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domingo, 1 de abril de 2012
Retiro missionário reúne 1,3 mil pessoas na diocese paranaense de Umuarama
Retiro missionário reúne 1,3 mil pessoas na diocese paranaense de Umuarama
Umuarama (Quinta-Feira, 29/03/2012, Gaudium Press) A Diocese de Umuarama, no Estado do Paraná, promoveu nos dias 24 e 25 deste mês, o 2º Retiro Missionário Diocesano, com a presença do animador das Santas Missões Populares, padre Luis Mosconi de Belém, no Pará, que coordena encontros missionários por todo o Brasil e América Latina. O evento abordou o tema: "Convicção no segmento a Jesus Cristo".
De acordo com a assessoria de comunicação diocesana, o retiro contou com a participação de aproximadamente 1,3 mil pessoas, que estavam representando as 42 paróquias de Umuarama. Padre Mosconi, aprofundou a temática proposta no Evangelho do ano litúrgico, o Evangelho Segundo Marcos, e trabalhou ainda o conteúdo do processo das Santas Missões Populares, destacando as etapas e os blocos de atividades abordados em seu livro "Uma experiência de evangelização voltada para o povo".
O encerramento do encontro aconteceu com a celebração da Santa Missa, presidida pelo bispo diocesano, dom João Mamede Filho, que incentivou todos a se deixarem seduzir pelo Cristo, e se disporem com determinação às Santas Missões Populares. Ao final da celebração, os missionários foram enviados para que assumam com convicção as atividades missionárias em suas paróquias, em preparação aos Retiros Missionários Paroquiais.
Com a finalidade de capacitar os missionários das equipes paroquiais da diocese de Umuarama, a fim de que sejam multiplicadores da proposta e experiência nas comunidades da região, o retiro missionário contou com a presença e participação de padres, diáconos, religiosos, religiosas, do Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora, padre Wilson Alexandre Pintenho, do Vigário Geral da diocese, Assessor das CEBs e Assessor do Projeto Ame, padre Edivaldo Lopes Farias.
Santas Missões Populares
As Santas Missões Populares são uma sacudida especial, pois com o com o passar do tempo, nossa vida pessoal pode se tornar bastante rotineira, repetida, acomodada, sem asas, sem convicções profundas, amarrada e cansada. Corremos o perigo de jogar no lixo o dom precioso da vida. Nossas comunidades cristãs também correm perigo: tudo repetido, sem novidade, meio apagado, sem ardor missionário.
As SMPs são ainda um tempo especial de evangelização intensiva e extensiva, com iniciativas e prazos marcados. O testemunho e o anuncio do Evangelho de Jesus vão estar em primeiro lugar. É também um grande retiro espiritual popular, que tem a ver com o sentido da vida, um retiro que irá marcar o tempo que virá depois, sem com isso desconhecer o positivo que havia antes, além de ser um tempo especial para cultivar entre nós relações pessoais, bem sinceras, verdadeiras e solidárias.
Fonte: Gaudium Press
quinta-feira, 29 de março de 2012
Papa se comove em encontro com Missionárias de Madre Teresa
Papa se comove em encontro com Missionárias de Madre Teresa
Havana (Quarta-feira, 28-03-2012, Gaudium Press) Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em entrevista coletiva de imprensa, comentou acontecimentos do segundo dia do Papa Bento XVI em Cuba.
Segundo Padre Lombardi, mesmo sem discursos públicos previstos, o dia de Bento XVI foi intenso.
Bento XVI visitando missionárias de
Madre Teresa de Calcutá
Houve, porém, um momento que deverá permanecer na memória dos cubanos muito especialmente: o Santo Padre rezando no Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre.
Para o sacerdote jesuíta, "Este foi o momento central, a razão de sua viagem".
Outro momento desse dia comoveu, desta vez, o próprio Papa. Foi o encontro que Bento XVI teve no Seminário São Basílio Magno, em Santiago de Cuba, com cerca de 10 missionárias de Madre Teresa de Calcutá.
Quando estas freiras se consagram à vida religiosa, elas recebem a incumbência de, diariamente, rezar por um sacerdote. E entre as religiosas que estiveram com o Papa nesse encontro estava uma freira indiana que há 20 anos reza por ele, ainda desde a época em que o Pontífice ainda era apenas o Card. Ratzinger.
