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quinta-feira, 1 de março de 2012

A Graça Santificante

A Graça Santificante

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1996 . - A nosaa justificação vem da graça de Deus. A graça é o favor, o socorro gratuiito que Deus nos dá, a fim de respondermos ao seu chamamento para nos tornarmos filhos de Deus, filhos adoptivos, participantes da natureza divina, e da vida eterna.

Jesus, lembra-Te de mim quando entrares no Teu reino». Ele respondeu-lhe : «Em verdade te digo : Hoje estarás comigo no Paraíso».(Lc.23,42-43).

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Como definição simples, a Graça é o Dom da presença de Deus que nos ama e a transformação do homem n'Ele.

Deus está presente de maneira natural na pessoa que O reconhece na obra da Criação e o aceita como Senhor de tudo o que existe.

Mas pela Graça Deus torna-se presente na consciência humana de maneira especial.

Pela fé Ele é perceptível como o próprio Amor que oferece ao homem a participação na Sua própria vida, uma relação de amizade com Ele muito mais íntima do que tem o Criador com a Sua criatura, uma certa experiência de vida familiar com Deus.

Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1997. - A Graça é uma participação na vida de Deus, introduz-nos na intimidade da vida trinitária : pelo Baptismo, o cristão participa da graça de Cristo, Cabeça do seu Corpo; como «filho adoptivo», pode, a partir daí, chamar «Pai» a Deus, em união com seu Filho Unigénito; e recebe a vida do Espírito, que lhe infunde a caridade e forma a Igreja.

Deus define-se como o Amor e dá-se a conhecer pela Revelação nas Sagradas Escrituras.

No Antigo Testamento Deus revela-se, concedendo favores e prosperidade, aceitando os sacrifícios do Seu Povo, defendendo-o do seus inimigos, dando-lhe uma protecção especial e dando a conhecer a Sua vontade pelos Seus Mandamentos.

Deus perdoa também ao Seu Povo e diz quem é e estabelece a Sua Aliança com o Seu Povo para sempre.

No Novo Testamento a palavra Graça só aparece em S. João :

- "E nós vimos a Sua glória, glória que lhe vem do Pai, como Filho Único, cheio de Graça e de verdade". (Jo. 1,14).

Todavia a ideia de "Dom" ou de qualquer coisa que nos "será dado ou confiado", aparece constantemente no Novo Testamento :

- "O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos".(Mt.21,42).

- "Ele que não poupou o próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos dar também, com Ele, todas as coisas ?". (Rom.8,32).

Quando o homem responde à oferta do dom do Amor de Deus, entregando-se totalmente a Ele, transcende a sua antiga condição de pecador, recebe uma capacidade e um incentivo para crescer mais no amor, para partilhar a sua vida e a sua liberdade com Deus e torna-se uma imagem mais completa e perfeita do Homem-Deus, Jesus Cristo.

A Graça ou dom do Amor de Deus, não nos tira a nossa liberdade nem nos isenta da lei, mas torna-nos mais fiéis, tanto ao amor de Deus e do próximo como ao cumprimento da lei.

Também não nos livra do pecado, mas dá-nos uma força maior para lhe resistir porque não podem coexistir o amor a Deus e o pecado.

Estado de Graça
A Graça envolve a transformação da alma, a qual permanece e actua num novo nível interpessoal, conhecendo e amando a Deus e as outras pessoas n'Ele.

Chama-se a esta Graça, Graça Actual ou Graça Santificante, e qualifica a existência daquele que a possui.

A alma assim classificada, diz-se que está em Estado de Graça, e é este o estado exigido para se receber a Sagrada Comunhão.

Segundo a Tradição, o Estado de Graça pode perder-se, por um pecado grave ou sério, e voltar a adquirir-se pelo arrependimento e pela confissão sacramental.

Segundo a Escritura, o Baptismo torna a pessoa uma nova criatura, pelo renascimento e pela infusão do Espírito Santo.

Esta permanente, interior e eficaz comunicação e habitação do Espírito Santo, é a Graça Santificante.

Ela inunda toda a alma, a inteligência, a vontade e o coração.

Torna santos todos aqueles que possuem este dom, concedendo-lhes a participação na vida divina.

