Mostrando postagens com marcador Santos do Dia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Santos do Dia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nossa Senhora das Dores

Nossa Senhora das Dores
É impossível não sentir profunda emoção ao contemplar alguma expressiva imagem da Mater Dolorosa e meditar estas palavras do Profeta Jeremias, que a piedade católica aplica à Mãe de Deus: "Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Lm 1, 12). A esta meditação nos convida a Liturgia do dia 15 deste mês, dedicado a Nossa Senhora das Dores. Antes de fazer parte da liturgia, as dores de Maria Santíssima foram objeto de particular devoção. NOSSA SENHORA DAS DORES1.JPG Os primeiros traços deste piedosa devoção encontram-se nos escritos de Santo Anselmo e de muitos monges beneditinos e cistercienses, tendo nascido da meditação da passagem do Evangelho que nos mostra a dulcíssima Mãe de Deus e São João aos pés da Cruz do divino Salvador. Foi a compaixão da Virgem Imaculada que alimentou a piedade dos fiéis. Somente no século XIV, talvez opondo-se às cinco alegrias de Nossa Senhora, foi que apareceram as cinco dores que variariam de episódios: 1. A profecia de Simeão 2. A perda de Jesus em Jerusalém 3. A prisão de Jesus 4. A paixão 5. A morte Logo este número passou para dez, mesmo quinze, mas o número sete foi o que prevaleceu. Assim, temos as sete horas, uma meditação das penas de Nossa Senhora, durante a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo: Matinas - A prisão e os ultrajes Prima - Jesus diante de Pilatos Terça - A condenação Sexta - A crucifixão Noa - A morte Vésperas - A descida da cruz Completas - O sepultamento As chamadas Sete Espadas desenvolvem-se por circunstâncias escolhidas dentre as da vida da Santíssima Virgem: Primeira Espada: Outra não é que a da profecia de Simeão. Segunda Espada: O massacre dos inocentes, a mandado de Herodes. Terceira Espada: A perda de Jesus em Jerusalém, quando o Salvador então contava doze anos de idade, feito homem. Quarta Espada: A prisão de Jesus e os julgamentos iníquos, pelos quais passou. Quinta Espada: Jesus pregado na Cruz entre os dois ladrões e a morte. Sexta Espada: A descida da Cruz. Sétima Espada: A sepultura de Jesus NOSSA SENHORA DAS DORES3.JPG As sete tristezas de Nossa Senhora formam uma série um pouco diferente: 1. A profecia de Simeão 2. A fuga para o Egito 3. A perda de Jesus Menino, depois encontrado no Templo 4. A prisão e a condenação 5. A Crucifixão e a morte 6. A descida da Cruz 7. A tristeza de Maria, ficando na terra depois da Ascensão. Este total de sete, que os simbolistas cristãos tanto amam, impunha uma escolha entre os episódios da vida da Santíssima Virgem, por isso que se explicam certas diferenças. A série que acabou por dominar é a seguinte: 1. A profecia de Simeão Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem (era) justo e temente (a Deus), e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte, sem ver primeiro Cristo (o ungido) do Senhor. Foi ao templo (conduzido) pelo Espírito de Deus. E levando os pais, o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições usuais da lei a seu respeito, ele o tomou em seus braços, e louvou a Deus, dizendo: - Agora, Senhor, podes deixar partir o teu servo em paz, segundo a tua palavra; Porque os meus olhos viram tua salvação. A qual preparaste ante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo. Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua Mãe: - Eis que este Menino esta posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada trespassará a tua alma, a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos. (Lc. 2, 25-35) 2. A fuga para o Egito Então Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em que lhes tinha aparecido a estrela; e, enviando-os a Belém, disse: - Ide e informai-vos bem acerca do menino, e, quando o encontrardes, comunicai-mo, a fim de que também eu o vá adorar. Eles, tendo ouvido as palavras do rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente. Ia adiante deles, até que, chegando sobre onde estava o menino, parou. Vendo (novamente) a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. E, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sai mãe e, prostrando-se o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes, ouro, incenso e mirra. E, avisados por Deus em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, e lhe disse: - Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para lhe tirar a vida. E ele, levantando-se de note, tomou o menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito; e lá esteve até a morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor, por meio do profeta que disse: Do Egito chamei o meu Filho (Mt. 2. 7-15) 3. A perda de Jesus em Jerusalém Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando chegou aos doze anos, indo eles a Jerusalém segundo o costume daquela festa, acabados os dias (que ela durava), quando voltaram, ficou o Menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o advertissem. Julgando que ele fosse na comitiva, caminharam uma jornada, e (depois) procuraram-no entre os parentes e conhecidos. Não o encontrando, voltaram a Jerusalém em busca dele. Aconteceu que, três dias depois, encontraram-no no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que ouviam, estavam maravilhados da sua sabedoria e das suas respostas. Quando o viram, admiraram-se. E sua Mãe disse-lhe: - Filho, por que procedeste assim conosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição. Ele lhes disse: - Para que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai? Eles, porém, não entenderam o que lhes disse (Lc. 2, 41-50) NOSSA SENHORA DAS DORES2.JPG 4. O encontro de Jesus no caminho do Calvário Quando o iam conduzindo, agarraram um certo (homem chamado) Simão Cireneu, que voltava do campo; e puseram a cruz sobre ele, para que a levasse após Jesus. Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres as quais batiam no peito, e o lamentavam. Porém, Jesus, voltando-se para elas, disse: - Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. Porque eis que virá tempo em que se dirá: Ditosas as estéreis, e (ditosos) os seios que não geraram, e os peitos que não amamentaram. Então começarão (os homens) a dizer aos montes: Cai sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos (Os. 10, 8): Porque, se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco: (Lc. 23, 26-31) 5. A crucifixão Então, entregou-lhe para que fosse crucificado. Tomaram, pois Jesus, o qual, levando a sua cruz, saiu para o lugar que se chama Calvário, e em hebraico Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de um lado, outro de outro lado, e Jesus no meio. Pilatos escreveu um título, e o pôs sobre a Cruz. Estava escrito nele: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. Muitos dos judeus leram este título, porque estava perto da cidade o lugar onde Jesus foi crucificado. Estava escrito em hebraico, em latim e em grego. Diziam, porém, a Pilatos, os pontífices dos judeus: - Não escrevas reis dos Judeus, mas o que ele disse? Eu sou o Rei dos Judeus. Respondeu Pilatos: - O que escrevi, escrevi. Os soldados, pois, depois de terem crucificado Jesus tomaram os seus vestidos (e fizeram dele quatro partes, uma para cada soldado) e a túnica. A túnica, porém, não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo, Disseram, pois, uns para os outros: - Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará. Cumpriu-se deste modo a Escritura, que diz: Repartiram os meus vestidos entre si, e lançaram sortes sobre a minha túnica (S. 21, 19). Os soldados assim fizeram. Entretanto, estavam de pé junto à cruz de Jesus, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo sua Mãe, e junto dela o discípulo que ele amava, disse a sua Mãe: - Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: - Eis aí a tua Mãe. E, desta hora por diante, levou-a o discípulo para sua casa.Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado para se cumprir a Escritura, disse: - Tenho sede. Tinha sido ali posto um vaso cheio de vinagre. Então (os soldados), ensopando no vinagre uma esponja, e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-lha à boca. Jesus tendo tomado o vinagre, disse: - Tudo está consumado. E inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19, 16-30) 6. A descida da Cruz Então um homem chamado José, que era membro do Sinédrio, varão bom e justo, o qual não tinha concordado com a determinação dos outros, nem com os seus atos, (oriundo) de Arimatéia, cidade da Judéia, que também esperava o reino de Deus, foi ter com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus: e, tendo-o descido (da Cruz), envolveu-o num lençol. (Lc 23, 50-53). 7. O sepultamento Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém ainda tinha sido sepultado. Por ser o dia da Parasceve dos Judeus, visto que o sepulcro estava perto, depositaram aí Jesus (Jo 19, 41-42) No século XV, o século que conheceu a grande cintilação da devoção a Nossa Senhora das Sete Dores, foi que surgiram os mais tocantes testemunhos daquela devoção nas artes. E os artistas, sempre a procura de episódios que mais tocassem a sensibilidade dos cristãos, acabaram por trazer, com predileção, o que deveria ser o mais doloroso da vida de nossa Mãe Bendita - o momento, pungente em que, desligado da Cruz, o Salvador, inerte, pousara sobre os puros joelhos da Senhora. (Vida dos Santos, Padre Rohbacher) Fonte: Gaudium Press

terça-feira, 3 de abril de 2012

Santa Gemma Galgani

Santa Gemma Galgani
Nascida na cidade italiana de Lucca, em 12 de março de 1878, Gemma teve um curto, mas intenso convívio com sua piedosa mãe, que foi quem lhe transmitiu o amor a Jesus e a preparou para receber o Crisma, antes mesmo da Primeira Comunhão, conforme o costume da época. Em setembro de 1885, a senhora Galgani faleceu, deixando a filha com a tia, Elena Landi. Algum tempo depois, Gemma regressou para junto do pai e ingressou como externa no colégio das Irmãs de Santa Zita, fundado pela Beata Elena Guerra. Aos nove anos, revelando piedade incomum, a menina manifestava enorme desejo de receber a Sagrada Eucaristia. Ela suplicava: "Dai-me Jesus e vereis que serei mais sábia, não cometerei mais pecados, não serei mais a mesma!". Afinal, o sacerdote acabou por aceder e, na festa do Sagrado Coração de 1887, recebeu a Primeira Comunhão: "Jesus fez-Se sentir em minha alma de uma maneira muito forte. Compreendi, então, que as delícias do Céu não são como as da Terra". Após a morte da mãe ela passou a oferecer pequenos sacrifícios a Jesus. Era chegada, porém, a hora dos grandes sofrimentos. Em 1896, uma terrível necrose no pé, acompanhada por agudíssimas dores, obrigou-a a submeter-se a uma dolorosa cirurgia. No ano seguinte, seu pai faleceu após perder toda a fortuna, deixando a família em grande miséria. Em 1898 ela foi atingida por grave doença na espinha dorsal, ficando prostrada na cama. Um ano mais tarde os médicos lhe diagnosticaram um tumor na cabeça, dando-a por desenganada. Em meio aos sofrimentos a jovem teve uma intensa vida mística, recebendo inúmeras aparições do anjo da guarda, de Nosso Senhor e de Maria Santíssima. Em uma dessas ocasiões ela recebeu os Sagrados Estigmas de Jesus. Foi no ano de 1899 que Gemma, durante as Missões, teve o primeiro encontro com o seu futuro diretor espiritual, o religioso passionista Padre Germano Di San Stanislao. Dotado de grande talento e virtude o sacerdote passou a ser um verdadeiro pai para a santa e a conduziu nos caminhos da perfeição. Graças às cartas que trocavam, ficaram documentados os singulares favores recebidos pela angelical jovem. Com apenas 25 anos de idade, durante a Semana Santa de 1903, a seráfica virgem entregou sua alma a Deus. Por Irmã Maria Teresa Ribeiro Matos, EP Fonte: Gaudium Press