"O Papa estava comovido por encontrar essa pessoa que reza por ele", afirmou o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano.
Padre Lombardi ressaltou a importância do encontro pessoal entre o Santo Padre e Raul Castro: um momento cordial e sereno. A situação do povo cubano e as expectativas da Igreja para continuar sua missão foram os temas. O encontro durou cerca de 40 minutos e nele foi feito um pedido especial a Castro: a possibilidade do reconhecimento por parte do governo da Sexta-feira Santa como feriado - assim como, 14 anos atrás, João Paulo II fez o mesmo pedido em relação ao dia do Natal, e foi atendido. Pe. Lombardi não tinha detalhes a respeito das "temáticas de caráter humanitário" debatidas no encontro.
Ao fazer uma avaliação deste segundo dia do Papa em Cuba, Padre Lombardi declarou que tudo transcorreu "muito positivamente". (JSG)
Fonte: Gaudium Press
Havana (Quarta-feira, 28-03-2012, Gaudium Press) Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em entrevista coletiva de imprensa, comentou acontecimentos do segundo dia do Papa Bento XVI em Cuba.
Segundo Padre Lombardi, mesmo sem discursos públicos previstos, o dia de Bento XVI foi intenso.
Bento XVI visitando missionárias de
Madre Teresa de Calcutá
Houve, porém, um momento que deverá permanecer na memória dos cubanos muito especialmente: o Santo Padre rezando no Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre.
Para o sacerdote jesuíta, "Este foi o momento central, a razão de sua viagem".
Outro momento desse dia comoveu, desta vez, o próprio Papa. Foi o encontro que Bento XVI teve no Seminário São Basílio Magno, em Santiago de Cuba, com cerca de 10 missionárias de Madre Teresa de Calcutá.
Quando estas freiras se consagram à vida religiosa, elas recebem a incumbência de, diariamente, rezar por um sacerdote. E entre as religiosas que estiveram com o Papa nesse encontro estava uma freira indiana que há 20 anos reza por ele, ainda desde a época em que o Pontífice ainda era apenas o Card. Ratzinger.
"O Papa estava comovido por encontrar essa pessoa que reza por ele", afirmou o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano.
Padre Lombardi ressaltou a importância do encontro pessoal entre o Santo Padre e Raul Castro: um momento cordial e sereno. A situação do povo cubano e as expectativas da Igreja para continuar sua missão foram os temas. O encontro durou cerca de 40 minutos e nele foi feito um pedido especial a Castro: a possibilidade do reconhecimento por parte do governo da Sexta-feira Santa como feriado - assim como, 14 anos atrás, João Paulo II fez o mesmo pedido em relação ao dia do Natal, e foi atendido. Pe. Lombardi não tinha detalhes a respeito das "temáticas de caráter humanitário" debatidas no encontro.
Ao fazer uma avaliação deste segundo dia do Papa em Cuba, Padre Lombardi declarou que tudo transcorreu "muito positivamente". (JSG)
Fonte: Gaudium Press
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Servos e apóstolos de Jesus Cristo
Servos e apóstolos de Jesus Cristo
Por ocasião do Dia Missionário Mundial, gostaria de vos convidar a refletir acerca da urgência que subsiste em anunciar o Evangelho inclusivamente nesta nossa época. O mandato missionário continua a constituir uma prioridade absoluta para todos os batizados, chamados a ser "servos e apóstolos de Jesus Cristo" neste início de milênio. O meu venerado predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, já afirmava na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, que "evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade" (n. 14). Como modelo deste compromisso apostólico, apraz-me indicar particularmente São Paulo, o Apóstolo das nações, uma vez que no corrente ano celebramos um Jubileu especial a ele dedicado. Trata-se do Ano Paulino, que nos oferece a oportunidade de familiarizar com este insigne Apóstolo, que recebeu a vocação de proclamar o Evangelho aos gentios, em conformidade com quanto o Senhor lhe tinha prenunciado: "Vai! É para longe, é para junto dos pagãos que Eu te hei de enviar" (At 22, 21). Como deixar de aproveitar a oportunidade oferecida por este Jubileu especial às Igrejas locais, às comunidades cristãs e a cada um dos fiéis separadamente, para propagar até aos extremos confins do mundo "o anúncio do Evangelho, força de Deus para a salvação de todo aquele que acredita" (cf. Rm 1, 16)?
