo não quis só reinar na terra na Idade Média, e sim hoje o quer.

E quer se nos utilizar, Seus membros, Seus instrumentos, através do apostolado, de nosso desempenho dos deveres de estado, do cultivo da oração, em suma, da gana por fazer a Solenidade de Cristo Rei perpetuar-se no campo secular.

“Se bem que a Idade Média tenha sido uma época de Cristandade, e o foi por excelência, é preciso deixar bem claro que a Cristandade não se identifica com a Idade Média. A Cristandade é uma vocação permanente da Igreja e dos políticos cristãos. Nem sempre se poderá realizar hic et nunc, por exemplo nos países comunistas, ou inclusive nos países liberais, enquanto sigam sendo tais. Todavia, nem por isso a Igreja e os cristãos que atuam na ordem temporal renunciarão definitivamente a dito ideal. (...) Também hoje, a Igreja, se bem que viva em um regime não-cristão ou, como queria Péguy, pós-cristão, não pode renunciar para sempre ao ideal da Cristandade, que não é outra coisa que a impregnação social dos princípios do Evangelho. E se, porventura, aparecesse uma nova Cristandade, seria substancialmente igual à da Idade Média, ainda que acidentalmente diferente, atendendo à diversidade de condições que caracteriza a época atual em comparação com aquela, tanto no campo econômico como no social. Todo o resgatável deverá ser salvo. Porém, o ideal segue de pé.” (SÁENZ, Pe. Alfredo, SJ. La Cristiandad. Una realidad histórica. Pamplona: Gratis Date, 2005, p. 16)

Depois continuamos, aguardem!

Fonte: É Razoável Crer?

Mitos Litúrgicos

Mitos Litúrgicos

Autor: Francisco Dockhorn

Revisão teológica: Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen-RS

Retirado do site: Reino da Virgem

Mito 2: "A Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada"

É para ser adorada, sim.

A Hóstia consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor, e por isso a Santa Igreja dedica a ela toda a adoração.

O Santo Padre Bento XVI responde (Exortação Sacramentum Caritatis, n.66, de 2006) :"...aconteceu às vezes não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção então em voga, por exemplo, partia da idéia que o pão eucarístico nos fora dado não para ser contemplado, mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração da Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho dissera: « Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (...) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos ». De facto, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos."

Dizer que a Eucaristia não é para ser adorada implica em negar a que a Hóstia Consagrada é o Corpo de Nosso Senhor, ou pensar que Deus não é digno de adoração...

Fonte: É Razoável Crer?

O Monge domador dos animais

O Monge domador dos animais

Por Thiamer Toth

Muitos jovens estariam prontos para matar o dragão nos bosques, como Siegfied; mas, quando se trata do dragão de suas más tendências, não tem coragem e paciência para lhe dar combate. Preferem renunciar a tão santo trabalho.

Uma tarde, o Abade de um mosteiro perguntou a um dos seus monges: ”O que é que fizestes hoje!” – Eu – respondeu o monge – como todos os outros dias, tenho estado tão ocupado que as minhas poucas forças não bastariam para o meu trabalho sem o auxílio da graça divina. Todos os dias eu devo guardar dois falcões, amarrar dois veados, obrigar dois gaviões a fazerem a minha vontade, vencer um verme, domar um urso e tratar um doente.

— Que dizes tu?—— interrogou o Abade, rindo às gargalhadas. — No mosteiro não se faz semelhantes trabalhos!

—No entanto, é isso que eu faço - replicou o monge. — Os dois falcões são os meus olhos, que eu devo vigiar continuamente para que não se detenham sobre os objectos proibidos. Os dois veados são os meus pés, cuja marcha devo ordenar, se não quero que me conduzam pelo caminho do mal. Os dois gaviões são as minhas mãos, que devo obrigar ao trabalho e a fazer o bem. O verme é a minha língua, que tem necessidade de ser reprimida mil vezes por dia para não dizer palavras vis e superficiais. O urso é o meu coração ,cujo egoísmo e vaidade tenho de dominar. E o doente é o meu corp0, com o qual tenho de ter incessantes precauções, para que não se apodere dele a sensualidade.

Este monge tinha muita razão. A luta contra os nossos instintos desordenados assemelha-se ao trabalho do domador; e todos aqueles que querem formar bem o seu caráter tem de entregar-se diariamente a este trabalho... E tu também, meu filho.

Não se podem realizar grandes coisas, vir a ser um grande homem, um grande santo, senão com uma grande paixão. Uma paixão em si mesma, não é um mal: mas, se a não dominas a tempo, pode vir a sê-lo. Na formação do teu caráter, não se te pedirá que arranques as paixões, mas que tires delas habilmente partido, que as faças tuas aliadas, tuas companheiras de armas. Não escutes os conselhos que elas te deram, serve-te, porém, de suas forças. Se as paixões são más conselheiras, são também inapreciáveis auxiliares.

É precisamente a paixão bem dominada que torna a vontade firme. Não poderão vencer-se todos os obstáculos senão prosseguindo apaixonadamente um nobre objetivo. À paixão assemelha-se ao fogo, pode ser uma benção ou uma maldição, como bem disse Schiller no seu canto do sino: “Se o homem o domina, o sustém, o fogo é poderoso para o bem“

Lembre-se sempre disso: “ Facienti quod est in se, Deus non degegat gratiam”: àquele que faz tudo quanto dele depende, nunca Deus recusa sua graça.

Fonte: O Jovem de Caráter e É Razoável Crer?

Santa Tereza Dávila - Rogai por nós!

Santa Tereza Dávila - Rogai por nós!

Santa Tereza, certa vez, disse que ninguém pode enganar uma alma perfeita, porque ela sabe por experiência o valor das coisas terrenas. – os santos não foram enganados.

Dizia ela às suas filhas espirituais: “coisa imperfeita me parece este queixar-mo-nos constantemente de males ligeiros; se podeis sofre-los, não o façais. O mal, quando é grave, queixa-se por si mesmo […]. Fraquesas e males de mulheres, esquecei-vos de os lamentar. Quem não perde o costume de queixar-se e de contar tudo, a não ser a Deus, nunca acabará. Sabei sofrer um pouco por amor à Deus, sem que todos o saibam […]Não me refiro a males sérios, mas aos pequenos males que se podem suportar de pé. Lembremo-nos dos nossos Santos Padres passados…Pensais que eram de ferro? Se não nos decidirmos a tragar de uma vez a morte e a falta da saúde, nunca faremos nada” (Santa Tereza Dávila – cit. em J. Urtega, Deus e os filhos, Quadrante, São Paulo, pag.52)

Fonte: É Razoável Crer?

Seguir Jesus é Adrenalina na Veia!

Seguir Jesus é Adrenalina na Veia!

Por A Catequista em 30/09/2011

No dicionário, uma das possíveis definições de aventura é “ação ou situação arriscada”. Quem já deu alguns passos – poucos ou muitos – na amizade com Cristo, deve ter notado que o Senhor tem mania de nos colocar em circunstâncias altamente estressantes. Vez por outra, nos vemos como que à beira de um abismo e, lá na outra ponta, Ele nos estende a mão e nos convida a saltar como quem chama pra tomar um sorvete:

– Vem amigo, tenha um namoro casto!

– Não se desespere com o pouco dinheiro. Estou cuidando de tudo!

– Não se corrompa para manter o emprego. É melhor ser desempregado do que ser desonesto.

– Que mérito há em fazer o bem somente a quem é legal contigo? Ajude o cara que te sabotou!

– Te perseguem por ser cristão? Dont worry… Vai piorar! Tá querendo ter mais moleza do que o Mestre aqui?

Diante de cada um dos Seus apelos, nós cristãos podemos dar, basicamente, três respostas diversas:

1) “Só se for agora, ninguém salta como eu!” – Saltamos confiando em nós mesmos, na nossa própria capacidade e… PUF!!! Este é o som que se ouve no fundo do abismo, logo em seguida.
“Ah, tá… Beijo, me liga!” – Retrocedemos e, em vão, buscamos atalhos que nos permitam chegar ao Senhor de forma mais fácil e menos arriscada. No fundo, tememos que, se fizermos a vontade dEle, vamos nos dar mal.