segunda-feira, 2 de abril de 2012

São Francisco de Paula

São Francisco de Paula
De um santo casal sem filhos... Tiago e Viena formavam um casal que vivia em Paula, pequena cidade da Calábria, na Itália. Tiago era agricultor. Viena ajudava o marido no que era possível a uma mulher fazer. Juntos, eles constituíam um casal católico exemplar. Embora levando uma vida difícil, procuravam santificar-se: rezavam bastante, jejuavam, praticavam boas obras, faziam penitência. Consideravam-se felizes. A felicidade de situação em que viviam, no entanto, era empalidecida por algo lhes penalizava: não conseguiam ter filhos. ...milagrosamente, nasce um menino Não faltavam pedidos, orações e sacrifícios para que Deus lhes enviasse um filho. Pediam muito a intercessão de São Francisco de Assis, de quem eram devotos. Prometeram até que, se o santo lhes atendesse, dariam o nome de Francisco ao primeiro dos filhos que tivessem. Deus ouviu tão prementes e piedosos pedidos: nasceu-lhes um filho. O menino tinha uma infecção nos olhos e poderia ficar cego. De novo procuraram São Francisco. Com respeito, pediam que ele atendesse por inteiro o pedido deles e não apenas pela metade. Tiago e Viena prometiam ao Santo que, se ele curasse o menino, tão logo a idade o permitisse, ele seria vestido com o hábito de frade franciscano e colocado, por um ano, num convento da Ordem de São Francisco. Novamente o casal foi atendido. Francisco crescia saudável, abençoado por Deus e com evidentes pendores para a santidade. Até os 12 anos seguia o exemplo paterno: rezava e praticava penitência. ... que se tornou um "menino frade", exemplar, obediente e milagreiro. O tempo passou e Tiago e Viena não tinam cumprido ainda a promessa feita. Um dia apareceu na casa deles um frade franciscano lembrando que chegara a hora de cumprirem a promessa feita. Os pais, de bom grado, levaram o jovenzinho com o hábito de São Francisco para o convento de São Marcos, onde era observava rigorosamente a regra da Ordem dos Frades Menores. O jovem Francisco, mesmo não estando obrigado, cumpria com exatidão as normas conventuais. E isso a tal ponto que se tornou modelo de observância da regra. Era exemplo até para os frades mais experimentados e vividos nas práticas religiosas. Já nessa ocasião, alguns fatos extraordinários marcaram a vida do pequeno Francisco. Um dia o irmão sacristão ordenou-lhe que fosse buscar brasas para o turíbulo. Porém, esqueceu-se de dizer a Francisco como deveria proceder. Com toda simplicidade e inocência, ele atendeu ao pedido colocando as brasas em seu hábito e as levou ao irmão sacristão. Seu hábito nada sofreu. Em uma outra ocasião, ele ficou como encarregado da cozinha. Pôs os alimentos em uma panela e a colocou sobre o carvões e lá a deixou. Em seguida foi para a igreja rezar, esquecendo-se de acender o fogo... Rezando, entrou em estase, e tempo foi passando. Um frade entrou na cozinha e viu o fogo apagado. Procurou Francisco perguntando se a refeição estava pronta. O jovem respondeu que sim e, em seguida, foi para a cozinha. Não se sabe como, o certo é que o fogo estava aceso e os alimentos cozidos... são francisco3.jpg Fez-se um Eremita adolescente... Claro que os bons frades do convento de São Marcos queriam que o jovem Francisco continuasse entre eles. Era um adorno para o convento aquele adolescente que já dava tantos indícios de santidade. O jovem, no entanto, sentia-se chamado para outro estado de vida. Tendo já cumprido a promessa de ficar um ano no convento, com os pais, ele foi conhecer Roma, Assis, Loreto e Monte Cassino. Ficou impressionado com Monte Cassino. Soube que naquele lugar São Bento estabelecera-se aos 14 anos para entregar-se todo a Deus, ele fez também o mesmo propósito: pediu aos pais que o deixassem viver como eremita na chácara que habitavam. Tiago e Viena aceitaram o pedido do filho. E não só consentiram que se mudasse para sua "ermida", mas passaram a levar-lhe a alimentação. Mas, Francisco deseja ser mais radical em sua solidão. Um dia ele desapareceu: havia subido a uma montanha próxima. Nela encontrou uma pequena gruta e a transformou no local onde passou a morar por seis anos. Vivia exclusivamente para Deus, na contemplação e penitência. Seu alimento eram raízes e ervas silvestres. De acordo com uma tradição corrente na Ordem fundada por ele, foi nessa gruta eremítica que ele recebeu, das mãos de um Anjo, o hábito monástico. ...aprovado pelo Bispo e com discípulos, funda uma Ordem Religiosa. Com 19 anos de idade, Francisco obteve licença do Bispo local para construir um mosteiro no alto de um monte próximo a Paula. Logo surgiram os primeiros discípulos e auxiliares. Da construção desse Mosteiro participaram os habitantes da cidade. Pouco importando que fossem ricos ou pobres, nobres ou plebeus. Era um verdadeiro milagre: todos queriam ajudar. Eles foram testemunhas de inúmeros milagres. Viram pedras se deslocarem à uma simples ordem de Francisco. Árvores pesadas e pedras enormes tornavam-se leves para serem removidas ou transportadas. Os víveres, cuja quantidade mal daria para saciar a fome de um só trabalhador, alimentavam a muitos. Até pessoas enfermas que iam participar das construções ficavam curadas. Foi dai que nasceram as origens da "Ordem dos Mínimos", ordem religiosa fundada oficialmente por São Francisco de Paula em 1435. Arcanjo São Miguel era seu protetor e também da Ordem que ele fundou. Foi o Arcanjo quem trouxe-lhe uma espécie de ostensório no qual aparecia o sol tendo um fundo azul e escrita a palavra Caridade. São Miguel mostrou-lhe ostensório e recomendou ao Santo tomá-lo como emblema de sua Ordem. Francisco tinha na simplicidade de vida um coroamento de todas suas virtudes. Ele era bom, franco, cândido, serviçal, sempre disposto a fazer o bem a qualquer um. Esse espírito, ele comunicou em abundância a seus filhos espirituais. Fatos, profecias e mais milagres A Divina Providencia distribui seus dons a quem fará uso deles para maior glória de Deus. Sendo assim, é o caso de dizer que São Francisco de Paula glorificou muito a Deus, aplicando esses dons abundantemente. Até parece que seu carisma constituía-se em fazer milagres. Um autor chegou a afirmar sobre ele: "Não há espécie de doenças que ele não tenha curado, de sentidos e membros do corpo humano sobre os quais não tenha exercido a graça e o poder que Deus lhe havia dado. Ele restituiu a vista a cegos, a audição a surdos, a palavra aos mudos, o uso dos pés e mãos a estropiados, a vida a agonizantes e mortos; e, o que é mais considerável, a razão a insensatos e frenéticos". "Não houve jamais mal, por maior e mais incurável que parecesse, que pudesse resistir à sua voz ou ao seu toque. Acorria-se a ele de todas as partes, não só um a um, mas em grandes grupos e às centenas, como se ele fosse o Anjo Rafael e um médico descido do Céu; e, segundo o testemunho daqueles que o acompanhavam ordinariamente, ninguém jamais retornou descontente, mas cada um bendizia a Deus de ter recebido o cumprimento do que desejava"(*). Francisco ressuscitou seu próprio sobrinho chamado Nicolas. Ele queria ser monge na Ordem que seu tio havia fundado. Mas sua mãe se opôs ferrenhamente a isso. Nicolas adoeceu e morreu. O corpo estava sendo velado na igreja do convento e Francisco pediu que o conduzissem à sua cela. Passou a noite em lágrimas e orações. Foi assim que, naquela noite, ele obteve de Deus que o rapaz fosse ressuscitado. Quando, na manhã seguinte, a mãe de Nicolas veio para assistir ao sepultamento do filho, Francisco perguntou-lhe se ela ainda se opunha a que ele se fizesse religioso. "Ah!" - disse ela em lágrimas - "se eu não me tivesse oposto, talvez ele ainda vivesse". - "Quer dizer que você está arrependida?" - insistiu o Santo. - "Ah, sim!". Francisco, então, trouxe-lhe o filho são e salvo. Em prantos, a mãe abraçou o filho concedendo a licença que havia negado. Tornou-se famosa outra ressurreição realizada pela intercessão de Francisco. Foi aquela em que viveu novamente um homem malfeitor que a justiça havia enforcado três dias antes. São Francisco de Paula não só lhe restituiu a vida do corpo, como também a da alma. Mas Francisco também ressuscitou duas vezes a mesma pessoa: Tomás de Yvre, era habitante de Paterne, França, e trabalhava na construção do convento de sua cidade. Num acidente ele foi esmagado por uma árvore. São Francisco o ressuscitou. Algum tempo depois, Tomás caiu do alto do campanário e morreu em consequência da queda. Novamente o Santo restituiu-lhe a vida. São Francisco era também dotado de uma graça especial para a obtenção do favor da maternidade para mulheres estéreis. Muitos milagres desse gênero foram relatados no processo de canonização do Santo em Tours. Alguns deles foram acontecidos em casas reais ou principescas. são francisco4.jpg Um analfabeto cheio de sabedoria e santidade Na verdade ele era analfabeto, mas isso pouco importa. Em suas homilias, ele pregava com tanta sabedoria que deixava seus ouvintes extasiados e entusiasmados: a boca fala é da abundancia do coração... Em seu modo de ser, de portar-se e agir brilhavam em grau heroico a virtude da sabedoria, além da prudência, da justiça, da temperança e da fortaleza. Por isso, mesmo é que esse Santo não alfabetizado mão sentiu nenhum constrangimento ao conversar ou dar conselhos a Papas, reis e a grandes deste mundo. Ficar na França foi discernimento da vontade de Deus Sua fama chegou até na França. O Rei Luís XI estava atacado por doença que poderia levá-lo à morte. E não duvidou: pediu ao Santo que fosse até a França para curá-lo. Mas Francisco só se dirigiu à côrte francesa depois de uma ordem formal do Papa. A ida dele foi providencial para a expansão de sua Ordem não só na França, mas também em outros países da Europa, como Alemanha e Espanha. Estando com o Rei, ele discerniu que a vontade de Deus não era que ele se curasse, mas, em seus desígnios queria levá-lo desta vida. Sem temor, ele disse isso a Luís XI e, com isso, preparou-o para a morte. Foi nessas circunstancias que o monarca confiou a Francisco a formação de seus filhos, sobretudo ao principe herdeiro que tinha, então, apenas 14 anos. Francisco foi também o confessor da Princesa Joana. Depois que de repudiada por seu marido, o futuro Luís XII, tornou-se religiosa e, morrendo santamente, foi canonizada recebendo a maior das honras, a dos altares. Foi por conselho de Francisco que o Rei Carlos VIII casou-se com Ana de Bretanha, herdeira única daquele ducado, que veio assim unir-se ao Reino da França. Imitou Jesus até a morte Francisco dormia sobre umas pranchas. Isso quando dormia, pois, geralmente passava grande parte das noites rezando. Parecia viver continuamente em espírito de quaresma. Muitas vezes, comia apenas a cada oito dias. Para melhor imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vez, passou toda uma quaresma sem alimentar-se. Seu hábito era de um tecido grosseiro, bem rude. Embora, como penitencia, o usasse dia e noite, era limpo e dele subia um odor agradável a todos os olfatos. Seu rosto, sempre tranquilo e ameno, parecia não se ressentir das austeridades que praticava e nem dos efeitos da idade. são francisco5.jpg A alguém com uma vida assim levada por amor de Deus, não haveria demônio que o resistisse. Foram inúmeros os casos de possessos que ele livrou do jugo diabólico. São Francisco de Paula tinha como devoções particulares o culto ao mistério da Santíssima Trindade e da Anunciação da Virgem, uma veneração aos nomes santíssimos de Jesus e Maria e uma verdadeira adoração à pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto padecendo a Paixão. Seria indício de uma identificação a mais com Nosso Senhor, quem, tendo essas devoções viesse a morrer no dia em que nossa Redenção se consumou. E foi o que aconteceu: na Sexta-feira Santa do ano de 1507, aos 91 anos de idade ele faleceu. Mas, ele "morreu" ainda uma segunda vez... Durante as Guerras de Religião na Europa, os protestantes calvinistas, em 1562, invadiram o convento de Plessis, França. Ali estava enterrado o Santo. Então, como ele havia predito, seu corpo, ainda incorrupto, foi tirado do sepulcro e foi queimado com a madeira pertencente a um grande crucifixo da igreja. Ele, praticamente, foi martirizado depois da morte. A gloria de São Francisco de Paula permanece até nossos dias, apesar do ódio dos inimigos da fé. E permanecerá para sempre. (JS) Fontes: * - Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, d'après le P. Giry, Bloud et Barral, Paris, 1882, tomo IV, p. 143. --Edelvives, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1947, tomo II, pp. 333 e ss. -Pe. José Leite S.J., Santos de Cada Dia, Editorial A. O., Braga, 1993, pp. 412-413. Fonte: Gaudium Press