1. A humanidade tem necessidade de libertação
A humanidade tem necessidade de ser libertada e redimida. A própria criação – afirma São Paulo – sofre e nutre a esperança de entrar na liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19-22). Essas palavras são verdadeiras também no mundo de hoje. A criação sofre. A humanidade sofre e espera a verdadeira liberdade, aguarda um mundo diferente, melhor; espera a "redenção". E, em última análise, sabe que este novo mundo esperado supõe um homem novo, supõe "filhos de Deus". Vejamos mais de perto a situação do mundo de hoje. Se, por um lado, o panorama internacional apresenta perspectivas de um desenvolvimento econômico e social promissor, por outro, chama a nossa atenção para algumas graves preocupações no que diz respeito ao próprio porvir do homem. Em não poucos casos, a violência caracteriza os relacionamentos entre os indivíduos e os povos; a pobreza oprime milhões de habitantes; as discriminações e às vezes até as perseguições por motivos raciais, culturais e religiosos impelem numerosas pessoas a escapar dos seus países para procurar refúgio e salvaguarda alhures; quando não tem como finalidade a dignidade e o bem do homem, quando não tem em vista um desenvolvimento solidário, o progresso tecnológico perde a sua potencialidade de fator de esperança e, ao contrário, corre o risco de agravar os desequilíbrios e as injustiças já existentes. Além disso, há uma ameaça constante no que se refere à relação homem-meio ambiente, devido ao uso indiscriminado dos recursos, com repercussões sobre a própria saúde física e mental do ser humano. Depois, o futuro do homem é posto em risco pelos atentados contra a sua vida, atentados estes que adquirem várias formas e modalidades.
Diante desse cenário, "sentimos o peso da inquietação, agitados entre a esperança e a angústia" (Constituição Gaudium et spes, 4) e, preocupados, interrogamo-nos: o que será da humanidade e da criação? Existe esperança para o futuro, ou melhor, há um futuro para a humanidade? E como será este futuro? A resposta a essas interrogações provém-nos do Evangelho. Cristo é o nosso futuro e, como escrevi na Carta Encíclica Spe salvi, o seu Evangelho é a comunicação que "transforma a vida", incute a esperança, abre de par em par as portas obscuras do tempo e ilumina o porvir da humanidade e do universo (cf. n. 2). São Paulo compreendeu bem que somente em Cristo a humanidade pode encontrar a redenção e a esperança. Por isso, sentia impelente e urgente a missão de "anunciar a promessa da vida em Jesus Cristo" (2 Tm 1, 1), "nossa esperança" (1 Tm 1, 1), a fim de que todos os povos possam participar na mesma herança e tornar-se partícipes da promessa por meio do Evangelho (cf. Ef 3, 6). Ele estava consciente de que, desprovida de Cristo, a humanidade permanece "sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2, 12), sem esperança porque sem Deus" (Spe salvi, 3). Com efeito, "quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande esperança que sustenta toda a vida (cf. Ef 2, 12)" (Ibid., n. 27).
2. A missão é uma questão de amor
Por conseguinte, anunciar Cristo e a sua mensagem salvífica constitui um dever premente para todos. "Ai de mim – afirmava São Paulo – se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Cor 9, 16). No caminho de Damasco, ele tinha experimentado e compreendido que a redenção e a missão são obra de Deus e do seu amor. O amor de Cristo levou-o a percorrer os caminhos do Império Romano como arauto, apóstolo, anunciador e mestre do Evangelho, do qual se proclamava "embaixador aprisionado" (Ef 6, 20). A caridade divina tornou-o "tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo" (1 Cor 9, 22).