3) “Tô me borrando todo, mas eis-me aqui, Senhor!” – Saltamos o abismo, ainda que nossas pernas estejam trêmulas (devido à noção da nossa incapacidade humana). Dizemos SIM a Cristo em nossa vida concreta, pois cremos que Ele nunca decepciona Seus filhos. Isso é ter fé.

Olhando para a vida de São Pedro, podemos muito apropriadamente encaixá-lo no item três citado acima – afinal, ele era o Apóstolo que amava a Cristo mais do que os outros (Jo 21:15). Entretanto, ao menos em uma ocasião, a sua fé vacilou. Por exemplo, quando viu Jesus caminhando sobre as águas do mar:

Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti! Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me! No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste? (Mt 14:28-31)

Entretanto, anos mais tarde, esse mesmo homem que negou o Mestre temendo sofrer como Ele, foi capaz de se expor ao martírio, morrendo também na cruz.

A FÉ É UM PROBLEMA DE CONHECIMENTO

Algumas nos inspiram confiança nos primeiros minutos em que as conhecemos. Porém, a esta confiança só crescerá e se consolidará com o tempo; quanto mais conhecemos uma pessoa, mais confiamos nela. Assim também acontece com Jesus: quanto mais nos empenhamos em conhecê-Lo, mais somos capazes de crer efetivamente nEle. Não com uma devoção que se manifesta quase que clandestinamente no âmbito restrito das paróquias, mas como uma fé que determina os passos concretos do cotidiano.

A coragem de dar um “salto de fé no abismo” é um fator relevante, mas não é o ponto central. O problema fundamental é de conhecimento: sabemos quem é Cristo? Conhecemos as suas promessas? Cremos que Ele tem poder e amor incomparáveis? Entendemos que Ele é o único capaz de nos realizar realmente? Muitas vezes, fé morna ou vacilante se manifesta naqueles que não alcançaram as respostas adequadas a estas perguntas.

A fé é o reconhecimento da Presença do Deus Vivo entre nós, que atrai a nossa afeição para Ele. É essa afeição que nos impulsiona a realizar as obras de fé e que nos motiva a seguir seus ensinamentos com alegria, por mais que nos dê aquele friozinho na barriga, por mais insano ou inadequado que isso possa parecer aos olhos do mundo.

Que Nossa Senhora nos ajude a dizer “Jesus, eu creio em vós” não só com os lábios, mas também com atitudes.

Fonte: O Catequista

Discurso do Papa: "Novos evangelizadores para Nova Evangelização"

Discurso
Aos participantes do Encontro "Novos evangelizadores para a Nova Evangelização – A Palavra de Deus cresce e se difunde"
Sala Paulo VI
Sábado, 15 de outubro de 2011



Senhores Cardeais,
Venerados irmãos no Episcopado,
Queridos amigos!

Acolhi de bom grado o convite do presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização para estar presente com todos vós, esta noite por um breve momento, e sobretudo amanhã, para a Celebração Eucarística. Agradeço a Dom Fisichella pelas palavras de saudação que me dirigiu em vosso nome, e alegro-me por ver-vos assim tão numerosos. Sei que estais aqui representando muitos outros que, como vós, estão envolvidos na difícil tarefa da nova evangelização. Saúdo também a todos aqueles que estão seguindo este evento através dos meios de comunicação que permitem a tantos novos evangelizadores estar conectados simultaneamente, embora espalhados em diferentes partes do mundo.

Tendes escolhido como frase-guia para a vossa reflexão de hoje a expressão: "A Palavra de Deus cresce e se difunde". Várias vezes o evangelista Lucas usa essa fórmula nos Atos dos Apóstolos; em várias circunstâncias, ele afirma, de fato, que "a Palavra de Deus crescia e se difundia" (cf. At 6,7; 12,24). Mas no tema desta jornada vós tendes alterado o tempo dos dois verbos, para destacar um aspecto importante da fé: a certeza consciente de que a Palavra de Deus é sempre viva, em cada momento da história, até os nossos dias, porque a Igreja a atualizada através de sua fiel transmissão, da celebração dos sacramentos e do testemunho dos crentes. Por essa razão, nossa história está em plena continuidade com aquela da primeira Comunidade cristã, vive da mesma seiva de vida.

Mas que terreno encontra a Palavra de Deus? Como no então, também hoje pode encontrar fechamento e rejeição, modos de pensar e de viver que estão longe da busca de Deus e da verdade. O homem moderno está muitas vezes confuso e não consegue encontrar respostas para muitas perguntas que agitam sua mente, em referência ao sentido da vida e às questões que surgem nas profundezas do seu coração. O homem não pode evitar essas questões que tocam o significado de si e da realidade, não pode viver em uma só dimensão! Ao invés disso, muitas vezes, é removida a busca do essencial na vida, enquanto lhe é proposta uma felicidade efêmera, que contenta por um momento, mas deixa, logo depois, tristeza e insatisfação.

No entanto, não obstante esta condição do homem contemporâneo, podemos ainda afirmar com certeza, como no início do Cristianismo, que a Palavra de Deus continua a crescer e a se difundir. Por quê? Gostaria de mencionar pelo menos três razões. A primeira é que o poder da Palavra não depende principalmente de nossa ação, dos nossos meios, do nosso "fazer", mas de Deus, que esconde o seu poder sob os sinais da fraqueza, que se faz presente na brisa suave da manhã (cf. 1 Re 19, 12), que se revela no lenho da Cruz. Devemos sempre acreditar no humilde poder da Palavra de Deus e deixar que Deus aja! O segundo motivo é porque a semente da Palavra, como narra a Parábola evangélica do Semeador, ainda cai em terra boa que a recebe e produz frutos (cf. Mt 13,3-9). E os novos evangelizadores fazem parte desse campo que permite que o Evangelho cresça em abundância e transformar suas vidas e as vidas dos outros. No mundo, mesmo se o mal faça mais barulho, continua a existir a terra boa. A terceira razão é que o anúncio do Evangelho verdadeiramente chegou até os confins do mundo e, mesmo no meio da indiferença, incompreensão e perseguição, muitos continuam, também hoje, com coragem, a abrir o coração e a mente para acolher o convite de Cristo a encontrá-Lo e tornar-se seus discípulos. Não fazem barulho, mas são como a semente de mostarda que se torna uma árvore, o levedo que fermenta a massa, o grão de trigo que se quebra para dar lugar à espiga. Tudo isso, se, por um lado, traz conforto e esperança, porque mostra o incessante fermento missionário que anima a Igreja, por outro, deve preencher a todos de um renovado sentido de responsabilidade com a Palavra de Deus e a difusão do Evangelho.

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que instituí no ano passado, é um instrumento precioso para identificar as grandes questões que se agitam nos diversos setores da sociedade e da cultura contemporânea. Ele é chamado a oferecer um auxílio particular à Igreja na sua missão, sobretudo no interior daqueles países de antiga tradição cristã que parecem tornados indiferentes, se não às vezes hostis à Palavra de Deus. O mundo de hoje precisa de pessoas que anunciem e testemunhem que é Cristo a ensinar-nos a arte de viver, a estrada da verdadeira felicidade, porque é Ele mesmo a estrada da vida; pessoas que tenham antes de tudo elas mesmas o olhar fixo em Jesus, o Filho de Deus: a palavra do anúncio deve ser sempre imersa em um relacionamento intenso com Ele, em uma intensa vida de oração. O mundo de hoje precisa de pessoas que falem com Deus, para poderem falar de Deus. E devemos também recordar sempre que Jesus não redimiu o mundo com belas palavras ou meios vistosos, mas com o seu sofrimento e com a sua morte. A lei do grão de trigo que morre na terra vale também hoje; não podemos dar a vida a outros sem dar a nossa vida: "quem perder a sua vida por mim e pela causa do Evangelho, a salvará", diz-nos o Senhor (Mc 8,35). Vendo a todos vós e conhecendo o grande compromisso que cada um coloca a serviço da missão, estou convencido de que os novos evangelizadores se multiplicarão sempre mais para dar vida a uma verdadeira transformação de que o mundo de hoje tem necessidade. Somente através de homens e mulheres plasmados pela presença de Deus a Palavra de Deus continuará o seu caminho no mundo, produzindo frutos.