domingo, 19 de fevereiro de 2012

S. Bonifácio, bispo, +1265

S. Bonifácio, bispo, +1265


S. Bonifácio

Defensor dos pobres, especialmente dos doentes de lepra e cegueira, São Bonifácio era contra os nobres, os príncipes e os reis injustos.

Nasceu em 1188, na cidade de Bruxelas, e estudou na Universidade de Paris. Mais tarde, tornar-se-ia sacerdote e depois bispo de Lausanne. Possuidor de uma ampla visão histórica e espírito universalista, São Bonifácio era também um exímio professor e um ardoroso pregador.

De natureza humilde, conseguiu do papa Inocêncio IV a permissão para deixar o episcopado. Sempre fiel a Cristo, faleceu em 1265 e foi sepultado na Igreja de La Cambre.

Fonte: Evangelho Quotidiano

S. Conrado de Placência, confessor, +1351

S. Conrado de Placência, confessor, +1351



S. Conrado de Placência

Os ecologistas talvez não simpatizem muito com este santo, pois durante uma caçada de lebres e faisões pôs fogo a uma floresta. Os camponeses revoltaram-se porque tiveram muitos prejuízos. O governador da cidade condenou à morte o primeiro suspeito, que na ocasião estava no bosque. O verdadeiro culpado, Conrado Confalonieri, quando soube que um inocente pagaria por ele, confessou-se culpado e propôs-se pagar os prejuizos. Assim fez, tornando-se muito pobre. Mas ninguém conhece os caminhos do Senhor. O caçador incendiário ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco. Em 1315, a esposa, Eufrosina, inflamada pelo zelo do marido, entrou para o convento franciscano de Santa Clara de Placência.

Conrado, também como frade, levou uma vida errante, mudando de mosteiro a cada momento. Mas era muito bom e piedoso. Em 1343 chegou a Siracusa, na Sicília, e estabeleceu-se na cidade de Noto. Escolheu como habitação uma cela ao lado da igreja do Crucifixo. A fama de sua santidade seguia-o como a sombra e comprometia a paz e o silêncio de que tanto gostava.

Quando percebeu que as muitas visitas perturbavam a sua vida de oração, frei Conrado levantou acampamento e foi humildemente para uma solitária gruta dos Pizzoni, que foi depois chamada de gruta de São Conrado. Aí morreu a 19 de fevereiro de 1351.

Frei Conrado foi sepultado na mais bela entre as esplêndidas igrejas de Noto: a igreja de são Nicolau que em 1844 se tornou a catedral da nova diocese. Em suma, Conrado abandonou a vida de incendiário de floresta e teve a vida toda incendiada no amor de Deus e para o bem das almas.

Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

São Sebastião

São Sebastião
20 de Janeiro


São Sebastião nasceu em Milão, conforme relatos deixados por Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Era um valoroso capitão do exército romano, pertencente à primeira corte da guarda pretoriana. Sofreu o martirio no reinado do Imperador Diocleciano, que exercia forte perseguição aos cristãos mas, no entanto, era muito amigo de São Sebastião. O Santo aproveitava dessa influência para pregar aos soldados e a toda a população a fé em Cristo, com descrição para evitar que o imperador soubesse. O próprio governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram por ele convertidos e confessaram a fé mediante o martírio.

Denunciado como cristão, São Sebastião foi levado perante o imperador para justificar tal procedimento. Diante do imperador manteve-se firme e não renegou sua fé. Sentindo-se traído em sua amizade, Diocleciano ordenou que São Sebastião fosse condenado à morte. Amarrado a um tronco foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. Apesar dos soldados o terem dado como morto, as flechadas não conseguiram matá-lo, e corajosamente se apresenta perante o imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-os de inimigos do Estado. Diocleciano permaneceu surdo aos seus apelos, e ordenou que São Sebastião fosse espancado até a morte e jogado em uma vala comum, uma mulher piedosa e cristã conseguiu retirar seu corpo dali e sepultá-lo nas catacumbas da Via Ápia, em Roma. Era por volta do ano 284.

Outros Santos do mesmo dia:
São Fabiano, Santa Eustóquia Esmeralda Calafeto, São Eutímio, o Grande, São Fecino, Beato Bento de Coltiboni, Beato Cipriano Iwene, Beato Brando e outros.

Fonte - Livro: Relação dos Santos e Beatos da Igreja- Prof. Felipe Aquino (Este livro contém apenas as relações dos Santos em ordem alfabética e por dia do ano).

Texto: www.catolicanet.com
Foto: www.catolicanet.com

Retirado de Cleofás

sábado, 15 de outubro de 2011

Santos do Dia

15 de outubro

Santa Teresa d'Ávila



Nunca um santo ou santa mostrou-se tão "carne e osso" como Teresa d'Ávila, ou Teresa de Jesus, nome que assumiu no Carmelo. Nascida no dia 28 de março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d'Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao Oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico.

Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isso, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido.

Nesse período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Assim atormentada, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu tornar-se religiosa, mas foi impedida pelo pai. Como na infância, resolveu fugir, desta vez com sucesso. Foi para o Convento carmelita da Encarnação de Ávila.

Entretanto a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de atormentá-la. Um ano depois, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com o Pai. Teresa, então, concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Teresa de Jesus.

Aos trinta e nove anos, ocorreu sua "conversão". Teve a visão do lugar que a esperaria no inferno se não tivesse abandonado suas vaidades. Iniciou, então, o seu grande trabalho de reformista. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas, deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de convento em convento, por toda a Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as Regras originais. Dois anos depois, fundou o primeiro Convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, onde foi morar.

Porém, em 1576, enfrentou dificuldades muito sérias dentro da Ordem. Por causa da rigidez das normas que fez voltar nos conventos, as comunidades se rebelaram junto ao novo geral da Ordem, que também não concordava muito com tudo aquilo. Por isso ele a afastou. Teresa recolheu-se em um dos conventos e acreditou que sua obra não teria continuidade. Mas obteve o apoio do rei Felipe II e conseguiu dar seqüência ao seu trabalho. Em 1580, o papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.

Apesar de toda essa atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Na sua época, toda a cidade de Ávila sabia das suas visões e diálogos com Deus. Para obter ajuda, na ânsia de entender e conciliar seus dons de espiritualidade e as insistentes tentações, ela mesma expôs os fatos para muitos leigos e não apenas aos seus confessores. E ela só seguiu numa rota segura porque foi devidamente orientada pelos últimos, que eram os agora santos Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da ação de Deus.

A pedido de seus superiores, registrou toda a sua vida atribulada de tentações e espiritualidade mística em livros como "O caminho da perfeição", "As moradas", "A autobiografia" e outros. Neles, ela própria narra como um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo. Doente, morreu no dia 4 de outubro de 1582, aos sessenta e sete anos, no Convento de Alba de Torres, Espanha. Na ocasião, tinha reformado dezenas de conventos e fundado mais trinta e dois, de carmelitas descalças, sendo dezessete femininos e quinze masculinos.

Beatificada em 1614, foi canonizada em 1622. A comemoração da festa da transverberação do coração de Santa Teresa ocorre em 27 de agosto, enquanto a celebração do dia de sua morte ficou para o dia 15 de outubro, a partir da última reforma do calendário litúrgico da Igreja. O papa Paulo VI, em 1970, proclamou santa Teresa d'Ávila doutora da Igreja, a primeira mulher a obter tal título.