Esta Graça produz a conversão, a transformação de todas as predisposições de cada um.

O Concílio Vaticano II na Constituição Dogmática sobre a Santa Igreja, decreta :

- Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos Sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas "distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz" (l Cor.12,11), distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tomam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras : "a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum" (l Cor.12,7).Estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser recebidos com acção de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da Igreja.(LG 12).

Diz o Catecismo da Igreja Católica :

2000. - A Graça Santificante é um dom habitual, uma disposição estável e sobrenatural, que aperfeiçoa a alma, mesmo para a tornar capaz de viver com Deus e de agir por seu amor. Devemos distinguir a graça habitual, disposição permanente a viver agir segundo o apelo divino, e as graças actuais, que designam as intervenções divinas, quer na origem da conversão, quer no decurso da obra de santificação.

O Estado de Graça Santificante, é o estado exigido para se alcançar a Vida Eterna porque sem esta união a Deus cá na terra, não é possível a vida de união a Deus na Visão Beatífica.

Daí o cuidado em viver permanentemente na Graça de Deus, porque ninguém sabe o dia e a hora em que pode comparecer na presença de Deus e, uma morte súbita, sem preparação, sem o estado de graça, significa uma separação eterna !
Fonte: Exsurge Domini

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A Santidade Cristã

A Santidade Cristã

Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota

Diz o Catecismo da Igreja Católica :


2012 . – “Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam (...) Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho, para que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E aqueles que predestinou, também os chamou; e aqueles que chamou, também os justificou; e aqueles que justificou, também os glorificou”(Rom.8,28-30).

SANTIDADE

No seu significado próprio, a Santidade é a dedicação ou entrega a Deus e a participação na auto-comunicação da vida de Deus e nas acções salvíficas, isto é, no serviço de Deus.

Santidade é a auto-dedicação livre a Deus, de uma pessoa ou de uma comunidade.

Santidade, tal como foi exemplificada no jovem rico, envolve a separação ou abandono do mundo.

Esta dedicação a Deus inclui uma transformação moral, o serviço de Deus e a união com Ele, fazendo da vida da pessoa um acto de culto.

No Antigo Testamento Deus intitula-Se a Si mesmo de Santo :

- "Fala a toda a assembleia dos filhos de Israel e diz-lhes : sede santos, porque Eu sou santo. Eu o Senhor vosso Deus”.(Lv. 19/2).

No Novo Testamento fala-se da Santidade de Jesus :

- “Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino. (Act.3/14).

E S. Pedro diz dos Cristãos :

- Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido...(1 Pe.2/9).

Deus quer o bem de todos e todos os cristãos são chamados à santidade, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica :

2013. - "Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade" (LG40). Todos são chamados à santidade. "Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt.5/48).

Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as for­ças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo.

Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do Po­vo de Deus, como patentemente se manifesta na História da Igre­ja, com a vida de tantos santos. (LG 40).

Como título de honra, é usado só pelo Santo Padre a quem chamamos "Sua Santidade".

Com a marca da Igreja, além de Una, Católica e Apostólica ela é também Santa, como é confessado no Credo dos Apóstolos e no de Niceia.

A Santidade da Igreja provém da sua constituição como comunhão dos fiéis seus membros sob a direcção do próprio Cristo-Cabeça.

Na sua essência teológica a Igreja é a comunhão vital de Cristo e dos Seus membros, constituídos como Povo de Deus.

As formas institucionais da Igreja estão orientadas para a santidade.

A sua finalidade é procurar a santificação dos seus membros.

Na perspectiva católica a Igreja compreende todos os que são chamados à santidade e não apenas os que estão predestinados a ela.

A missão do Espírito Santo é a de santificar a Igreja com todos os seus membros, para que obtenham uma Vida de Santidade.

SANTIDADE DE VIDA

É a doutrina teológica segundo a qual a vida humana possui uma certa qualidade que a coloca mais perto de Deus e que a torna inviolável a qualquer ataque mortal directo enquanto inocente, como vítima de uma agressão deliberada e formal.

Esta doutrina foi primeiramente proposta por Pio XI em Casti connubii, provavelmente em resposta à terrível chacina da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-18), da Revolução Russa e Guerra Civil, e da decisão da Conferência de Lambeth de 1930 da Igreja Anglicana de aprovar a tolerância moral da contracepção.