Queridos amigos, ser evangelizadores não é um privilégio, mas um compromisso que provém da fé. À pergunta que o Senhor dirige aos cristãos: "Quem enviarei e quem andará por mim?", respondais com a mesma coragem e a mesma confiança do Profeta: "Eis-me aqui, Senhor, envia-me" (Is 6,8). Peço-vos que vos deixeis plasmar pela graça de Deus e correspondais docilmente à ação do Espírito do Ressuscitado. Sejais sinais de esperança, capazes de olhar para o futuro com a certeza que provém do Senhor Jesus, o qual venceu a morte e nos deu a vida eterna. Comuniqueis a todos a alegria da fé com o entusiasmo que provém do serem movidos pelo Espírito Santo, porque Ele faz novas todas as coisas (cf. Ap 21, 5), confiando na promessa feita por Jesus à Igreja: "E eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28, 20).

Ao final desta jornada, peçamos também a proteção da Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, enquanto acompanho de coração a cada um de vós e o vosso empenho com a Bênção Apostólica.

Fonte: Canção Nova

Discurso a membros da Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice

Discurso
Aos participantes do Encontro Internacional promovido pela Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice
Sala Clementina
Sábado, 15 de outubro de 2011



Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs,

estou muito contente em acolher-vos por ocasião do Encontro anual da Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice, no qual vos reunis durante dois dias de estudo sobre o tema da relação entre família e negócios. Agradeço ao presidente, Dr. Domingo Sugranyes Bickel, pelas amáveis ​​palavras que me dirigiu, e saúdo cordialmente a todos vós. Recorre neste ano – como foi observado – o 20º aniversário da Encíclica Centesimus Annus, do Beato João Paulo II, publicada 100 anos após a Rerum Novarum, bem como o 30º da Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Tal dúplice celebração torna ainda mais atual e oportuno o vosso tema. Nestes 120 anos de desenvolvimento da Doutrina Social da Igreja aconteceram no mundo grandes mudanças, que não eram sequer imagináveis no momento da histórica encíclica do Papa Leão XIII. No entanto, ao mudarem as condições externas, não se alterou o patrimônio interno do Magistério social, que sempre promove a pessoa humana e a família, no seu contexto de vida, também de negócios.

O Concílio Vaticano II falou da família em termos de Igreja doméstica, de "santuário intocável", onde a pessoa amadurece nos afetos, na solidariedade, na espiritualidade. Também a economia, com as suas leis, deve sempre considerar o interesse e a proteção de tal célula primária da sociedade; a própria palavra "economia" em sua origem etimológica contém uma referência à importância da família: oikia e nomos, a lei da casa.

Na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, o Beato João Paulo II indicou para a instituição familiar quatro tarefas que gostaria de recordar brevemente: a formação de uma comunidade de pessoas; o serviço à vida; a participação social e a participação eclesial.São todas funções em cuja base está o amor, e é a isso que educa e forma a família. "O amor – afirma o venerado Pontífice – entre o homem e a mulher no matrimônio e, de forma derivada e ampliada, o amor entre membros da mesma família – entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs, parentes e familiares – é animado e impelido por um interior e incessante dinamismo, que conduz a família a uma comunhão sempre mais profunda e intensa, fundamento e alma da comunidade conjugal e familiar" (n. 18). Da mesma forma, o amor está na base do serviço à vida, fundado na cooperação que a família dá à continuidade da criação, à procriação do homem feito à imagem e semelhança de Deus.

E é principalmente na família que se aprende como a atitude certa a se viver em sociedade, também no mundo do trabalho, economia, negócios, deve ser guiada pela caritas, na lógica da gratuidade, da solidariedade e da responsabilidade de uns pelos outros. "As relações entre os membros da comunidade familiar – escreve ainda o Beato João Paulo II – são inspiradas e guiadas pela lei da gratuidade que, respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor, torna-se acolhida cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso, solidariedade profunda" (n. 43). Nessa perspectiva, a família, de mero objeto, torna-se sujeito ativo e capaz de recordar o "rosto humano" que deve ter o mundo da economia. Se isso vale para a sociedade em geral, assume ainda maior proeminência na comunidade eclesial. Também na evangelização, na verdade, a família tem um lugar de destaque, como recordei recentemente, em Ancona: não é simplesmente destinatária da ação pastoral, mas é sua protagonista, chamada a tomar parte na evangelização de modo próprio e original, colocando a serviço da Igreja e da sociedade o próprio ser e o próprio agir, como íntima comunidade de vida e amor (cf. Exort. ap. Familiaris Consortio, n. 50). Família e trabalho são lugares privilegiados para a realização da vocação do homem, que colabora na obra criadora de Deus no presente.

Como tendes observado nos vossos trabalhos, na difícil situação que estamos experimentando, assistimos, infelizmente, a uma crise do trabalho e da economia, que se acompanha por uma crise familiar: conflitos de cônjuges, de gerações, aqueles entre o tempo para a família e para o trabalho, a crise de emprego, criam uma situação complexa de mal-estar que afeta o próprio viver social. É preciso, por isso, uma nova síntese harmoniosa entre família e trabalho, ao qual a Doutrina Social da Igreja pode oferecer sua valiosa contribuição. Na Encíclica Caritas in veritate, quis enfatizar como o modelo familiar da lógica do amor, da gratuidade e do dom deve ser alargado a uma dimensão universal. A justiça comutativa – "dar para receber" – e aquela distributiva – "dar por dever" – não são suficientes no viver social. Porque, para haver verdadeira justiça, é necessário adicionar gratuidade e solidariedade. "A solidariedade consiste primariamente em que todos se sintam responsáveis por todos e, por conseguinte, não pode ser delegada só ao Estado. Se, no passado, era possível pensar que havia necessidade primeiro de procurar a justiça e que a gratuidade intervinha depois como um complemento, hoje é preciso afirmar que, sem a gratuidade, não se consegue sequer realizar a justiça... Neste caso, caridade na verdade significa que é preciso dar forma e organização àquelas iniciativas econômicas que, embora sem negar o lucro, pretendam ir mais além da lógica da troca de equivalentes e do lucro como fim em si mesmo" (n. 38). "O mercado da gratuidade não existe, tal como não se podem estabelecer por lei comportamentos gratuitos, e todavia tanto o mercado como a política precisam de pessoas abertas ao dom recíproco" (n. 39). Não é missão da Igreja definir os caminhos para enfrentar a crise. No entanto, os cristãos têm o dever de denunciar os males, testemunhar e manter vivos os valores que sustentam a dignidade humana, e promover as formas de solidariedade que favorecem o bem comum, a fim de que a humanidade se torne sempre mais família de Deus.

Queridos amigos, espero que as reflexões que surgiram em vosso encontro vos ajudem a assumir um papel cada vez mais ativo na difusão e aplicação da Doutrina Social da Igreja, sem esquecer que "o desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor cheio de verdade – caritas in veritate –, do qual procede o desenvolvimento autêntico, não o produzimos nós, mas é-nos dado" (n. 79). Com esse desejo, enquanto vos confio à intercessão da Virgem Maria, concedo de coração a todos vós e aos vossos queridos uma especial Bênção Apostólica.

Fonte: Canção Nova

Milagre de Nhá Chica é aprovado por comissão médica do Vaticano

Milagre de Nhá Chica é aprovado por comissão médica do Vaticano

A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos analisou o milagre ocorrido por intercessão da Venerável Serva de Deus Nhá Chica em favor da senhora Ana Lúcia. Todos os sete médicos deram voto favorável. A cura não tem explicação científica.