Fonte: Paulinas

Santo Eutério, o Jovem

Santo Eutério, o Jovem, de Tessalónica, é uma das figuras mais célebres do monarquismo grego do século IX; sucessivamente anacoreta, fundador de lauras ou celas comuns, e de mosteiros, e por último eremita; dependeu dos solitários de antes e dos cenobitas que se organizavam.
Nasceu em Opso, na Galácia (Ásia Menor), não longe da cidade de Ancira, no ano de 823 ou 824. O pai chamava-se Epifãnio e a mãe Ana. Deram ao filho o nome de Nicetas; este, um pouco antes dos 20 anos, casou-se com Euftosina. Tiveram uma filha, Anastasô. Pouco depois, Nicetas abandonou o lar e partiu para o monte Olimpio, na Bitínia, a «santa montanha». Terá tomado contacto com S. Joanico, aldeão, soldado, monge; eremita e fundador de três mosteiros no Olimpo. Em 842, Nicetas - Eutímio na religião recebeu o hábito monástico menor. Mas, logo que obteve o maior, partiu para o Atos, a outra «santa montanha» do mundo bizantino (858-859), talvez em protesto contra a usurpação de Fócio na capital do Bósforo. Na verdade, a sua partida seguiu o exílio do patriarca de Constantinopla, Inácio (23 de Novembro de 858), fundador de quatro mosteiros e substituído pelo intruso Fócio. Os monges do Olimpo, integristas como os da capital, mantinham-se quase todos fiéis a Inácio. Triste época, perturbada pelo fim das perseguições iconoclastas e pelo cisma que iria durar de 858 até ao fim do século IX!
No monte Atos, Eutímio ficou numa gruta durante três anos, depois de 40 dias de jejum só com ervas e água. Por 863, foi procurar no monte Olimpo o seu antigo senhor, Teodoro, e instalou-o em Macrosina, onde pouco depois morreu. Eutímio dirigiu-se para Tessalónica, a fim de se colocar no alto duma coluna, como S. Simeão Estilita. Foi assim que experimentou a vida esquisita dos estilitas, bem característica do monarquismo oriental.
Por 864, tomou a partir para o Atos. O bispo Teodoro tinha-o ordenado de diácono. Veio a ser sacerdote por 867. Estabeleceu-se então na Ilha Nova, diocese de Lemnos, com dois companheiros, José Colobos (o «atarracado») e Simeão. Apesar de esbulhados de tudo por uma incursão de piratas sarracenos, foram libertados. Então, cerca do ano de 868, o grupo de três desfez-se.
Em 870-871, Eutímio fundou um mosteiro onde iria passar 14 anos. Em 875 deu o hábito ao seu futuro biógrafo, Basílio. Por 883-884, Eutímio entrou em partilhas com a família: deixou o mosteiro de homens ao neto Metódio e o de mulheres à neta Eufémia: migração a caminho de ser monge completo, que lembra um pouco a ida da família de José para o Egipto. Depois dum regresso pouco duradouro à vida de estilita, Eutímio retirou-se para a pendente oriental do Atos. A 8 de Maio de 898, passou com o monge Jorge à ilha Hiera (santa»), depois de ter festejado, na véspera, a trasladação de Santo Eutímio Magno, abade na Palestina, falecido em 473. A 13 de Outubro de 898, o nosso Santo caiu doente. Morreu a 15 de outubro, com 74 anos. A 22 de Dezembro, o seu corpo foi levado para Tessalónica por dois monges, e a 13 de Janeiro recebeu sepultura em Santo Sozon.
Não nos deixemos levar pelas aparências, chamando instável a Eutímio. Partir ele do Olimpo, por 859, foi talvez antes de tudo um protesto contra o intruso Focas, e ignoramos os motivos de muitas das suas deslocações. Insistia na pureza do diálogo com Deus. As suas mudanças bem podem mostrar a estabilidade íntima no espírito do hermetismo. Procura-se Deus como se pode: alguns à maneira das toupeiras em buracos, outros instalados dia e noite no alto das colunas.

Fonte: Portal Católico

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Santos do Dia

6 de outubro

São Bruno



Em meados do primeiro milênio depois de Cristo, Hugo, o bispo da diocese francesa de Grenoble, sonhou certa vez com sete estrelas que brilhavam sobre um lugar escuro, muito deserto. Achou estranho. Algum tempo depois, foi procurado por sete nobres e ricos, que queriam converter-se à vida religiosa e buscavam sua orientação, por causa da santidade e do prestígio do bispo.

Hugo, reconhecendo na situação o sonho que tivera, ouviu-os com atenção e ofereceu-lhes fazer sua obra num lugar de difícil acesso, solitário, árido e inóspito. Assim, tiveram todo o seu apoio episcopal. Esses homens buscavam apenas o total silêncio e solidão para orar e meditar. Tudo o que desejavam, ou seja, queriam atingir a elevação espiritual, cortando definitivamente as relações com as coisas mundanas. Eles eram Bruno e seus primeiros seis seguidores e a ordem que fundaram foi a dos monges cartuxos.

Bruno era um nobre e rico fidalgo alemão, que nasceu e cresceu na bela cidade de Colônia. Sua família era conhecida pela piedade e fervorosa devoção cristã. Cedo aquele jovem elegante resolveu abandonar a vida de vaidades e prazeres, que considerava inútil, sem sentido e improdutiva. Como era propício à nobreza, foi estudar na França e Itália. No primeiro país concluiu os estudos na escola da diocese de Reims, onde também se ordenou e posteriormente lecionou teologia. Como aluno, teve até mesmo um futuro papa.

Mas também conhecia a fama de santidade do bispo de Grenoble, por isso decidiu procurá-lo. Assim, no lugar indicado por ele, Bruno liderou a construção da primeira Casa de Oração, com pequenas celas ao redor. Nascia a Ordem dos monges Cartuxos, cujas Regras foram aprovadas em 1176, mas ele já havia morrido. Lá, ele e seus discípulos se obrigaram ao silêncio permanente e absoluto. Oravam, trabalhavam, repousavam e comiam, mas no mais absoluto e total silêncio.

Em 1090, o sumo pontífice era seu ex-aluno, que, tomando o nome de papa Urbano II, chamou Bruno para ser seu conselheiro. Ele, devendo obediência, abandonou aquele lugar ermo que amava profundamente. Porém não resistiu muito em Roma. Logo obteve aprovação do papa para construir seu mosteiro de Grenoble e também a autorização para fundar outra Casa da Ordem dos Cartuxos, na Calábria, num local ermo chamado bosque de La Torre, hoje chamado Serra de São Bruno, província de Vito Valentia.

Viveu assim recolhido até que adoeceu gravemente. Chamou, então, os irmãos e fez uma confissão pública da sua vida e reiterou a profissão da sua fé, entregando o espírito a Deus em 6 de outubro de 1101. Gozando de fama de santidade, seu culto ganhou novo impulso em 1515. Na ocasião, o seu corpo, enterrado no cemitério no Convento de La Torre, foi exumado e encontrado completamente intacto, tendo, assim, sua celebração confirmada. Em 1623, o papa Gregório XV declarou Bruno santo da Igreja.

Seguindo o carisma de seu fundador, a Ordem dos Cartuxos é uma das mais austeras da Igreja Católica e seguiu assim ao longo dos tempos, como ele mesmo previu: "Nunca será reformada, porque nunca será deformada". Entretanto, atualmente, conta apenas com dezenove mosteiros espalhados pelo mundo todo.

Fonte: Paulinas

Santa Maria Francisca das Cinco Chagas


Nasceu em Nápoles, Itália, a 25 de Março de 1715. Foram seus pais Francisco Gallo e Barba Barisina. Foi batizada na igreja paroquial de S. Francisco e recebeu os nomes de Ana-Maria-Rosa-Nicoleta.

Apenas tinha quatro anos, pediu a sua mãe que a levasse à igreja, a fim de assistir ao santo sacrifício da Missa. Causava já a admiração de toda a gente, e nada a afligia mais do que ser chamada «a santinha». E, ao contrário, alegrava-se sempre que a desprezavam.

Chegando à idade de dezesseis anos, encontrou um cavalheiro que lhe pediu a mão. O pai deu a palavra sem consultar a filha. Depois que lhe comunicou o seu plano, com grande surpresa ouviu esta resposta: «Meu pai, não posso fazer a sua vontade, porque estou resolvida a deixar o mundo e a tomar o hábito religioso na Ordem Terceira de S. Francisco, para o que desde já lhe peço autorização». O pai empregou todos os meios, até os mais severos, para dissuadi-la; mas não conseguiu.

Enfim, chegou o dia desejado em que foi admitida na Ordem, com o nome de Maria Francisca das Cinco Chagas. Corria o ano de 1731. Observava com rigor os jejuns, penitências e disciplinas, aliando a isto o espírito de oração.

Para consolá-la, Nosso Senhor honrou-a com freqüentes aparições. Algumas vezes também recebeu a visita do seu anjo da guarda, a quem consagrava terna devoção.

O pai de Maria Francisca submeteu a mais duas provas violentíssimas, obrigando-a a retirar-se da sua companhia e a tomar sobre si a sustentação e cuidado da família. Estava inteiramente persuadida de que, sem o sofrimento, não podemos ser agradáveis Àquele que se chamou o «Homem das dores».

Em 1763, conheceu por revelação divina que no ano seguinte o reino de Nápoles devia ser desolado por uma grande fome e terrível peste. Ela mesma foi atingida pela epidemia, desde o começo do ano de 1764, tendo de receber os últimos sacramentos da Igreja. Estiveram alguns meses às portas da morte.

A tantas provas e sofrimentos, o Senhor ainda juntou mais uma, afligindo sua Fiel serva com uma desolação de espírito que a reduziu ao estado esquelético. Passava dias e noites a chorar, sem encontrar consolação.

No meio dos maiores sofrimentos dizia: «Seja feita a vontade de Deus! Deus seja bendito por todos os séculos!»

«Oh!, Que não possa eu dar a vida, exclamava ela, como testemunho da minha fé no grande mistério da Santíssima Trindade!». Não começava nenhuma oração sem ter rezado um Glória ao Pai. A adoração da Santíssima Trindade era a primeira e a última ação de cada dia. Àqueles que pretendiam perscrutar este mistério, respondia: «Não é dado a um pobre verme da terra compreender os mistérios mais sagrados da sabedoria divina; seria temerária presunção».

Maria Francisca tinha tão viva confiança e um amor tão ardente para com a Santíssima Virgem, que nunca orava sem ter recorrido a ela. Esta mesma devoção inculcava aos outros: «Sede verdadeiramente devotos de Maria, recomendai-vos a ela e obtereis de Deus todas as graças que desejais». Não havia canto na sua casa onde não estivesse uma imagem da Virgem. Preparava-se para as suas festas com orações, jejuns e Mortificações, e era com o maior respeito que pronunciava o seu nome. Rezou sempre o Rosário e a Ladainha de Nossa Senhora.

Encontrava-se em alguma necessidade? Recorria imediatamente à Santíssima Virgem e com toda a Confiança pedia que lhe assegurasse por um sinal sensível que a sua Oração seria ouvida. Maria Francisca ardia em amor pelo seu Deus. A escola do amor de Deus e do próximo elevou-a a santidade. Sua caridade para Com os pobres e miseráveis não tinha limites. Aos que lhe pediam esmola pelo amor de Deus, dava tudo o que possuía, camisas, vestidos, lenços, etc. Vendeu um vestido novo para acudir à miséria de algumas crianças, obrigando-se a passar o rigor do Inverno sem roupa Suficiente. Visitava freqüentemente os hospitais e experimentava grande consolação sempre que se encontrava com os doentes mais repugnantes. Compunha-lhes os leitos e prestava-lhes todos os serviços de que tinham necessidade. Todavia, os primeiros objetivos da sua caridade eram as almas, e teve a satisfação de ganhar um grande número para Deus.

A virtude que encontra grande repugnância no orgulho do coração humano e faz abandonar a vontade própria, é a obediência. Eis porque Nosso Senhor, querendo ter uma prova incontestável do nosso amor para com Ele, nos convida a oferecer-lhe este sacrifício, mais excelente a seus olhos do que todos os holocaustos: «Quem quiser vir após mim,, renuncie a si mesmo». Maria Francisca ouviu este convite, e desde a primeira idade despojou-se de vontade própria. Perguntou-lhe um dia qual era a virtude que mais lhe agradava: «Todas as virtudes me agradam, respondeu ela, mas a maior é a de não nos darmos nunca à vontade daqueles que têm o direito de nos mandar O que dizia, fazia-o, :zelo que respeita aos mandamentos de Deus e da Igreja, era esta a máxima que a serva de Jesus procurava inculcar aos outros: «Todo o cristão é obrigado a crer e obedecer cegamente a tudo que a Santa Igreja ensina, e ninguém deve esquecer a obediência e submissão ao Sumo Pontífice, em tudo o que ele manda». A fim de tomar seus ensinamentos mais eficazes, Maria Francisca contava tudo o que os primeiros cristãos tinham sofrido para se conservarem fiéis a Deus. Era tal a unção de suas palavras, que não faltava quem se mostrasse disposta a voar ao martírio.