Albert Schweitzer e outros Teólogos Protestantes daquela era afirmavam que se devia reverência a todo e qualquer ser vivo, mas Pio XI restringiu a noção de santidade de vida apenas à vida humana.

A santidade é propriamente atribuída à vida humana porque ela foi criada à Imagem de Deus e tem um destino a ser recriada pela graça à semelhança de Deus.

A santidade pode ser atribuída à vida humana porque só ela tem um fim último de directa participação na vida divina das três Pessoas da SS. Trindade.

A natureza espiritual da pessoa humana é derivada indirecta e remotamente da Natureza Divina, e isto dá uma superioridade à pessoa humana sobre todos os outros seres vivos e justifica a sua santidade.

Apenas os seres humanos estão destinados, através da graça, à participação na vida divina da Trindade, que a coloca numa posição diferente de todos os outros seres vivos.

Porque a pessoa humana está mais em intimidade com Deus do que qualquer outro ser vivo na terra, um ataque deliberado contra um inocente humano torna-se num ataque contra Deus..

Tal como um assalto a uma bandeira nacional é um assalto a uma nação, igualmente um ataque deliberado contra uma pessoa inocente, que é a Imagem de Deus, é um ataque remoto contra Deus.

O dever de todas as pessoas de evitarem tais acções, torna imoral a morte deliberada de um inocente, seja por que maneira for.
Fonte: Exsurge Domini

