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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão (MESAC)


O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão (MESAC), penetrado de intenso amor e zelo ao Santíssimo Sacramento do corpo, sangue, alma e divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, dispõem-se, com piedade, perseverança, sacrifício e generosidade, a levar o Cristo eucarístico a todos os irmãos na fé, especialmente aos mais necessitados.
Suas metas:
  • Viver consciente da grande dignidade do seu ministério eucarístico, a serviço dos muitos irmão
  • Viver sempre a contagiante alegria de ser um “cristóforo” – um portador de Cristo.
  • Ser piedoso portador das graças e bênçãos de Jesus-Eucaristia, sempre bem-vindos aos lares, hospitais e velórios, como anjos de paz e de fé, de serenidade e de alegria cristã.
  • Ser agente de união e de renovação cristã, dentro de sua comunidade paroquial.
  • Ter uma vida de cristão exemplar, atitudes corretas no lar e no trabalho, com valores cristãos e critérios de fé em sua vida de cada dia.
  • Ter espírito de fé, e sólida piedade eucarística.
A função do MESAC é servir a comunhão nas missas e levá-la aos doentes.
Para ser candidato a MESAC dá-se preferência a quem já seja catequista, leitor, acólito, integrante de círculos bíblicos ou fiel engajado há certo tempo nas atividades pastorais da paróquia. Os candidatos devem apresentar conhecimentos suficientes da doutrina cristã; cumprir com as metas elencadas acima. É necessário participar de formação específica.
Ao candidato aprovado será conferido o respectivo certificado com mandato válido por dois anos podendo ser renovados por mais dois e assim por diante.
Mesmo depois de terem recebido o mandato e o certificado, os ministros devem ser cuidadosamente acompanhados pelo pároco, a fim de poderem continuar a desempenhar correta e frutuosamente o seu importante ministério.

Fonte:https://afeexplicada.wordpress.com/2017/08/20/ministro-extraordinario-da-sagrada-comunhao-mesac/

sábado, 21 de junho de 2014

Dia de Corpus Christi - Mistério insondável

Dia desses, fui à Missa e, olhando a Eucaristia, me pus a meditar..
A Eucaristia é Deus. Às vezes, a gente acha que entende o que é isso, mas não entende. Qualquer conceito que possamos ter de Deus, por mais elevado que seja, é sempre analógico e nunca literal. O que Ele é nos escapa. Por isso dizemos apenas que Ele é.
Neste sentido, escreveu S. Gregório de Nissa, na sua Vida de Moisés:
"Todo conceito formado pelo entendimento para tentar atingir e abranger a natureza divina não consegue mais do que forjar um ídolo de Deus, em vez de fazer conhecê-Lo."
Qualquer teologia que suponha poder dizer estritamente quem é Deus torna-se herética no ato mesmo de pretendê-lo. Quem é Deus? Não sabemos. As nossas afirmações d'Ele são sempre comparativas.
Se não sabemos isto, como pretendemos entender o fenômeno da Eucaristia? Simplesmente, não dá.. Podemos ter uma Fé profunda de que Deus está ali, mas a Fé é justamente a "visão obscura", o "ver confusamente" de que fala S. Paulo. Por isso, a Sta Edith Stein costumava dizer que a Eucaristia é "o pão seco dos fortes", pois é preciso ser forte, no sentido de vencer a nossa tendência natural de exigir comprovações e gostos sensíveis, como fazem as crianças com os alimentos, para encontrar ali o Cristo. Sta Faustina Kowalska dizia o mesmo: "A fé firme rasga este véu". E é assim mesmo que Deus o quer, pois diz São Paulo: "O justo vive pela fé" e "sem fé é impossível agradar a Deus." Jesus o exprime de modo claro: "Felizes os que crêem sem ter visto", e Tomás de Aquino, o doutor angélico, por sua vez, escreve em que consiste esta força: "Se não vês nem compreendes, gosto e vista tu transcendes, elevado pela Fé." (Lauda Sion)
A Fé, portanto, não indica um bloqueio no sentido de nos deixar aquém daquilo que é percebido pelos sentidos. Pelo contrário, a Fé nos leva além deles, a um tipo de conhecimento que é tão intenso e se aproxima tanto da luz que, antes, nos ofusca. Mas, ao nos ofuscar, nos ilumina e nos prepara, gradativamente, para a visão. Os olhos incandescidos tendem a adaptar-se aos poucos à luz. A Eucaristia, exigindo-nos a Fé, nos prepara para a visão beatífica.
A Eucaristia é Deus. Ao dizê-lo, abre-se diante de nós um abismo de horizontes infinitos. Como esgotá-lo com o entendimento? Não dá. Os sentidos não o apreendem. A razão apenas assente. E, no entanto, Deus verdadeiramente Se dá, e nós O recebemos, e O comemos.
Deus é a raiz mesma da realidade. É a realidade por si mesma subsistente. É a realidade real por excelência. Duvidar da Eucaristia, portanto, é um contrassenso, pois é duvidar daquilo que é mais verdadeiro que qualquer verdade que conhecemos. Sob as espécies do Pão e do Vinho está aquele que disse: "Eu sou a Verdade" (Ego Sum Veritas).
Nós, que vivemos num mundo efêmero e frágil, que passa como um piscar de olhos, que é um momento entre duas eternidades, como bem o disse Sta Teresinha de Lisieux, ao receber a Eucaristia, recebemos Aquele que É, que não é suscetível de mudanças, que criou e sustenta todas as criaturas; Aquele ao qual tudo o que existe deve sua existência. Comemo-Lo e, ao fazê-Lo, sofremos uma espécie de adensamento da realidade. Nos tornamos mais nós mesmos, pois estamos comendo a própria Verdade. A Eucaristia, portanto, reforça o nosso ser, e tenderá necessariamente a iluminar a inteligência, permitindo-nos conhecê-Lo e conhecer-nos. Conhecer-nos é a raiz da humildade, que é início de qualquer virtude. A Eucaristia, assim, é causa eficiente de uma profunda dinâmica interior que culminará na santidade ou perfeita identificação com o Cristo, se o permitirmos. Não é outra coisa o que Ele mesmo diz a Sto. Agostinho:
"Ao comer-Me, não és tu que Me transformas em ti, mas Eu que te transformo em Mim."
Que mistério.. Uma criatura, abismo de nada, recebe em si mesma Aquele que é o tudo. Como pode um buraco na areia receber o oceano? Deus não pode, depois de recebido, não abrir a amplitude interior da alma, não torná-la grande, não estendê-la ao infinito, não dispô-la a Si. Se o recipiente torna o recebido semelhante a si, aqui se dá o inverso: é o recebido que adapta o recipiente. 
Neste dia de Corpus Christi, nós possamos contemplar o mistério absolutamente inefável da Eucaristia, o amor e a humildade vertiginosos que se comprimem ali, naquelas aparências tão vizinhas do nada, como dizia Sta Teresa D'Avila, e aceitar o fato de que não O vemos nem O entendemos. Não desejemos vê-Lo nem compreender tal mistério. Desejemos apenas amá-Lo e acreditar na Fé que nos diz que, naquele pequeno objeto frágil, magra hóstia branca, há um sobre-excesso de ser, uma raiz de eternidade, ou, como diziam os antigos, o remédio de imortalidade, pois, "quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna." (Jo 6,54)
Fábio
 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

CORPUS CHRISTI

Santa Ceia (1550), do pintor espanhol Joan de Joanes (1510 - 1579), Museu del Prado
A Santa Ceia (1550), do pintor espanhol Joan de Joanes (1510 – 1579), Museu del Prado

Na quinta-feira, dia 19 deste mês, a Igreja celebra o sacramento por excelência: a Sagrada Eucaristia — o maior milagre de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é sua presença contínua nesta Terra.
O dia de Corpus Christi é a data para honrar e adorar o Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo realmente presente na Eucaristia, sob as aparências do pão e do vinho. Sublime mistério, que excede a pobre inteligência humana, pois nossos olhos mortais não veem senão o pão e o vinho. Mas temos a certeza de que é o Corpo de Cristo, pois para Deus nada é impossível.
Na cidade de Matão (SP) a população enfeitam as ruas para a passagem da Procissão de Corpus Christi
Na cidade de Matão (SP), os fieis enfeitam as ruas para a passagem da Procissão de Corpus Christi
Corpus Christi é a manifestação pública da fé no dogma dessa presença real na Hóstia consagrada. Daí as belas procissões realizadas no mundo inteiro. No Brasil, de norte a sul, cidades enfeitam suas ruas com encantadores “tapetes” de flores para glorificar o Deus humanado.
A origem da festa de Corpus Christi remonta a uma religiosa agostiniana, Santa Juliana de Cornillon (1193–1258) [imagem abaixo], a quem Deus revelou a conveniência para a Igreja de uma celebração dedicada a glorificar o Corpo de Cristo. Esta grande devota da Eucaristia foi superiora da abadia de Mont-Cornillon de Liège (Bélgica), fundada em 1124. Neste lugar, surgiu um movimento eucarístico que incentivou várias práticas de adoração à Hóstia Consagrada, como a Exposição e a Bênção do Santíssimo Sacramento.
Em 1246, Santa Juliana pediu ao bispo de Liège, Dom Roberto de Thorote, a instituição da festa de Santa Julianaação de graças pela presença real, em Corpo e Alma, de Nosso Senhor na Eucaristia. O Bispo concordou com a celebração na diocese, mas não chegou a ver cumprida a solenidade, pois falecera no mesmo ano.
Somente em 1250 o Cardeal Cher, também de Liège, decidiu instituir em toda a diocese a nova festividade. Assim, a primeira celebração, com o nome de “Fête-Dieu”, foi realizada no interior da igreja de Saint-Martin, num cerimonial dirigido pelo próprio Cardeal.
A primeira procissão de Corpus Christi realizada publicamente, ocorreu em 1264 — há exatos 750 anos. Ela percorreu as ruas da cidade de Orvieto (Itália). Certamente, nos tempos atuais, a mais bela manifestação pública em honra do Santíssimo Sacramento.
Com a bula Transiturus de hoc mundo, de 11 de agosto de 1264, o Papa Urbano IV [imagem ao lado] estendeu a todo o Orbe católico a Festa de Corpus Christi, a ser celebrada publicamente de modo solene pelas ruas e praças. A data da comemoração foi fixada para a quinta-feira após o dia da Santíssima Trindade. O dia foi escolhido em memória da celebração da primeira Missa celebrada por Nosso Senhor, na última ceia com os Apóstolos, que foi na Quinta-Feira Santa, quando instituiu o incomparável Sacramento da Eucaristia.
Santissimo SacramentoAssim, com o fato de Nosso Senhor habitar para sempre entre nós — afim de ouvir as múltiplas súplicas dos homens e atendê-las quando necessárias para a salvação eterna deles — cumpriu-se esta promessa divina: “Eu estarei convosco até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).

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Os leitores que desejarem maiores informações sobre a solenidade de Corpus Christi podem encontrá-las na revista Catolicismo deste mês, ou click aqui.



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(*) O jornalista Paulo Roberto Campos é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM).
 Retirado de Agência Boa Imprensa.

Da Relação entre a Eucaristia e a Cruz

Por Pe. Jean Grou, S. J. 
Jesus Cristo instituiu o sacramento da eucaristia pouco antes da sua paixão, para que conhecêssemos a relação existente entre este Sacramento e a Cruz. Instituindo-o, mudou separadamente, e por duas ações distintas, o pão em seu Corpo e o vinho em seu Sangue, para exprimir a efusão que, na cruz, faria de seu Sangue até a última gota. Apresentando o seu corpo aos discípulos disse-lhes: Isto é o meu Corpo, que vai ser entregue por vós (Lc 22, 19); apresentando o seu sangue: Este é o Cálice do meu Sangue, que será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados (Mt 26,28). Quis que o seu corpo conservasse na eucaristia o caráter de vítima e o seu Sangue o de um sangue derramado e aplicado às almas em expiação dos respectivos pecados. Dando, enfim, aos discípulos o poder de consagrarem-lhe o Corpo e o Sangue, recomendou-lhes que o fizessem em sua memória, isto é, advertiu-lhes que se lembrassem de ser esse sacramento o memorial da sua morte cruenta.
 Quis, por outro lado, que a Eucaristia constituísse alimento necessário, indispensável das almas, como o único meio de poderem ter em si a vida da graça, e de a conservarem e aumentarem.
 O que queria Jesus?
1.º) que os fiéis guardassem profundamente gravada no coração a lembrança da sua cruz;
2.º) que a renovassem em si mesmos cada vez que recebessem o seu corpo;
3º) que, alimentando-se da sua carne, também se alimentassem da sua cruz, se incorporassem por assim dizer a esta, ardessem de amor pela sua glória e manifestassem progresso espiritual com a recepção da eucaristia, tornando-se sempre mais ardorosos pela cruz. Assim compreenderam os mártires dos primeiros séculos, pois mediante a recepção da santa eucaristia preparavam-se para os mais atrozes suplícios e, saciados com esse manjar sagrado, afrontavam os tiranos e algozes.