Considerando a experiência de São Paulo, compreendemos que a atividade missionária é a resposta ao amor com que Deus nos ama. O seu amor redime-nos e impele-nos rumo à “missio ad gentes”; é a energia espiritual capaz de fazer crescer na família humana a harmonia, a justiça, a comunhão entre as pessoas, as raças e os povos, à qual todos aspiram (cf. Carta Encíclica Deus caritas est, 12). Portanto é Deus, que é amor, quem conduz a Igreja rumo às fronteiras da humanidade e quem chama os evangelizadores a beberem "da fonte primeira e originária que é Jesus Cristo, de cujo Coração trespassado brota o amor de Deus" (Deus caritas est, 7). Somente deste manancial se podem haurir a atenção, a ternura, a compaixão, o acolhimento, a disponibilidade e o interesse pelos problemas das pessoas, assim como aquelas outras virtudes necessárias para que os mensageiros do Evangelho deixem tudo e se dediquem completa e incondicionalmente a difundir no mundo o perfume da caridade de Cristo.
3. Evangelizar sempre
Enquanto a primeira evangelização em não poucas regiões do mundo permanece necessária e urgente, a escassez de clero e a falta de vocações afligem hoje várias dioceses e institutos de vida consagrada. É importante reiterar que, mesmo na presença de dificuldades crescentes, o mandato de Cristo de evangelizar todos os povos permanece uma prioridade. Nenhuma razão pode justificar uma sua diminuição ou uma sua interrupção, dado que "a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja" (Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 14). Esta missão "ainda está no começo e devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço" (João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris missio, 1). Como deixar de pensar aqui no macedônio que, tendo aparecido em sonho a Paulo, clamava: "Vem à Macedônia e ajuda-nos"? Hoje são inúmeros aqueles que esperam o anúncio do Evangelho, aqueles que se sentem sequiosos de esperança e de amor. Quantos se deixam interpelar profundamente por este pedido de ajuda que se eleva da humanidade, abandonam tudo por Cristo e transmitem aos homens a fé e o amor por Ele! (cf. Spe salvi, 8).
4. "Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Cor 9, 16)
Caros irmãos e irmãs, "duc in altum"! Façamo-nos ao largo no vasto mar do mundo e, aceitando o convite de Jesus, lancemos as redes sem temor, confiantes na sua ajuda constante. São Paulo recorda-nos que anunciar o Evangelho não é um título de glória (cf. 1 Cor 9, 16), mas uma tarefa e uma alegria. Estimados irmãos bispos, seguindo o exemplo de Paulo, cada um se sinta "prisioneiro de Cristo em favor dos pagãos" (Ef 3, 1), consciente de que nas dificuldades e nas provações pode contar com a força que dele nos provém. O bispo é consagrado não apenas para a sua diocese, mas para a salvação do mundo inteiro (cf. Carta Encíclica Redemptoris missio, 63). Como o Apóstolo Paulo, ele é chamado a ir ao encontro daqueles que estão distantes, dos que ainda não conhecem Cristo, ou que ainda não experimentaram o seu amor libertador; o seu compromisso consiste em tornar missionária toda a comunidade diocesana, contribuindo de bom grado, em conformidade com as possibilidades, para destinar presbíteros e leigos a outras Igrejas, para o serviço da evangelização. Assim, a “missio ad gentes” torna-se o princípio unificador e convergente de toda a sua atividade pastoral e caritativa.
Vós, queridos presbíteros, primeiros colaboradores dos bispos, sede pastores generosos e evangelizadores entusiastas! Não poucos de vós, ao longo destas décadas, partiram para os territórios de missão, a seguir a Carta Encíclica Fidei donum, cujo 50º aniversário há pouco comemoramos, e com a qual o meu venerado predecessor o Servo de Deus Pio XII deu impulso à cooperação entre as Igrejas. Formulo votos a fim de que não definhe esta tenção missionária nas Igrejas locais, apesar da escassez de clero que aflige não poucas delas.
E vós, amados religiosos e religiosas, caracterizados por vocação por uma forte conotação missionária, levai o anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos que estão distantes, mediante um testemunho coerente de Cristo e um seguimento radical do seu Evangelho.
Todos vós, prezados fiéis leigos que trabalhais nos diversos âmbitos da sociedade, sois chamados a participar na difusão do Evangelho de maneira cada vez mais relevante. Assim, abre-se diante de vós um areópago complexo e multifacetado a ser evangelizado: o mundo. Dai testemunho com a vossa própria vida, do fato de que os cristãos "pertencem a uma sociedade nova, rumo à qual caminham e que, na sua peregrinação, é antecipada" (Spe salvi, 4).
