No dia 01 de maio passado, a Igreja toda foi tomada por uma imensa alegria com a histórica beatificação de João Paulo II. Pe. Gaspar Pelegrini
No dia 01 de maio passado, a Igreja toda foi tomada por uma imensa alegria com a histórica beatificação de João Paulo II.
Sim, histórica! Porque havia muitos séculos que um Papa não beatificava seu antecessor imediato.
Histórica, porque feita apenas seis anos após sua morte.
Histórica, porque se trata de uma pessoa que fez história, que vai ficar para a história. Um pontificado longo, fecundo, providencial, singular.
Beatificação histórica também porque a mais concorrida de toda a história.
Histórica ainda, porque foi a mais universal de todas as realizadas até hoje. A Igreja inteira esperava com ansiedade e se encheu de júbilo com seu anúncio e com sua realização. No dia primeiro de maio, a Igreja toda estava em festa, juntamente com o céu.
Tudo isso que até agora dissemos causa-nos admiração, estupefação. Acontece que os santos não foram feitos só para serem admirados. Eles nos são propostos para serem imitados, copiados, seguidos.
Não podemos aqui, na escassez de espaço que temos, mostrar todos os aspectos em que João Paulo II se mostrou exemplo. O resultado não seria um artigo, mas um livro, ou muito mais do que isso.
Como nosso boletim é vocacional, vamos nos limitar a mostrar o nosso Beato como um modelo de como se responde, se corresponde ao chamado, às iniciativas de Deus.
Por trás desta figura extraordinária, o Papa que mais escreveu, o Papa que mais viajou, o Papa que mais beatificou e mais canonizou, o Papa que mais foi amado, e que talvez mais foi odiado (como o provam as tentativas de matá-lo), o Papa que mais pessoas recebeu, etc., etc., por trás desta pessoa extraordinária, repito, existe uma história de heroísmo, de generosidade, de confiança total e abandono constante aos planos de Deus, e à ação materna de Nossa Senhora. Totus tuus...
João Paulo II não se tornou este gigante num piscar de olhos, por uma espécie de magia. Nem foi fabricado pela mídia. Não. O que aconteceu com ele, o que ele fez é o que todos nós devemos fazer, nas mais diversas circunstâncias de nossa vida, nas mais distintas vocações a que Deus chama seus filhos.
Como lembrou o Papa Bento XVI na homilia durante seus funerais, a cada momento de sua vida, Jesus ia-lhe dizendo, como a São Pedro: Segue-me. E ele, sem saber até onde Cristo o queria conduzir, foi respondendo a cada convite com seu generoso “sim”.
Foi assim que abandonou a grande paixão de sua juventude: o teatro. Foi assim que decidiu ser sacerdote num momento em que tudo desaconselharia seguir este caminho.
Foi respondendo a este chamado que aceitou ser seminarista clandestino, colocando sua vida em risco. O risco era grande, mas a certeza de que Deus estava com ele, de que a Virgem Maria não o abandonaria nunca, foi muito maior e mais forte. Foi irresistível. Talvez tenha sido profética a brincadeira que fizeram com ele quando colaram na porta de seu quarto estes dizeres: “Seminarista Woitilla, que um dia será Santo!”
Depois veio a ordenação sacerdotal, os anos de ministério. Depois Cristo o chamou para o episcopado. E ele, sempre com a mesma generosidade e confiança, ia-se abandonando nas mãos dAquele que cunduz a história.
Depois cardeal. Recebe a missão de colaborar mais de perto com o Sucessor de Pedro, a missão de escolher o próprio sucessor do Pescador da Galiléia. Assim ele esteve no conclave que elegeu João Paulo I.
Até que um dia... Deus lhe pede mais: Não só ajudar a escolher um novo Papa, mas pede-lhe que ele aceite ser o Papa.
Era um “Segue-Me” muito diferente, muito desafiador, num momento em que o rumo da Igreja dependeria muito da ação de um gigante, de um marinheiro habilidoso, como Pedro no Mar da Galiléia, um Papa que conseguisse fazer a Barca da Igreja enfrentar tempestades, ventos e ataques de fora e de dentro, como S. João Bosco viu em sonhos.
Mas isto, vamos deixar para a próxima vez, pois será uma longa e linda história.
Fonte: Adapostólica
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