A grande graça atribuída a Nhá Chica refere-se à professora Ana Lúcia Meirelles Leite, de Caxambu (MG). Ana Lúcia foi curada de um problema congênito muito grave no coração, sem precisar passar por cirurgia, apenas pelas orações de Nhá Chica. O fato realizou-se em 1995.

Dessa forma, a Venerável Serva de Deus dá mais um passo em direção à Beatificação. Em janeiro deste ano, foram reconhecidas suas virtudes heróicas e Nhá Chica foi proclamada venerável. Resta, agora, passar pela comissão de Cardeais e Bispos, que devem confirmar a opinião dos médicos e, depois, o Papa assinar o decreto de beatificação e marcar a data.

O anúncio foi realizado na última quinta-feira, 13.

Fonte: Canção Nova

A nobre missão de educar um ser humano

A nobre missão de educar um ser humano

O transcurso do Dia do Professor (a), em 15 de outubro, é uma oportunidade para saudá-lo, agradecer pelo trabalho dedicado aos nossos jovens; e de oferecer-lhe uma reflexão sobre esta nobre missão. Eu me incluo entre eles porque há 40 anos exerço o magistério.

Não há dúvida de que no rol das profissões, a de professor sempre se destacou pelo fato de trabalhar diretamente com a mais nobre realidade do mundo: o coração, a inteligência e alma do ser humano. Nada é mais importante do que o homem e a mulher. Santo Irineu já dizia no século II que “o homem é a glória de Deus”; é claro que falava do ser humano, não apenas do masculino. A missão do professor, mais do que ensinar, é educar.

É nobre e necessário dominar o aço e os microorganismos, ouvir as galáxias e o cosmo, construir casas e computadores, mas muito mais nobre ainda é formar o homem, senhor de tudo isso. Os sábios gregos já diziam: “dá-me uma sala de aula e mudarei o mundo!”

Ghandi dizia que “a verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa”. É como fazia Michelangelo com a pedra. Certo dia, ele viu um bloco de mármore e disse a seus alunos: “Aí dentro há um anjo, vamos colocá-lo para fora!”. Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, um anjo surgiu da pedra. Então os discípulos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “O anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando”. Educar é isso, é ir com paciência e perícia, sabedoria e bondade, retirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que o “anjo” apareça em cada aluno.

O grande educador francês Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus. Educar é colaborar com Deus”. O jovem e frágil aluno de hoje será o condutor da nação amanhã; o que for semeado hoje no seu coração, na sua mente e no seu espírito, será colhido amanhã pela sociedade. Daí a grande tarefa e enorme responsabilidade do professor, em qualquer nível. Já esqueci os nomes de muitas pessoas ilustres que passaram em minha vida, mas nunca esqueci os nomes das quatro primeiras professoras do curso primário.

O que o aluno espera de um professor? O que os pais e a nação esperam de nós? Em primeiro lugar, que sejamos honestos, honrados e capacitados, exigências mínimas de quem carrega o título de mestre. Sabemos que o homem moderno está cansado de discursos… Quer ver bons exemplos, a começar do professor. O mestre romano Sêneca dizia que “de nada vale ensinar-lhes o que é a linha reta, se não lhes ensinarmos o que é a retidão”.

O aluno só aprende com satisfação quando o professor ensina com entusiasmo e sabe motivá-lo. Os alunos respeitam o professor que domina a matéria e sabe motivar para o aprendizado. Um homem motivado vai à Lua, mas sem motivação não atravessa a rua.

O aluno espera que o professor tenha paciência com ele, tenha a humildade de não usar o seu conhecimento para humilhá-lo e que não use do poder da avaliação para destruir a sua autoestima. O aluno espera que o professor prepare bem as aulas. Nada pior para um aluno do que ter que assistir a uma aula maçante, mal preparada, ministrada por alguém que não conhece o que ensina. É um grande desrespeito… para não dizer, um crime. Ele quer ver o seu mestre ensinar com didática, competência e clareza, além de pontualidade no horário e apresentação adequada. Ele quer vê-lo como um bom amigo que não lhe dá apenas informações, mas formação e sabedoria de viver.

João Paulo II, na encíclica Redentor dos Homens, disse que o mundo vai mal porque o homem moderno conquistou o universo, mas perdeu o domínio de si mesmo. Sente-se hoje ameaçado por aquilo que ele mesmo criou com a sua inteligência e construiu com as suas mãos. Por quê? Porque falta-lhe a Sabedoria. Porque junto com a ciência e a tecnologia não cuidou do desenvolvimento e do respeito aos princípios da ética, da moral e da fé. Está cheio de ciência, mas vazio de sabedoria. Ele disse que os falsos profetas e os falsos mestres conheceram o maior sucesso possível no século XX (EV,17).

Sabemos que a felicidade verdadeira, que não acaba, é aquela que nasce no bojo da virtude. Portanto, é na vivência de um magistério autêntico que colheremos os frutos mais doces da profissão.

Felipe Aquino
Professor de física, autor de mais de 60 livros, e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Idéias” (www.cancaonova.com)

Fonte: Canção Nova

Da Mariologia Bíblica a Dogmática

Da Mariologia Bíblica a Dogmática

Introdução

O estudo dos textos sobre Maria na Bíblia causa em muitos cristãos admiração e perplexidade. Por um lado, se entusiasmam por sua pessoa, ao descobrirem os traços principais da imagem neo-testamentária da mãe de Jesus: a perfeita discípula, seguidora radical de Jesus, irmã mãe da comunidade, profeta da libertação, peregrina na fé, contemplativa no cotidiano... Por outro lado, produz se em não poucos um sentimento de mal estar, quando comparam os dados bíblicos com os que se veiculam na piedade e na liturgia. Acrescenta se a isso a pergunta: afinal, como se chegou a afirmar a Imaculada Conceição ou mesmo a Assunção, se não há nenhum dado bíblico direto sobre estes dogmas? Não bastariam as afirmações bíblicas? Qual é a legitimidade do crescente aumento de espaço da pessoa de Maria na fé católica? Estas e outras perguntas afins só podem ser respondidas recorrendo a alguns princípios e conceitos da teologia fundamental, tais como: o lugar da Escritura no processo de interpretação da fé, função dos dogmas, relação Bíblia-comunidade-Tradição.

I. Relação Bíblia-Tradição na Mariologia

1. Divergência entre exegese e interpretação corrente

Quem leu atentamente e se apropriou das reflexões dos artigos anteriores de Nova Aurora sobre a mariologia bíblica deve ter se perguntado: como vencer o abismo entre a interpretação da Escritura, dada pelas Ciências Bíblicas, e a maneira de compreensão reinante na comunidade eclesial? Constata se que os dados sobre Maria no NT divergem significativamente da interpretação hegemônica no meio dos fiéis. Em sermões, cantos, ladainhas, terços, comentários, celebrações ou "tardes de louvor", acentua-se a maternidade de Maria, mãe de Jesus e nossa mãe. No NT, ao contrário, o acento recai no discipulado, no modelo de fé. A Bem-Aventurança central sobre Maria não diz respeito à maternidade biológica. Ao contrário, ela teve de fazer uma ruptura drástica, abandonando os privilégios da maternidade biológica para entrar humildemente no grupo dos seguidores de Jesus. Aí, sim, sua maternidade recobra pleno valor; ela reúne a comunidade em torno de Jesus, impelindo-a a fazer a Sua vontade. Junto com os apóstolos prepara a vinda do Espírito que continua em nós a missão de Jesus.

O culto a Maria assumiu dimensões gigantescas no catolicismo. Que diferença da sóbria imagem sobre Maria no NT! Para a comunidade das origens, Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai e nosso irmão, ocupa todo espaço de reverência e culto. Estritamente falando, não há culto a Maria no NT, embora alguns mariólogos ousem detectar, no relato da visitação (Lc 1), traços de reverência à sua pessoa na afirmação "Bendita és tu entre as mulheres" e "Bendito é o fruto do teu ventre".