Em toda a vida da serva de Deus, não houve momento que não fosse ocupado na oração e penitência. A história da vida desta santa pode definir-se uma agonia contínua. No ano de 1791, os sofrimentos de Maria Francisca agravaram-se, tendo de mudar de ares, para prolongar a vida por mais algum tempo. Não obstante, teve de se submeter a uma dolorosa operação. No auge da sua dor, só dizia estas palavras: «Deus seja bendito!».

Em breve foi conduzida a Nápoles, onde sofreu horríveis convulsões e dores agudas em todo o corpo. A paciência e a conformidade com a vontade de Deus, segundo a afirmação de testemunhas oculares, eram mais do que heróicas. Seus lábios não se abriam senão para bendizer o Senhor.

Aproximava-se a festa da Natividade de Maria. Enquanto a serva de Deus se preparava para celebrá-la, foi acometida por grandes convulsões e vômitos tão violentos que pareciam arrancar-lhe as entranhas. No entanto, não cessava de repetir: «O Senhor seja louvado!». No dia da festa, como não podia deixar o leito, pediu a sagrada comunhão, que recebeu com grande recolhimento e devoção. O mal aumentava sempre. Maria

Francisca recebeu a Unção dos enfermos a 12 de Setembro, festa do santo nome de Maria. A Cinco de Outubro recebeu com o fervor do costume a Sagrada Comunhão, seu único alimento desde alguns dias; quando estava recolhida a dar graças, foi arrebatada em êxtase, na presença de várias pessoas que a ouviam exclamarem: «Meu Esposo bem amado, meu Mestre, faça de mim tudo o que quiserdes».

Enfim, chegou o dia 6 de Outubro, que devia ser o último de Maria Francisca na peregrinação desta vida e o começo de seus eternos triunfos. O confessor perguntou-lhe se queria comungar. Não podendo responder, fez um sinal afirmativo. Quando o sacerdote apresentou a Maria Francisca o seu Esposo bem amado, adorou profundamente o seu Deus escondido debaixo das aparências da hóstia. Ficou extática. Mudou imediatamente de semblante. O confessor acendeu a vela benta e deu-lhe a última absolvição. Para se inteirar se já estava morta, deu-lhe o crucifixo a beijar, dizendo: «Maria Francisca, beije os pés do vosso Esposo, morto por nós na Cruz». A moribunda aproximou os lábios dos sagrados pés do Salvador, e tendo-os beijado ternamente, expirou. Foi canonizada por Pio IX.

Fonte: Portal Católico

Beato José Rubio

Nasceu em Dálias (Espanha) em 1864, filho de humilde família de agricultores. Entrou para o seminário aos 11 anos onde, durante seus estudos, chamou a atenção de um dos professores que acabou se tornando seu protetor. Foi ordenado em 1887. Já durante a sua formação para o clero secular havia conhecido e se apaixonado pela Companhia, queria muito ser jesuíta mas o seu protetor se opunha. Foi movido pelo respeito que esperou pacientemente por 19 anos para só ingressar no noviciado da Companhia depois da morte de seu protetor, em 1906. Durante todo o tempo que serviu ao povo de Deus no clero secular foi pastor dedicado, deixou muitas mostras de sinceridade, disponibilidade e mortificação. Como jesuíta pôde unir às qualidades já mencionadas a alegria do ideal realizado. Após a sua 3º provação foi destinado para Madri, onde trabalhou em diversas pastorais. O seu gosto pelas conversas espirituais era notório. Exímio orientador espiritual, também pregador e confessor, já em vida adquirira fama de santo. Uma angina de peito suportada sem reclamação, e agravada pelo excesso de trabalho, o matou em 1929. Foi beatificado por João Paulo II em 1985.

Fonte: Evangelho Quotidiano

Beata Maria Rosa Durocher

Natural de Quebec, no Canadá, nasceu numa família numerosa e fértil em almas consagradas, a 6 de Outubro de 1811. No batismo impuseram-lhe os nomes de Eulália-Melánia. Teve três irmãos sacerdotes e uma irmã religiosa. Aprendeu com a mãe a rezar e a socorrer os pobres e doentes. O avô paterno ministrou-lhe os primeiros rudimentos de letras.
Aos 10 anos, os pais puseram-na num colégio de religiosas, onde aprendeu a amar a Nossa Senhora e a Eucaristia. Dois anos depois, retorna a casa e ajuda a mãe nos afazeres domésticos com humildade e espírito de sacrifício. Pretendeu seguir o exemplo de sua irmã Serafina, que se fizera religiosa. Por duas vezes entrou, em Monreal, no colégio das Irmãs de Nossa Senhora, mas por falta de saúde teve que sair. Contudo, enquanto lá esteve, exerceu um grande ascendente sobre as companheiras no cargo de vigilante, e adquíriu o hábito da oração mental.
Aos 18 anos perdeu a mãe e teve que assumir a responsabilidade do governo da casa. Pouco depois, o seu irmão Teófilo, pároco de Beloeil, chamou-a para tomar conta da residência paroquial, onde se alojavam padres e seminaristas doentes. Não lhe faltaram sofrimentos da parte das empregadas mais antigas, que suportou com paciência, sem se queixar. Além do trabalho de casa, ocupou-se em dirigir as obras de caridade da paróquia e estimular a piedade mariana das jovens.
«É, então, a pedido do Bispo de Monreal, com o encorajamento dos Padres Oblatos de Maria Imaculada e seguindo o exemplo dos Irmãos das Escolas cristãs, que ela funda uma nova congregação para responder às necessidades da instrução e educação religiosa das jovens, de modo especial nos meios pobres das localidades vizinhas a Monreal: as Irmãs dos Santos Nomes de Jesus e Maria. Durante os últimos seis anos da sua breve existência, lançou suficientemente a sua obra que floresce hoje em seis países», afirmou João Paulo II na homilia da beatificação, a 23 de Maio de 1982.
O Santo Padre encerrou o seu elogio à bem-aventurada com estas palavras: «Marie - Rose Durocher agiu com simplicidade, com prudência, com humildade,com serenidade. Não se deixou esmorecer com os seus problemas pessoais de saúde nem com as primeiras dificuldades da obra nascente. O seu segredo residia na oração e no esquecimento de si mesma que alcançava, segundo o parecer do seu Bispo, uma verdadeira santidade»

Fonte: Portal Católico

Beato Diogo De San Vítores


Nasceu em Burgos, no dia 12 de Novembro de 1627, numa família da nobreza espanhola ao serviço do Rei. Educado no «Colégio Imperial», dirigido pela Companhia de Jesus em Madrid, entrou muito jovem no Noviciado. Já desde então sonhava poder ir para a China como missionário.
Ordenado sacerdote em 1651, teve de esperar até 1660, ano em que o Padre Geral, Goswino Níquel, o destinou à missão das Filipinas, aonde chegou em 1662. Foi durante a travessia desde o México às Filipinas que Diogo de San Vítores teve o seu primeiro contato com as Ilhas Marianas e se deu conta de que ninguém se ocupava da evangelização daquele arquipélago. Vem dessa altura a solicitude para que se desse começo a uma missão. Por isso, escreveu para Roma e para Espanha a pedir o envio de missionários para Guam e ofereceu-se a si mesmo para esta missão. Depois de muito trabalho de organização, chegou a Guam em 1668, com um grupo de companheiros. .
Dividido entre eles o campo de trabalho no arquipélago, a catequese desenvolveu-se rapidamente, primeiro com resultado surpreendente, depois dificultada por aqueles que, ao ver a população indígena converter-se à fé cristã, perdiam prestígio e vantagens. A oposição sempre crescente acabou em violência, emboscadas, mortes. Diogo de San Vítores prosseguiu a sua ação evangelizadora, passando de uma ilha a outra para animar os seus irmãos. Quando procurava um cristão que tinha abandonado a fé, encontrou-se com um a quem tinha feito muitos favores e que depois apostatara. Às instâncias sacerdotais do Padre, este respondeu agressivo, com ódio violento, com insultos blasfemos e, finalmente, com uma lança. Diogo de San Vítores morreu, vítima do ódio à fé, na praia de Tumon, a pouca distância de Agafia.
Fui enviado a evangelizar os pobres (Is 61, 1 eLe 4, 18). A frase da Escritura, que tão profundamente tinha impressionado Diogo de San Vítores quando ainda estava em Madrid, é a chave para entender a sua vida e missão. A sua perseverança para ser enviado para as missões e a sua humildade esperam pela decisão dos Superiores: a sua tenacidade no trabalho empreendido e a paciente atividade com que leva avante o plano de Deus acerca da missão das Ilhas Marianas; a sua generosa entrega às pessoas e a sua evangélica fortaleza em enfrentar as dificuldades e oposição; a sua prontidão em enfrentar o martírio: tudo isto só tem explicação no fogo ardente do zelo que a sua fé quis expressar com a frase evangélica: Evangelizar pauperibus misit me (Mandou-me evangelizar os pobres).
Foi beatificado a 6 de Outubro de 1985, pelo Papa João Paulo II.

Fonte: Portal Católico

Beato Isidro de São José

«Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mc 3, 35). Ora bem, a vontade de Deus foi a tal ponto norma e preocupação de Isidro de Loor ou Irmão Isidro de S. José que, com razão, foi apelidado o «Irmão da vontade de Deus».
Nasceu ele em Vrasene, na Bélgica, aos 18 de Abril de 1881, primogênito de Luís de Loor e Camila Hutsebaut, agricultores. Educaram o filho na piedade cristã, habituando-o a freqüentar a igreja e a rezar diariamente.
Fez os estudos primários e começou a ajudar os pais no cultivo das terras. A fim de se tornar mais apto no trabalho agrícola, assistia à noite a dissertações sobre o cuidado da terra.
Era de índole alegre. Freqüentava assiduamente os sacramentos e aos domingos ouvia duas missas. Ia com freqüência em peregrinação ao Santuário Mariano de Gaverlande. Foi, além disso, um excelente catequista.
Desde jovem, pretendeu consagrar-se plenamente a Deus, mas decidiu esperar que o irmão mais novo regressasse da tropa. Em Abril de 1907, contando 26 anos, entrou no noviciado dos Passionistas, vestindo o hábito a 8 de Setembro desse ano. Fez os votos a 13 de Setembro de 1908. Além dos três votos comuns a todos os religiosos, de pobreza, castidade e obediência, ajuntou mais outro, peculiar da Congregação dos Passionistas, de «promover segundo as próprias forças o culto religioso e a grata memória da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo».
O Irmão Isidro pôs todo o empenho em traduzir na vida o que prometera nos votos, «procurando completar na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu Corpo que é a Igreja» (Coll, 24).
Desempenhou na congregação as funções de cozinheiro, hortelão, porteiro e às vezes solicitador. Às ocupações externas uniu uma vida de oração contínua, que o preparou para as grandes provações que o esperavam. Com efeito, em 1911 perdeu o olho direito, afeitado de cancro. Os superiores, em Agosto do ano seguinte, mandaram-no para um convento que a congregação tinha em Kortrijk, na diocese de Brugge. Ali se purificou mais e mais a sua alma no desempenho das funções de cozinheiro e de porteiro, enquanto teve forças para trabalhar.
Além do cancro que continuou a miná-lo, adveio-lhe uma pleurite, que o levou à morte no dia 16 de Outubro de 1916, contando de idade 35 anos e alguns meses.
A fama de santidade, que o aureolava em vida, confinou-se depois da morte, de tal forma que em 1950 se deu início ao processo de canonização. A cura súbita de uma hepatite fulminante, que Irene Ottevaere de Zaeytyd obteve, recorrendo-se à intercessão do, Irmão Isidro, foi aprovada corpo autêntico milagre no dia 12 de Janeiro de 1984. No dia 30 de Setembro Sua Santidade João Paulo II proclamou-o beato e autorizou o seu culto.