 Queremos comungar utilmente e corresponder às intenções de Jesus Cristo? Comunguemos desejosos de que seu corpo adorável faça nascer em nós o amor à cruz, isto é, às humilhações e sofrimentos, o desejo de morrermos para nós mesmos e sermos imolados com Jesus Cristo segundo a vontade de Deus. Por ai devemos alcançar os frutos das nossas comunhões. Não as julguemos boas quando gozamos de consolações e sim quando nos enchem de nova coragem para vencermos todas as penas enviadas por Deus e até desejarmos outras maiores; quando aprendermos a não mais procurar Deus em nosso proveito, mas buscá-lo e amá-lo unicamente por ele mesmo, a não atender à maneira por que nos trata, a ficar igualmente contentes quer nos trate com rigor quer com doçura, ou até preferir aquele a essa. Se as nossas comunhões produzirem esses efeitos, serão excelentes; realizarão as intenções de Jesus Cristo; serão igualmente gloriosas para Deus e profícuas para nós.
Alarmamo-nos quando comungamos sem gosto e sem devoção, ou quando Deus não nos dá consolações? Se não tivermos contribuído para isso com alguma falta ou infidelidade voluntária, consolemo-nos; é sinal de que a eucaristia não é para nós o pão dos fracos e começa a tornar-se o pão dos fortes.
Enquanto precisamos encontrar na eucaristia o gosto sensível, somos fracos; mas se comungarmos sem prestar atenção a nós mesmos, sem nos preocupar com os efeitos sensíveis, sem os desejar e sem nos entristecer com a sua privação, tornamo-nos fortes; começamos a viver da vida do espírito, o nosso amor a Deus purifica-se, não é mais eivado do amor a nós mesmos.
(Manual das Almas Interiores, Jean Grou, S.J; Editora Vozes 1953)

Retirado de Adapostólica. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

A Mentira das “hóstias alucinógenas”

A Mentira das “hóstias alucinógenas”


A Mentira:

Hóstia alucinógena faz beatas atacarem padre na Itália
Por Charles Nisz | Vi na Internet – sex, 24 de fev de 2012

Algumas fiéis da Santo Espírito de Campobasso, na região central da Itália, abraçaram o crucifixo, outras começaram a ter visões de santos. Outras, por sua vez, começaram a bater no padre e gritar: "Você é o demônio".
Toda essa confusão no último domingo (19) aconteceu porque as hóstias foram feitas com uma farinha alucinógena em vez da farinha comum. Trata-se de um caso de "ergotismo", uma intoxicação alimentar causada por farinhas de cereais contaminadas por esclerócios que atingem a safra do grão.
Esses organismos microscópicos contêm uma grande quantidade de fungos, perigosos para a saúde, entre os quais costumam encontrar-se muitos agentes psicotrópicos, parecidos com o ácido lisérgico, ou LSD.
Assustado, o padre da Igreja de Campobasso foi obrigado a se esconder na sacristia à espera da polícia. A retirada dos fiéis foi confusa, lembrando os protestos antiglobalização ocorridos na cúpula do G-8. (vi no @CorreiodoBrasil)



Onde se encontra a mentira:

http://www.patiogospel.com.br/2012/02/igreja-catolica-da-italia-distribui.html

http://telacrente.org/2012/02/24/hostias-alucinogenas-causaram-confusao-na-italia/

http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/h%C3%B3stia-alucin%C3%B3gena-faz-beatas-atacarem-padre-na-it%C3%A1lia-223235046.html



A verdade:

Tudo não passa de mais uma falsidade contra a Igreja.

Jornal italiano desmente notícia sobre hóstias alucinógenas

25/2/2012 11:16,
Por Redação, com agências internacionais - de L'Áquila, Itália

A Igreja do Espírito Santo, em Campobasso, interior da Itália, onde velhinhas carolas teriam ingerido hóstias alucinógenas e atacado o padre local a golpes de bolsa, simplesmente, não existe. O fato, descrito inicialmente, em detalhes, no diário italiano Abruzzo24ore, não passa de um hoax (notícia falsa), como admitiu a versão eletrônica do diário, neste sábado. No texto, o jornal revela que a matéria foi publicada a partir de um relato na página de um perfil da rede social Facebook, sem qualquer confirmação.

“É verdade, aproveitamos uma história publicada no Facebook e a copiamos e colamos, com um título bem atraente. Temos consciência de que criamos uma nova lenda urbana”, admite o jornal, em texto publicado nesta manhã. A notícia, contestada pela Secretaria de Comunicação Social do Vaticano, logo em seguida, no entanto, foi uma das trends mundiais do Twitter, repetida em milhares de jornais e blogs na internet, ao redor do mundo.

“Trata-se de uma brincadeira séria, na verdade, mas só isso. Mas alguns jornais, como o Sole24ore e a Vanity Fair, por exemplo, copiaram e colaram a matéria como se fosse produção deles, sem questionar nada e sem publicar a versão da igreja”, acrescenta o artigo, que critica a opção da maior parte dos veículos de comunicação pela quantidade, e não pela qualidade do material publicado.

Ainda segundo o Abruzzo24ore, “já não se perde dois minutos para verificar se a notícia é verdadeira ou não. Copia-se e cola-se o mais rápido possível para garantir a melhor posição no Google e alcançar o maior número possível de leitores”.

http://correiodobrasil.com.br/jornal-italiano-desmente-noticia-sobre-hostias-alucinogenas/388119/

Cai a farsa!

Por Fernando Nascimento.
Fonte: Cai a Farsa

segunda-feira, 5 de março de 2012

Blasfêmia: Evangélico invade Igreja Católica e joga o Santíssimo no chão!

Blasfêmia: Evangélico invade Igreja Católica e joga o Santíssimo no chão!

PROTESTANTE INVADE IGREJA CATÓLICA EM SANTARÉM - PA E JOGA O SANTÍSSIMO NO CHÃO!

Autor: Jeso Carneiro
Fonte: http://www.jesocarneiro.com/evangelico-causa-tumulto-em-culto-catolico.html

Um evangélico roubou a cena, ontem à noite, na sempre concorrida celebração religiosa que acontece todas às terças-feiras na área ao lado da igreja de São Francisco de Assis, no bairro do Caranazal, em Santarém.

Com uma bíblia à mão e de modo sorrateiro, ele pegou um dos microfones para falar aos católicos presentes na Adoração, mas foi impedido pelo padre Armstrong.

Não satisfeito, apoderou-se do ícone do Santíssimo Sacramento (foto) e o lançou ao chão – num ato que guarda semelhança com o chute na imagem de N. S. de Aparecida dado por um pastor da IURB (Igreja Universal do Reino de Deus) há 14 anos.

O fanático religioso santareno foi imediatamente contido por várias pessoas, entre os quais o advogado Roberto Vinholte, e levado à força para fora do recinto.

A PM chegou a ser acionada. Mas antes que a viatura policial chegasse, o evangélico desapareceu do local.
Fonte: Exsurge Domini

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

NOTIFICAÇÃO A RESPEITO DA RECEPÇÃO DA SAGRADA EUCARISTIA

DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER

PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA

BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)


NOTIFICAÇÃO A RESPEITO DA RECEPÇÃO DA SAGRADA EUCARISTIA


A Igreja sempre ensinou a necessidade da devida preparação para a recepção da Sagrada Comunhão.
Tal preparação é, antes de tudo, espiritual, mas inclui também aspectos materiais e formais. Para se receber bem a Santíssima Eucaristia, deve-se:
a. Estar em estado de Graça santificante, o que significa dizer, que não se tenha nenhum pecado grave na alma;
b. Saber a quem se vai receber na Sagrada Comunhão, ou seja, ser capaz de distinguir o Pão Eucarístico: Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor, alimento de nossa alma, do pão comum, alimento do nosso corpo;
c. Guardar o jejum eucarístico, ou seja, não tomar nenhum alimento durante o período de 1 hora que antecede a Sagrada Comunhão. Água e medicamentos não quebram o jejum.
São estas as indicações fundamentais para a recepção digna da Sagrada Eucaristia. Naturalmente que a recepção frutuosa depende muito mais do que o simples cumprimento destas regras: é preciso acolher amorosamente o Senhor que vem ao nosso encontro, na Sagrada Comunhão.
Além disso, materialmente, a recepção da Sagrada Comunhão deve realizar-se através das diversas formas indicadas pela Igreja:
a. Sempre respondendo “AMÉM” após o Sacerdote ou o Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística ter dito “O Corpo de Cristo”;
b. Desejando receber a Sagrada Eucaristia em pé, seja diretamente na boca ou na mão, antes deve-se fazer uma inclinação profunda, como sinal de respeito e adoração;
c. Recebendo a Sagrada Eucaristia na mão, deve-se estender a mão esquerda, espalmada, e colocando a mão direita por baixo desta, depois, na frente de quem entregou a Sagrada Comunhão, leva-se a Sagrada Comunhão à própria boca, usando para isto a mão direita;
d. Recebendo-se a Sagrada Comunhão de joelhos, e portanto, na boca, não está previsto nenhum tipo de gesto anterior.
Nesta NOTIFICAÇÃO PASTORAL gostaria de comunicar que, a partir da Missa da Noite do Natal do Senhor de 2011, na Catedral Santo Antonio, o Bispo Diocesano distribuirá sempre que possível, a Sagrada Comunhão para pessoas ajoelhadas em genuflexório, colocado no corredor central da Catedral. Os demais sacerdotes e Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística continuarão a distribuir a Comunhão nos outros locais, para as pessoas que costumam comungar nas demais formas.
A razão fundamental para esta decisão fundamenta-se no DIREITO que os fiéis cristãos têm em também receber a Sagrada Comunhão de joelhos. “...a negação da Santa Comunhão a um dos fiéis, por causa de sua postura de joelhos, deve ser considerada uma violação grave de um dos direitos mais básicos dos fiéis cristãos, nomeadamente daquele de serem assistidos pelos seus pastores através dos sacramentos (CDC, cânon 213). Mesmo lá onde a Congregação aprovou a legislação em que declarou o estar de pé como posição para a Santa Comunhão, de acordo com as adaptações permitidas às Conferências Episcopais... assim o fez estipulando que aos fiéis que comungam, e escolhem de ajoelhar, não deve ser negada a Santa Comunhão por este motivo. (S. Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Carta de 1 de julho 2002; Notitiae (2002), 582-585).
Nestes últimos anos, o Santo Padre o Papa Bento XVI, tanto em Roma, como em outros lugares, por ocasião de suas visitas apostólicas, tem distribuído a Sagrada Comunhão para fiéis que se colocam sempre de joelhos. A intenção do Santo Padre é clara: além de recuperar um direito muitas vezes esquecido, fundamentalmente visa fortalecer uma visão de sacralidade que a Sagrada Eucaristia deve sempre ter na vida do cristão.
Além de determinar tal uso na Catedral, nas Missas presididas pelo Bispo Diocesano, peço também aos senhores padres que generosamente favoreçam este uso em suas Paróquias e Comunidades, para aqueles fiéis que assim gostariam de receber a Sagrada Comunhão.
Desejando a todos os diocesanos um Santo Natal e um ano de 2012 cheio das graças do Senhor, a todos abençôo no Senhor.

Frederico Westphalen, 24 de dezembro de 2011.

+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen
Fonte: Encontro com o Bispo

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Glória Polo retorna à Vida - História



Fonte: Dicionário da Fé

É recomendável comungar na boca e de joelhos

É recomendável comungar na boca e de joelhos
Cardeal Cañizares
Em entrevista concedida à agência ACI Prensa, o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no Vaticano, Cardeal Antonio Cañizares Llovera, assinalou que é recomendável que os católicos comunguem na boca e de joelhos.

Assim indicou o Cardeal espanhol que serve na Santa Sé como máximo responsável, depois do Papa, pela liturgia e os sacramentos na Igreja Católica, ao responder se considerava recomendável que os fiéis comunguem ou não na mão.

A resposta do Cardeal foi breve e singela: "é recomendável que os fiéis comunguem na boca e de joelhos".

Do mesmo modo, ao responder à pergunta da ACI Prensa sobre o costume promovido pelo Papa Bento XVI de fazer que os fiéis que recebam dele a Eucaristia o façam na boca e de joelhos, o Cardeal Cañizares disse que isso se deve "ao sentido que deve ter a comunhão, que é de adoração, de reconhecimento de Deus".

"Trata-se simplesmente de saber que estamos diante de Deus mesmo e que Ele veio a nós e que nós não o merecemos", afirmou.

O Cardeal disse também que comungar desta forma "é o sinal de adoração que necessitamos recuperar. Eu acredito que seja necessário para toda a Igreja que a comunhão se faça de joelhos".

"De fato –acrescentou– se se comunga de pé, é preciso fazer genuflexão, ou fazer uma inclinação profunda, coisa que não se faz".