5. Conclusão
Caros irmãos e irmãs, a celebração do Dia Mundial das Missões encoraje todos vós a tomar uma renovada consciência da urgente necessidade de anunciar o Evangelho. Não posso deixar de relevar com profundo apreço a contribuição das Pontifícias Obras Missionárias para a ação evangelizadora da Igreja. Agradeço-lhes o apoio que oferecem a todas as comunidades, de maneira especial às mais jovens. Elas constituem um válido instrumento para animar e formar missionariamente o Povo de Deus e alimentam a comunhão de pessoas e de bens entre os vários membros do Corpo Místico de Cristo. A coleta que, no Dia Mundial das Missões, realiza-se em todas as paróquias, seja um sinal de comunhão e de solicitude recíproca entre as Igrejas.
Enfim, que no povo cristão se intensifique cada vez mais a oração, meio espiritual indispensável para difundir no meio de todos os povos a luz de Cristo, "a luz por antonomásia" que resplandece sobre "as trevas da história" (Spe salvi, 49). Enquanto confio ao Senhor a obra apostólica dos missionários, das Igrejas espalhadas pelo mundo e dos fiéis comprometidos em várias atividades missionárias, invocando a intercessão do Apóstolo Paulo e de Maria Santíssima, arca da aliança viva, estrela da evangelização e da esperança, concedo a todos a bênção apostólica.
Autor: Papa Bento XVI
Fonte: Catequisar
Por ocasião do Dia Missionário Mundial, gostaria de vos convidar a refletir acerca da urgência que subsiste em anunciar o Evangelho inclusivamente nesta nossa época. O mandato missionário continua a constituir uma prioridade absoluta para todos os batizados, chamados a ser "servos e apóstolos de Jesus Cristo" neste início de milênio. O meu venerado predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, já afirmava na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, que "evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade" (n. 14). Como modelo deste compromisso apostólico, apraz-me indicar particularmente São Paulo, o Apóstolo das nações, uma vez que no corrente ano celebramos um Jubileu especial a ele dedicado. Trata-se do Ano Paulino, que nos oferece a oportunidade de familiarizar com este insigne Apóstolo, que recebeu a vocação de proclamar o Evangelho aos gentios, em conformidade com quanto o Senhor lhe tinha prenunciado: "Vai! É para longe, é para junto dos pagãos que Eu te hei de enviar" (At 22, 21). Como deixar de aproveitar a oportunidade oferecida por este Jubileu especial às Igrejas locais, às comunidades cristãs e a cada um dos fiéis separadamente, para propagar até aos extremos confins do mundo "o anúncio do Evangelho, força de Deus para a salvação de todo aquele que acredita" (cf. Rm 1, 16)?
1. A humanidade tem necessidade de libertação
A humanidade tem necessidade de ser libertada e redimida. A própria criação – afirma São Paulo – sofre e nutre a esperança de entrar na liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19-22). Essas palavras são verdadeiras também no mundo de hoje. A criação sofre. A humanidade sofre e espera a verdadeira liberdade, aguarda um mundo diferente, melhor; espera a "redenção". E, em última análise, sabe que este novo mundo esperado supõe um homem novo, supõe "filhos de Deus". Vejamos mais de perto a situação do mundo de hoje. Se, por um lado, o panorama internacional apresenta perspectivas de um desenvolvimento econômico e social promissor, por outro, chama a nossa atenção para algumas graves preocupações no que diz respeito ao próprio porvir do homem. Em não poucos casos, a violência caracteriza os relacionamentos entre os indivíduos e os povos; a pobreza oprime milhões de habitantes; as discriminações e às vezes até as perseguições por motivos raciais, culturais e religiosos impelem numerosas pessoas a escapar dos seus países para procurar refúgio e salvaguarda alhures; quando não tem como finalidade a dignidade e o bem do homem, quando não tem em vista um desenvolvimento solidário, o progresso tecnológico perde a sua potencialidade de fator de esperança e, ao contrário, corre o risco de agravar os desequilíbrios e as injustiças já existentes. Além disso, há uma ameaça constante no que se refere à relação homem-meio ambiente, devido ao uso indiscriminado dos recursos, com repercussões sobre a própria saúde física e mental do ser humano. Depois, o futuro do homem é posto em risco pelos atentados contra a sua vida, atentados estes que adquirem várias formas e modalidades.