Fonte: Portal Católico

Beata Maria Ana Mógas Fontcuberta

Maria Ana Mógas nasceu em Corró de Vall-Granollers (Barcelona, Espanha), a 13 de Janeiro de 1827, num lar profundamente cristão. Foi batizada no dia seguinte ao do nascimento e aos 6 ou 7 anos recebeu a primeira comunhão. Este acontecimento marcou profundamente o seu espírito no amor à Eucaristia. Aos 7 anos perdeu o pai e aos 14 a mãe, sendo acolhida por uma tia que vivia em Barcelona, da qual recebeu, desde o princípio, todo o carinho.
Na paróquia de Santa Maria do Mar descobriu a sua vocação para seguir a Cristo mais de perto. Entretanto, a sua personalidade fortalecia-se na oração, e na freqüência dos sacramentos, ao mesmo tempo em que procurava fazer bem a todos sem distinção; sentia, porém, que alguma coisa lhe faltava.
Por esse tempo conheceu duas freiras enclaustradas da Ordem Capuchinha, que eram orientadas por um padre também enclaustrado. Os 3 viram na jovem Maria Ana uma peça importante no projeto que tentavam realizar e ela também simpatizava com a simplicidade e humildade das duas capuchinhas.
As coisas não foram fáceis no início, mas finalmente em Junho de 1850, Ana Mógas encaminha-se para Ripoll, onde já se encontravam as suas companheiras, a Fim de iniciar a vida religiosa e dedicando-se também ao ensino. As Dificuldades no começo foram muitas, mas elas não desanimaram. .
Algum tempo depois as religiosas enclaustradas regressaram aos conventos da Ordem e Maria Ana ficou à frente da Instituição. Esta foi crescendo, com as características de um novo carisma na Igreja, de inspiração marcadamente franciscana e vitalmente mariana. Maria, a Virgem Mãe, Divina Pastora, era considerada pela fundadora e suas companheiras como a verdadeira Abadessa do nascente Instituto.
Este foi sendo enriquecido pelo Senhor com novos membros e as fundações vão-se multiplicando, na Catalunha e em Madrid. Mas, passado algum tempo, por razões várias e complicadas, dá-se uma ruptura entre as comunidades de Barcelona e Madrid, formando-se dois ramos diferentes: Franciscanas Capuchinhas da Divina Pastora, em Barcelona, e Franciscanas da Divina Pastora, em Madrid. Isto constituiu motivo de grandes sofrimentos para a fundadora, mas tudo superou com coragem e Confiança em Deus.
O Instituto foi-se enriquecendo com novos membros e Maria Ana tudo orienta com o seu exemplo, a oração e a palavra. Vários prelados reclamam à presença das religiosas e a nova Congregação espalha-se por toda a Espanha.
A caridade foi o farol que iluminou toda a sua vida. A oração e a contemplação do Deus-Amor, leva-a a derramar à sua volta a suavidade e doçura de uma autêntica mãe. Esgotada pela doença que padeceu durante os últimos 8 anos da sua vida, falece a 3 de Julho de 1886, tomando-se realidade aquilo que ela tantas vezes tinha expressado na jaculatória: «Quando te verei, meu Deus, quando?».
No dia 6 de Outubro de 1996 foi beatificada por João Paulo II que estabeleceu que a festa litúrgica da nova beata se celebrasse neste mesmo dia.

Fonte: Portal Católico

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Santos do Dia

5 de outubro

São Benedito, o Negro



Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.

Fonte: Paulinas.

Santa Maria Faustina Kowalski


Não podemos dizer que exista alguma novidade numa irmã que fale sobre a Misericórdia Divina e do nosso dever de ser misericordioso. Assim como sabemos que, sob a insígnia da Misericórdia, nasceram muitas comunidades e instituições cristãs, ao longo de todos os tempos. O diferencial de santa Faustina foi ter dado vida, sob essa insígnia, a um grande movimento espiritual, justamente quando a humanidade mais carecia de misericórdia: entre as duas guerras mundiais.

Nascida na aldeia Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, em uma numerosa família camponesa de sólida formação cristã, foi batizada com o nome de Helena, terceira dos dez filhos de Mariana e Estanislau Kowalski. Desde a infância, sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Mas desde aquela época só fez percorrer a via da santidade.

Aos dezesseis, anos deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica, na cidade de Varsóvia, da Polônia independente. Lá, maturou na oração a sua verdadeira vocação de religiosa. Assim, em 1925, ingressou na Congregação das Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia, adotando o nome de Maria Faustina. O carisma desse Instituto está voltado para a educação das jovens e para a assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Após concluir o noviciado e emitir os votos perpétuos, percorreu diversas casas, exercendo as mais diversas funções, como cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual muito rica de generosidade, de amor e de carismas, que escondeu na humildade do seu cotidiano.

Irmã Faustina, como era chamada, ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na Misericórdia Divina. Nutriu uma fervorosa devoção à eucaristia e à Virgem Maria, e amou intensamente a Igreja. Com freqüência, era acometida por visões e revelações, até que seu confessor e diretor espiritual lhe sugeriu anotar tudo. Assim, em 1934 ela começou a escrever um diário, intitulado "A Divina Misericórdia em minh'alma", mais tarde traduzido e publicado em vários países.

Em seu diário, irmã Faustina escreveu que à perfeição chegamos através da união íntima da alma com Deus, e não por meio de graças, revelações ou êxtases. Ela se manteve sempre tão humilde que não acreditava, na sua própria experiência mística, um sinal de santidade. Expressou todo o seu amor ao Senhor por meio de uma fórmula muito simples, que fez questão de propagar entre os fiéis: "Jesus, confio em vós".

Consumida pela tuberculose, ela morreu no dia 5 de outubro de 1938, com apenas trinta e três anos de idade, na cidade de Cracóvia, Polônia. Beatificada em 1993, foi proclamada santa Maria Faustina Kowalski pelo papa João Paulo II em 2000. As suas relíquias são veneradas no Santuário da Divina Misericórdia, de Cracóvia.

Fonte: Paulinas

Bem-aventurado Francisco Xavier Seelos

Francisco Xavier Seelos nasceu no dia 11 de janeiro de 1819, em Füssen, na região da Baviera, Alemanha. Era um entre os onze filhos do casal Magno e Francisca, e teve na família o grande incentivo para sua vida de consagração a Deus. Seu pai, um simples comerciante de tecidos, a partir de 1830 passou a ser o sacristão na paróquia de São Magno, da sua cidade natal. Assim foi que o menino Francisco, após concluir os estudos filosóficos, seguiu admitido no Seminário de Mônaco da Baviera em 1842.

No mesmo ano, abraçou o carisma da Congregação do Santíssimo Redentor, fundada por santo Afonso Maria de Ligório. Mas, impressionado com as informações sobre a falta de assistência religiosa e social com que se deparavam os imigrantes alemães nos Estados Unidos da América do Norte, pediu para trabalhar como missionário naquele país.

Assim, partiu em 1843. Após um ano de noviciado, recebeu a ordenação sacerdotal na igreja de São Tiago de Baltimore, em Maryland, nos Estados Unidos, dedicando todo o seu apostolado à causa dos imigrantes alemães naquele país. Alguns meses depois, foi transferido para Pittsburg, na Pensilvânia, onde trabalhou como vice-pároco de João Neumann, superior da comunidade dos redentoristas e, hoje, também venerado como santo pela Igreja Católica.

Participou nas "Missões das Paróquias" em várias localidades, sempre se distinguindo como grande pregador, bom confessor e zeloso pastor dos pobres e marginalizados. O ponto fundamental do seu apostolado era o ensino da catequese para o crescimento da comunidade paroquial.

Cuidou, também, da formação de outros redentoristas. Sendo o encarregado de estudos, infundia nos seminaristas entusiasmo, espírito de sacrifício e zelo apostólico.

Em 1860, o bispo de Pittsburg propôs ao papa Pio IX o nome de Francisco Xavier Seelos como seu sucessor, mas este escreveu ao sumo pontífice pedindo que fosse nomeado outro sacerdote no seu lugar.

Depois disso, entre 1863 e 1866, trabalhou como missionário itinerante em vários outros estados e, quando lhe foi designada a comunidade de New Orleans, ali permaneceu pouco tempo, pois, na assistência pastoral a vários doentes, contraiu a febre amarela. Ele suportou a enfermidade com paciência e resignação, mas foi obrigado a afastar-se de quase todas as atividades pastorais. Faleceu na noite de 4 de outubro de 1867.

Francisco Xavier Seelos foi beatificado no solene Ano Jubilar de 2000 pelo papa João Paulo II, que designou sua comemoração litúrgica para o dia seguinte à data de sua morte.

