domingo, 26 de fevereiro de 2012

Qumran - Essenos

Qumran - Essenos

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)



O sábio e escritor romano Plínio o Ancião (23-79) descreveu os Essenos como uma "Raça solitária" que foi "singular entre todas as outras do mundo inteiro".

Eles eram na verdade muito especiais porque viviam em regime monástico - fenómeno até então desconhecido dos Judeus (e raramente visto em qualquer parte fora da Índia).

Era uma raça semelhante à dos Fariseus, mas muito mais radical; eles eram os mais místicos, os mais rigorosos e os mais reservados de todas as seitas judaicas antigas.

Embora este grupo ou raça nunca seja nomeado no Novo Testamento, os escolares têm-nos identificado, pelas suas práticas e pelas suas crenças, com um certo paralelismo com a primitiva Cristandade.

Este nome Essenos, pode significar piedosos (ou possivelmente os curandeiros ou médicos).

Depois da guerra da independência judaica de 167-165 a.C., os Essenos formaram a sua própria seita, porque não estavam de acordo com certas práticas e políticas dos Fariseus.

Chefiados por um "Professor de rectidão" - que os historiadores nunca conseguiram identificar - eles fundaram um certo número de comunidades monásticas, do género da do mosteiro de Qumran, no deserto do lado poente do Mar Morto.

Ao tempo de Cristo, os Essenos deviam ser cerca de 4.000, espalhados por toda a Palestina em enclaves comunitários e em piedade ascética.

Embora alguns Essenos se casassem para terem descendência, a seita era especialmente uma irmandade de homens celibatários.

A sua irmandade concentrava-se no desejo e na prática de se purificarem porque eles acreditavam que a vinda do Reino de Deus estava iminente.

Eles eram implacáveis nos seus mosteiros.

O seu dia começava com o nascer do sol e não diziam uma palavra senão depois das suas orações matinais.

Depois ocupavam o seu tempo com os seus trabalhos do campo, nos fornos de cerâmicas, nos teares, ou a copiar os textos secretos nas suas salas de estudo.

Cuidadosos estudos dos livros, especialmente das Escrituras, era a sua principal actividade, pelo que a sua vida se concentrava na interpretação da Lei de Moisés.

Tal como muitos cristãos primitivos, eles procuravam a interpretação dos livros proféticos, sobretudo os que tratavam de um futuro imediato.

A perspectiva dos Essenos sobre a história como predestinada por Deus, vem através de um dos rolos do Mar Morto : «Seguramente, todos os tempos estabelecidos por Deus, virão na devida altura, tal como Ele os planeou na Sua inescrutável sabedoria».

Os Essenos eram peritos em ervas medicinais e nos poderes ocultos das pedras preciosas, uma ciência que eles diziam que tinham aprendido em livros antigos.

A sua túnica branca significava que eles acreditavam que eram os verdadeiros sacerdotes de Israel, os verdadeiros "fiéis restantes" mencionados nas primitivas profecias, que haviam de sobreviver como as testemunhas do amanhecer de uma nova era.

No seu contexto cósmico eles consideravam-se como os "Filhos da Luz" numa guerra contra os "Filhos das trevas" chefiados por Satã.

A sua vida no mosteiro era limitada ao mínimo, numa propriedade comum, com banhos rituais, uma alimentação frugal ao meio dia e ao fim do dia.

Havia um conselho de 3 sacerdotes que presidiam a 3 famílias sacerdotais, e 12 leigos que representavam as 12 tribos de Israel, governadas pela comunidade sob regras rigorosas, particularmente no Sábado.

Quando os Essenos descansavam ao sábado, depois de uma semana de trabalho, comiam alimentos frios, preparados de antemão ou abstinham-se simplesmente, para não profanarem o dia santo de Deus.

A partilha do pão era considerada com um acto santo, tal como para os primeiros cristãos, uma espécie de Eucaristia.

E havia outras instituições similares.

O trabalho do responsável era como o dos primitivos bispos da Igreja cristã.

Tal como os primeiros cristãos, eles rejeitavam o sacrifício de animais e, como eles, falavam da sua doutrina como um "Caminho".

Os novos membros da comunidade eram sujeitos a determinadas provas em três etapas e depois eram iniciados num juramento de piedade para com Deus, honestidade para com os irmãos da comunidade e sigilo a respeito dos ensinamentos da comunidade, como por exemplo a doutrina esotérica sobre o nome dos anjos.

Os iniciados eram banhados em água corrente com um ritual semelhante ao de João Baptista quando baptizava no Jordão.

Alguns escolares têm feito especulações, dizendo que João Baptista viveu numa comunidade de Essenos durante um certo período da sua vida.

Acrescentam que ele também viveu uma vida ascética, nunca casou e pregava o arrependimento e a preparação para o Reino de Deus que já estava próximo.

A comunidade dos Essenos desapareceu cerca do ano 70, quando os exércitos romanos venceram os judeus insurrectos de que eles faziam parte.

Muitas centenas dos documentos da piedosa seita dos Essenos permaneceram escondidos num grupo de grutas perto de Qumran, onde estiveram ocultos por mais de 2.000 anos.

Um dia, em 1947, um pastor árabe, quando procurava um carneiro que se tinha perdido, ao atirar uma pedra para uma cova, sentiu que ela batia em peças de cerâmica ou olaria.

Foi assim que se descobriram os primeiros Rolos do Mar Morto.
Fonte: Exsurge Domini

Nenhum comentário:

Postar um comentário