Pastoral mente surge o problema da mensagem central dos textos bíblicos sobre Maria, ao seguirmos o consenso dos teólogos e biblistas. Citemos dois exemplos. O relato das Bodas de Caná não se centra na solicitude de Maria e sua capacidade de intercessão ("peça à Mãe que o Filho dá"), mas na intervenção decidida para realizar o sinal que leva à fé. Os dois textos que servem para alimentar a piedade sobre "Nossa Senhora das Dores" têm originalmente outra mensagem central. A referência de Simeão à "espada que transpassará a alma de Maria" (Lc 2,35) se liga à obediência da fé e a deixar-se julgar pela Palavra de Deus. A cena de Maria aos pés de Cruz (Jo 19,25) não tematiza primariamente o sofrimento redentor, mas a hora da glorificação e passagem para o Pai. E o que dizer do uso de Apocalipse 12 na missa da Assunção, sabendo que o texto prioritariamente alude ao povo de Deus (Israel e Igreja), referindo-se a Maria somente "in obliquo", de forma derivada?

Há maneiras equivocadas de resolver esta problemática. A primeira consiste em criar duplo discurso, dirigido a públicos distintos, sem nenhuma articulação entre si. Para os fiéis, fala-se de Maria de maneira ingênua, doce, demasiadamente piedosa. Não há limites, pois se acredita que tudo o que se diz bem de Maria redundará para a glória de Deus e de sua Igreja. Para os estudantes de teologia está reservada a linguagem técnica, precisa, restritiva e fria. A conseqüência é desastrosa para ambos.

Os fiéis continuam com fé ingênua, sem enriquecer-se e corrigir-se com a Escritura e a teologia. Os futuros pastores e agentes pastorais acumulam um saber que não lhes será útil nem na pastoral, nem na sua vida pessoal.

O segundo equívoco reside na absolutização e minimização, seja da vida concreta dos fiéis, seja das ciências bíblicas. De um extremo, surgem os ferozes iconoclastas, que, em nome da fé pura, incontaminada e reta, aniquilam e zombam das manifestações populares marianas. Sem levar em conta o horizonte cultural e religioso dos fiéis, pretendem a todo custo impor uma interpretação minimalista. Do outro extremo, manifesta se a ingenuidade consentida. O agente pastoral repete as manifestações religiosas marianas e as interpretações simplistas, mesmo se não acredita nelas. A mariologia aprendida na faculdade de teologia assemelha-se a um boné esquecido em algum canto da casa, do qual se tem algumas remotas lembranças. Muitos padres recém-ordenados deixam o "chapéu" da teologia pendurado na porta dos fundos da sala de aula. A teologia não "entrou" na sua mente. Momentaneamente justaposta à sua cabeça, perde vigência nos primeiros meses de ministério.

A questão só se resolve com base razoável de conhecimentos, bom senso e sensibilidade pastoral, a partir da compreensão do lugar da Escritura no processo de interpretação da fé atual, vivida pela comunidade eclesial.

Fonte:
Da Mariologia Bíblica à Dogmática
Irmão Afonso Murad (marista)
In: Nova Aurora, 1995 - no 1, São Paulo.

e

Portal Católico

Santos do Dia

15 de outubro

Santa Teresa d'Ávila



Nunca um santo ou santa mostrou-se tão "carne e osso" como Teresa d'Ávila, ou Teresa de Jesus, nome que assumiu no Carmelo. Nascida no dia 28 de março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d'Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao Oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico.

Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isso, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido.

Nesse período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Assim atormentada, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu tornar-se religiosa, mas foi impedida pelo pai. Como na infância, resolveu fugir, desta vez com sucesso. Foi para o Convento carmelita da Encarnação de Ávila.

Entretanto a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de atormentá-la. Um ano depois, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com o Pai. Teresa, então, concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Teresa de Jesus.

Aos trinta e nove anos, ocorreu sua "conversão". Teve a visão do lugar que a esperaria no inferno se não tivesse abandonado suas vaidades. Iniciou, então, o seu grande trabalho de reformista. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas, deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de convento em convento, por toda a Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as Regras originais. Dois anos depois, fundou o primeiro Convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, onde foi morar.

Porém, em 1576, enfrentou dificuldades muito sérias dentro da Ordem. Por causa da rigidez das normas que fez voltar nos conventos, as comunidades se rebelaram junto ao novo geral da Ordem, que também não concordava muito com tudo aquilo. Por isso ele a afastou. Teresa recolheu-se em um dos conventos e acreditou que sua obra não teria continuidade. Mas obteve o apoio do rei Felipe II e conseguiu dar seqüência ao seu trabalho. Em 1580, o papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.

Apesar de toda essa atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Na sua época, toda a cidade de Ávila sabia das suas visões e diálogos com Deus. Para obter ajuda, na ânsia de entender e conciliar seus dons de espiritualidade e as insistentes tentações, ela mesma expôs os fatos para muitos leigos e não apenas aos seus confessores. E ela só seguiu numa rota segura porque foi devidamente orientada pelos últimos, que eram os agora santos Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da ação de Deus.

A pedido de seus superiores, registrou toda a sua vida atribulada de tentações e espiritualidade mística em livros como "O caminho da perfeição", "As moradas", "A autobiografia" e outros. Neles, ela própria narra como um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo. Doente, morreu no dia 4 de outubro de 1582, aos sessenta e sete anos, no Convento de Alba de Torres, Espanha. Na ocasião, tinha reformado dezenas de conventos e fundado mais trinta e dois, de carmelitas descalças, sendo dezessete femininos e quinze masculinos.

Beatificada em 1614, foi canonizada em 1622. A comemoração da festa da transverberação do coração de Santa Teresa ocorre em 27 de agosto, enquanto a celebração do dia de sua morte ficou para o dia 15 de outubro, a partir da última reforma do calendário litúrgico da Igreja. O papa Paulo VI, em 1970, proclamou santa Teresa d'Ávila doutora da Igreja, a primeira mulher a obter tal título.

Fonte: Paulinas

Santo Eutério, o Jovem

Santo Eutério, o Jovem, de Tessalónica, é uma das figuras mais célebres do monarquismo grego do século IX; sucessivamente anacoreta, fundador de lauras ou celas comuns, e de mosteiros, e por último eremita; dependeu dos solitários de antes e dos cenobitas que se organizavam.
Nasceu em Opso, na Galácia (Ásia Menor), não longe da cidade de Ancira, no ano de 823 ou 824. O pai chamava-se Epifãnio e a mãe Ana. Deram ao filho o nome de Nicetas; este, um pouco antes dos 20 anos, casou-se com Euftosina. Tiveram uma filha, Anastasô. Pouco depois, Nicetas abandonou o lar e partiu para o monte Olimpio, na Bitínia, a «santa montanha». Terá tomado contacto com S. Joanico, aldeão, soldado, monge; eremita e fundador de três mosteiros no Olimpo. Em 842, Nicetas - Eutímio na religião recebeu o hábito monástico menor. Mas, logo que obteve o maior, partiu para o Atos, a outra «santa montanha» do mundo bizantino (858-859), talvez em protesto contra a usurpação de Fócio na capital do Bósforo. Na verdade, a sua partida seguiu o exílio do patriarca de Constantinopla, Inácio (23 de Novembro de 858), fundador de quatro mosteiros e substituído pelo intruso Fócio. Os monges do Olimpo, integristas como os da capital, mantinham-se quase todos fiéis a Inácio. Triste época, perturbada pelo fim das perseguições iconoclastas e pelo cisma que iria durar de 858 até ao fim do século IX!
No monte Atos, Eutímio ficou numa gruta durante três anos, depois de 40 dias de jejum só com ervas e água. Por 863, foi procurar no monte Olimpo o seu antigo senhor, Teodoro, e instalou-o em Macrosina, onde pouco depois morreu. Eutímio dirigiu-se para Tessalónica, a fim de se colocar no alto duma coluna, como S. Simeão Estilita. Foi assim que experimentou a vida esquisita dos estilitas, bem característica do monarquismo oriental.
Por 864, tomou a partir para o Atos. O bispo Teodoro tinha-o ordenado de diácono. Veio a ser sacerdote por 867. Estabeleceu-se então na Ilha Nova, diocese de Lemnos, com dois companheiros, José Colobos (o «atarracado») e Simeão. Apesar de esbulhados de tudo por uma incursão de piratas sarracenos, foram libertados. Então, cerca do ano de 868, o grupo de três desfez-se.
Em 870-871, Eutímio fundou um mosteiro onde iria passar 14 anos. Em 875 deu o hábito ao seu futuro biógrafo, Basílio. Por 883-884, Eutímio entrou em partilhas com a família: deixou o mosteiro de homens ao neto Metódio e o de mulheres à neta Eufémia: migração a caminho de ser monge completo, que lembra um pouco a ida da família de José para o Egipto. Depois dum regresso pouco duradouro à vida de estilita, Eutímio retirou-se para a pendente oriental do Atos. A 8 de Maio de 898, passou com o monge Jorge à ilha Hiera (santa»), depois de ter festejado, na véspera, a trasladação de Santo Eutímio Magno, abade na Palestina, falecido em 473. A 13 de Outubro de 898, o nosso Santo caiu doente. Morreu a 15 de outubro, com 74 anos. A 22 de Dezembro, o seu corpo foi levado para Tessalónica por dois monges, e a 13 de Janeiro recebeu sepultura em Santo Sozon.
Não nos deixemos levar pelas aparências, chamando instável a Eutímio. Partir ele do Olimpo, por 859, foi talvez antes de tudo um protesto contra o intruso Focas, e ignoramos os motivos de muitas das suas deslocações. Insistia na pureza do diálogo com Deus. As suas mudanças bem podem mostrar a estabilidade íntima no espírito do hermetismo. Procura-se Deus como se pode: alguns à maneira das toupeiras em buracos, outros instalados dia e noite no alto das colunas.