O Prefeito vaticano disse ademais que "se trivializarmos a comunhão, trivializamos tudo, e não podemos perder um momento tão importante como é o de comungar, como é o de reconhecer a presença real de Cristo ali presente, do Deus que é amor dos amores como cantamos em uma canção espanhola".

Ao ser consultado pela ACI Prensa sobre os abusos litúrgicos em que incorrem alguns atualmente, o Cardeal disse que é necessário "corrigi-los, sobre tudo mediante uma boa formação: formação dos seminaristas, formação dos sacerdotes, formação dos catequistas, formação de todos os fiéis cristãos".

Esta formação, explicou, deve fazer que "celebre-se bem, para que se celebre conforme às exigências e dignidade da celebração, conforme às normas da Igreja, que é a única maneira que temos de celebrar autenticamente a Eucaristia".

Finalmente o Cardeal Cañizares disse à agência ACI Prensa que nesta tarefa de formação para celebrar bem a liturgia e corrigir os abusos, "os bispos têm uma responsabilidade muito particular, e não podemos deixar de cumpri-la, porque tudo o que façamos para que a Eucaristia se celebre bem será fazer que na Eucaristia se participe bem".

Fonte: Aci Digital - retirado de Dicionário da Fé

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Glória Polo

Milagre de Lanciano

Milagre de Lanciano
Frades Menores Conventuais do Santuário do Milagre Eucarístico Fonte: Folheto em italiano "Il Miracolo Eucaristico di Lanciano"







A antiga cidade de Anxanum dos Frentamos conserva nos últimos doze séculos o primeiro e maior Milagre Eucarístico da Igreja Católica.









Esse Prodígio aconteceu no oitavo século de nossa era, na igrejinha de São Legonziano, por causa da dúvida de um frade basiliano sobre a presença Real de Jesus na Eucaristia.









A Hóstia-Carne, como hoje se observa muito bem, tem o tamanho da hóstia grande atualmente em uso na Igreja Latina. É ligeiramente escura e quando olhada contra a luz adquire um colorido róseo.












O Sangue está coagulado, tem cor de terra tendente ao ocre. Desde 1713 a Carne está conservada num artístico Ostensório de Prata, finamente cinzelado, estilo napolitano. O Sangue está contido numa rica e antiga ampola de cristal de rocha.






Os Frades Menores Conventuais custodiam o Milagre desde 1252, por determinação do Bispo de Chieti, Laudulfo, e por Bula Pontifícia de 12.05.1252. Antes disso, executavam essa tarefa os Monges Basilianos até 1176 e os Beneditinos de 1176 a 1252.
Em 1258 os Franciscanos construíram o Santuário atual que em 1700 sofreu uma transformação do estilo românico-gótico para o barroco.
O Milagre foi colocado inicialmente em uma capela ao lado do altar principal, passando em 1636 para um altar lateral da Nave onde ainda se conserva a antiga custódia em ferro batido e placa comemorativa.
Em 1902, o Milagre foi colocado no segundo tabernáculo do altar monumental construido no centro do presbitério pela população de Lanciano.
Aos vários reconhecimentos eclesiásticos, feitos em fins de 1574, seguem-se em 1970-1971 - e retomados em 1981 - os reconhecimentos científicos, executados pelo prof. Edoardo Luioli (livre docente em Anatomia e Istologia Patológica e em Química e Microscopia Clínica), coadjuvado pelo prof. Ruggero Berteli (Universidade de Siena).
As análises, procedidas com absoluto rigor científico e documental de uma série de fotografias ao microscópio, deram estes resultados:
- A Carne é carne verdadeira. O Sangue é sangue verdadeiro.
- A Carne e o Sangue pertencem a espécie humana.
- A Carne pertence ao Coração em sua estrutura essencial.
- Na Carne estão presentes em secções, o miocárdio, o endocárdio, nervo vago e
- pela expressiva espessura do miocárdio, o ventrícolo cardíaco esquerdo.
- A Carne e o Sangue pertencem ao mesmo grupo sanguíneo AB. (*)
- No Sangue foram encontradas as proteínas normalmente existentes e nas proporções percentuais idênticas às encontradas no sangue normal fresco.
- No Sangue foram encontrados também os minerais cloro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio.
- A conservação da Carne e do Sangue miraculosos, deixados em estado natural durante doze séculos e expostos aos agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um Fenômeno Extraordinário.
Outro detalhe inexplicável: pesando-se as pedrinhas de sangue coagulado (e todos são de tamanhos diferentes) cada uma delas tem exatamente o mesmo peso das cinco pedrinhas juntas! Deus parece brincar com o peso normal dos objetos.
E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, realizadas em Arezzo, os Doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos:
Et Verbum caro factum est = E o Verbo se fez Carne!
Concluindo, pode-se dizer que a Ciência, chamada a manifestar-se, deu uma resposta segura e definitiva a respeito da autenticidade do Milagre Eucarístico de Lanciano.
(*) Mesmo tipo sangüíneo encontrado na análise do Santo Sudário de Turim.
Resumo histórico:
Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, viviam no mosteiro de S. Legoziano os Monges de S. Basílio e entre eles havia um que acreditava mais na sua cultura mundana do que nas coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, tinha dúvida de que a hóstia consagrada fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue...
Certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo.
Sentiu-se confuso e dominado pelo temor, diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:
Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos.
Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós.
Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!

Fonte: Dicionário da Fé

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A importância da posição de joelhos

A importância da posição de joelhos
Pelo Pe. Leandro Bernardes, do seu blog:


A Eucaristia: o dom recebido
É de fundamental relevância o momento da recepção do sacramento eucarístico. Este exige do fiel comungante uma atitude receptiva, pois a Eucaristia foi, é e será o dom recebido. É o dom, e não apenas um dom. A Eucaristia encerra todos os dons, pois condensa sacramentalmente a presença real de Nosso Senhor, isto é, o próprio autor de todo dom, de toda graça. A Eucaristia é sempre recebida, oferecida, transmitida e isso acontece ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.
A posição de joelhos como um gesto cristológico
A tradição multissecular da Igreja sempre compreendeu que a forma de comungar é de joelhos e na boca. O então cardeal Joseph Ratzinger, em seu livro introdução ao espírito da liturgia diz: “A posição de joelhos não é apenas um gesto cristão, mas também um gesto cristológico”. Nos ajoelhamos para receber a eucaristia porque é um gesto cristológico, isto é, não é algo exterior somente, mas algo profundamente cristológico, que nos aproxima do Cristo vivo. Quem se ajoelha diante da eucaristia rompe com o orgulho e humildemente reconhece que ali está quem é maior.
Muitos questionam o gesto de ajoelhar, como se pervertesse o sentido de que Deus se fez simples, como uma exacerbação, um exagero. Ora, o que fazemos diante dos pequenos? não nos rebaixamos a eles? Quando conversamos ou abraçamos as crianças, nos rebaixamos para que elas sejam elevadas, para que elas sejam dignificadas e não rebaixadas pela nossa maior estatura. O Deus que se rebaixou, que se despojou de sua glória nos dignificou. Qual o nosso gesto diante da grandeza que recebemos? Nos ajoelhamos diante da Eucaristia, porque Deus se fez um de nós, justamente porque ele se rebaixou. A atitude diante da kénosis de Deus é também a kénosis do humano. Se Deus deixou a sua glória para nos elevar, nós também fazemos como Ele, nos rebaixamos porque reconhecemos que é dele que provém toda glória.
A dimensão pascal do gesto de ajoelhar-se

Se pensarmos que a glória foi-nos dada por meio do mistério pascal, e por isso devemos permanecer de pé, pois estamos ressuscitados, esvaziamos o sentido de elevação pela humilhação que a própria páscoa é. Cristo se humilhou para nos elevar, sem o sentido de rebaixamento não podemos viver como ressuscitados, não há ressurreição sem morte. Na liturgia vivemos o mistério pascal que consiste em morte e ressurreição; quando nos colocamos em pé é evidenciado o sentido de ressurreição, quando nos colocamos de joelhos é evidenciado o sentido de morte, de despojamento, de humildade. Não há dicotomia entre morte e ressurreição.
É um verdadeiro absurdo não se ajoelhar em uma celebração eucarística; contradiz o real significado da páscoa que é atualizada por meio do sacramento eucarístico. A atitude obediente de se ajoelhar nos momentos específicos, que a piedade eucarística ao longo dos séculos desenvolveu, é profundamente consonante com a riqueza litúrgica e espiritual da fé católica (Lex orandi, Lex credendi: a lei da oração é a lei da fé). Por isso todos os fiéis são chamados a se ajoelharem diante da Eucaristia, seja no momento da consagração, seja na recepção das sagradas espécies ou da exposição do Santíssimo Sacramento, ao passar diante do sacrário, etc. Todos são chamados, e não obrigados. A Igreja não ensina a estrita obrigação, mas chama à obediência livre e consciente de suas normas litúrgicas. Além de ser uma norma litúrgica, a posição de joelhos é uma manifestação da fé no Cristo presente na Eucaristia. Quando se reconhece essa presença real, a posição de joelhos flui naturalmente pela razão e sobrenaturalmente pela graça. Ajoelhar-se não é somente um ato de fé, mas a união entre fé e razão. Se ajoelha quem reconhece pela fé e a razão Deus, sua presença, sua divindade, sua santidade e também, sua humanidade em Jesus Cristo.
A Liturgia Cósmica: de joelhos aos pés do Senhor
O papa nos diz em sua introdução ao espírito da liturgia que: “a liturgia cristã é liturgia cósmica, precisamente porque se ajoelha perante o Senhor crucificado e elevado”. Estar de joelhos é um gesto cósmico, isto é, quem se ajoelha aos pés do Senhor, se une com todo o cosmos, pois é Ele o criador. Diz ainda: “O gesto humilde com que caímos aos pés de Jesus, insere-nos na verdadeira órbita do Universo”. Sem dúvida, quando se ajoelha acontece uma verdadeira inserção na órbita do universo, ou seja, no movimento da criação. Hoje, muitos cristãos buscam essa inserção por meio de outras espiritualidades provindas de religiões orientais que focalizam a união com o cosmos; por meio da tradição cristã, se entra perfeitamente na ordem da criação, na comunhão com o criador, dispensando qualquer elemento não cristão. A liturgia católica não carece em nada de aspectos cósmicos, pois ela mesma é liturgia cósmica.
A tradição litúrgica da recepção da comunhão na boca e de joelhos
Ao longo de dois mil anos, a Igreja encontrou uma expressão ritual para testemunhar sua fé e seu amor ao sacramento eucarístico. A partir do século VI a Igreja começou a distribuir a comunhão diretamente na boca dos fiéis de joelhos. Isso ocorreu devido ao desenvolvimento orgânico da liturgia ao longo dos séculos, não como uma deturpação como dizem alguns liturgistas. A comunhão na boca e de joelhos é atestada pelos Santos Padres da Igreja dos primeiros séculos.
Portanto, a posição de joelhos é um gesto tradicional na liturgia católica, profundamente cristológico, que insere o ser humano na ordem divina, na comunhão com Deus.


Pe. Leandro Luis Bernardes

Fonte: Coração Inquieto

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Igreja Católica copiou a Eucaristia do Mitraísmo?

A Igreja Católica copiou a Eucaristia do Mitraísmo?

Quarta, 16 Novembro 2011 16:22
Guilherme Welte

Do falacioso site “Got Questions”.

Uma das principais características do Mitraísmo era a refeição sacrificial, que envolvia comer a carne e beber o sangue de um touro. Mitras, o deus do Mitraismo, estava “presente” na carne e no sangue do touro, e quando consumido, concedia salvação àqueles que tomavam parte da refeição sacrificial (teofagia, comer o próprio deus). (...) Constantino e seus sucessores encontraram um substituto fácil para a refeição sacrificial do Mitraísmo no conceito da Ceia do Senhor/Comunhão Cristã. Infelizmente, alguns cristãos primitivos já haviam ligado o misticismo à Ceia do Senhor, rejeitando o conceito bíblico de uma simples e adorativa rememoração da morte e sangue derramado de Cristo. A romanização da Ceia do Senhor completou a transição para a consumação sacrificial de Jesus Cristo, agora conhecida como a Missa Católica/Eucaristia.

Há uma mentira grotesca no texto quando diz que se comia a carne e se bebia o sangue do touro. Na verdade Justino Mártir, falando sobre a eucaristia, nos relata que os mitras usavam água e pão nas suas celebrações: ... que os demônios perversos imitaram nos mistérios de Mitra, ordenando a mesma coisa para ser feita. Por que um pão e um copo de água são colocados com encantamentos certos nos ritos místicos de quem está sendo iniciado, que você ora conhece ou pode aprender [1].