Fonte: Paulinas

Beato Bartolomeu Longo


Filho de pais honrados e piedosos, nasceu em Latino (Itália), a 11 de Fevereiro de 1841. Desde os 5 anos, foi confiado aos cuidados dos Padres Escolápios para receber educação e formação convenientes. Terminado o curso de direito em Nápoles, assistiu a sessões espiritistas e ficou com a fé abalada. Mas, graças aos esclarecimentos e conselhos do P. Alberto Radente, O. P., seu amigo, reconheceu os próprios erros e, pondo de lado o respeito humano, entregou-se a obras de caridade em prol dos velhinhos. Filiou-se na Ordem Terceira de S. Domingos e decidiu-se a amar a Deus com todas as forças, tomando por modelo o Coração Divino de Cristo, cuja devoção propagava fervorosamente.
Procurava manter o espírito recolhido na ação apostólica, esforçando-se por avivar amiúde a presença de Deus. Com o coração a arder em amor divino, desejava transmitir aos outros o santo fogo que o devorava, servindo-se para isso da arma do terço à Santíssima Virgem.
A Senhora Maria Ana Famararo, viúva do conde de Fusco, depositava grande confiança na probidade e espírito empreendedor do Servo de Deus e, por isso, entregou-lhe a administração de uma propriedade no vale de Pompeios, a cerca de 25 km a sul de Nápoles. O Dr. Bartolomeu, a 13 de Novembro de 1875, conseguiu que durante uma missão levassem lá a imagem de Nossa Senhora do Rosário e propôs que em honra da Mãe de Deus se levantasse um santuário. No dia 8 de Maio do ano seguinte, lançava-se a primeira pedra do grandioso templo que viria a ser centro de grande piedade e caridade a favor dos necessitados.
Impelido por ilimitada Confiança em Deus, com o auxílio de D. Maria Ana Famararo e esmolas dos fiéis, conseguiu, à custa de grandes sacrifícios, construir um orfanato e um colégio para filhos e depois também para filhas dos encarcerados. Montou uma tipografia que, com a publicação de impressos, muito contribuiu para promover o culto de Maria Santíssima e manter as obras de caridade. Aproveitando bem o seu tempo, logrou escrever mais de uma centena de opúsculos sobre ascética, história sagrada e devoção a Maria.
Em 1884 fundou a revista li Rosário e lá Nova Pompei, que dirigiu até ao térmico dos seus dias.
A instâncias suas, fundou-se no vale de Pompeios a congregação das Filhas do Santo Rosário da Ordem Terceira de S. Domingos, para formar na piedade e no estudo as meninas ali reunidas pelo coração magnânimo do Servo de Deus.
A obra tão gigantesca e benfazeja não podia faltar a perseguição, característica própria das obras divinas. Um indivíduo, que dava pelo nome de Francisco Vittorio Romanelli, a serviço de quem lhe pagava para tal, atirou-se a caluniar o Servo de Deus, afirmando - entre outras coisas - que ele desviava o dinheiro das missas que os fiéis -mandavam celebrar no Santuário. A calúnia tomou tais proporções que o Santo Padre Pio - mal informado - chegou a declarar que o Dr. Bartolomeu Longo lhe tinha sido retrata como o advogado mais trapaceiro da Itália.
Caluniaram-no também num ponto muito sensível, acusando-o de relações imo'Z..S com a viúva condessa de Fusco, que tão casta e magnanimamente o ajudava. O Lada era cruel: ou afastar-se ele ou ela da obra de Pompeios. Graças a Deus, não foi, porque Leão XIII, posto a par da situação, resolveu o problema com muita docilidade:
- O Senhor Doutor é solteiro?
- Sou, sim, Santo Padre.
- A Senhora Condessa é viúva?
- Sou, sim, Santidade.
- Então casam e ninguém mais poderá falar.
Haviam ido a Roma como amigos. Regressaram como esposos. As núpcias celebra-se no dia I de Abril de 1885.
Assim como se cortou pela raiz o fundamento da calúnia contra a castidade do Servo de Deus, também as acusações contra os desvios de dinheiro caíram por terra com 2 doação de todas as obras de Pompeios à Santa Sé. No dia 12 de Setembro de 1906 perante notário o instrumento de cadencia.
O que procuramos sintetizar em breves parágrafos, foi uma longa e escabrosa caminhada de sofrimentos sem conta, que o Servo de Deus resumiu assim no seu diário: Jesus fez-me provar a agonia do Horto, a coroa de espinhos, a traição de Judas. o abandono e os insultos. Mas assim como o Filho de Deus triunfou da via dolorosa e do sepulcro com a ressurreição gloriosa, assim Bartolomeu Longo viu a sua obra consolidada e garantida sob a égide da Santa Sé. Dois dias depois da assinatura do documento de doação, Pio X recebeu o casal Bartolomeu e Maria Ana, que apresentaram ao Vigário de Cristo alguns dos rapazes e meninas, filhos de encarcerados, que se educavam no Vale de Pompeios e que de aí por diante seriam, na expressão graciosa do Comendador, «os filhos do Papa».
Mas as honras mais elevadas que até hoje recebeu o Servo de Deus foram as que lhe prestou João Paulo 11, a 26 de Outubro de 1980, na homilia da beatificação:
«... Finalmente - (nesse dia foram beatificados também Luís Orione e Maria Ana Sala) - devo referir-me a Bartolomeu Longo, fundador do célebre Santuário de Pompeios, onde fui há um ano com profunda devoção. Ele é o apóstolo do Rosário, o leigo que viveu totalmente o seu empenho eclesial.
Bartolomeu Longo foi o instrumento da Providência para a defesa e testemunho da fé cristã e para a exaltação de Maria Santíssima num período doloroso de cepticismo e anticlericalismo.
De todos é conhecida a sua longa vida - ele faleceu a 5.10.1926, com quase 86 anos - inspirada por uma fé simples e heróica, densa de episódios sugestivos, durante a qual brotou e se desenvolveu o milagre de Pompeios. Começando pela humilde catequese à população do Vale de Pompeios e pela reza do Terço diante do famoso quadro de Nossa Senhora até à inauguração do estupendo Santuário e instituição das obras de caridade para os filhos e filhas dos presos, Bartolomeu Longo levou por diante com intrépida coragem uma obra grandiosa, que ainda hoje nos deixa estupefato e admirados.
Mas, sobretudo, é fácil notar que toda a sua existência foi um intenso e constante serviço de Igreja em nome e por amor de Maria. Bartolomeu Longo, Terceiro da Ordem Dominicana e fundador da Instituição das Irmãs "Filhas do Santo Rosário de Pompeios", pode verdadeiramente definir-se o "homem da Mãe de Deus". Por amor de Maria toma-se escritor, apóstolo do Evangelho, propagador do Terço, fundador do célebre Santuário através de enormes dificuldades e adversidades. Por amor de Maria criou institutos de caridade, fez-se mendicante em favor dos filhos dos pobres e transformou Pompeios numa viva cidadezinha de bondade humana e cristã. Por amor de Maria, suportou em silêncio tribulações e calúnias, passando através de um longo Getsémani, sempre confiante na Providência, sempre obediente ao Papa e à Igreja.
Ele, com o terço nas mãos, diz-nos ainda hoje a nós, cristãos do fim do século XX: "Desperta a tua confiança na Santíssima Virgem do Rosário... Procura ter a fé de Jobl. Santa Mãe muito querida, eu deponho em Vós toda a minha aflição, toda a esperança e toda a confiança!"».
AAS 67(1975)746-50; 72( 1980) 1086-90; D. MONDRONE, o. c. 1,411-29; L'OSS. ROM.2.11.1980.

Fonte: Portal Católico

Beato Raimundo de Cápua


Nascido em Cápua, pelo ano de 1330, de nobre família, veio a morrer em Norimberg, em Setembro de 1399. Estudou em Bolonha, onde entrou na Ordem dos Dominicanos; foi professor lá e em Roma.
Em 1363 passou para Montepulciano, como diretor espiritual do Convento de Santa Inês. Em 1367 foi constituído prior do Convento de Minerva em Roma, donde se dirigiu em seguida para a Toscana com outros encargos do Capítulo Geral, entre os quais primeiramente a direção espiritual de Catarina de Sena (1374), a quem ele guiou com suma prudência, e com devoção mais de discípulo do que de mestre. Colaborando com a Santa no regresso do Papa, de Avião para Roma, acompanhou-a à corte francesa de Gregório XI (1376) e depois para Roma, onde, satisfeito de estar ainda ao lado, foi encarregado novamente do priorado de Minerva (1378); mantendo este oficio, foi enviado por Urbano VI como legado a Carlos V da França.
Fiel à virgem ainda depois de sua morte, defendeu sempre com ela esse papa, mesmo durante o cisma ocidental (1378-1417). Depois de um ano de provincial ato na Nonnandia, foi eleito Geral dominicano, cargo que, decorridos dez anos, transfundo em reforma segundo as exigências conhecidas nas visitas aos vários conventos da Itália, da Alemanha e da Hungria. Veio a morrer em Norimberga, na visita que então lá fazia. De capital importância para a história de Santa Catarina de Sena é a Legenda que sobre ela compôs em 1393; foi publicada pela primeira vez em Florença, em 1477. Leão XIII confino o culto de Raimundo, com festa a 5 de Outubro.

Fonte: Portal Católico.

São Plácido

Durante cinco séculos, os beneditinos honraram-no como confessor não pontífice, isto é, como servo de Deus que não fora nem bispo nem mártir. Tinham sido informados por S. Gregório Magno que o pai, patrício romano, o entregara ainda menino a S. Bento, e que em Subiaco este mandara um dia a Santo Amaro que o salvasse de morrer afogado. Quanto ao mais, julgavam que o discípulo tinha seguido o mestre para Monte Cassino e que, depois, tinha aí morrido na cama.
Foi pelo ano de 1100 que os beneditinos da Sicília julgaram oportuno transformar Plácido em mártir siciliano. Foram ajudados pelo seu confrade Pedro Diácono, que fabricou uma Paixão a descrever-lhe o suplício. Pedro conta que, tendo recebido Plácido uma propriedade em Messina, deixou Monte Cassino para ir aí construir um mosteiro e uma igreja. Já tinham chegado de Roma para a festa da dedicação os seus dois irmãos e uma irmã, quando, uma noite, depois de matinas, invadiram o convento corsários pagãos, quando os monges voltavam às celas. Plácido ia à frente com a irmã e os irmãos, seguidos de 30 religiosos que formavam a recente comunidade. Depois de lhes baterem, os piratas tentaram sufocá-los com fumo para os levar à apostasia; mas ninguém entre eles renegou a fé. A Plácido, que os animava, cortaram os lábios, quebraram o maxilar e arrancaram a língua. Por fim, como aos outros, amputaram-lhe a cabeça.
Em Agosto de 1588 foram descobertos em Messina numerosos esqueletos, entre os quais se julgou reconhecer os de Plácido e companheiros; o que lhes rendeu a todos entrar como mártires no Martirológio Romano. É provável que dele saiam quando este Martirológio for reeditado; à expedição de Plácido, que voltará a ser confessor não pontífice.

Fonte: Portal Católico

Santa Flor ou Flora

Nasceu em Ars (Cantal, França), por 1300, e morreu em Hôpital-Beaulieu (Tol), em 1347. É a padroeira das Violetas, das Violanas, das Margaridas, das Dálias, das Congossas, das Hortênsias, das Anêmonas, e em geral daquelas que têm nome de flores. Filha dum senhor chamado Pons, Flor entrou muito nova, para se fazer religiosa, no hospício que possuíam em Beaulieu os cavaleiros de S. João de Jerusalém. Eram nele recebidos doentes e peregrinos. Toda a vida andou Flora cheia de graças e sofrimentos. Os êxtases duravam nela por vezes desde a Missa da manhã até às vésperas da tarde.

Fonte: Portal Católico

Beato Alberto Marvelli


Nasceu em Ferrara (Itália), no dia 21 de Março de 1918, segundo filho de uma família profundamente religiosa, mas também empenhada no mundo político, eclesial e caritativo.