Fonte: Portal Católico

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Rock in Rio – Pe. Paulo Ricardo responde às críticas

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria Parte 3

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria Parte 2

Rock in Rio e o orgulho dos porcos

O desafio missionário hoje

O desafio missionário hoje

O mês de outubro, como mês temático, tem duas vertentes. De um lado as Missões, que marcam as reflexões em nossas comunidades. É também o mês do Rosário, de antiga tradição, convidando-nos a uma vida de oração contemplativa. Estes dois temas se completam, pois necessitamos de uma densa vida espiritual e de orações para vivermos testemunhando Jesus Ressuscitado e anunciando-O às pessoas do nosso tempo. Somos essencialmente missionários. Fixemo-nos hoje no tema das missões.

A caminhada da Santa Igreja perpassa por várias correntes referenciais para levar aos fiéis a plena compreensão do Reino de Deus. Dentre as correntes que se adota no percurso da caminhada evangelizadora está a dimensão missionária.

Na caminhada histórica do Filho de Deus, a Igreja Católica apresenta o mês de outubro como o mês das Missões. Neste ano apresenta-se com o tema “Missão na Ecologia”, que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) realizam como a Campanha Missionária 2011. A temática, como nos anos precedentes, está diretamente ligada ao tema da Campanha da Fraternidade, iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que este ano é “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Sempre foi consenso que os vários temas durante o ano poderiam ser ligados ou inspirados no tema da Campanha da Fraternidade. Nesse sentido, a Semana Nacional da Vida, começando no início de outubro e culminando com o Dia do Nascituro, nos recorda que toda a nossa reflexão ecológica não teria sentido sem a preservação e o respeito à vida humana.

Somos chamados também a refletir sobre o tema do dia Mundial das Missões, que a cada ano o Papa nos sugere. Neste ano, o Papa Bento XVI colocou como tema: “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo, 20,21). Notamos, de certa forma, como essa preocupação missionária está no coração e na mente do nosso Papa. Basta recordar o tema que ele escolheu para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

A missão fundamental da Igreja é sempre de Anúncio da Palavra de Deus ecoada nos corações dos fiéis, testemunhada e vivida, que deve transparecer em toda a vida do povo de Deus. Todos nós nos tornamos seguidores e missionários a partir da Graça que de Deus recebemos através do santo Batismo, que nos impregna a ação do Espírito Santo. A partir do conhecimento da Graça de Deus, adotada no coração daqueles e daquelas que buscam a solidez da revelação divina em suas vidas, percebe-se a necessidade da missão. Também é missão da Igreja denunciar tudo que é contrário à Palavra de Deus, como por exemplo, as injustiças provocadas à luz de interesses particulares que desnorteiam a caminhada cristã. Dentro do contexto proposto para o mês das Missões no Brasil deste ano, a Igreja ressalta a ingente preocupação com a preservação do meio ambiente e conscientização ecológica.

Ser missionário é antes de tudo um grande compromisso que o cristão adota em prol da realização do Reino de Deus, onde as criaturas por Ele criadas devem proclamar e dar testemunho da própria fé, levando ao conhecimento de todas as pessoas a Palavra de vida que cura, liberta e salva. Ser missionário é, em primeiro lugar, o ato de assumir a fé por inteiro, numa dinâmica viva de acolhimento à própria vocação.

Nestes tempos de tantas dificuldades para a missão da Igreja, que sofre perseguições diversas pelo mundo, não é fácil “fazer discípulos”, não é simples estar presente na sociedade em que uma minoria preferiria que “se esquecesse de Deus”. Ao discernirmos os “sinais dos tempos”, sentimos como é necessário uma “nova evangelização” e a coragem de proclamar em quem nós cremos, e como são importantes para a sociedade os valores proclamados pelos missionários.

Quando se ouve falar de missão ou em ser missionário, muitas vezes pensamos que para atuar como missionários precisamos ingressar em uma Ordem Religiosa e professarmos os votos para sermos enviados a uma terra distante e trabalharmos na evangelização dos irmãos. Há de se falar que de fato existe este tipo de trabalho missionário na vida da Igreja, principalmente de nossos irmãos que dão a sua vida no anúncio e no testemunho do Evangelho em lugares que Ele ainda não foi anunciado. Mas, em primeiro momento, a missão está de modo nato presente em todos nós batizados e devemos agir como verdadeiros missionários no ambiente em que vivemos, a começar pela nossa própria família e comunidade onde exercemos o nosso apostolado. Ser missionário faz parte do nosso ser cristão.

Como já falado acima, o mês de outubro é dedicado pela Igreja como sendo o mês das Missões. Nesta oportunidade se fala muito sobre o trabalho missionário e a sua devida importância como forma de fortalecimento na fé e na caminhada. Não é um mês exclusivo de se fazer missões, mas é um momento de reforçar o trabalho e rezar e ajudar em prol do bom êxito do trabalho dos missionários que estão em missão em terras realmente distantes do país ou cidades de origens, e é, também, oportunidade de fazer com que a nossa missão diária possa surtir os efeitos necessários no coração de todos os fiéis, para que caminhem buscando sempre a proximidade com Deus, que é o Criador de tudo e de todos.

O Catecismo da Igreja Católica nos exorta: “Tornados filhos de Deus pela regeneração batismal, os batizados são obrigados a professar diante dos homens a fé que pela Igreja receberam de Deus e a participar da atividade apostólica e missionária do povo de Deus” (cf. no. 1270).

A missão de todos nós consiste no fato de que temos que abraçar toda a proposta de Deus feita a nós desde o momento pelo qual, movido Ele por um amor incondicional, nos deu a vida. Podemos viver a nossa missionariedade em terras distantes ou em nosso próprio habitat, aqui no dia-a-dia de nossa Arquidiocese, aonde muitos ainda precisam conhecer Jesus ou redescobri-Lo, sendo que este último deve sempre ser o motivador maior do nosso ardor missionário – de sair de nossas casas e ir ao encontro do irmão para levar a Boa Nova da Salvação. Nestes últimos meses, e também neste outubro missionário, tantas iniciativas missionárias perpassam as atividades de regiões, foranias e vicariatos de nossa Arquidiocese. Isso tudo realizado pelas paróquias como também por grupos, comunidades e consagrados. Santa Terezinha do Menino Jesus nunca saiu do Carmelo, no entanto foi uma grande missionária, movida pelas suas contínuas orações, seu espírito missionário que trazia como inquietação em seu coração e profundo amor a Deus. Seja também você um missionário de Jesus Cristo, particularmente neste tempo da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (agora com site oficial no ar, o concurso para a logomarca lançado e já inaugurada a sede do comitê organizador) e enquanto estamos unidos aos jovens que anunciam Cristo Jesus pelo nosso país, levando consigo o ícone de Nossa Senhora e a Cruz do Redentor!