Hoje se supõe por alguns achados arqueológicos que poderia haver o uso do vinho, mas isso não era relatado pelos primeiros cristãos. Por tanto é extremamente forçado dizer que bebia sangue e comia carne de um touro. Além disso, dizer que Mitra estava presente na carne e no sangue é um absurdo. Não há nenhuma prova relatada sobre isso, muito menos que isso concedia a salvação para aqueles que o praticavam. Os seguidores dessa religião não escreviam textos sagrados nem tão pouco deixaram escritos onde relatavam as suas práticas. As únicas coisas que restaram foram pinturas e esculturas de Mitra nos locais onde eram praticados os cultos. Dizer sobre presença real e salvação é forçar de mais a calúnia contra a Igreja Católica. Esses argumentos costumam ser usados por ateus e céticos, que afirmam que o cristianismo surgiu do paganismo. Ver um suposto "cristão" distorcer algo que já é uma mentira para usar de acordo com suas convicções é realmente lamentável.

O Mitraísmo também possuía sete “sacramentos”, o que faz com que as semelhanças entre o Mitraísmo e o Catolicismo Romano sejam tão numerosas que não as podemos ignorar.

Outra enorme mentira. Eles não possuíam sacramentos mas sim níveis de iniciação, que estavam provavelmente relacionados com a Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Os nívels foram listados por São Jerônimo[2] e são esses: Corax (corvo), Cryphius (oculto), Miles (soldado), Leo (leão), Perses (persa), Heliodromus (emissário solar) e Pater (pai). Esses níveis em nada são sacramentos, mas sim posições dentro da religião. Por exemplo, Leo oferecia a Mitra as oferendas, Chryphius seria como esposo e Miles usava como insígnias a coroa e uma espada. Muitos não passavam no nível de Leo. Eram apenas cargos dentro da religião e não sacramentos. Quem escreveu isso não deve saber nem o que é sacramento. Sobre o nível de Miles, por exemplo, Tertuliano nos conta que candidato era batizado, recebia alguma marca e colocava uma coroa na sua cabeça, proclamando que Mitra era a sua coroa. Posteriormente os iniciados assistiam a uma morte ritual e simulada, cujo celebrante era um Pater [3][4]. Com isso ele se tornava um Miles, um soldado de Mitra. Em nada isso tem a ver com sacramentos.

***

Como sempre mentiras e mais mentiras contra a Santa Igreja. Sabemos o que a bíblia nos diz sobre os mentirosos: Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. (Jo 8:44)

In Corde Jesu, semper,

Guilherme Welte.

Notas:

[1] – St. Justin Martyr, The First Apology, chapter 66. De Ante-Nicene Fathers, Vol. 1. Editado por Alexander Roberts, James Donaldson e A. Cleveland Coxe. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1885.) Revisado e editado para New Advent por Kevin Knight. Disponível em:

[2] - Jerome, Letters 107(To Laeta), chapter 2. De Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. 6. Editado by Philip Schaff e Henry Wace. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1893.) Revisado e editado para New Advent por Kevin Knight. Disponível em:

[3] - Tertullian, The Chaplet, chapter 15. De Ante-Nicene Fathers, Vol. 3. Editado por Alexander Roberts, James Donaldson e A. Cleveland Coxe. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1885.) Revisado e editado for New Advent by Kevin Knight. Disponível em:

[4] – Tertullian, Prescription against Heretics, chapter 40. De Ante-Nicene Fathers, Vol. 3. Editado por Alexander Roberts, James Donaldson e A. Cleveland Coxe. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1885.) Revised and edited for New Advent by Kevin Knight. Disponível:

Fonte: Apologistas Católicos

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tomar nas mãos o pão e o vinho

Tomar nas mãos o pão e o vinho: preparar a mesa... apresentar as oferendas...

Maria de Lourdes Zavarez

Em cada celebração eucarística, Jesus refaz conosco os gestos de tomar nas mãos o pão e o cálice com vinho, dar graças, partir e entregá-los, dizendo: Isto é meu corpo entregue, meu sangue derramado... é minha vida doada por vocês e por muitos... Comendo deste pão e bebendo deste vinho, vocês ficam unidos a mim, formando como que um só corpo comigo. Façam o que eu fiz. Coloquem sua vida a serviço de Deus, a serviço uns dos outros. Amem-se uns aos outros para que se realize o projeto do Pai... numa sociedade de iguais, de irmãos, sem excluídos...
À semelhança de nossas refeições, a primeira ação que realizamos na liturgia eucarística é preparar a mesa e apresentar os alimentos. Pão e vinho, frutos da terra e do trabalho humano, são os elementos essenciais, trazidos e colocados sobre altar. Conforme orienta o missal romano, o pão precisa realmente parecer pão e o vinho seja para todos.
Eles contêm a força, a energia, o dinamismo da natureza... e também, trazem presente a capacidade humana de produzir, de inventar, de transformar, de saborear, de desfrutar, de conviver... Pão e vinho simbolizam toda nossa realidade: alegrias e sofrimentos, conquistas e fracassos, abundância e carência, força e fraqueza... Neles estão presentes o clamor de tantos famintos, de desempregados e subempregados, de sem-terra e sem-teto, dos sem-saúde, enfim dos que têm sua dignidade e direitos desrespeitados e de todos que lutam por uma sociedade mais justa, mais digna e mais feliz.
Neles estão presentes também sonhos, a esperança de ver realizado o projeto de Deus que é vida abundante e feliz para todos. O empenho diário, os gestos de partilha, de doação, de ajuda mútua, de solidariedade... vão concretizando lentamente esse sonho em nossa história, até que chegue sua realização plena e definitiva.
Neste momento da celebração, colocamos sobre a mesa toda esta realidade simbolizadas no pão e no vinho. Reconhecemos que tudo o que temos, tudo o que fazemos vem de Deus, Pai criador do céu e da terra. E agradecidos, O bendizemos pelo tanto que sua bondade nos dá: Bendito seja Deus, pelo pão, pelo vinho que de sua bondade recebemos... É uma oração de bênção que fazemos inspirada na “berâkâh", bênção judaica durante a refeição.
Este não é ainda o ofertório. Estamos apenas preparando a oferenda. Não deve haver um ofertório nosso, desligado do ofertório de Jesus, pois somos com ele um só corpo! E este único ofertório acontece no momento em que, pela ação do Espírito Santo, nossa vida unida à vida de Jesus, torna-se oferenda perfeita entregue com Ele, por Ele e nEle, em louvor ao Pai, na unidade do Espírito.
A apresentação das oferendas é sempre um momento de alegria, de gratidão, de disponibilidade para fazer de nossa vida um dom a serviço de Deus e dos irmãos. Por isso, em geral, é acompanhado de canto e, em dias mais festivos até com dança. A coleta, gesto de partilha gratuita com os irmãos, com alimentos, dinheiro ou outras ofertas, ganha valor de culto quando integrada neste mistério.
Há outros pequenos gestos, menos importantes, integrando este momento ritual. Conforme o costume judaico, um pouco de água é colocado no cálice com vinho. Quem preside lava as mãos, preparando-se espiritualmente para a grande ação de graças e oferta de louvor na Oração Eucarística. Em celebrações festivas pode-se fazer a incensação da mesa, das oferendas, do ministro e de todo o povo.
A oração sobre as oferendas, feita por quem preside, nos encaminha para o ponto alto da liturgia eucarística.

Fonte: Portal Católico.

Oração Eucarística

Oração Eucarística: Dar graças.. doar a vida... eis nossa vocação e nossa salvação!

Maria de Lourdes Zavarez

Esta é a resposta que damos, em diálogo com quem preside, no início da Oração Eucarística. É o anúncio de tudo o que faremos a seguir, começando com o prefácio. Na fé do Ressuscitado, presente no meio de nós, com nosso coração orientado para o alto, damos graças ao Senhor nosso Deus!
O convite é dirigido a cada pessoa presente para unir-se de coração à ação de graças que a comunidade, corpo do Senhor, animada pelo Espírito vai fazer carinhosa e publicamente a Deus Pai, com Jesus.
É nossa vocação fundamental dar graças, reconhecendo que toda nossa vida é DOM, é GRAÇA, é presente gratuito de Deus, sempre fiel à aliança e, reconhecendo ao mesmo tempo, nossa constante infidelidade.
É nossa salvação fazer desta vida um dom, uma doação generosa aos irmãos, amando até o fim como fez Jesus.
Dar graças, entregando a vida com Cristo ao Pai. É o que realizamos na grande e solene prece de aliança que é a Oração Eucarística, enraizada nas bênçãos judaicas, particularmente nas bênçãos de alimentos.
Toda refeição judaica e, em particular a ceia pascal, começa sempre por uma ação de graças, uma bênção (bendição), seguida de súplica para que Deus continue sendo pródigo com seu povo.
Dar graças e bendizer são dois verbos sinônimos que guardam o mesmo significado e indicam o que os judeus chamam (no hebraico) a berâkâh e que o Novo Testamento chama de Eucaristia: no grego: eucharistein (eu = bom, bem; charis = graça, dom, favor) quer dizer “quanto é belo, quanto é bom o presente que ofereces!”.
Em que consiste esta ação de graças que é toda a Oração Eucarística?
Consiste em, juntos lembrar, agradecer, adorando ao Pai pelas maravilhas que fez por nós na pessoa de Jesus, seu Filho amado, principalmente pelo mistério de sua morte e ressurreição. Confiados nesta ação maravilhosa do Senhor, suplicamos que o Pai envie seu Espírito para transubstanciar o pão e o vinho no corpo sacramental de Jesus e transformar a nós, comungantes, no corpo eclesial do Ressuscitado.
Jesus na última Ceia tomou em suas mãos o pão e o vinho e deu graças primeiro. Depois entregou-os para serem comidos e bebidoe. Esta seqüência nos apresenta um dado importante da espiritualidade judaica, calcada na Aliança, que foi assumida por Jesus e pelas comunidades cristãs. Bendizer e depois comer. Agradecemos e depois comungamos. O pão que comemos e o vinho que bebemos é o pão e o cálice da Bênção, da ação de graças. (cf. 1Cor 10,16-18).
Por ser pouco compreendida, a Oração Eucarística é feita, muitas vezes, com pressa, sem convicção, sem alegria, não suscita gratidão... Por isso, ainda é comum, pessoas acharem que o momento mais apropriado de agradecer a Deus na Missa é só após a comunhão.
A Oração Eucarística mais que oração é uma grande AÇÃO litúrgica.
Ela tem uma estrutura com os seguintes elementos: o diálogo inicial entre quem preside e a assembléia: O Senhor esteja convosco...Corações ao alto... Demos graças ao Senhor nosso Deus. O prefácio, apresentando os motivos da ação de graças, terminando com o canto do “Santo...”A epíclese (invocação do Espírito Santo) sobre o pão e o vinho). Narrativa da instituição. Anamnese (memorial) e ablação(oferta)A epíclese ( invocação do Espírito Santo ) sobre a comunidade. As intercessões a Doxologia e o Amém final.
A Oração eucarística deve ser entendida e vivida espiritualmente como um todo. Seu núcleo central é a ação de graças dirigida em adoração ao Pai e não a presença real de Cristo na Eucaristia.
O ponto alto, síntese desta ação de graças, é o momento da elevação do pão e do vinho, no final da oração eucarística, durante a doxologia (palavra de louvor) final: Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre. Amém!
A ação de graças, que é toda a Oração Eucarística, é proclamada pelo presidente da mesa, que fala em nome de todos como acontece em nossas festas quando queremos homenagear alguém: um faz o discurso em nome de todos. A assembléia participa atentamente e intervém com as aclamações: o “Santo...”, o “ Eis o mistério da fé...”, as outras aclamações e o Amém final, que merece ser feito ou cantado com exultação. Este Amém é o “sim “da aliança, a assinatura do povo sacerdotal à prece de louvor e à oferenda pascal que se concluí.
Vale lembrar que temos no Brasil, quatorze textos diferentes de Orações eucarísticas, disponíveis para a escolha das comunidades.
“É claro que só temos a ganhar com as orações eucarísticas e aclamações cantadas, em linguagem poética e musical própria da cultura da comunidade celebrante. Orações eucarísticas resmungadas ou recitadas às pressas jamais conseguirão expressar ou suscitar a nossa gratidão para com o Pai. Que sejam pelo menos proclamadas com convicção e alegria.” (Ione Buyst)
Ser eucarísticos, dar graças, fazer de nossa vida um dom a Deus e aos irmãos é nossa vocação... nosso dever... nosso prazer... é nossa salvação, passamos da morte para a vida!

Fonte: Portal Católico.

domingo, 11 de setembro de 2011

Mitos litúrgicos

Mitos litúrgicos

Autor: Francisco Dockhorn
Revisão teológica: Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico Westphalen-RS
Publicação original: 11 de Fevereiro de 2009, 151º aniversário das aparições da Santíssima Virgem em Lourdes



Quando eu era criança, tínhamos na creche que eu freqüentava a "hora do conto", onde se contavam estórias sobre lendas infantis, como: chapeuzinho vermelho, lobo mau, branca de neve, sete anões, João e Maria, três porquinhos, Cinderela, Saci-Pererê, etc.