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Jesus é o Santo de Deus

Jesus é o Santo de Deus


A primeira leitura deste domingo apresenta uma série de normas inspiradas na revelação divina e que regulamentavam o culto, os sacrifícios, as festas, as instituições e a vida social e civil do povo de Deus do Antigo Testamento.
O trecho de hoje faz parte deste código e se destina à regulamentação da instituição e do serviço profético. A profecia é um dom de Deus, uma vocação e, consequentemente, um serviço aos demais irmãos. É Deus quem faz surgir os profetas para o seu povo.
O profeta sempre será um homem escolhido por Deus, tirado do meio dos irmãos, sem compromissos com ninguém e com nenhuma espécie de poder, para assim poder realizar plenamente a sua vocação, servindo exclusivamente a Deus seu Senhor e ao povo para o qual ele foi enviado. O profeta sempre foi uma espécie de mediador entre Deus e os homens.
Por não ter compromissos com ninguém além de Deus, o profeta fala abertamente, denunciando as injustiças, gritando contra a opressão dos pequenos, apontando as falsidades dos corações dos homens, chamando a atenção dos poderosos e convidando todos indistintamente para a conversão, mostrando-lhes a bondade e a misericórdia de Deus. Ele sempre foi uma pessoa incômoda para homens do seu tempo. Como aquilo que ele anuncia ou denuncia é sempre vindo de Deus e revela a sua vontade, ainda que não agrade, deve ser seguido e acolhido com carinho, pois Deus nos pedirá contas de tudo quanto os seus profetas nos anunciam em seu nome.
Ainda que estejamos acostumados a pensar que vocação profética é coisa do passado, temos que saber que pelo nosso batismo, todos nos tornamos participantes por direito e por dever da missão sacerdotal, real e profética do Cristo. Pela graça do Espírito Santo que nos foi derramada no batismo, todos fomos colocados em condição de ser estes mensageiros de Deus entre os homens. Todos estamos envolvidos nesta árdua missão e para cumpri-la com dignidade, precisamos ser homens e mulheres de Deus.
Não podemos nos comprometer com nenhuma pessoa ou com algum tipo de poder humano, mas permanecer livres de qualquer compromisso para podermos servir somente a Deus e o seu plano salvífico em favor dos homens filhos seus. Temos que ter consciência de que no exercício desta nossa participação na missão profética de Cristo, seremos amados por poucos e odiados por muitos. Seremos mal vistos, mal falados, maltratados e perseguidos. Nada poderá nos assustar ou diminuir a força do nosso testemunho, pois é muito mais seguro permanecer fiel a Deus, do que se comprometer com os homens e seus pecados. Devemos temer somente ao juízo divino que é eterno e absolutamente justo e não àquele dos homens, que é passageiro, limitado, leviano e muitas vezes, completamente injusto.
O Evangelho nos apresenta Jesus em pleno exercício de sua missão profética. Ele é o profeta por excelência, pois não somente anuncia, mas realiza o plano do Pai. Ele é o próprio Deus e tudo quanto anuncia, se realiza, pois com Ele chegou a plenitude dos tempos e o momento oportuno para a plena realização de todas as promessas de Deus em favor dos seus filhos.
Num dia de sábado, dia dedicado ao Senhor Deus, Jesus entra no templo e começa a ensinar. Ele não se limita a ler as escrituras como qualquer outro homem do seu povo, mas ensina, isto é, interpreta, aplica, dá vida à Palavra de Deus lida no templo, pois tudo o que era lido no templo sob forma de oração e que era apresentado ao povo sob a forma de promessa da parte de Deus, encontrava em Jesus a sua plena realização. Diversamente do que ensinavam os doutores da Lei, o ensinamento de Jesus era oferecido com autoridade e causava a admiração de todos os ouvintes. Jesus não se perdia nos infinitos detalhes que foram criados pelos doutores do templo, mas ensinava o povo a ver com profundidade o que era essencial na Lei, a vontade do Pai, garantia de vida e salvação para todos os filhos de Deus.
Tudo aquilo que Jesus anunciava era confirmado pelo Pai. Ele foi o único que em tudo e sempre cumpriu a vontade do Pai, por isto, tudo o que ele anunciava se cumpria. Aquilo que Jesus anunciava era tão verdadeiro e de acordo com o desejo do Pai, que até mesmo o demônio, maior inimigo dos filhos de Deus e do seu Reino, lhe obedecia e ficava completamente impotente.
Deste modo de fazer de Jesus, podemos tirar algumas conclusões práticas para a nossa vida de filhos: Jesus já venceu o demônio e todo o mal. Aqueles que são seus, também caminham para isto e um dia, todos terão vencido o demônio, o mal e todas as suas conseqüências. Porém, enquanto estamos no caminho desta vida, seremos sempre tentados pelo demônio que nos quer ver longe do cumprimento da vontade de Deus. As vezes até caímos em suas ciladas, mas temos modos para nos livrarmos delas, como nos ensina Jesus hoje. O caminho mais seguro é escutar a sua Palavra salvífica, seguir o seu Evangelho e, seguindo o seu exemplo, permanecermos fiéis ao Pai em tudo até o fim. No coração de todo aquele que guarda as palavras de Jesus e procura fazer a vontade do Pai, não sobra espaço para a ação do demônio. Com a chegada de Jesus entre nós, chegou-nos a salvação e o mal não tem mais poder sobre os filhos de Deus. Basta que enchamos nossas vidas de Deus, das suas palavras e nenhum mal nos acontecerá.
Finalmente, o evangelho de hoje nos traz um forte questionamento a respeito do testemunho que damos da nossa fé em Jesus. O espírito mal que havia possuído aquele homem, reconhece e proclama publicamente que Jesus é o Santo de Deus, o Messias esperado e enviado por Deus. Ao contrário, nós que somos os filhos de Deus e que tudo recebemos Dele, somos acomodados, medrosos e muito fracos no nosso testemunho de Jesus e do seu evangelho. Portanto, hoje devemos nos perguntar com toda sinceridade: o que há em nossos corações que muitas vezes nos faz tão frios e duros, diante de um Deus que é tão bom e misericordioso para conosco? A nossa participação na missão profética do Cristo exige que sejamos anunciadores e incansáveis testemunhas da pessoa e da obra de Jesus, pois Nele realizou-se tudo o que o Pai havia prometido ao longo dos tempos, em favor dos homens, filhos seus.
Fonte: Encontro com o Bispo

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Santos de carne e osso

Santos de carne e osso
O verdadeiro santo foge das condecorações e elogios

Há muitos santos modernos agindo em nome de Deus e vivendo uma caridade séria, não fingida, sem caricatura e sem teatralidade. Não parecem santos, mas o são. Guardaram-se para seu Criador, aceitam Jesus, vivem para sua família, para o grande amor de suas vidas, são fiéis à verdade, aos amigos, à palavra dada, e ao seu batismo.