Diante desse cenário, "sentimos o peso da inquietação, agitados entre a esperança e a angústia" (Constituição Gaudium et spes, 4) e, preocupados, interrogamo-nos: o que será da humanidade e da criação? Existe esperança para o futuro, ou melhor, há um futuro para a humanidade? E como será este futuro? A resposta a essas interrogações provém-nos do Evangelho. Cristo é o nosso futuro e, como escrevi na Carta Encíclica Spe salvi, o seu Evangelho é a comunicação que "transforma a vida", incute a esperança, abre de par em par as portas obscuras do tempo e ilumina o porvir da humanidade e do universo (cf. n. 2). São Paulo compreendeu bem que somente em Cristo a humanidade pode encontrar a redenção e a esperança. Por isso, sentia impelente e urgente a missão de "anunciar a promessa da vida em Jesus Cristo" (2 Tm 1, 1), "nossa esperança" (1 Tm 1, 1), a fim de que todos os povos possam participar na mesma herança e tornar-se partícipes da promessa por meio do Evangelho (cf. Ef 3, 6). Ele estava consciente de que, desprovida de Cristo, a humanidade permanece "sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2, 12), sem esperança porque sem Deus" (Spe salvi, 3). Com efeito, "quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande esperança que sustenta toda a vida (cf. Ef 2, 12)" (Ibid., n. 27).
2. A missão é uma questão de amor
Por conseguinte, anunciar Cristo e a sua mensagem salvífica constitui um dever premente para todos. "Ai de mim – afirmava São Paulo – se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Cor 9, 16). No caminho de Damasco, ele tinha experimentado e compreendido que a redenção e a missão são obra de Deus e do seu amor. O amor de Cristo levou-o a percorrer os caminhos do Império Romano como arauto, apóstolo, anunciador e mestre do Evangelho, do qual se proclamava "embaixador aprisionado" (Ef 6, 20). A caridade divina tornou-o "tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo" (1 Cor 9, 22).
Considerando a experiência de São Paulo, compreendemos que a atividade missionária é a resposta ao amor com que Deus nos ama. O seu amor redime-nos e impele-nos rumo à “missio ad gentes”; é a energia espiritual capaz de fazer crescer na família humana a harmonia, a justiça, a comunhão entre as pessoas, as raças e os povos, à qual todos aspiram (cf. Carta Encíclica Deus caritas est, 12). Portanto é Deus, que é amor, quem conduz a Igreja rumo às fronteiras da humanidade e quem chama os evangelizadores a beberem "da fonte primeira e originária que é Jesus Cristo, de cujo Coração trespassado brota o amor de Deus" (Deus caritas est, 7). Somente deste manancial se podem haurir a atenção, a ternura, a compaixão, o acolhimento, a disponibilidade e o interesse pelos problemas das pessoas, assim como aquelas outras virtudes necessárias para que os mensageiros do Evangelho deixem tudo e se dediquem completa e incondicionalmente a difundir no mundo o perfume da caridade de Cristo.
3. Evangelizar sempre
Enquanto a primeira evangelização em não poucas regiões do mundo permanece necessária e urgente, a escassez de clero e a falta de vocações afligem hoje várias dioceses e institutos de vida consagrada. É importante reiterar que, mesmo na presença de dificuldades crescentes, o mandato de Cristo de evangelizar todos os povos permanece uma prioridade. Nenhuma razão pode justificar uma sua diminuição ou uma sua interrupção, dado que "a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja" (Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 14). Esta missão "ainda está no começo e devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço" (João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris missio, 1). Como deixar de pensar aqui no macedônio que, tendo aparecido em sonho a Paulo, clamava: "Vem à Macedônia e ajuda-nos"? Hoje são inúmeros aqueles que esperam o anúncio do Evangelho, aqueles que se sentem sequiosos de esperança e de amor. Quantos se deixam interpelar profundamente por este pedido de ajuda que se eleva da humanidade, abandonam tudo por Cristo e transmitem aos homens a fé e o amor por Ele! (cf. Spe salvi, 8).