Em 1930 a família transfere-se para Rímini, onde Alberto frequenta o Oratório Salesiano da sua paróquia, incrementando assim a sua formação religiosa, que terá muita influência na sua vida espiritual. Em 1933 falece repentinamente seu pai; em Outubro do mesmo ano começa a escrever um diário, que é a história da sua vida interior, do seu caminho espiritual, da sua experiência de Deus. A sua pertença à Acção Católica enriquece a sua espiritualidade. Aos quinze anos é delegado para os aspirantes da sua paróquia; em 1935, delegado diocesano; em 1937 inscreve-se na Federação dos Universitários Católicos Italianos e em 1946 torna-se presidente dos Licenciados Católicos. Desempenha, nestes anos uma intensa actividade de apostolado.

Em 1936 inscreve-se na Universidade de Bolonha na faculdade de engenharia mecânica, formando-se com bons votos em 1941. O percurso universitário marca uma nova etapa no seu caminho espiritual, animado pela meditação do mistério eucarístico. Nesse ano, a Itália entra em guerra e Alberto parte como militar, desempenhando na caserna um apostolado intenso. Consegue mudar muitas coisas: vence as blasfémias e a imoralidade, desperta o sentido da fé no coração de muitos, constitui um grupo de compromisso de vida cristã. Termina a guerra e Alberto regressa para Rímini quando, a 1 de Novembro de 1943 um terrível bombardeamento destrói a cidade. Alberto torna-se o operário da caridade: socorre os feridos, tirando-os das ruínas, distribui aos pobres tudo o que possui e que consegue recolher, salva muitos jovens da deportação dos alemães. Mais tarde, com a ajuda dos Licenciados Católicos, abre uma mensa para os pobres.

Depois da libertação de Rímini, em Outubro de 1944, é constituída a primeira Junta Municipal do Comité de Libertação e, Alberto é um dos Assessores, com apenas 26 anos, mas muito realista, corajoso e disponível ao enfrentar as situações mais difíceis; são-lhe confiadas as tarefas mais delicadas.

Em 1945 inscreve-se no Partido da Democracia Cristã, concebendo a sua actividade política como a expressão mais nobre da fé por ele vivida, segundo as palavras de Pio XII: "o campo político é o campo de uma caridade mais ampla: a caridade política".

Em 1946 sente que o Senhor o chama a formar uma família e deseja para esposa a jovem com a qual partilhou uma forte amizade espiritual. Manifesta esta sua intenção, mas a jovem já tinha feito outra opção. Na noite do dia 5 de Outubro do mesmo ano, quando ia de bicicleta fazer um comício eleitoral, foi atropelado por um camião militar. Falece algumas horas mais tarde sem retomar os sentidos.

No dia 22 de Maio de 1986 foi emanado o decreto sobre a heroicidade das suas virtudes e proclamado Venerável. A 7 de Julho de 2003 a Congregação para as Causas dos Santos atribuiu à sua intercessão uma cura milagrosa.

Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Santos do Dia

4 de outubro

São Francisco de Assis



Filho de comerciantes, Francisco Bernardone nasceu em Assis, na Umbria, em 1182. Nasceu em berço de ouro, pois a família tinha posses suficientes para que levasse uma vida sem preocupações. Não seguiu a profissão do pai, embora este o desejasse. Alegre, jovial, simpático, era mais chegado às festas, ostentando um ar de príncipe que encantava.

Mas mesmo dado às frivolidades dos eventos sociais, manteve em toda a juventude profunda solidariedade com os pobres. Proclamava jamais negar uma esmola, chegando a dar o próprio manto a um pedinte por não ter dinheiro no momento. Jamais se desviou da educação cristã que recebeu da mãe, mantendo-se casto.

Francisco logo percebeu não ser aquela a vida que almejava. Chegou a lutar numa guerra, mas o coração o chamava à religião. Um dia, despojou-se de todos os bens, até das roupas que usava no momento, entregando-as ao pai revoltado. Passou a dedicar-se aos doentes e aos pobres. Tinha vinte e cinco anos e seu gesto marcou o cristianismo. Foi considerado pelo papa Pio XI o maior imitador de Cristo em sua época.

A partir daí viveu na mais completa miséria, arregimentando cada vez mais seguidores. Fundou a Primeira Ordem, os conhecidos frades franciscanos, em 1209, fixando residência com seus jovens companheiros numa casa pobre e abandonada. Pregava a humildade total e absoluta e o amor aos pássaros e à natureza. Escreveu poemas lindíssimos homenageando-a, ao mesmo tempo que acolhia, sem piscar, todos os doentes e aflitos que o procuravam. Certa vez, ele rezava no monte Alverne com tanta fé que em seu corpo manifestaram-se as chagas de Cristo.

Achando-se indigno, escondeu sempre as marcas sagradas, que só foram descobertas após a sua morte. Hoje, seu exemplo muito frutificou. Fundador de diversas ordens, seus seguidores ainda são respeitados e imitados.

Franciscanos, capuchinhos, conventuais, terceiros e outros são sempre recebidos com carinho e afeto pelo povo de qualquer parte do mundo.

Morreu em 4 de outubro de 1226, com quarenta e quatro anos. Dois anos depois, o papa Gregório IX o canonizou. São Francisco de Assis viveu na pobreza, mas sua obra é de uma riqueza jamais igualada para toda a Igreja Católica e para a humanidade. O Pobrezinho de Assis, por sua vida tão exemplar na imitação de Cristo, foi declarado o santo padroeiro oficial da Itália. Numa terra tão profundamente católica como a Itália, não poderia ter sido outro o escolhido senão são Francisco de Assis, que é, sem dúvida, um dos santos mais amados por devotos do mundo inteiro.

Assim, nada mais adequado ter ele sido escolhido como o padroeiro do meio ambiente e da ecologia. Por isso que no dia de sua festa é comemorado o "Dia Universal da Anistia", o "Dia Mundial da Natureza" e o "Dia Mundial dos Animais". Mas poderia ser, mesmo, o Dia da Caridade e de tantos outros atributos. A data de sua morte foi, ao mesmo tempo, a do nascimento de uma nova consciência mundial de paz, a ser partilhada com a solidariedade total entre os seres humanos de boa vontade, numa convivência respeitosa com a natureza.

Fontes: Paulinas

São Petrônio


Petrônio era descendente da nobre e influente família Petrônia, de cônsules romanos, o que lhe propiciou ocupar cargos importantes na política. Alguns historiadores afirmam que era cunhado do imperador Teodósio II, apelidado de o Moço.

Ao certo, temos que foi ordenado sacerdote pelo bispo de Milão, santo Ambrósio, no ano 421. Até então, levava uma vida fútil e mundana na Gália, atual França, quando teve uma profunda crise existencial e largou tudo para vestir o hábito.

Até por isso ele foi usado como exemplo por Euquério, bispo de Lyon. Em carta a um cunhado, o bispo diz que ele deveria agir como Petrônio, que largou a Corte para abraçar o serviço de Deus.

Mais tarde, Petrônio foi nomeado o oitavo bispo de Bolonha. Um dos melhores, porque marcou seu mandato nos dois planos, espiritual e material. Conduziu seu rebanho nos caminhos do cristianismo, mas também trabalhou muito na reconstrução da cidade, destruída por ordem do imperador Teodósio I, chamado o Grande. Uma antiga tradição local conta que Petrônio teria sido nomeado e consagrado pelo próprio papa Celestino I, no ano 430. O pontífice teve um sonho, no qual são Pedro o auxiliou nessa escolha.

Contudo a nomeação foi perfeita, pois Petrônio enfrentou até invasões dos povos bárbaros durante a reconstrução. E não deixou o povo esmorecer, revigorando a fé e estimulando o trabalho duro. Depois de sua morte, em 480, a população passou a venerá-lo como padroeiro de Bolonha, guardando-o com carinho e respeito no coração.

Para conservar as suas relíquias, construíram uma das mais grandiosas basílicas do cristianismo, bem no centro da cidade. Iniciada em 1390, a construção demorou muitos anos para ser concluída, embora, de geração em geração, venha sendo embelezada por pintores e escultores de grande renome.

Fonte: Paulinas

Santa Calistena e Santo Adaucto

Diz-se que Adaucto, general do exército romano, era natural de Éfeso e tinha uma filha chamada Calistena, requisitada pelo imperador Maximino. Proporcionou-lhe o pai refúgio num lugar remoto da Mesopotâmia, e foi morto pelo pretendente desiludido (+ 312). Depois da morte do imperador, Calistena voltou para Éfeso, onde terminou santamente a vida no século IV.

Fonte: Portal Católico

Beato Columba Marmion

Joseph-Aloysius Marmion nasceu em Dublin (Irlanda), no dia 1 de Abril de 1858 de pai irlandês e mãe francesa. Três das suas irmãs consagraram-se a Deus numa Congregação religiosa chamada «Irmãs da Misericórdia».
Aos dezesseis anos ingressou no Seminário diocesano de Dublin, e terminou os mesmo estudos de teologia no Colégio «De Propaganda Fide», em Roma, sendo ordenado Sacerdote no dia 16 de Junho de 1881.
Sonhava ser monge missionário na Austrália, mas deixou-se cativar pela atração litúrgica da nova Abadia de Maredsous, que tinha sido fundada na Bélgica em 1872, foi visitar um companheiro de estudos, antes de regressar à Irlanda. Quis entrar nesse mosteiro, mas o seu Bispo pediu-lhe que esperasse algum tempo.
No seu ministério sacerdotal, de 1881 a 1886, conservou o zelo pastoral de missionário, desempenhando várias funções: vigário em Dundrum, professor no Seminário maior de Clonliffe, capelão de um convento de monjas redentoristas e de uma prisão feminina. Mas o seu grande desejo era tomar-se monge beneditino. Contudo, só em 1896 que lhe foi concedida licença para ingressar na Abadia de Maredsous, na diocese de "amor" (Bélgica). O seu noviciado entre monges mais jovens foi difícil, pois teve de mudar de costumes, cultura e língua, mas empregou um grande esforço na aprendizagem Já vida monástica e assim pôde emitir os votos solenes no dia 10 de Fevereiro de 1891.
A partir desse momento, viveu intensamente o espírito monástico beneditino e a sua influência espiritual atingiu sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, orientando-os para uma vivência deveras cristã, através dos seus escritos (<
Em 1909 é nomeado 3° Abade da abadia de Maredsous que constituía então uma comunidade de mais de 100 monges, com uma escola de humanismo, outra de Artes aplicadas e uma fama consolidada nas investigações e estudos sobre as origens da fé, sobretudo por meio da revista Revue Beneditina e outras publicações.
A grande prova do abade Marmion foi a primeira guerra mundial. A decisão de enviar os monges jovens para a Irlanda, para aí estarem seguros e poderem continuar a sua formação irá trazer-lhe grandes compromissos, viagens perigosas, preocupações e incompreensões entre as duas gerações de uma comunidade abalada e dividida pela guerra.
Quando faleceu, a 30 de Janeiro de 1923, vítima de uma epidemia de gripe. muitos dos seus contemporâneos o consideravam santo e mestre de vida espiritual e como tal continuou a ser considerado, sobretudo na preocupação de basear a fé nas suas fontes bíblicas e litúrgicas.
Foi beatificado no dia 3 de Setembro de 2000.

Fonte: Portal Católico