Infelizmente, tenho visto que muitos escritos sobre Liturgia editados no Brasil e muitos cursos de Liturgia ao nosso redor tem se tornado uma "hora do conto", onde se ensina mitos que não correspondem à verdade da doutrina e da disciplina da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Não me refiro, evidentemente, à má intenção de quem promove ou ministra tais cursos, pois isto não cabe a mim julgar. A avaliação que faço aqui é puramente a nível de conteúdo.

Vejo que é freqüente se ensinar mitos como: "A Presença de Jesus na Palavra é tão completa como na Eucaristia; a Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada; a adoração eucarística fora da Missa é ultrapassada; na consagração deve-se estar em pé; a noção da Missa como Sacrifício é ultrapassada; é mais expressivo no altar a imagem de Jesus Ressuscitado do que de Jesus crucificado; quem celebra a Missa não é o Padre, e sim toda a comunidade; a Igreja pode vir a ordenar mulheres; a Missa é para os fiéis; não se assiste à Missa; qualquer pessoa pode comungar; a absolvição comunitária substitui a confissão individual; é errado comungar na boca e de joelhos; a comunhão tem que ser em duas espécies; o Ministério extraordinário da Sagrada Comunhão existe para promover a participação dos leigos; o cálice e o cibório podem ser de qualquer material; os fiéis podem rezar junto a doxologia e a oração da paz; o sacerdote usar casula é algo ultrapassado; o Concílio Vaticano II aboliu o latim; para participar bem da Missa é preciso entender a língua que o padre celebra; o canto gregoriano é algo ultrapassado; atualmente o padre tem que rezar de frente para os fiéis; o Sacrário no centro é anti-litúrgico; não se deve ter imagens dos santos nas igrejas; cada comunidade deve ter a Missa do seu jeito; pode-se fazer tudo o que o Missal não proíbe; o padre é autoridade, por isso deve-se obedecê-lo em tudo; procurar obedecer à leis é farisaísmo; o que importa é o coração; a Missa Tridentina é antiquada; para celebrar a Missa Tridentina é preciso autorização do Bispo local; ir à Missa dominical não é obrigação."

A diferença entre tais idéias e o autêntico pensamento católico é facilmente constatada, confrontando estes mitos aos documentos oficiais da Santa Igreja editados em Roma. São idéias que, evidentemente, não surgiram ao acaso, mas são fruto direto ou influência de uma teologia litúrgica modernista e incompatível com a autêntica teologia católica. Aqui na América Latina, muitas delas foram historicamente reforçadas pela disseminação de teologias importadas e da chamada "Teologia da Libertação", esta de caráter marxista, que é incompatível com o pensamento da Santa Igreja e faz uma releitura de toda teologia (inclusive da teologia litúrgica), como está expresso em diversos documentos do Sagrado Magistério (ver a "Instrução sobre alguns aspectos da Teologia da Libertação", da Sagrada Congregação para Doutrina da Fé, de 06 de Agosto de 1984).

O objetivo deste artigo é expor abaixo cada um desses mitos litúrgicos citados e os contrapor com a palavra oficial da Santa Igreja. Todas as citações utilizadas sobre disciplina litúrgica, de documentos da Santa Igreja, se aplicam à forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI (que é atualmente a forma ordinária), com exceção dos mitos 30 e 31, que falam expressamente sobre a Missa Tridentina, que é a forma tradicional e (atualmente) extraordinária do Rito Romano.

Vamos aos mitos listados (32, ao todo) e suas contra-argumentações:



Mito 1: "A Presença de Jesus na Palavra é tão completa como na Eucaristia"

Não é.

Ensina-nos o Sagrado Magistério da Santa Igreja Católica Apostólica Romana que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente e substancialmente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377.

E por na Hóstia Consagrada Nosso Senhor está presente de maneira substancial, o Papa Paulo VI afirma (Encíclica Mysterium Fidei, n. 40-41, de 1965) a supremacia da Presença Eucarística de Nosso Senhor sobre as demais formas de presença:

"Estas várias maneiras de presença enchem o espírito de assombro e levam-nos a contemplar o Mistério da Igreja. Outra é, contudo, e verdadeiramente sublime, a presença de Cristo na sua Igreja pelo Sacramento da Eucaristia. Por causa dela, é este Sacramento, comparado com os outros, "mais suave para a devoção, mais belo para a inteligência, mais santo pelo que encerra"; contém, de fato, o próprio Cristo e é "como que a perfeição da vida espiritual e o fim de todos os Sacramentos". Esta presença chama-se "real", não por exclusão como se as outras não fossem "reais", mas por antonomásia porque é substancial, quer dizer, por ela está presente, de fato, Cristo completo, Deus e homem."

Também o próprio Concílio Vaticano II, na Constituição Sacrosanctum Concilium (n.7), afirma esta supremacia da Presença Eucarística: "Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz» - quer e SOBRETUDO sob as espécies eucarísticas."

Afirmar que a presença de Nosso Senhor na Palavra é tão completa como na Hóstia consagrada significa uma dessas duas coisas: afirmar que Nosso Senhor se transubstancia na Palavra (aí fazemos o que, comemos a Bíblia e o Lecionário?), ou negar a Presença Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, o que atenta conta o Mistério central da fé católica, pois a Eucaristia é "fonte e ápice da vida cristã" (Lumen Gentium, n.11)


Mito 2: "A Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada"

É para ser adorada, sim.

A Hóstia consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor, e por isso a Santa Igreja dedica a ela toda a adoração. O Santo Padre Bento XVI responde (Exortação Sacramentum Caritatis, n.66, de 2006) :"...aconteceu às vezes não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção então em voga, por exemplo, partia da idéia que o pão eucarístico nos fora dado não para ser contemplado, mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração da Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho dissera: « Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (...) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos ». De facto, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos."

Dizer que a Eucaristia não é para ser adorada implica em negar a que a Hóstia Consagrada é o Corpo de Nosso Senhor, ou pensar que Deus não é digno de adoração...



Mito 3: "A adoração eucarística fora da Missa é ultrapassada"

Não é.

O saudoso Papa João Paulo II escreveu (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 25, de 2003): "Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela « arte da oração », como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório, que escrevia: A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça."

E o Santo Padre Bento XVI acrescenta (Sacramentum Caritatis, n. 66-67): "De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. (...) Juntamente com a assembléia sinodal, recomendo, pois, vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto pessoal como comunitária. Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível e sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente individuar igrejas ou capelas que se possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além disso, recomendo que na formação catequética, particularmente nos itinerários de preparação para a Primeira Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na beleza de demorar-se na companhia de Jesus, cultivando o enlevo pela sua presença na Eucaristia."



Mito 4: "Na consagração deve-se estar em pé"

Na Consagração os fiéis devem estar de joelhos, em sinal de adoração.Quanto a isso a lei da Santa Igreja é clara em afirmar na Instrução Geral no Missal Romano (n. 43), que determina que os fiéis estejam "de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração."



Mito 5: "A noção da Missa como Sacrifício é ultrapassada"

Não é.

O Sagrado Magistério da Igreja, por graça do Espírito Santo, é infalível em matéria de fé e moral (Cat., n.2035). Por isso, a fé católica não muda.

A Santa Missa é a Renovação do Único e Eterno Sacrifício de Nosso Senhor, oferecido pelas mãos do sacerdote. Diz o Catecismo da Igreja Católica (n. 1367): "O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício."

O Catecismo anterior, publicado pelo Papa São Pio X em 1905, afirma (n. 652-654): "A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz. (...) O Sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes seus ministros, sobre os nossos altares, mas quanto ao modo por que é oferecido, o sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele. (...) Que diferença, pois, e que relação há entre o Sacrifício da Missa e o da Cruz? Entre o Sacrifício da Missa e o sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: que Jesus Cristo sobre a cruz se ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte."

Curiosidade: o Papa Bento XVI afirmou, no dia 09 de Outubro de 2006, que o homem contemporâneo "perdeu o sentido do pecado". Ora, se não há pecado, qual a necessidade de um Sacrifício Propiciatório? Creio que isso explica muitas coisas...



Mito 6: "É mais expressivo no altar a imagem de Jesus Ressuscitado do que de Jesus crucificado"

Não é.

A Instrução Geral do Missal Romano determina (n.308): "Sobre o altar ou junto dele coloca-se também uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado, que a assembléia possa ver bem. Convém que, mesmo fora das ações litúrgicas, permaneça junto do altar uma tal cruz, para recordar aos fiéis a paixão salvadora do Senhor."

Essa cruz alude ao Santo Sacrifício de Nosso Senhor, que se renova no altar. Nosso Senhor está vivo e ressuscitado, mas a Santa Missa renova o Sacrifício.



Mito 7: "Quem celebra a Missa não é o Padre, e sim toda a comunidade"

A Instrução Redemptions Sacramentum (n. 42), de 2004, discorrendo sobre o Santo Sacrifício da Missa, afirma: "O Sacrifício Eucarístico não deve, portanto, ser considerado "concelebração", no sentido unívoco do sacerdote juntamente com povo presente. Ao contrário, a Eucaristia celebrada pelos sacerdotes é um dom que supera radicalmente o poder da assembléia. A assembléia, que se reúne para a celebração da Eucaristia, necessita absolutamente de um sacerdote ordenado que a presida, para poder ser verdadeiramente uma assembléia eucarística. Por outro lado, a comunidade não é capaz de dotar-se por si só do ministro ordenado."



Mito 8: "A Igreja pode vir a ordenar mulheres"

Não pode.

O saudoso Papa João Paulo II definiu que a Santa Igreja não tem a faculdade de ordenar mulheres, quando em 1994, publicou a Carta Apostólica "Ordinatio Sacerdotalis", que afirma explicitamente: "Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja."



Mito 9: "A Missa é para os fiéis"

A Santa Missa, essencialmente, é para Deus e não para os fiéis, pois ela é a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor, oferecido a Deus Pai pelas mãos do sacerdote.

Por isso, o saudoso Papa João Paulo II lamenta na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia (n. 10): "As vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesma. Além disso, a necessidade do sacerdócio ministerial, que se fundamenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio. (...) Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande para suportar ambigüidades e reduções."

Embora, como foi dito, os fiéis que participam da Santa Missa se beneficiam. Pois na Missa, Nosso Senhor "se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte." (Catecismo de São Pio X, n. 254)



Mito 10: "Não se assiste à Missa"

Embora os documentos da Santa Igreja utilizem TAMBÉM o termo "participar", NÃO é errado utilizar o termo "assistir".

O próprio Papa Pio XII, na encíclica Mediador Dei, de 1947, exorta os Bispos: "Procurai, sobretudo, obter, com o vosso diligentíssimo zelo, que todos os fiéis assistam ao sacrifício eucarístico e dele recebam os mais abundantes frutos de salvação." Também o Catecismo de São Pio X (n.391) fala em "assistir devotamente ao Santo Sacrifício da Missa."

O que este termo frisa é a verdade de fé de que é o sacerdote que oferece o Santo Sacrifício da Missa, e não o leigo.

Por outro lado, é evidente que o fiel precisa assistir a celebração de forma participativa (Sacrossanctum Concilium, n.14), unindo sua vida ao Mistério do Santo Sacrifício que se renova no altar.



Mito 11: "Qualquer pessoa pode comungar"

Não pode.

Escreve São Paulo: "Todo aquele que comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte, cada um examine a si mesmo antes de comer desse Pão ou beber desse Cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação." (ICor 11,27-29)

O Código de Direito Canônico diz que pode comungar "qualquer batizado, não proibido pelo direito" (cânon 912) A preparação primeira necessária para receber o Corpo de Nosso Senhor é a preparação interior, ou seja: estar em estado de graça, que significa estar em ausência de pecados mortais (Cat. 1385). Tal estado nos é dado quando recebemos o Sacramento do Batismo, e, após a queda em pecado mortal, através de uma Confissão bem feita (Cat. 1264; 1468-1470). A Santa Igreja também instituiu o chamado "jejum eucarístico" (isto é, estar a uma hora antes de comungar sem ingerir alimentos, a não ser água e medicamentos necessários, como especifica o Cânon 919).

É preocupante vermos filas para a Sagrada Comunhão tão longas, e filas para o confessionário tão pequenas...

Pior ainda quando não há sacerdotes disponíveis para os confessionários!



Mito 12: "A absolvição comunitária substitui a confissão individual"

Não substitui.

Diz o Catecismo da Igreja Católica (n.1483):

"A confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja: somente a impossibilidade física ou moral o escusa desta forma de confissão".

Continua o Catecismo (n.1483):

"Em casos de grave necessidade, pode-se recorrer à celebração comunitária da reconciliação, com confissão geral e absolvição geral. Tal necessidade grave pode ocorrer quando há perigo iminente de morte, sem que o sacerdote ou os sacerdotes tenham tempo suficiente para ouvir a confissão de cada penitente. A necessidade grave pode existir também quando, tendo em conta o número dos penitentes, não há confessores bastantes para ouvir devidamente as confissões individuais num tempo razoável, de modo que os penitentes, sem culpa sua, se vejam privados, durante muito tempo, da graça sacramental ou da sagrada Comunhão. Neste caso, para a validade da absolvição, os fiéis devem ter o propósito de confessar individualmente os seus pecados graves em tempo oportuno. Pertence ao bispo diocesano julgar se as condições requeridas para a absolvição geral existem. Uma grande afluência de fiéis, por ocasião de grandes festas ou de peregrinações, não constitui um desses casos de grave necessidade."