4. "Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!" (1 Cor 9, 16)
Caros irmãos e irmãs, "duc in altum"! Façamo-nos ao largo no vasto mar do mundo e, aceitando o convite de Jesus, lancemos as redes sem temor, confiantes na sua ajuda constante. São Paulo recorda-nos que anunciar o Evangelho não é um título de glória (cf. 1 Cor 9, 16), mas uma tarefa e uma alegria. Estimados irmãos bispos, seguindo o exemplo de Paulo, cada um se sinta "prisioneiro de Cristo em favor dos pagãos" (Ef 3, 1), consciente de que nas dificuldades e nas provações pode contar com a força que dele nos provém. O bispo é consagrado não apenas para a sua diocese, mas para a salvação do mundo inteiro (cf. Carta Encíclica Redemptoris missio, 63). Como o Apóstolo Paulo, ele é chamado a ir ao encontro daqueles que estão distantes, dos que ainda não conhecem Cristo, ou que ainda não experimentaram o seu amor libertador; o seu compromisso consiste em tornar missionária toda a comunidade diocesana, contribuindo de bom grado, em conformidade com as possibilidades, para destinar presbíteros e leigos a outras Igrejas, para o serviço da evangelização. Assim, a “missio ad gentes” torna-se o princípio unificador e convergente de toda a sua atividade pastoral e caritativa.
Vós, queridos presbíteros, primeiros colaboradores dos bispos, sede pastores generosos e evangelizadores entusiastas! Não poucos de vós, ao longo destas décadas, partiram para os territórios de missão, a seguir a Carta Encíclica Fidei donum, cujo 50º aniversário há pouco comemoramos, e com a qual o meu venerado predecessor o Servo de Deus Pio XII deu impulso à cooperação entre as Igrejas. Formulo votos a fim de que não definhe esta tenção missionária nas Igrejas locais, apesar da escassez de clero que aflige não poucas delas.
E vós, amados religiosos e religiosas, caracterizados por vocação por uma forte conotação missionária, levai o anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos que estão distantes, mediante um testemunho coerente de Cristo e um seguimento radical do seu Evangelho.
Todos vós, prezados fiéis leigos que trabalhais nos diversos âmbitos da sociedade, sois chamados a participar na difusão do Evangelho de maneira cada vez mais relevante. Assim, abre-se diante de vós um areópago complexo e multifacetado a ser evangelizado: o mundo. Dai testemunho com a vossa própria vida, do fato de que os cristãos "pertencem a uma sociedade nova, rumo à qual caminham e que, na sua peregrinação, é antecipada" (Spe salvi, 4).
5. Conclusão
Caros irmãos e irmãs, a celebração do Dia Mundial das Missões encoraje todos vós a tomar uma renovada consciência da urgente necessidade de anunciar o Evangelho. Não posso deixar de relevar com profundo apreço a contribuição das Pontifícias Obras Missionárias para a ação evangelizadora da Igreja. Agradeço-lhes o apoio que oferecem a todas as comunidades, de maneira especial às mais jovens. Elas constituem um válido instrumento para animar e formar missionariamente o Povo de Deus e alimentam a comunhão de pessoas e de bens entre os vários membros do Corpo Místico de Cristo. A coleta que, no Dia Mundial das Missões, realiza-se em todas as paróquias, seja um sinal de comunhão e de solicitude recíproca entre as Igrejas.
Enfim, que no povo cristão se intensifique cada vez mais a oração, meio espiritual indispensável para difundir no meio de todos os povos a luz de Cristo, "a luz por antonomásia" que resplandece sobre "as trevas da história" (Spe salvi, 49). Enquanto confio ao Senhor a obra apostólica dos missionários, das Igrejas espalhadas pelo mundo e dos fiéis comprometidos em várias atividades missionárias, invocando a intercessão do Apóstolo Paulo e de Maria Santíssima, arca da aliança viva, estrela da evangelização e da esperança, concedo a todos a bênção apostólica.
Autor: Papa Bento XVI
Fonte: Catequisar
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Plantando dá
Plantando dá
O trabalho missionário deve ser cultivado
Quem não planta também não colhe. Os frutos são consequência de um longo e determinado trabalho. Exige tempo, critério, fidelidade e insumos para que a produção tenha qualidade e quantidade. É o mesmo que acontece nos planos de Deus.