Fonte: Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

Fonte: Reflexões da Web

Crise na Igreja? A resposta é a evangelização

Crise na Igreja? A resposta é a evangelização

A cruz da Jornada Mundial da Juventude passou por diversos lugares de nossa Arquidiocese durante 5 dias, na semana passada. Foram manifestações bonitas na sua acolhida, desde o Campo de Marte à Catedral da Sé, nas “vias dolorosas” da “Cracolândia”, nos lugares de humilhação da pessoa humana, entre os pobres da Favela do Moinho, na igreja da boa Morte e no Marco Zero da Praça da Sé, no Santuário de S.Judas, entre os estudantes, padres, religiosos e professores da Faculdade de Teologia, no Ipiranga; ainda entre os pobres e o “povo da rua” no Arsenal da Esperança e, finalmente, na igreja de Santana, entre crianças, adolescentes e jovens dos colégios e o povo todo, com suas manifestações tocantes de fé. Foi bonito!

Agora a cruz e o ícone de N.Senhora já peregrinam pelas dioceses da área metropolitana de São Paulo; o Cristo Missionário e Nossa Senhora da Visitação passam e vão ao encontro de jovens e não jovens! Muitos acolhem, com alegria, outros ficam indiferentes; outros, talvez, desprezam... Já foi assim no tempo de Jesus, na Galileia, Samaria e Judéia... Mesmo assim, ele veio para todos e vai semeando a Boa Nova, não se importando que caiam sementes no asfalto, entre espinhos ou em terreno pedregoso... Muitas outras caem em terreno bom e produzirão fruto. Graças a Deus!

Para todos os batizados, seus discípulos missionários, seus amigos e membros de seu corpo, que é a Igreja, este tempo é de renovação de nosso compromisso com a obra do Evangelho. Muito já se falou e se continua a falar de crise na Igreja. No Documento de Aparecida, fala-se dos fatores de crise e mudança, que marcam nossa época; e o Papa Bento XVI não se cansa de conclamar a toda a Igreja para uma nova evangelização.

Os números de levantamentos e pesquisas vão mostrando que diminui a adesão à religião tradicional e à Igreja. Há, sim, muita religiosidade e oferta de benefícios religiosos, como parte do mercado consumista, mas não como busca e anúncio de Deus e de seu Reino; o nome de Deus tornou-se uma espécie de “marca” para produtos, capazes de satisfazer desejos e de gerar muito lucro. “Não tomar o santo nome de Deus em vão”, já é advertência antiga da Lei de Deus! Há muita religiosidade individualista, sem conversão nem obediência a Deus, onde não é Deus e seu Reino que estão no centro, mas o homem, com seus desejos e projetos pessoais. Fruto da cultura individualista e consumista do nosso tempo. Será que Deus aprova isso?

Diante desse estado de coisas, qual é a solução? Entrar em pânico? Apelar para soluções mágicas? Apontar para culpados? Relacionar tudo com alguma questão interna da Igreja, como o celibato do clero, a pretendida ordenação sacerdotal de mulheres, a liberação do aborto, a aprovação do divórcio ou das uniões homossexuais pela Igreja, como se nisso estivesse a explicação para o distanciamento da Igreja e da religião? São lugares comuns e recursos fáceis para análises superficiais... Ainda mais, quando vemos que a questão não diz respeito somente à Igreja Católica. Outros grupos cristãos e não-cristãos estão enfrentando a mesmas dificuldades, e até bem mais sérias, do que a Igreja Católica. Deveria a Igreja esconder o Evangelho para contar com a simpatia das pessoas? Já dizia São Paulo que alguns pretendem esconder a cruz de Cristo, para tornar o Evangelho simpático... Pode haver Cristo sem cruz? Evangelho, sem a via dolorosa?

Coragem, Povo de Deus! Jovens, olhem para a cruz de Jesus! Enraizados e edificados em Cristo, fiquemos firmes na fé! Muitos já foram os momentos difíceis enfrentados pela Igreja ao longo de 2 mil anos. E a resposta não foi o desânimo, mas uma renovada aproximação de Cristo e de seu Evangelho; e um renovado amor também pela Igreja, com uma verdadeira conversão – “conversão pastoral e missionária” -, como se pede no Documento de Aparecida. A resposta à crise é evangelizar de novo e com nova consciência de que somos todos servidores de uma obra que não é nossa, mas de Cristo e de Deus. Coragem, portanto! Ele nunca abandona a obra de seu amor!

Fonte: Dom Odilo Pedro Scherer
Cardeal Arcebispo de São Paulo

Fonte: Reflexões na Web

Indignação e mudança

Indignação e mudança

A indignação é uma das formas de impedir que a sociedade se acostume com desmandos e falcatruas - abandonando a letargia ante a corrupção que prejudica o bem comum. Pode ser também caminho para que a transparência predomine no controle dos funcionamentos financeiros e administrativos. Sem se indignar, a sociedade correrá sempre o risco de afundar na lama da imoralidade, da permissividade e na relativização de valores.

Valores e princípios têm a prerrogativa e o poder de segurar processos, aperfeiçoar controles e a ser intransigente no respeito devido às normas e aos procedimentos que são inegociáveis.

A indignação não pode se esgotar apenas em manifestações e passeatas, por mais oportunas e fortes que sejam, sobretudo, em nossa sociedade contemporânea. Obviamente, é necessário dar força e corpo às manifestações indignadas, na coragem sincera, na defesa da verdade e da justiça, em todos os âmbitos, públicos e privados.

É preciso ir além e esquadrinhar as razões que desconsideram os valores e princípios nas questões mais importantes da sociedade. Não pode ficar de fora, naturalmente, o entendimento sobre a vivência da fé que se professa. Sem dúvida, esta é uma credencial de autenticidade. E uma fé autêntica se concretiza no compromisso com o bem. Esta é a genuína fé cristã. Do contrário, pode se reduzir a prática da fé a uma simples busca interesseira, com traços de egoísmo.

A igreja ou a assembleia ficam reduzidas a uma espécie de supermercado de milagres que parece dispensar o compromisso com a vida de todos, dom de Deus, respeitada em todas as suas etapas. A verdade da fé cristã, cultura que subjaz sustentando a cultura brasileira, exige, sem dispensas, compromissos que ultrapassam o próprio bem, a cura de uma enfermidade, a conquista de um bom emprego, a prosperidade, sonhos de todos.

A fé cristã tem dinâmicas próprias para remeter o sujeito do âmago de sua indignação ao mais recôndito de sua consciência, onde é possível garantir não ser hoje indignado com a corrupção e amanhã compactuar com ela, seduzido pelo interesse e força espúria da ganância. Estas fraquezas anestesiam consciências na manutenção do limite permitindo, consequentemente, desvios de condutas que apenas aparentam ser honestas.

É preciso cuidar da verdade da consciência. E também da formação e do cultivo da moral. Questionar e não aceitar a normalidade das relativizações que têm permitido acontecimentos hediondos nas famílias e nas instituições governamentais, privadas e religiosas. É triste constatar a crise de moral em pessoas que ocupam postos e funções importantes e de responsabilidade. Exige-se uma ilibada conduta, mas adota-se comportamento e prática não aceitáveis.