Mito 13: "É errado comungar na boca e de joelhos"

Não é.

A norma tradicional para receber o Corpo de Nosso Senhor, mantida como a única forma lícita por muito séculos, é que se receba diretamente na boca e estando de joelhos, como sinal de reverência e adoração.

Após o Concílio Vaticano II, Roma permitiu, devido ao pedido de algumas conferências episcopais, que em alguns locais os fiéis que desejassem pudessem receber o Corpo de Nosso Senhor na mão. Por outro lado, os documentos oficiais da Santa Igreja recomendaram que o costume de comungar na boca fosse conservado, e proíbem expressamente que os sacerdotes e demais ministros neguem o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca a quem deseja receber desta forma.

A instrução Memoriale Domini, publicada pela Sagrada Congregação para o Culto Divino em 1969, afirma que, se na antigüidade, em algum local foi comum a prática dos fiéis receberem o Corpo de Nosso Senhor na mão, houve nas normas litúrgicas um amadurecimento neste sentido para que se passasse a receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca. Diz o documento: "Com o passar do tempo, quando a verdade e a eficácia do mistério eucarístico, assim como a presença de Cristo nele, foram perscrutadas com mais profundidade, o sentido da reverência devida a este Santíssimo Sacramento e da humildade com a qual ele deve ser recebido exigiram que fosse introduzido o costume que seja o ministro mesmo que deponha sobre a língua do comungante uma parcela do pão consagrado."

Mas quais são as vantagens que há em receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca? O mesmo documento fala de duas: a maior reverência à Sua Presença Real e a maior segurança para que não se percam os fragmentos do Seu Corpo. Assim ele afirma: "Essa maneira de distribuir a santa comunhão deve ser conservada, não somente porque ela tem atrás de si uma tradição multissecular, mas sobretudo porque ela exprime a reverência dos fiéis para com a Eucaristia. Esse modo de fazê-lo não fere em nada a dignidade da pessoa daqueles que se aproximam desse sacramento tão elevado, e é apropriado à preparação requerida para receber o Corpo do Senhor da maneira mais frutuosa possível. Essa reverência exprime bem a comunhão, não "de um pão e de uma bebida ordinários" (São Justino), mas do Corpo e do Sangue do Senhor, em virtude da qual "o povo de Deus participa dos bens do sacrifício pascal, reatualiza a nova aliança selada uma vez por todas por Deus com os homens no Sangue de Cristo, e na fé e na esperança prefigura e antecipa o banquete escatológico no Reino do Pai" (Sagr. Congr.. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n.3) Por fim, assegura-se mais eficazmente que a santa comunhão seja administrada com a reverência, o decoro e a dignidade que lhe são devidos de sorte que seja afastado todo o perigo de profanação das espécies eucarísticas, nas quais, "de uma maneira única, Cristo total e todo inteiro, Deus e homem, se encontra presente substancialmente e de um modo permanente" (Sagr. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n. 9); e para que se conserve com diligência todo o cuidado constantemente recomendado pela Igreja no que concerne aos fragmentos do pão consagrado."

As normas litúrgicas são bem claras em afirmar que "os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão." (Notificação da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de Abril de 1985). Aqueles que comungam na mão precisam atentar, ainda, para que não se percam pequenos fragmentos da Hóstia Consagrada, nos quais também Nosso Senhor esta presente por inteiro - isto seria, de fato, uma profanação. Também se permitiu, em alguns locais, que se receba o Corpo de Nosso Senhor estando em pé. Mas da mesma forma que a Sagrada Comunhão na mão, isto se permitiu como uma concessão à regra tradicional, afirmando-se que os que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo. É o que afirma a Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos:

"A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (...) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (...) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (....) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral." (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003.

Também a instrução Redemptionis Sacramentum, instrução publicada pela mesma congregação em 2004, determina (n. 91): "Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé."



Mito 14. "A comunhão tem que ser em duas espécies"

Não tem.

Embora a Comunhão sob duas espécies tenha um significado simbólico expressivo (Redemptionis Sacramentum, n.100), a Santa Igreja tem a justa preocupação de evitar heresias e profanações, e por isso só permite a Comunhão sob duas espécies em casos particulares e sob rígidas determinações.

Por isso que o Sagrado Magistério, no Concílio de Trento (séc. XVI), definiu alguns princípios dogmáticos á respeito da Comunhão Eucarística sob as duas espécies; princípios estes que foram expressamente relembrados na Redemptionis Sacramentum (n. 100). Assim definiu o Concílio de Trento (n. 930-932): "Por nenhum preceito divino [os fiéis] estão obrigados a receber o sacramento da Eucaristia sob ambas as espécies, e que, salva a fé, de nenhum modo se pode duvidar que a comunhão debaixo de uma [só] das espécies lhes baste para a salvação. (...) Nosso Redentor, como ficou dito, instituiu na última ceia este sacramento e o deu aos Apóstolos sob as duas espécies, contudo devemos confessar que debaixo de cada uma delas se recebe Cristo todo inteiro e como verdadeiro sacramento."

Partindo desses princípios, e da justa preocupação de evitar profanações, a Santa Igreja estabeleceu que somente em casos particulares seria ministrada a Sagrada Comunhão aos féis sob a aparência do vinho. Nesse sentido, afirma a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 101) que "para administrar aos fiéis leigos a sagrada Comunhão sob as duas espécies, devem-se ter em conhecimento, convenientemente, as circunstâncias, sobre as que devem julgar, em primeiro lugar, os Bispos diocesanos. Deve-se excluir totalmente quando exista perigo, inclusive pequeno, de profanação das sagradas espécies."

A seguir, a mesma Instrução aponta as formas pela qual a Sagrada Comunhão sob duas espécies pode ser administrada (n. 103): "As normas do Missal Romano admitem o principio de que, nos casos em que se administra a sagrada Comunhão sob as duas espécies, o Sangue do Senhor pode ser bebido diretamente do cálice, ou por intinção, ou com uma palheta, ou uma colher pequenina."

Em públicos maiores, tenho presenciado que normalmente a Comunhão Eucarística se por dá intinção, isto é, tomando-se o Corpo de Nosso Senhor na aparência do pão e intingindo-se na aparência do vinho. A mesma Instrução ordena que, para se ministrar a Sagrada Comunhão desta forma, "usam-se hóstias que não sejam nem demasiadamente delgadas nem demasiadamente pequenas e o comungante receba do sacerdote o sacramento, somente na boca." (n.103) E ainda: "Não se permita ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem receber na mão a hóstia molhada. No que se refere à hóstia que se deve molhar, esta deve ser de matéria válida e estar consagrada; estando absolutamente proibido o uso de pão não consagrado ou de outra matéria." (n. 104) Infelizmente, tem se tornado "moda" uma espécie da Comunhão "self-service", onde, com o Corpo de Nosso Senhor na aparência do pão na mão, o próprio fiel comungante faz a intinção na aparência do vinho. Pelas normas litúrgicas, em toda a preocupação que a Santa Igreja tem pelo manuseio do Corpo de Deus, esta prática é absolutamente ilícita, como fica claro no parágrafo acima. Mais ainda: esta irregularidade é apontada na mesma Instrução dentro da listagens dos "atos sempre objetivamente graves" por atentar contra a dignidade do Santíssimo Sacramento (n. 173).



Mito 15. "O Ministério extraordinário da Sagrada Comunhão existe para promover a participação dos leigos."

Não existe para isso, pois ordinariamente a função do leigo não é distribuir o Corpo de Deus.

Isso afirma expressamente a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 151): "Somente em caso de verdadeira necessidade se deverá recorrer à ajuda dos ministros extroardinários na celebração da liturgia. De fato, isto não está previsto para assegurar a participação mais plena dos leigos, mas é por sua natureza supletivo e provisório."

O ministro ordinário da Comunhão Eucarística, pela unção do Sacramento da Ordem, é o sacerdote e o diácono (Cânon 910). Por isso, ordinariamente somente eles podem ministrar a Corpo de Nosso Senhor.

Havendo real necessidade, o ministro extraordinário pode distribuir a Comunhão Eucarística. Os ministros extraordinários são prioritariamente os acólitos instituídos (cânon 910). Não havendo acólitos instituídos disponíveis para isso, outros fiéis (religiosos ou leigos) podem atuar ministrando a Comunhão Eucarística, como aponta a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 155) Tais situações são, de fato, extraordinárias, como o próprio nome do ministério já o indica.

Portanto, é um equívoco afirmar que o Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística existe para promover o serviço do leigo, pois esta função não é, ordinariamente, uma atribuição do leigo, e em uma situação em que houvesse um número maior de ministros ordinários o ministério extraordinário não haveria razões para existir.

Quais seriam estas razões que indicariam esta "verdadeira necessidade" para o uso dos ministros extraordinários da Comunhão Eucarística? A própria Instrução responde: "O ministro extraordinário da sagrada Comunhão poderá administrar a Comunhão somente na ausência do sacerdote ou diácono, quando o sacerdote está impedido por enfermidade, idade avançada, ou por outra verdadeira causa, ou quando é tão grande o número dos fiéis que se reúnem à Comunhão, que a celebração da Missa se prolongaria demasiado. Por isso, deve-se entender que uma breve prolongação seria uma causa absolutamente suportável, de acordo com a cultura e os costumes próprios do lugar." (n. 158) E ainda: "Reprove-se o costume daqueles sacerdotes que, apesar de estarem presentes na celebração, abstém-se de distribuir a Comunhão, delegando esta tarefa a leigos." (n. 157)



Mito 16. "O cálice e o cibório podem ser de qualquer material"

Não podem.

A Santa Igreja zela pelo material do cálice, cibórios e outros vasos sagrados utilizados nas celebrações. Por exemplo: é expressamente proibido o uso de vasos sagrados de vidro, barro, argila, cristal ou outro material que quebre com facilidade.

Especifica a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 117): "Os vasos sagrados, que estão destinados a receber o Corpo e o Sangue do Senhor, devem-se ser fabricados, estritamente, conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos. As Conferências de Bispos tenham capacidade de decidir, com a aprovação da Sé apostólica, se é oportuno que os vasos sagrados também sejam elaborados com outros materiais sólidos. Sem dúvida, requer-se estritamente que este material, de acordo com a comum valorização de cada região, seja verdadeiramente nobre, de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiéis, a doutrina da presença real de Cristo nas espécies eucarísticas. Portanto, reprove-se qualquer uso, para a celebração da Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros materiais que se quebram facilmente. Isto vale também para os metais e outros materiais, que se corroem (oxidam) facilmente."

O saudoso Papa João Paulo II insiste na utilização dos melhores recursos possíveis nos objetos litúrgicos, como honra prestada ao Corpo e ao Sacrifício de Nosso Senhor. Disse João Paulo II (Ecclesia de Eucharistia, n. 47-48):

"Quando alguém lê o relato da instituição da Eucaristia nos Evangelhos Sinópticos, fica admirado ao ver a simplicidade e simultaneamente a dignidade com que Jesus, na noite da Última Ceia, institui este grande sacramento. Há um episódio que, de certo modo, lhe serve de prelúdio: é a unção de Betânia. Uma mulher, que João identifica como sendo Maria, irmã de Lázaro, derrama sobre a cabeça de Jesus um vaso de perfume precioso, suscitando nos discípulos – particularmente em Judas (Mt 26, 8; Mc 14, 4; Jo 12, 4) – uma reacção de protesto contra tal gesto que, em face das necessidades dos pobres, constituía um « desperdício » intolerável. Mas Jesus faz uma avaliação muito diferente: sem nada tirar ao dever da caridade para com os necessitados, aos quais sempre se hão-de dedicar os discípulos – « Pobres, sempre os tereis convosco » (Jo 12, 8; cf. Mt 26, 11; Mc 14, 7) –, Ele pensa no momento já próximo da sua morte e sepultura, considerando a unção que Lhe foi feita como uma antecipação daquelas honras de que continuará a ser digno o seu corpo mesmo depois da morte, porque indissoluvelmente ligado ao mistério da sua pessoa. (...) Tal como a mulher da unção de Betânia, a Igreja não temeu « desperdiçar », investindo o melhor dos seus recursos para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da Eucaristia. À semelhança dos primeiros discípulos encarregados de preparar a « grande sala », ela sentiu-se impelida, ao longo dos séculos e no alternar-se das culturas, a celebrar a Eucaristia num ambiente digno de tão grande mistério. Foi sob o impulso das palavras e gestos de Jesus, desenvolvendo a herança ritual do judaísmo, que nasceu a liturgia cristã. Porventura haverá algo que seja capaz de exprimir de forma devida o acolhimento do dom que o Esposo divino continuamente faz de Si mesmo à Igreja-Esposa, colocando ao alcance das sucessivas gerações de crentes o sacrifício que ofereceu uma vez por todas na cruz e tornando-Se alimento para todos os fiéis? Se a ideia do « banquete » inspira familiaridade, a Igreja nunca cedeu à tentação de banalizar esta « intimidade » com o seu Esposo, recordando-se que Ele é também o seu Senhor e que, embora « banquete », permanece sempre um banquete sacrificial, assinalado com o sangue derramado no Gólgota. O Banquete eucarístico é verdadeiramente banquete « sagrado », onde, na simplicidade dos sinais, se esconde o abismo da santidade de Deus: O Sacrum convivium, in quo Christus sumitur! - « Ó Sagrado Banquete, em que se recebe Cristo! »"



Mito 17: "Os fiéis podem rezar junto a doxologia e a oração da paz"

Não podem.