Não têm nem cara nem trejeitos de santos, mas estabeleceram um projeto de vida e o constroem tijolo por tijolo, ato por ato, coerência por coerência. Muitas pessoas nem percebem que eles são santos, porque são gente de carne e osso como nós. Mas uma análise do que fazem pelos outros, da sua humildade, da sua fé e da sua serenidade aponta para mais um dos santos que Jesus formou.

Diferente é o santo fingido. Ele decidiu que gostaria de ser visto como santo pela projeção social, como no tempo de Jeremias, 650 anos antes de Jesus e no tempo do próprio Jesus, quando posar de santo e de profeta dava lucro e angariava louvores e primeiros lugares. Então muita gente fingia jejuar e orar ostentado uma santidade que não tinha. E havia os que garantiam que Deus falava com eles e que eles sabiam levar a Deus [aos demais]. Ganhavam seu sustento com sua cara de santos. Isaías, Jeremias, Jesus e os apóstolos alertaram sobre eles.

Mas como muita gente adora uma novela e não dispensa um teatro, sempre haverá quem despreze o santo sereno que não dá espetáculo e corra atrás do que grita, chora, esperneia, garante visões, revelações quentíssimas, curas e milagres em local dia e hora marcados. Trocam a verdade, a simplicidade e a honestidade do santo que não faz marketing pelo "pseudossanto" que dá espetáculo, cura dramaticamente, entrevista o demônio ao microfone e transforma a fé em espetáculo.

Até que ponto isso é válido? Que santidade é essa em que não só a mão esquerda sabe o que faz a direita como também câmeras e microfones veiculam aquilo para todo o mundo? O mesmo Jesus que disse para anunciar a verdade por sobre os telhados e que nossa luz brilhasse, teve o cuidado de mandar que orássemos de portas trancadas e que não fizéssemos alarde da nossa caridade e dos nossos carismas. Ele mesmo pedia que os beneficiados por Ele não espalhassem a notícia.

Jesus, que é santo de verdade e nunca fingia poder ou santidade, e que nos pediu que seguíssemos Seu exemplo a ponto de, elogiados e incensados, dizermos que não fizemos mais do que nossa obrigação e que não buscássemos os primeiros lugares, este mesmo Jesus concordaria com o que se vê na mídia religiosa de hoje?

Uma coisa é ser santo sem caricatura, sem cabeça torta, sem chorar orando e dando murros no chão, sem dramaticidade televisiva, com atos de justiça que só Deus vê porque aquele cristão não divulga o bem que faz. Outra coisa é buscar os holofotes e desabridamente, sem nenhum escrúpulo, chamar a atenção para si mesmo, para sua obra e garantir que Deus quer que ele ou ela apareçam para Sua maior honra e glória. Pior ainda: ganhar dinheiro grosso em cima dessa exibição de santidade. Cristo condenou e criticou os fariseus que assim agiam.

Santo que é santo não finge que o é. É discreto. Faz o que deve fazer e foge do incenso, das condecorações e dos elogios. Há santos de verdade ao nosso redor e há caricaturas de santos vendendo e ostentando uma fé que aponta mais para si mesmos do que para Jesus, cujo nome usam com estardalhaço.

Você que crê na Bíblia terá que escolher a quem seguir. Aos que dão a entender que são os novos santos ou os que nada dizem; simplesmente vivem a Palavra e a praticam.

Se você é dos que dizem que ainda não estão convertidos, mas que estão se convertendo, merecerá mais crédito do que os que garantem que Jesus os salvou e que eles sabem o caminho. Em termos de fé quem segue procurando está mais perto do que aquele que diz ter achado e agora aponta para si mesmo como exemplo do que Deus faz por um pecador. Eu prefiro o santo que aponta para os outros convertidos e santos e não fala nada sobre si mesmo, exceto que precisa de preces para ser mais de Cristo.

Desconfiemos de santos que gostam de medalhas, condecorações, incensos e elogios. Apostemos em que só os aceita por obediência.

Pe. José Fernandes de Oliveira - Pe. Zezinho, scj

Fonte: Canção Nova