A formação da consciência moral, compromisso e bem para todos, deve ser uma prioridade. Caso contrário, a indignação contra a corrupção pode se tornar apenas uma brisa de ética, uma viragem passageira de moralidade. Esta formação se tornará eficaz na medida em que as instituições priorizarem os valores e princípios no dia a dia. Lamentavelmente, parece não existir tal preocupação em muitos processos formativos. Jesus, Mestre dos mestres, tem a oportuna indicação pedagógica no Sermão da Montanha: “Por que observas o cisco no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. Por este caminho se pode e se deve transformar a indignação em mudança.

Fonte: Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG

Fonte: Reflexões na Web

Por uma juventude missionária

Por uma juventude missionária

Em outros tempos quando se falava de mês missionário éramos logo levados a pensar naquelas regiões onde a Igreja ainda não se havia implantado plenamente: a missão “Ad Gentes”, título do decreto do Concílio Vat. II sobre a vocação missionária da Igreja. Outro aspecto, entretanto, da missão, a missão “ad intra”, para afervorar a vida cristã em nações onde a Igreja já está solidamente constituída, é igualmente importante. Todos temos notícia das missões pregadas, de tempos em tempos, pelos padres missionários. Era uma graça extraordinária que renovava a fé e melhorava a vida moral de nossa gente, recordando-lhe as verdades fundamentais da fé católica e os mandamentos da lei de Deus, tendo na confissão sacramental, na legitimação de casamentos e na comunhão eucarística seu momento alto.

Os novíssimos - morte, juízo, inferno paraíso – eram a grande motivação da catequese das missões. As missões evoluíram no sentido de se tornarem um momento forte de evangelização e de organização das paróquias de modo que o trabalho dos padres missionários tivesse continuidade através da liderança do pároco e da participação de fieis leigos especialmente tocados pelo anúncio missionário. A grande novidade de Aparecida, sob a influência decisiva do Pontificado do Bem-Aventurado João Paulo II, consistiu em convocar a Igreja toda, ministros ordenados, religiosos(as) e fieis leigos(as) a assumir com vigor e ardor a dimensão missionária, que permanentemente brota do mistério da comunhão trinitária do qual a Igreja nasce e vive, prolongando no tempo as missões do Filho e do Espírito Santo. O tema da V Conferência concentrou-se nisto: “fazer discípulos missionários”. Esta foi de fato a ordem de Jesus: “Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as...”(Mt 28,19). Em Atos Jesus fala da vinda do Espírito Santo e afirma: “sereis, então minhas testemunhas...até os confins da terra”(1,8). A razão da urgência missionária está nisso: que em Cristo todos tenham vida. Para caracterizar as transformações culturais por que passa a humanidade o DAp fala de mudança de época, caracterizada pela erosão dos valores tradicionais, por um grande pluralismo que acaba por introduzir um relativismo cuja consequência é um enorme vazio de sentido para a vida, que atinge com especial virulência a juventude.

De Aparecida brotou como seu fruto imediato a “Missão Continental” á qual assim se referiu o Papa Bento XVI: “para mim foi motivo de alegria conhecer o desejo de realizar uma MISSÀO CONTINENTAL que as Conferências Episcopais e cada diocese são chamadas a estudar e a realizar, convocando para isso todas as forças vivas, de modo que, caminhando a partir de Cristo, busque-se sua face”. A Missão Continental não pode ser entendida como um momento transitório, ainda que intenso, de empenho missionário, mas deve ser entendida como uma conversão profunda e permanente da Igreja em suas estruturas, a partir do coração das pessoas, de modo que o anúncio do evangelho flua permanentemente para as pessoas e para a sociedade. . Neste sentido as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) nos oferecem um roteiro sintético e objetivo de reflexão e de indicações para implantarmos em nossas paróquias e em outras instituições eclesiais – centros de ensino, pastorais e movimentos - as propostas de Aparecida.

Na Arquidiocese de Sorocaba temos dado alguns passos nessa direção. Esse processo acontecerá na medida em que houver comunidades vivas de discípulos que haverão de brilhar como luz no coração do mundo. Viveremos no Brasil até o grande encontro de jovens no Rio de Janeiro, em 2013, um significativo processo de animação missionária de nossa juventude. Bento XVI deu-nos como lema da Jornada Mundial da Juventude exatamente a proposta de Aparecida: “Ide, pois, e fazei discípulos entre todas as nações”. Hoje, 2 de outubro, a Igreja de Sorocaba estará recebendo a Cruz da Jornada com o Ícone de Nossa Senhora. Na Praça da Catedral viveremos um momento de profunda alegria, com uma grande concentração de jovens, acompanhados de seus familiares, para darmos início em nossa Igreja Particular aos preparativos para a Jornada. Mas, esse deverá ser sobretudo o início de um renovado empenho na evangelização de nossa juventude.

O Papa, na mensagem aos jovens em Madri, falou da necessidade de ouvir a palavra de Cristo, “Amigo que não engana”e advertia: “Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração”. Jovens, sejam missionários de seus irmãos de juventude, não os deixem morrer de fome.

Fonte: Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba - SP

Fonte: Reflexões na Web

Marcas da fé em outubro

Marcas da fé em outubro

Começamos o mês lembrando Santa Terezinha do Menino Jesus. Considerada Doutora da Igreja, com permissão do Papa ela entrou no convento com catorze anos. No convento ela foi modelo de oração e de entrega à vontade de Deus. Oferecia tudo como sacrifício para o trabalho missionário.

Atingida por tuberculose, nunca negou trabalho algum. Aos vinte e quatro anos foi chamada por Deus ao Paraíso. Foi canonizada pelo Papa Pio XI em 1925. Em 1927, o mesmo Papa a declara Patrona Universal das Missões Católicas. Por isso, o mês de outubro é chamado de mês missionário. Entre os seus escritos o mais conhecido é "História de uma alma". O dia de Santa Terezinha é primeiro de outubro.

Outra marca inesquecível que recordamos neste mês é São Francisco de Assis, cuja festa é celebrada no dia quatro. Depois de uma juventude irrequieta e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza. Com o hábito da pregação itinerante, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo.

Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação , quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos. Hoje é considerado patrono da ecologia. Assim dizia: "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível". "Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão".

Já Nossa Senhora da Conceição Aparecida, cuja festa celebramos dia doze, foi proclamada Rainha e Padroeira do Brasil oficimente em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI . Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1.980, foi decretado oficialmente feriado no dia doze de outubro.

Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil. Em 4 de julho de 1980 o Papa João Paulo II , em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida , o maior santuário mariano do mundo. No dia da padroeira, além das celebrações nas paróquias, nós em Maringá vamos viver o Cenáculo com Maria no Parque de Exposição e no final da tarde faremos a intronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida na gruta do Parque Ingá.

Junto com a padroeira do Brasil lembramos as crianças, criaturas que merecem todo carinho, toda atenção, toda dignidade. Com a Mãe Aparecida, nossa prece pelas crianças do Brasil. E no final de outubro, no dia trinta, lembramos o Dia Nacional da Juventude com o tema: "Juventude e protagonismo feminino" e o lema: "Jovens mulheres tecendo relações de vida". Vamos marcar este dia com uma caminhada pela cidade e a Santa Missa na catedral. Para finalizar, como não lembrar a festa do Círio de Nazaré, onde mais de dois milhões de peregrinos acorrem à Mãe de Deus e nossa Mãe. Este ano terei a graça de presidir a novena em Belém no Pará, no dia nove.

Outra notícia que nos enche de alegria é o dia de louvor à Maria, envolvendo muçulmanos e católicos, que acontecerá no dia vinte e quatro de março do próximo ano em Foz do Iguaçu. Mohammad Sammak, secretário geral do Comitê para o Diálogo Cristão Muçulmano, afirmou. "Estou pronto para ir onde a abençoada Maria quer que eu vá... para o Brasil e além... gosto de ver que comunidades cristãs e muçulmanas compartilham o amor de Maria e aqui ganham bênçãos". Que Maria, a Senhora Aparecida abençoe, a todos nós, brasileiros e brasileiras.

Fonte: Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá-PR

Fonte: Reflexões na Web