Diz o Código de Direito Canônico (Cânon 907) que "Na celebração Eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprios do sacerdote celebrante."

Também a Instrução Inaestimabile Donum (n.4) afirma: "Está reservado ao sacerdote, em virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o ponto alto de toda a celebração. É portanto um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam ditas pelo diácono, por um ministro subordinado ou pelos fiéis. Por outro lado isso não significa que a assembléia permanece passiva e inerte. Ela se une ao sacerdote através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de intervenção providenciados para o curso da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da Consagração, e o Amén final depois do Per Ipsum. O Per Ipsum ( por Cristo, com Cristo, em Cristo) por si mesmo é reservado somente ao sacerdote. Este Amén final deveria ser enfatizado sendo feito cantado, sendo que ele é o mais importante de toda a Missa."

Tais orações são orações do sacerdote. De forma especial, a doxologia ("Por Cristo, com Cristo e em Cristo..."), que é momento onde o sacerdote oferece à Deus Pai o Santo Sacrifício de Nosso Senhor.



Mito 18: "O sacerdote usar casula é algo ultrapassado"

Não é.

A casula é o paramento sacerdotal próprio para o Santo Sacrifício da Missa. É o mais solene, varia de cor conforme a prescrição para a celebração em específico e vai sobre a alva e estola. Infelizmente, tem se tornado moda em muitos lugares que muitos sacerdotes celebrem usando apenas a alva e a estola, enquanto as casulas mofam nos armários.

A Instrução Geral do Missal Romano (n. 119) determina que o sacerdote utilize: amito, alva, estola, cíngulo e casula (amito e cíngulo podem ser dispensáveis, conforme o formato da alva).

A Instrução Redemptinis Sacramentum determina ainda que, sendo possível, inclusive os sacerdotes concelebrantes utilizem a casula (n. 124-126):

"No Missal Romano é facultativo que os sacerdotes que concelebram na Missa, exceto o celebrante principal (que sempre deve levar a casula da cor prescrita), possam omitir «a casula ou planeta, mas sempre usar a estola sobre a alva», quando haja uma justa causa, por exemplo o grande número de concelebrantes e a falta de ornamentos. Sem dúvida, no caso de que esta necessidade se possa prever, na medida do possível, providencie-se as referidas vestes. Os concelebrantes, a exceção do celebrante principal, podem também levar a casula de cor branca, em caso de necessidade. (...) Seja reprovado o abuso de que os sagrados ministros realizem a santa Missa, inclusive com a participação de só um assistente, sem usar as vestes sagradas ou só com a estola sobre a roupa monástica, ou o hábito comum dos religiosos, ou a roupa comum, contra o prescrito nos livros litúrgicos. Os Ordinários cuidem de que este tipo de abusos sejam corrigidos rapidamente e haja, em todas as igrejas e oratórios de sua jurisdição, um número adequado de vestes litúrgicos, confeccionadas de acordo com as normas."

Embora haja para o Brasil a concessão de o sacerdote celebrar apenas utilizando alva e estola quando houver razões pastorais (ver comentário do Pe. Jesús Hortal, SJ, à respeito do cânon 929, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola), de forma alguma pode-se dizer que o uso da casula é ultrapassado, como foi demonstrado acima.



Mito 19: "O Concílio Vaticano II aboliu o latim"

Não aboliu.

Pelo contrário: o Concílio Vaticano II incentivou o uso do latim como língua litúrgica.

Diz o Concílio (Sacrossanctum Concilium, n.36) : "Salvo o direito particular, seja conservado o uso da língua latina nos ritos latinos." Embora exista atualmente em muitos lugares a concessão para se celebrar em língua local, o latim segue sendo a língua oficial da Santa Igreja e mantém o seu significado de unidade e solenidade: "O uso da língua latina vigente em grande parte da Igreja é um caro sinal da unidade e um eficaz remédio contra toda corruptela da pura doutrina." (Papa Pio XII, na Encíclica Mediator Dei, n.53, de 1947)

Por isso o Santo Padre Bento escreveu (Sacramentum Caritatis, n.62): "A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia."

E a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 112) determina: "Excetuadas as Celebrações da Missa que, de acordo com as horas e os momentos, a autoridade eclesiástica estabelece que se façam na língua do povo, sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo Sacrifício em latim."

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (no livro "O sal da Terra", de 1996), reconhece que a "nossa cultura mudou tão radicalmente nos últimos trinta anos que uma liturgia celebrada exclusivamente em latim envolveria um elemento de estranheza que, para muitos, não seria aceitável." Por outro lado, "o Cardeal (Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramento) também sugeriu que as paróquias maiores tenham uma Missa em latim pelo menos uma vez por semana e que as paróquias rurais e menores a tivessem pelo menos uma vez ao mês." (ACI Imprensa, 16 de Novembro de 2006)



Mito 20: "Para participar bem da Missa é preciso entender a língua que o padre celebra"

Não é.

Embora possa ser útil compreender a língua que o padre celebra (e por isso são amplamente divulgados os missais com tradução em latim / português, nos meios em que a Santa Missa é celebrada em latim), o principal é contemplar o Mistério do Santo Sacrifício que se renova no altar, e para isso não é necessário compreender todas as palavras.

Missa não é jogral.

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirma ("O sal da terra"): "A Liturgia é algo diferente da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente, do que não é manipulável. A juventude sente isso intensamente. Os centros onde a Liturgia é celebrada sem fantasias e com reverência atraem, mesmo que não se compreendam todas as palavras."



Mito 21: "O canto gregoriano é algo ultrapassado"

Não é.

O Concílio Vaticano II afirma (Sacrossanctum Concilium, n.116) : ""A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana, o canto gregoriano; portanto, na ação litúrgica, ocupa o primeiro lugar entre seus similares. Os outros gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente excluídos da celebração dos ofícios divinos, desde que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica..."

A Instrução Geral do Missal Romano (n. 41) afirma: "Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana."

Também o Santo Padre Bento XVI incentiva o canto gregoriano na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis (n.62), como foi dito acima.É importante lembrar: mesmo em relação a canto popular, a referência é canto gregoriano. O saudoso Papa João Paulo II (Quirógrafo sobre a Música Sacra, n. 12) diz:

"No que diz respeito às composições musicais litúrgicas, faço minha a «regra geral» que são Pio X formulava com estes termos: 'Uma composição para a Igreja é tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproximar, no andamento, na inspiração e no sabor, da melodia gregoriana, e tanto menos é digna do templo, quanto mais se reconhece disforme daquele modelo supremo». Não se trata, evidentemente, de copiar o canto gregoriano, mas muito mais de considerar que as novas composições sejam absorvidas pelo mesmo espírito que suscitou e, pouco a pouco, modelou aquele canto."



Mito 22: "Atualmente o padre tem que rezar de frente para os fiéis"

Não tem.

Foi publicada em 1993, no seu boletim Notitiae, uma nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos reafirma a licitude tanto da celebração "Versus Populum" (com o sacerdote voltado para o povo) quanto da "Versus Deum" (com o sacerdote e povo voltados para Deus, isto é, na mesma direção)

Assim, mesmo na forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI, é perfeitamente possível que se celebre a Santa Missa com o sacerdote e os fiéis voltados na mesma direção.

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI dedicou à este tema um capítulo inteiro do seu livro "Espírito da Liturgia – Uma introdução", publicado em 1999; é o capítulo III da parte II, denominado "O altar e a orientação da oração na Liturgia".

Neste texto, o Santo Padre incentiva a celebração em "Versus Deum", exaltando o profundo significado litúrgico que tem o sacerdote e os fiéis voltados para a mesma direção, isto é, para Deus. Ele diz: ". "O sacerdote olhando para o povo dá à comunidade o aspecto de um círculo fechado em si mesmo. Já não é - por sua mesma disposição – uma comunidade aberta para frente e para cima, senão fechada em si mesma. (... ) O importante não é o diálogo olhando para o sacerdote, mas a adoração comum, sair ao encontro do Senhor que vem. A essência do acontecimento não é um círculo fechado, mas a saída de todos ao encontro do Senhor que se expressa na orientação comum."



Mito 23: "O Sacrário no centro é anti-litúrgico"

Não é.

O Santo Padre Bento XVI (Sacramentum Caritatis, n. 69) afirma que, se o Sacrário é colocado na nave principal da Igreja, "é preferível colocar o sacrário no presbitério, em lugar suficientemente elevado, no centro do fecho absidal ou então noutro ponto onde fique de igual modo bem visível."

O Sacrário no centro tem, no espírito tradicional da Sagrada Liturgia, o significado de dar a Jesus Eucarístico o destaque no lugar central.



Mito 24: "Não se deve ter imagens dos santos nas igrejas"

Deve-se ter, sim.

Diz a Instrução Geral do Missal Romano (n.318): "De acordo com a antiqüíssima tradição da Igreja, expõem-se à veneração dos fiéis, nos edifícios sagrados, imagens do Senhor, da bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, as quais devem estar dispostas de tal modo no lugar sagrado, que os fiéis sejam levados aos mistérios da fé que aí se celebram."

O que é ponderado, porém, na mesma referência: "Tenha-se, por isso, o cuidado de não aumentar exageradamente o seu número e que a sua disposição se faça na ordem devida, de tal modo que não distraiam os fiéis da celebração. Normalmente, não haja na mesma igreja mais do que uma imagem do mesmo Santo. Em geral, no ornamento e disposição da igreja, no que se refere às imagens, procure atender-se à piedade de toda a comunidade e à beleza e dignidade das imagens."



Mito 25: "Cada comunidade deve ter a Missa do seu jeito"

Não deve e não pode ter a Missa do seu jeito, e sim do jeito católico.

O Concílio Vaticano II já dizia (Sacrossanctum Concilium, 22): "Ninguém mais, absolutamente, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica."

Escreveu o saudoso Papa João Paulo II : (Ecclesia de Eucharistia, n. 52) "Atualmente também deveria ser redescoberta e valorizada a obediência às normas litúrgicas como reflexo e testemunho da Igreja, una e universal, que se torna presente em cada celebração da Eucaristia. O sacerdote, que celebra fielmente a Missa segundo as normas litúrgicas, e a comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso mas expressivo o seu amor à Igreja. (...) A ninguém é permitido aviltar este mistério que está confiado às nossas mãos: é demasiado grande para que alguém possa permitir-se de tratá-lo a seu livre arbítrio, não respeitando o seu caráter sagrado nem a sua dimensão universal."

Também a Instrução Inaestimabile Donum, de 1980, afirma: "Aquele que oferece culto a Deus em nome da Igreja, de um modo contrário ao qual foi estabelecido pela própria Igreja com a autoridade dada por Deus e o qual é também a tradição da Igreja, é culpado de falsificação."

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirmou: "É preciso que volte a ser claro que a ciência da liturgia não existe para produzir constantemente novos modelos, como é próprio da indústria automobilística. (...) A Liturgia é algo diferente da invenção de textos e ritos, porque vive, precisamente, do que não é manipulável." ("O Sal da Terra")



Mito 26: "Pode-se fazer tudo o que o Missal não proíbe"

Não se pode.

O Concílio Vaticano II proíbe acréscimos na Sagrada Liturgia, como foi dito acima (Sacrossanctum Concílium, n.22). A interpretação do Missal é estrita: assim, na Santa Missa, faz-se somente o que o Missal determina e nada mais do que isso.

Esta é uma diferença entre a Santa Missa e os grupos de oração, os encontros de evangelização e outros momentos fora da Sagrada Liturgia, onde pode-se usar de uma espontaneidade que não tem lugar dentro da Missa.

O Rito, por sua própria essência, prima pela unidade. Diz a Instrução Redemptionis Sacramentum (n.11) :

"O Mistério da Eucaristia é demasiado grande «para que alguém possa permitir tratá-lo ao seu arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua dimensão universal. Quem age contra isto, cedendo às suas próprias inspirações, embora seja sacerdote, atenta contra a unidade substancial do Rito romano, que se deve cuidar com decisão (...) Além disso, introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de deformação, quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de significar e de realizar admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do povo de Deus."

