quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um Amor que dá sentido a todas as coisas

Um Amor que dá sentido a todas as coisas
Eis aqui, meu caro Visitante, mais um trecho do discurso de Bento XVI. Vá observando como o Papa toca aspectos muito importantes da experiência cristã, de modo simples, direto e profundo. Note como aos grandes problemas do cristianismo atual, o Santo Padre responde com o mais simples e importante da nossa fé: a experiência existencial do Cristo, a certeza da presença de Deus em Jesus e as exigências decorrentes de uma verdadeira experiência de Deus como amor que se dá todo a nós... Nada de teorias complicadas, de sofisticados “diálogos” com a pós-modernidade que, no fundo, não passam de capitulações covardes e vergonha de professar a fé. A solução está exatamente no sentido contrário: a coragem simples, humilde, quase ingênua, de professar, viver com toda força e proclamar com toda convicção aquilo que vimos e ouvimos desde o princípio!


A pessoa humana não é somente razão e inteligência, ainda que estas sejam elementos seus elementos constitutivos. Traz dentro de si, inscrita no mais profundo do seu ser, a necessidade de amor, de ser amada e, por sua vez, de amar. Por isso se interroga e muitas vezes se desvia diante das durezas da via, do mal que existe no mundo e que aparece tão forte e, ao mesmo tempo, radicalmente tão sem sentido.

Particularmente na nossa época, apesar de todos os progressos conseguidos, o mal não foi realmente vencido. Pelo contrário, o seu poder parece reforçar-se e as tentativas de escondê-lo são logo desmascaradas, como demonstram seja a experiência cotidiana sejam os grandes acontecimentos históricos.

Retorna, portanto, insistente, a pergunta se na nossa vida possa existir um espaço seguro para o amor autêntico e, em última análise, se o mundo seja realmente obra da sabedoria de Deus. Aqui, muito mais que qualquer raciocínio humano, nos ajuda a novidade impressionante da revelação bíblica: o Criador do céu e da terra, o único Deus que é a fonte de todo ser, este único “Logos” criador, esta Razão criadora, sabe amar pessoalmente o homem, mais ainda: ama-o apaixonadamente e deseja ser amado. Esta Razão criadora, que é ao mesmo tempo amor, origina uma história de amor com Israel, o seu povo, e nesta aventura, diante das traições do povo, o seu amor mostra-se rico de inexaurível fidelidade e misericórdia, é o amor que perdoa para além de todo limite.

Em Jesus Cristo tal atitude atinge a sua forma extrema, inaudita e dramática: com efeito, nele Deus se faz um de nós, nosso irmão em humanidade e chega a sacrificar a sua vida por nós. Na morte na cruz – aparentemente o maior mal da história -, cumpre-se, portanto, aquele voltar-se de Deus contra si mesmo no qual ele se doa para erguer o homem e salvá-lo – amor este, na sua forma mais radical, no qual se manifesta o que significa que “Deus é amor” (1Jo 4,8) esse compreende também como se deva definir o amor autêntico.

Fonte: Coração Inquieto

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