Imaginando uma videira verdadeira e com produção fecunda! Para isso ela tem que ser bem cuidada e podada no tempo certo. As uvas daí produzidas terão qualidade porque tudo foi bem planejado e trabalhado com responsabilidade pelo seu dono.
O Reino de Deus é a vinha do Senhor. Ela pertence a Ele. Quem não é dono e não cuida como dono, pode agir com infidelidade e com más pretensões. Isso pode acontecer com os missionários mal-intencionados, que em vez de construir, destroem a vinha do Senhor.
Outubro é o mês dedicado às missões na Igreja, de descoberta dos líderes religiosos para trabalhar nas comunidades levando a Palavra de Deus. O trabalho missionário deve ser cultivado. Ele exige dedicação. O cuidado da vinha é confiado aos missionários.
Como missionários, tenhamos em conta que somos servos e não donos da vinha. Os frutos devem ser entregues ao seu verdadeiro Dono. Nunca podemos usurpar o lugar de Deus. O próprio Jesus agiu como servo e não se apegou a nada que pertencia ao Pai.
Não é tão fácil ser verdadeiro e dedicado missionário. Isso exige exercício autêntico da justiça e do direito, porque o campo trabalhado pertence a Deus. O trabalhador tem que ter a sua mente identificada com a do Mestre, sendo fiel discípulo e missionário.
O itinerário missionário passa pelo relacionamento com Deus. Acontece na confiança e na intimidade com Ele. Mas é impossível se as preocupações materiais estiverem em primeiro lugar. O desapego dos bens terrenos fortalece o trabalho missionário.
Nem sempre nos preocupamos com aquilo que é mesmo essencial, com o testemunho de vida, por exemplo, agindo com pureza, honestidade, entre outros. Só teremos frutos saudáveis de vida e de paz na sociedade se plantamos e cuidamos bem da vinha do Senhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto
Fonte: Canção Nova
O trabalho missionário deve ser cultivado
Quem não planta também não colhe. Os frutos são consequência de um longo e determinado trabalho. Exige tempo, critério, fidelidade e insumos para que a produção tenha qualidade e quantidade. É o mesmo que acontece nos planos de Deus.
Imaginando uma videira verdadeira e com produção fecunda! Para isso ela tem que ser bem cuidada e podada no tempo certo. As uvas daí produzidas terão qualidade porque tudo foi bem planejado e trabalhado com responsabilidade pelo seu dono.
O Reino de Deus é a vinha do Senhor. Ela pertence a Ele. Quem não é dono e não cuida como dono, pode agir com infidelidade e com más pretensões. Isso pode acontecer com os missionários mal-intencionados, que em vez de construir, destroem a vinha do Senhor.
Outubro é o mês dedicado às missões na Igreja, de descoberta dos líderes religiosos para trabalhar nas comunidades levando a Palavra de Deus. O trabalho missionário deve ser cultivado. Ele exige dedicação. O cuidado da vinha é confiado aos missionários.
Como missionários, tenhamos em conta que somos servos e não donos da vinha. Os frutos devem ser entregues ao seu verdadeiro Dono. Nunca podemos usurpar o lugar de Deus. O próprio Jesus agiu como servo e não se apegou a nada que pertencia ao Pai.
Não é tão fácil ser verdadeiro e dedicado missionário. Isso exige exercício autêntico da justiça e do direito, porque o campo trabalhado pertence a Deus. O trabalhador tem que ter a sua mente identificada com a do Mestre, sendo fiel discípulo e missionário.
O itinerário missionário passa pelo relacionamento com Deus. Acontece na confiança e na intimidade com Ele. Mas é impossível se as preocupações materiais estiverem em primeiro lugar. O desapego dos bens terrenos fortalece o trabalho missionário.
Nem sempre nos preocupamos com aquilo que é mesmo essencial, com o testemunho de vida, por exemplo, agindo com pureza, honestidade, entre outros. Só teremos frutos saudáveis de vida e de paz na sociedade se plantamos e cuidamos bem da vinha do Senhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto
Fonte: Canção Nova
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