Também o Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, juntamente o Messori, no livro "A Fé em Crise?", publicado em 1985, afirma: "A liturgia não vive de surpresas `simpáticas', de intervenções `cativantes', mas de repetições solenes (...) Também por isso ela deve ser `predeterminada', `imperturbável', porque através do rito se manifesta a santidade de Deus. Ao contrário, a revolta contra aquilo que foi chamado `a velha rigidez rubricista', (...) arrastou a liturgia ao vórtice do `faça-você-mesmo', banalizando-a, porque reduzindo-a à nossa medíocre medida" .



Mito 27: "O padre é autoridade, por isso deve-se obedecê-lo em tudo"

Não se deve.

A Santa Igreja é hierárquica, e uma determinação de um sacerdote que vá contra uma determinação de Roma é automaticamente nula.

O Concílio Vaticano II, como foi dito acima, deixa claro que nem mesmo os sacerdotes podem alterar a Sagrada Liturgia (Sacrossanctum Concilium, n. 22)

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, é incisivo em dizer ("O Sal da Terra") : "Do que precisamos é de uma nova educação litúrgica, especialmente também os padres."

A Instrução Redemptionis Sacramentum afirma ainda que todos tem responsabilidade em procurar corrigir os abusos litúrgicos, mesmo quando isso implica em expor queixa aos superiores. Diz o documento (n. 183-184):

"De forma muito especial, todos procurem, de acordo com seus meios, que o santíssimo sacramento da Eucaristia seja defendido de toda irreverência e deformação, e todos os abusos sejam completamente corrigidos. Isto, portanto, é uma tarefa gravíssima para todos e cada um, excluída toda acepção de pessoas, todos estão obrigados a cumprir este trabalho. Qualquer católico, seja sacerdote, seja diácono, seja fiel leigo, tem direito a expor uma queixa por um abuso litúrgico, ante ao Bispo diocesano e ao Ordinário competente que se lhe equipara em direito, ante à Sé apostólica, em virtude do primado do Romano Pontífice. Convém, sem dúvida, que, na medida do possível, a reclamação ou queixa seja exposta primeiro ao Bispo diocesano. Para isso se faça sempre com veracidade e caridade."



Mito 28: "Procurar obedecer à leis é farisaísmo"

Não é, se essas leis forem leis instituídas por Deus ou por quem Deus delega tal poder.

O que Nosso Senhor censurou nos fariseus NÃO foi a preocupação em obedecer em santas leis de Deus. O próprio Senhor disse: "Se guardardes os Meus Mandamentos, sereis constantes no Meu Amor, como também Eu guardei os Mandamentos de Meu Pai e persisto no Seu Amor." (Jo 15, 10-11) E ainda: "Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas. Não vim para abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdades vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aqueles que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus." (Mt 5, 17-19)

A lei divina precisa ser obedecida. Os erros que Nosso Senhor condenou nos fariseus foram dois: o fato de eles ensinarem uma coisa e viverem outra ("Este povo somente Me honra com os lábios; mas seu coração está longe de Mim" – Mc 7,6); e o fato de eles interpretarem a lei de forma errada em algumas ocasiões ("Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens" – Mc 7,8), como no caso da proibição deles em relação às curas realizadas em dia de Sábado.

Não existe distinção entre obedecer diretamente a Deus e obedecer a lei da Santa Igreja. Nosso Senhor confiou a São Pedro, o primeiro Papa (Mateus 16,18-19), o poder de ligar e desligar. O Catecismo da Igreja Católica explica que "o poder de ligar e desligar" significa a autoridade de absolver os pecados, pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja." (n. 553) Por isso, recusa de sujeição à lei da Santa Igreja é pecado contra o 1º mandamento (Cat., n. 2088-2089)

Obedecer à lei da Santa Igreja é obedecer à Deus; obedecer à Deus é obedecer também a lei da Santa Igreja.



Mito 29: "O que importa é o coração"

Não exclusivamente.

Aos que afirmam que "o que importa é o coração", vale lembrar que aqui não cabe a aplicação deste princípio, pois isso implicaria colocar-se em contraposição com grandes parte das normas litúrgicas da Santa Igreja, bem como com os diversos sinais e símbolos litúrgicos (paramentos, velas, flores, incenso, gestos do corpo, etc), que partem da necessidade de se manifestar com sinais externos a fé católica a respeito do que acontece no Santo Sacrifício da Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro.

A este respeito, escreveu o saudoso Papa João Paulo II: "De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da Presença Real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo. (...) Numa palavra, é necessário que todo o modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros e dos fiéis seja caracterizado por um respeito extremo." (Mane Nobiscum Domine, 18)

O ser humano é corpo e alma, e faz parte da natureza humana manifestar a disposição interior por meio de gestos (abraçar, dar presente, se vestir bem, arrumar a mesa para uma festa). E a Sagrada Liturgia é perfeitamente compatível com a natureza e as necessidades do ser humano.

É preciso haver um equilíbrio no sentido de que a disposição interna é expressa pelos gestos externos, e os gestos externos, por sua vez, reforçam a disposição interna. É um círculo vicioso.

Os gestos externos sem a disposição interior são um erro (farisaísmo); a disposição interior sem a atenção aos gestos externos também é um erro, pois se contrapõe à elementos fundamentais da Sagrada Liturgia (afinal, somos alma e corpo, não somos o "Gasparzinho").

Por exemplo: como vamos convencer o mundo que Nosso Senhor Jesus Cristo está verdadeiramente presente no Santíssimo Sacramento, se tratarmos a Hóstia Consagrada como um alimento qualquer?

É preciso frizar aqui a importância do vestir-se com solenidade na Sagrada Liturgia. O Catecismo da Igreja Católica (n. 1387) afirma, sobre o momento da Sagrada Comunhão: "A atitude corporal – gestos, roupa – há de se traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede."

É preciso evitar, então, primeiramente as roupas que expõe o corpo de forma escandalosa, como decotes profundos, shorts curtos ou blusas que mostrem a barriga. Mas convém que se evite também tudo o que contraria, como afirma o Catecismo, a alegria, a solenidade e o respeito – isto é, banaliza o momento sagrado.

O bom senso nos mostra, por exemplo, que partindo d princípio da solenidade, é melhor que se use uma calça do que uma bermuda. Ora, na nossa cultura, não se vai a um encontro social solene usando uma bermuda!

O bom senso nos mostra também que, partido do princípio do respeito e da não-banalização do sagrado, é melhor que se evite roupas que chamam atenção para o corpo ou para elementos não relacionados com a Sagrada Liturgia. É melhor que uma mulher, por exemplo, utilize uma blusa com mangas do que um blusa de alcinha; é melhor que utilize uma calça discreta, saia ou vestido do que uma calça "mulher-gato" (isto é, apertadíssima); também é melhor que se utilize, por exemplo, uma camisa ou camiseta discreta do que uma camiseta do Internacional ou do Grêmio.

São Josemaria Escrivá, em um de suas fantásticas homilias, recorda seus tempos de infância, dizendo: ""Lembro-me de como as pessoas se preparavam para comungar: havia esmero em arrumar bem a alma e o corpo. As melhores roupas, o cabelo bem penteado, o corpo fisicamente limpo, talvez até com um pouco de perfume. Eram delicadezas próprias de gente enamorada, de almas finas e retas, que sabiam pagar Amor com amor." Afirma ainda: "Quando na terra se recebem pessoas investidas em autoridade, preparam-se luzes, música e vestes de gala. Para hospedarmos Cristo na nossa alma, de que maneira não devemos preparar-nos?" ("Homilias sobre a Eucaristia", Ed. Quadrante)

Vivemos em uma sociedade de imagens, e uma imagem fala mais do que mil palavras...



Mito 30: "A Missa Tridentina é antiquada"

Não é.

A Missa Tridentina é o Rito Romano celebrado na sua forma tradicional, promulgada pelo Papa São Pio V no Concílio de Trento. As diferenças entre a Missa Tridentina e a forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI NÃO são somente a posição do sacerdote e a língua litúrgica (pois como foi dito acima, também na forma moderna do Rito Romano é lícito celebrar em latim e com o sacerdote e povo voltados na mesma direção). As diferenças vão além: dizem respeito principalmente ao conjunto de ações do sacerdote, dos demais ministros e do povo que participa, bem como às orações previstas no Rito.

Com o Motu Próprio Summorum Pontificum, publicado em 2007, o Santo Padre demonstrou que essas duas formas do Rito Romano não são apenas duas formas válidas e lícitas, mas também duas formas autenticamente católicas de celebrar, e por isso mesmo, não há contradição entre elas. Escreveu o Santo Padre: "Estas duas expressões da lei da oração (lex orandi) da Igreja de maneira nenhuma levam a uma divisão na lei da oração (lex orandi ) da Igreja, pois são dois usos do único Rito Romano." (Summorum Pontificum) E ainda: "As duas Formas do uso do Rito Romano podem enriquecer-se mutuamente (...) Não existe qualquer contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum." (Carta aos Bispos, que acompanhou o Motu Próprio)

O Santo Padre ainda fez questão de mostrar que a Missa Tridentina NÃO se contrapõe ao Concílio Vaticano II: ""Há o temor de que seja aqui afectada a autoridade do Concílio Vaticano II e que uma das suas decisões essenciais – a reforma litúrgica – seja posta em dúvida. Tal receio não tem fundamento." (Carta aos Bispos)

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, já havia escrito (em "O Sal da Terra): "A meu ver, devia-se se deixar seguir o rito antigo com muito mais generosidade àqueles que o desejam. Não se compreende o que nele possa ser perigoso ou inaceitável. Uma comunidade põe-se em xeque quando declara como estritamente proibido o que até então tinha tido como o mais sagrado e elevado, e quando considera, por assim dizer, impróprio o desejo desse elemento. Pois em que se poderá acreditar ainda do que ela diz? Não voltará a proibir amanhã o que hoje prescreve? (...) Infelizmente, entre nós, a tolerância de experiências aventureiras é quase ilimitada; contudo, a tolerância a liturgia antiga é praticamente inexistente. Desse modo, está-se certamente no caminho errado."



Mito 31: "Para celebrar a Missa Tridentina é preciso autorização do Bispo local"

Não precisa, nem o Bispo local pode exigir isso.

Com o Motu Próprio Summorum Pontificum, o Santo Padre Bento XVI liberou universalmente a celebração da Missa Tridentina (antes, ela estava restrita à autorização dos bispos locais).



Mito 32: "Ir à Missa dominical não é obrigação"

É moralmente obrigado aos católicos participarem da Santa Missa Dominical, sim.

Muitos relativizam isso falando coisas como "não se visita um amigo por obrigação, mas por amor".

Evidentemente, Deus é Aquele que nos amou primeiro, precisa ser nosso melhor amigo e é digno de todo nosso amor e de todo nossa adoração. Porém, não estamos falando aqui de um "amiguinho qualquer", mas de Deus!

E é Justo que se obedeça as Suas Leis, que inclui a Lei da Santa Igreja, como foi explicado acima. Estamos moralmente obrigado a isso. Isso é dar a Deus o que é de Deus (Mateus 22, 21).

Diz o Catecismo: "O Mandamento da Igreja determina e especifica a Lei do Senhor. Aos Domingos e nos outros dias de festa preceito, os fiéis tem a obrigação de participar da Missa. Satisfaz ao preceito de participar da Missa quem assista à Missa celebrada segundo o rito católico no próprio dia ou na tarde do dia anterior." (n. 2180) A participação na Santa Missa no Sábado à tarde, portanto, cumpre o preceito dominical.

Além disso, devem ser guardados como dia de festa de preceito o "dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de risto, de Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os santos." (n 2177). Os fiéis católicos tem, portanto, obrigação de participar da Santa Missa também nos dias de cada uma dessas festas ou nas tardes dos dias anteriores à cada uma delas.

No Brasil, para facilitar o cumprimento do preceito, várias destas festas são transferidas para o Domingo, por determinação da CNBB com a aprovação da Santa Sé. As únicas que permaneceram no calendário litúrgico além dos Domingo são: Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo (25 de dezembro), Santa Maria, Mãe de Deus (01 de Janeiro), Corpus Christi (data móvel) e Imaculada Conceição da Virgem Maria (08 de Dezembro) - ver comentário do Pe. Jesús Hortal sobre o cânon 1246, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola.

Ainda em relação à participação da Santa Missa nos dias de preceito, o Catecismo deixa claro: "Os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado mortal." (n. 2181) O cânon 1245 afirma que o pároco pode conceder ao fiel, por razão justa, a dispensa da obrigação de guardar uma festa de preceito.

Importa dar a Deus o que é de Deus (Mateus 22, 21).

"Amor com amor se paga", diz São João da Cruz, doutor da Santa Igreja.

Persevera no amor quem vive os mandamentos de Deus (Jo 15,10).



Referências Bibliográficas

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BENTO XVI, Papa. Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da Missão da Igreja. Disponível digitalizado em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20070222_sacramentum-caritatis_po.html

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Fonte: Reino da Virgem